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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

República do PIG?


Ministro Tarso Genro diz – pelo telefone – que não é bem assim

Deu no blog do Nassif, hoje:

A Satiagraha e o governo

Recebo telefonema do Ministro da Justiça Tarso Genro. Ele diz falar formalmente, como Ministro, e também em nome e a pedido do Presidente da República.

Disse que não há a menor hipótese de qualquer acordo em torno da Satiagraha. Segundo Tarso, as investigações irão até o fim e pegarão quem tiver que ser pego. A única preocupação do governo é assegurar a legalidade de todos os atos da operação, diz ele. Garante que o próprio desdobramento da operação comprovará o que afirmou.

Digo-lhe que a nota que publiquei no Blog foi baseada em conversa com pessoas “de dentro”. Tarso explica que, devido à complexidade do tema e à sucessão de episódios, a fonte em questão formou uma percepção errada sobre o que está ocorrendo.

O governo não irá contemporizar com ninguém, conclui ele.

O Ministro evita avançar informações. Mas há indícios de que nos próximos dias já aparecerão novos capítulos importantes da Operação.

.........

O ministro Tarso Genro fez o que lhe compete fazer, dar explicações formais e telefônicas, portanto apressadas, sobre “a complexidade do tema e a sucessão de episódios”, como ele mesmo diz, do provável acordão para abortar a conclusão da Operação Satiagraha (ver post de ontem).

Mas e o outro lado deste imbróglio? E a República do PIG? E as armações fajutas – até agora eficientes, eficazes e efetivas – da tigrada do presidente Gilmar Mendes, Nelson Jobim, Civitas (Abril/Veja), Daniel Dantas e tantos outros?

É óbvio que alguém do governo iria desmentir (ou relativizar) as informações do Luís Nassif, de ontem em seu blog.

Enquanto o lulismo de resultados contemporizar com Gilmar Mendes, aceitando marcar reunião-relâmpago para, em 24 horas, decidir sobre um falso grampo forjado em valhacouto de bandidos do colarinho branco, enquanto isso se verificar no Brasil, todos têm o direito de especular com hipóteses sombrias como as que repassou Nassif ontem.

Dias atrás, Lula tremeu diante de um simples telefonema do presidente Gilmar Mendes, atendendo-o no ato, e depois agindo conforme o roteiro traçado pelo tucano ministro do STF.

Mais: toda hipótese sombria e ameaçadora é possível, enquanto o governo contar como ministro da Defesa um sujeito como o advogado Nelson Jobim, que mentiu numa reunião do Planalto sobre equipamentos de escuta telefônica, mas que depois ficou provado que eram apetrechos de simples varredura de escutas. Jobim mentiu, sim. Jobim tem militado dentro do governo em favor das piores suspeitas, arquiteto de cenários que significam retrocessos face as conquistas potencializadas pelo governo Lula, a qual serve com espírito traiçoeiro.

Ontem, um leitor deste blog de província nos fez a pergunta fundamental, e que eu repasso agora:

“Afinal, de que vale mesmo a popularidade retumbante do presidente Lula, se esta não lhe dá condição de poder fazer cessar as manobras anti-republicanas de interesses oligárquicos representados pela ação sorrateira de Gilmar Mendes, Nelson Jobim, Daniel Dantas e o PIG, de Veja aos demais grupos midiáticos?”

E complementa o leitor de Brasília, que pede para não ser identificado:

“Quantos votos têm esses provocadores de crises artificiais? Que popularidade recolheriam das ruas se fossem expressar abertamente os seus objetivos de classe, anti-populares e anti-nacionais?”

Mas estas questões – é de reconhecer – o ministro Tarso Genro, nem ninguém, pode tratar por telefone.

18 comentários:

Anônimo disse...

De fato, qualquer um tem o kameliano "direito de especular com hipóteses sombrias como as que repassou Nassif ontem". O titular deste blog sequer titubeou em repicar uma especulação delirante e inverossímil.Agora, para não dar o braço a torcer pela cagada, tenta se justificar "agregando valor" ao seu desvario. O que Nassif AFIRMOU, caro blogueiro, é que Lula fez um acordo com a Veja. E isso nada tem a ver com o fato de Jobim ser o biltre que é. Uma dica, estimado blogueiro: quando beber, não especule. Nem escreva.

Fabrício Nunes disse...

Feil, em primeiro lugar quero louvar tua posição diante das especulações sobre o acordão. Te posicionastes corretamente, ao meu ver, na medida em que não exclui a possibilidade assinalada pelo Nassif - o lulismo de resultados, afinal de contas, é uma realidade.
Seja como for, penso que a questão crucial, que empresta verossimilhança aos fatos denunciados, está assentada nas relações perigosas que o núcleo do governo mantém (ou manteve) com Dantas. No popular, não é o poder econômico de DD o fator de inibição, mas o rabo preso que ele certamente tem de vários integrantes de relevo do petismo, com, de resto, da república.
Por fim, parabéns por veicular a besteira aí de cima. A democracia se pratica...

Anônimo disse...

A pressão só é válida quando vem do PIG? Até hoje não tinhamos uma posição oficial do governo lula sobre aquela operação e seus desdobramentos! Ponto! O ministro da justiça falou, inclusive em nome do presidente, qual a posição do executivo. Valeu a denuncia do Nassif "SIM", assim como o espelho no diário gauche!

Anônimo disse...

"O que Nassif AFIRMOU, caro blogueiro, é que Lula fez um acordo com a Veja", diz o Uílians Overland do Brasil.
Só isso, fez um acordo sem importância com a Veja. Coisa pouca. Nada de mais.
E isso não tem nada a ver com o Jobim. Nada. Nadica.
Esse Feil é mesmo um bêbado, fica dizendo essas coisas depois de beber todas. Fica jogando lama em homens de bem como o Gilmar Mendes e cidadãos acima de qualquer suspeita como o Nelson Jobim.
Uíliãs Overland do Brasil você é um cara exxxperrrto e não bebe. Pobre dos que são abobados e ainda bebem, como o Feil.

Anônimo disse...

Gente, vamos deixar de cinismo. Esses fatos todos existem e estão em ebulição em Brasília. O que Nassif fez foi juntar as peças e fazer um juízo dos acontecimentos. Um juízo factível e provável, tendo em vista a moleza que Lula dá à Mendes e Jobim e também à VEJA, lembrem-se que a ministra Dilma foi ao aniversário da Veja semana passada. O que foi fazer lá? Fazer RP?
O Jobim é sim uma infiltração de direita dentro do governo do prsidente Lula.

Nassif e Feil só fizeram juntar essas pecinhas aparentemente desconexas da nossa escorregadia conjuntura. O que valeu do ministro Genro uma posição, mesmo que meio ambígua, mas uma palavra de continuar com a Satiagraha. Já é alguma coisa, para um governo que escorraçou e siberizou Paulo Lacerda e Protógenes por estarem dificultando a vida de criminosos do colarinho branco. Para não falar do rolo do caso BrOi.....

Anônimo disse...

Feil, fique frio. Vc está batendo na tecla certa. Veja como ficam bravinhos os lulistas de resultado como esse Willians. É porque vc está dando nos nervos deles, meu filho, isso eu já lhe disse há tempos.

Anônimo disse...

Pois é caro comentaristas nada pode ser considerado inverossimil quando se trata do pragmatismo de Lula! Um pouco de pressão nunca fez mal a ninguém! Da conversa de Nassif com Tarso:
"Digo-lhe que a nota que publiquei no Blog foi baseada em conversa com pessoas “de dentro”. Tarso explica que, devido à complexidade do tema e à sucessão de episódios, a fonte em questão formou uma percepção errada sobre o que está ocorrendo"!
A história tem início, meio e parece que fim!
Argumentem, pois ofensas pessoais não levam a nada!

Anônimo disse...

Quem sou eu diante de analistas tão alumiados e infalíveis, não é mesmo? Claro que o "lulismo de resultados" engendrou um acordo com a Veja! Estava na cara o tempo todo! Então, ficamos assim: vocês, que são portentos, que troquem gabações. Vou veicular besteiras noutra freguesia, de menor teor alcoólico. (Maia, você venceu!)

Anônimo disse...

E tu parar de cheirar, meu caro UUUUUillians!

Anônimo disse...

EUA estatizam seguradora e ‘redimem’ Brasil de FHC
Uma decisão tomada em meio à crise que devora a saúde financeira dos EUA pôs fim a um velho mito.
Virou cinza o mito da peculiaridade brasileira, que fazia de nós uma sociedade diferente de todos os outros povos do planeta.
Até aqui, o Brasil era visto como país que contornava as suas crises recorrendo a soluções peculiares, que jamais seriam imitadas alhures.
A pecha foi soterrada na noite desta terça (16). Deu-se no instante em que o Federal Reserve (banco central dos EUA) decidiu socorrer uma seguradora privada.
Empurrou-se para dentro do balanço micado da AIG (American International Group) a bagatela de US$ 85 bilhões em verbas do contribuinte norte-americano.
O bastante para acomodar nas mãos do governo o controle de algo como 80% da seguradora, agora ex-privada.
A novidade veio nas pegadas de uma injeção governamental de US$ 200 bilhões em duas gigantes do mercado de financiamentos residenciais: Fannie Mae e Freddie Mac.
São providências que, até bem pouco, pareciam impensáveis no templo do liberalismo, na meca da livre iniciativa, no Éden do mercado auto-regulado.
Recorre-se lá a uma justificativa muito encontradiça aqui, no Brasil da era FHC: o governo precisa evitar o “risco sistêmico.”
O Estado encampa a encrenca, saneia o rombo, engole o prejuízo e devolve empresas financeiras saudáveis ao mercado.
Raiou acima do Equador –quem diria!?!?!— um Proer made in America. Súbito, George Bush ganhou cara de FHC. Washington virou uma grande Brasília.
A transformação só não foi completa porque falta ao Congresso dos EUA uma oposição à PT.
De resto, falta ao FMI, que já não é o mesmo, coragem para exigir da Casa Branca a assinatura de uma daquelas famosas cartas de intenção.
Seja como for, o Brasil já não dispõe do monopólio da esquisitice econômica. Caiu, finalmente, o mito da jabuticaba.
Escrito por Josias de Souza às 03h54
Os "liberais" gaúchos estão com quem?
Graças a Deus! Com o PT não estão!
Ainda bem que tenho memória!

Anônimo disse...

O chapa-branca Paulo Henrique Amorim, que agora fala mal de Lula, vai na onda conspiratória de Nassif e compara o Molusco Bebum a Nixon. Ou seja, vê possibilidade de impeachment do presidente a partir das fantásticas visões do chorão de Poços de Caldas. Ridículo!


Orlando

Anônimo disse...

Orlando é verdade que tu agasalha o Mickey?

Anônimo disse...

Bom, tive que tirar um sarro, né?

E com uma imagem roubada de teu blog... O que fazer?

http://miltonribeiro.opensadorselvagem.org/enquanto-isso-visitantes-albaneses-chegam-a-nosso-estado/

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu acho que Lula, como bom bolivariano, deveria colocar no STF, o Dalmo Dallari, o Fábio Comparato, a Maria Berenice Dias, o Rui Portanova e o Greenhalgh.

E inventaram essa querem que o Lula não seja conciliador com o Presidente do STF.. O dia em que o chefe do executivo que não for conciliador com o chefe do judiciário essa república vai se transformar numa grande banana.

Anônimo disse...

Parece que a malta do reinaldo azevedo se espalhou pelo mundo, e por azar, alguns se perderam e vieram parar até neste blog. Eu já estava até ficando com saudades do Maia, vejam só. Embora do contra, pelo menos ele é um sujeito polido e bem-educado. Ao menos é o que me parece.

Jorge

Anônimo disse...

Enquanto o0 STJ tiver ministro com a qualidade histórica que sempre teve e não sair deste fundo de poço com o Gilmar Mendes de presidente, realmente não vamos sair da republiqueta de banana que o FHC delimitou.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Isto aqui parece um festival de tango, de tão passionais que são as manifestações. Pra mim é claro que o Lula não é de esquerda, de direita, bolivariano ou liberal. O Lula é lulista. E só. O seu projeto é simples: ser presidente de novo em 2014. Pra isso ele negocia até a lingerie da Dona Marisa. A "esquerda", sem alternativa, come na mão dele. Então, é óbvio que ele vai fazer todas as concessões à direita que julgar necessário para preservar a "governabilidade". Em janeiro de 2010 Lula precisa entregar a faixa, a quem quer que seja, desfrutando de um alto índice de aprovação nas pesquisas. Essa popularidade vai ser a munição dele pra 2014. Não sei se Lula é amigo ou, como Zé Dirceu, só amigo dos amigos do Daniel Dantas. Mas duvido que queira ser inimigo do orelhudo. Lula sabe quanto custa uma campanha. Vai precisar muito de caixa dois em 2010. E em 2014 ainda mais.

Anônimo disse...

Significa então, que em virtude da necessidade de acomodar todas essas forças antagônicas, projetos e ambições, o presidente Lula vira o juiz, o árbitro, o feil da balança, um autêntico estadista como Getúlio e Tito, e o Brasil se funda como nação em um arcabouço mais amplo que a mera jogatina provinciana da era FHC?

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