Jobim faz cantinflada na CPI dos Grampos

“Provas” jobínicas foram retiradas - pasmem - de páginas da internet

Em pouco mais de três horas de depoimento à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não sustentou, de forma clara, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem equipamentos capazes de fazer escutas telefônicas. A informação é da Agência Brasil.

Ele disse que essa informação lhe foi passada por fontes do Exército, mas ainda precisa ser comprovada por laudos técnicos. Jobim entregou à CPI apenas descrições dos equipamentos, retiradas de páginas da internet, sendo que em uma delas há alusão à capacidade de interceptações.

A postura cautelosa de Jobim, entretanto, foi interpretada de outra forma pelo presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).

“Tenho certeza de que o ministro está convicto de que a Abin possui equipamentos de interceptação. O ministro Jobim tem muitos anos de janela e sabe o que está dizendo. Eu não tenho a menor dúvida de que ele vai comprovar, porque as perícias dirão”, afirmou Itagiba.

A CPI encaminhou ao ministro um requerimento de informações solicitando uma listagem de todos os equipamentos comprados pelo Exército nos Estados Unidos, a pedido da Abin.

Os aparelhos, segundo Itagiba, serão periciados por uma equipe de especialistas da Unicamp contratados pela CPI.

Há a possibilidade também de um novo depoimento do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Felix, a quem a Abin está subordinada.

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O ministro Nelson Jobim é o Cantinflas do ministério lulista, agravado por veleidades autoritárias, aspiração ilegítima ao poder e aproximação com personagens egressos das oligarquias golpistas.

Em 1º de setembro, em reunião do conselho político do governo, Jobim afirmou na presença do presidente Lula e de vários ministros que a Abin comprara equipamentos com poder de fazer escutas telefônicas. A grave acusação foi decisiva para que Lula afastasse o diretor da Abin, Paulo Lacerda. Afastamento este que atende um velho sonho de Daniel Dantas de ver o delegado Lacerda longe das instâncias de direção tanto da PF quanto da Abin.