Os pântanos no caminho da ministra
As minhas reservas de ceticismo com a candidatura da ministra Rousseff à sucessão de Lula em 2010 se renovam quando sou informado de fatos como esse que passo a relatar.
O presidente da Petrobras, fulano de tal Gabrieli (esq.), quer ser presidente da República, na sucessão do presidente Lula. [Prenda a gargalhada, por enquanto, caro leitor, prezadíssima leitora.] Isto é um fato, sobre o qual não cabe discussão. Por inútil, cansativa e elencada no vastíssimo repertório da vaidade humana, portanto, alheio ao campo objetivo da política.
Este senhor, vaidoso e baiano, articula seu projeto pessoal na carona das reservas submarinas do pré-sal. Ele e seu grupo avaliam que o óleo fóssil será o combustível da sua gloriosa ascensão para Brasília.
Dias atrás, o assessor do presidente Gabrieli, Vivaldo Barbosa, ex-parlamentar do PDT-RJ, lançou um factóide ao ministro Carlos Lupi (PDT-RJ) que o repassou à imprensa, no último final de semana. A notícia usinada no gabinete do presidente da Petrobras dava conta que o governo faria uma capitalização da estatal de energia com recursos do FGTS. Lula imediatamente reagiu desmentindo o seu próprio ministro do Trabalho, ora instrumentalizado por Gabrieli.
A manobra gabrielista visava fortalecê-lo na corrida por 2010, ele que surfa na onda de euforia do pré-sal, mas ao mesmo tempo se mostra indiferente às discussões sérias sobre os destinos da riqueza submarina brasileira.
Tanto assim, que Gabrieli se filia a uma corrente que quer dar tratamento meramente fiscalista ao tema do pré-sal. Isso significa dizer que o presidente da Petrobras está aliado àqueles, como os senadores governistas Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo Lula no Senado, e Francisco Dornelles (PP-RJ), que alegam não importar quem fará a apropriação da riqueza do pré-sal, desde que os seus lucros sejam gravados com pesadas taxações e impostos que por sua vez se destinariam à educação, saúde e demais áreas de resgate da dívida social brasileira.
A proposta meramente fiscalista atende aos interesses das grandes empresas transnacionais de energia, uma vez que, a prevalecer essa posição que trai o interesse nacional, tais companhias privadas estrangeiras poderão explorar as megabacias de Tupi e Iara em situação de igualdade, seja com a Petrobras, seja com outra empresa estatal que porventura possa ser criada pelo governo Lula para a exploração daquele óleo.
Já se vê, que a ministra-candidata tem muitos pântanos para transitar e vencer – dentro do próprio arranjo instável de governo – até se consolidar como a sucessora preferencial (e indiscutível) do lulismo de resultados à corrida de 2010.
6 comentários:
depois que o famigerado "caçador de marajá" (rsrsrs) foi presidente, nao duvido de mais nada.
Com todo o respeito, caro Cristóvão, acho que andaram botando alguma coisa estranha em seu mate.
Olha lulista, pelo que o feil diz, quem anda tomando chá de cogú é o Gabrielli. Isso que eh viagem...
Isso é o mesmo que ver assombração em campo de futebol.
Na parte que me toca, teclo no candidato que o Lula indicar. Nem que seja o próprio demônio! A esquerda se escandalizou com a indicação de José Alencar para o vice de Lula, em 2002 (inclusive a minha corrente, a DS). Luciana Genro queria o João Pedro Stédile (pasmem!). Uma coisa é a disputa eleitoral, outra coisa é a disputa pelo poder. Pensem que poderíamos ter oito anos de governo Serra. Façam um exercício e imaginem o Brasil nas mãos dos tucanos por dezesseis anos.
Esses dias sairam manchetes de que 'Lula nao transfere votos para Dilma'. Ok, ele tem 8 e poco contra 24 de um, e 32 de outro...mas pra quem nunca foi carreirista na política e nunca disputou uma grande eleição, tal qual Serra e Aécio, ela tem plenas condições de elerger-se. Basta explorar a imagem dela de mae do PAC, e chefe do Governo. Ela está desde o primeiro dia. É tão responsável qto Lula pelo sucesso do país. DILMA 2010 certo.
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