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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Agora, todos pagarão


EUA socializam os prejuízos da crise imobiliária

O Tesouro norte-americano socializou ontem a crise do setor imobiliário do país, ao “nacionalizar” as duas companhias que detém cerca de 112 trilhões de dólares (cerca de metade da dívida do subprime), dos estoques que estão corroendo o sistema – na crise mais aguda desde a grande Depressão de 1929.

O Estado, como se vê, salva o sistema transferindo a dívida de poucos para muitos, numa operação heterodoxa que repercutirá em cadeia para o mundo todo, inclusive no Brasil. Assim, cada contribuinte mundial pagará a sua parcela monetária para compensar a má gestão dos fundos privados norte-americanos chancelados pela administração Bush que nunca coibiu a especulação imobiliária em nome de um consumo crescente, doentio, insustentável e perigoso.

Mesmo o Financial Times (acima) – a bíblia matinal dos investidores mundiais – achou a medida temerária, porque não garante que a crise hipotecária será superada, podendo se espalhar pelo resto do mundo.


18 comentários:

MASQUINO disse...

The Bad Dream Is Over:
A vingança dos heterodoxos///

A vingança dos heterodoxos

Por Sérgio Léo, no Valor (clique aqui)
Analistas como Martin Wolff, do "Financial Times", já registraram, no início do ano, a morte do sonho liberal de um capitalismo global regido pelo livre mercado. Faltava um documento oficial para decretar o óbito. Essa certidão acaba de ser lavrada - pela mais heterodoxa das organizações econômicas multilaterais, a Unctad, sigla em inglês da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento.///

(...) Os economistas da ONU tiraram do limbo peritos de linha heterodoxa, como o neokeynesiano Nicholas Kaldor, para decretar o que chamam de "fracasso do modelo neoclássico", predominante no Ocidente.///

"Embora a maioria dos economistas concorde que os pressupostos do modelo neoclássico estão longe da realidade, este modelo continua a servir de base para as prescrições de política econômica", acusa a agência da ONU, no seu recém-lançado Informe de Comércio e Desenvolvimento 2008. O documento combate prescrições do modelo neoclássico que considera baseadas em premissas equivocadas e potencialmente danosas.
Entre as premissas, está a de que os preços são sinais claros do mercado para corrigir distorções de oferta e demanda. A Unctad também combate a idéia de que o investimento para aumentar a produção tem de ser precedido pelo acúmulo de poupança. Contra a teoria tradicional, por exemplo, os países em desenvolvimento com mais investimentos são os que enviam ao exterior mais poupança do que recebem, nota o Informe.///

Ao lado de questionamentos teóricos sobre a teoria neoclássica de formação preços, o documento menciona os problemas criados com a influência das expectativas nos mercados financeiro sobre os mercados de mercadorias e a produção real. Os economistas da Unctad não sabem dizer o quanto a especulação influencia a atual alta de preços de mercadorias, mas comentam que a lógica de uma parte substancial dos mercados de futuros e hedge hoje descolou do terreno produtivo e atende a decisões de "diversificação de portfólios de investidores".///

Em linguagem um pouco mais simples (só um pouco; nada no mundo atual é simples como se gostaria): ao notarem riscos maiores nos mercados de títulos, ou de ações, por exemplo, uma parte crescente de investidores do mercado financeiro tem diversificado aplicações comprando contratos de mercadorias no mercado futuro.///

Esses operadores não mudam de posições (comprando contratos ou vendendo os que têm) em função apenas da expectativa de mudança nos preços das mercadorias; só mexem em suas carteiras com base no que acontece nos outros mercados. A alteração no humor de investidores ganha efeito desproporcional no mercado de commodities.///

"Em vez de reduzir riscos, os complexos instrumentos financeiros desenvolvidos recentemente têm servido para espalhar o impacto de investimentos arriscados através de continentes, instituições e mercados", alerta a Unctad. A interpenetração dos mercados financeiro e de mercadorias e a arbitragem com juros e taxas de câmbio provocam movimentos que contrariam o saber convencional: países com grandes déficits nas contas externas no Leste Europeu vêem suas moedas se valorizarem e países com grandes superávits em conta corrente, como Japão e Suíça sofrem desvalorizações. Políticas baseadas nos pressupostos tradicionais podem exacerbar a crise, acreditam os economistas da ONU. (continua).Blog do Nassif:http://www.projetobr.com.br/web/blog/5

Anônimo disse...

O Senhor Mercado mooorrreeeeuu!!!

MASQUINO disse...

Fala,Feil!!Teresina lhe cumprimenta!Olhando a Manuela aí em cima,assumo que fica difícil manter a coerência em frente desse monumento de beleza.Não dá,Feil.Eu me derreto todo por essa guria.Não tem Gramsci que resista a essa beleza orgânica e inefável.

MASQUINO disse...

O Mercado morreu.Deixou as dívidas para o Estado pagar:"O GOVERNO dos EUA estatizou quase metade do mercado de financiamento imobiliário. Não foi estatização? Hum. O governo americano tem agora 80% das ações preferenciais das duas maiores empresas do ramo, botou para fora seus diretores, nomeou os novos, cancelou os dividendos dos acionistas e, divertidíssimo, as proibiu de fazer lobby no Congresso. Qual o nome disso? Se fosse na Venezuela, seria estatização, certo? Antes de alguns detalhes, porém, algumas conclusões: 1. O governo Bush, "antiestatista", termina com a maior intervenção do Estado na economia americana desde a Grande Depressão dos anos 30. Mas os lucros ficaram com quem criou a lambança financeira; 2. O governo procura evitar mais quebradeiras. Sim, este é um caso de "risco sistêmico" -o risco de a quebra de instituição financeira importante provocar um dominó de falências que prejudica até quem nada tem a ver com o pato. Mas o "racional" e "eficiente" mercado financeiro oligopolizado ("muito grande para quebrar") tem o monopólio da desculpa esfarrapada "técnica". Merece o privilégio sistêmico de ser socorrido quando ameaça todo o resto da economia, mas não paga por isso nos tempos de bonança. O outro nome dessa desculpa, "risco sistêmico", é seqüestro: se você não pagar o resgate, eu mato todo mundo; 3. O mercadismo critica de boca cheia "instituições capturadas por grupos de interesse", os quais "politizam a gestão econômica em busca de rendas"...":http://www.google.com/notebook/public/03904464067865211657/BDRJ6SgoQ5L28j8Qj

Anônimo disse...

Masquino, sem querer me meter mas já me metendo, tu quer a guria pra cria ou pras carreiras?

Anônimo disse...

Te amarra no masto, tchê, como o Ulisses, prá não escutar esse canto de sereia da Manu.
Fique esperto, meu!

MASQUINO disse...

Não entendi bem os termos regionais,Malacara.Mas se ela me desse bola eu esqueceria minhas convicções por,pelo menos,o tempo que durasse o amor.Eu não sei por que aí, no Rio Grande, tem tanta mulher bonita.
Nos congressos que já fui,quando as gaúchas chegavam a mulherada já ficava puta.Não dá pra concorrer.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O mercado não morreu. O que morreu é o sonho pesadelo de que o mercado deve ser absolutamente livre. Não deve, mas deve ser livre. O Fanny Mae nasceu como estatal em 1938 - tendo em vista a crise de 29 - , foi privatizado em 1978. Jimmy Carter deu auxílio estatal para salvar a Chrysler. O super neoliberal Ronald Reagan taxou as motos japonesas, aumentou em quase 5% as tarifas alfandegárias, para impedir uma crise com a Harley Davidson. Isso já aconteceu antes. É uma história recontada. E não vai ser a primeira e nem a última vez que o dinheiro privado vai receber um belo incentivo do dinheiro público, inclusive nos EUA.

Anônimo disse...

Boa foto a que ilustra o blog! De fato, a situação entra com dois candidatos, tal qual foi a eleição para governador em 2006.
Resta saber, se o PT mantém os 30% de eleitores cativos na capital. Olívio venceu a Yeda com baixa margem na cidade - e era o ex-governador!!! O que prova a injustiça que se faz a este grande político gaúcho na História desse estado.
Isso tem nome e endereço: Grupo RBS, Av, Ipiranga 1075.

Anônimo disse...

"A insistência na inviolabilidade da troca equivalente quando o que deve ser trocado nada custa, a rigorosa "economização" dos recursos quando uma grande proporção deles é desperdiçada - constituem, claramente, a negativa mesma da racionalidade que o conceito do valor e o princípio do "quid pro quo"
expressavam originalmente.
A obsolescência dessas categorias do pensamento burguês é apenas um sintoma da natureza profundamente contraditória do capitalismo monopolista, do conflito cada vez mais agudo entre a racionalização em ritmo crescente dos processos reais de produção e a inalterada elementaridade do sistema como um todo"

Paul Baran e Paul Sweezy, economistas marxistas norte-americanos, escreveram o texto acima na década de 60 do século passado na grande obra "O Capitalismo Monopolista".

Há tempos que o capitalismo está completamente caduco e quem paga a conta é a maioria excluída da festa especulativa financeira patrocinada pelos neoliberais desde Tatcher e Reagan até os tempos de hoje do alcoólatra George W. Bush filho.

O mercado deve estar sujeito à "canga" do estado democrático, no sentido de democracia direta, participativa e com direito de o eleitor cassar o mandato de políticos que se elegem com um discurso e programa e no poder aplicam justamente o oposto. Um estado democrático que mantenha-se atento e vigilante diante dos órgãos de imprensa comprometidos com intereses de minorias golpistas e especulativas, cuja ação desestabilizadora sobre este estado democrático é nefasta e fatal.

Imaginem, o Chavez na Venezuela cassou (de forma legítima) o direito de operar da "Globo" de lá e foi um "AUÊ" total entre os pretensos defensores do estado democrático, agora o bebum Bush filho estatiza 3 trilhões de dólares e eles fazem de conta que nada aconteceu. Nada como um dia depois do outro...

Anônimo disse...

Corrigindo, na verdade o "uisqueiro" Bush filho estatizou 3 x 37 trilhões de dólares, algo inimaginável...

Carlos Eduardo da Maia disse...

Clairton, o que tem a ver o caso Chávez e RCTV com o socorro financeiro do governo americano às corporações hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac ????

Anônimo disse...

As duas gigantes norte-americanas terão sua gestão, no mínimo temerária, coberta pelo mundo todo, inclusive eu e você Carlos Maia! E é bom torcer pra que funcione. Vai no Nassif que ele te responde com fatos e algum economês!
http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=8855

Anônimo disse...

Para o teu cérebro de bichinho escroto da maia parece que não tem nada em comum entre a intervenção do Chavez e a do Bush filho. No entanto, a ação do Chavez foi muito criticada(pelos de sempre: PIG, fascistas travestidos de democratas, e os oportunistas de sempre) como intervenção do estado indevida e anti-democrática, quando na verdade foi uma ação justa e correta para defender a democracia venezuelana. Não nos esqueçamos que Chavez foi eleito através de eleição limpa e reconhecida internacionalmente, ao contrário do Bush filho, cuja ascenção ao poder nos EUA está até hoje sob a sombra da fraude ocorrida na Flórida. E a intervenção estatal que o Bush filho efetuou nas FF beneficiou uma minoria de especuladores que muito lucrou com a farra imobiliária e vai prejudicar milhões e milhões de pessoas nos EUA e no mundo todo. Portanto, tudo a ver.

Carlos Eduardo da Maia disse...

A fraude na Flórida aconteceu na primeira eleição. Bush foi eleito duas vezes. Uma coisa é o Bush dar um peitaço no livre mercado colocando dinheiro público para salvar corporações privadas e outra coisa é o Chávez não renovar a concessão de uma TV, apenas porque ela lhe fazia oposição. Como os dois são trogloditas e não gosto de nenhum deles, que se danem.

Anônimo disse...

Exatamente "Alex, the large" uma simples e simplória oposição - Como este Chavez é víl e malvado - Comunista de bananas. A próposito no site abaixo tu encontra o vídeo "A revolução não será televisionada", em espanhol para tua melhor compreensão:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/03/250300.shtml

Carlos Eduardo da Maia disse...

Panoramix, já assisti mil vezes essa vergonha. Fizeram essa grande besteira e fortaleceram o troglodita. Baita burrice.

Anônimo disse...

Feil, o rombo é de 12 trilhoes de dolares, nao 112...

12 trilhoes é o PIB da Europa a 27...é algo inimaginavel.

As duas agencias foram criadas em momentos de crise nos eua, para concederem emprestimos a juro baixo movimentando assim a construçao civil.

As duas sao privadas, ditas publicas pq tem AVAL, do governo...

Deram emprestimos para gente q pedia moedas nos semaforos, para clandestinos q poderiam ser deportados a qualquer momento, apenas um casal conseguiu fazer 7 emprestimos, no valor de US$ 3,9 milhoes e mesmo sem pagar as prestaçoes do 1° foi recebendo outros emprestimos...

Depois de 6 meses esses emprestimos eram comprados pelo Freddie e Fannie pq os mutuarios eram considerados como bons pagadores.

Como a pilantragem ja estava combinada, os bancos EMPRESTAVAM as primeiras 6 parcelas...ja incluiam no emprestimo, davam 110 ou mesmo 150% do valor do imovel, tanto q o importante era o pagto das 1as 6 parcelas...

Exemplo:
apto comprado por 300 mil, com os juros de um contrato de 30 anos a divida vai para 480 mil. As agencias privadas, com garantia estatal, pagavam 400 mil ao banco q tinha um lucro de 100 mil em 6 meses por ter feito um analfabeto assinar um contrato comprometendo 200% da renda na prestaçao do imovel...

Acontece a mesma coisa na Inglaterra na Espanha e na Irlanda.

O maia faz bem em ler o Diario Gauche, aqui ele APRENDE.

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