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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A moda agora é monitorar tudo


Uma mercadoria chamada segurança

A proposta de monitoramento eletrônico de apenados dos regimes aberto e semi-aberto será discutida hoje pela Secretaria de Segurança Pública do RS.

Empresas interessadas em vender o sistema tecnológico remoto, promotores e juízes deverão participar da reunião junto com o secretário estadual de Segurança, general Edson Goulart. Na reunião, serão definidos os primeiros passos para a implantação do monitoramento de apenados. A informação é da Agência Chasque.

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Empresas de tecnologia de sensoriamento remoto querem vender os seus badulaques para os governos estaduais e municipais. A moda agora é monitorar tudo: veículos, pedestres urbanos e apenados do sistema carcerário estadual.

Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre entraram na onda do monitoramento, indistintamente. O velho panóptico de Jeremy Bentham, coercitivo e disciplinatório (Foucault), será implantado em toda a cidade. Os gadgets das tecnologias inúteis fazem a festa dos criadores de necessidades e vendedores de ilusão.

Quando acharmos que estaremos menos inseguros, não será nada disso, estaremos apenas mais vigiados e mais disciplinados. E alguns espertalhões, mais ricos.


10 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

E a Maria, a do Rosário, prometeu colocar câmera de vídeos em toda a Porto Alegre.

Anônimo disse...

Anta das Antas, isso já foi dito no post. Não sabe ler?

Anônimo disse...

Mas isto é bom Maia te dá uma Sensação de Segurança sem igual, tu serás protegido por um escudo invisível. Quero cameras de segurança até dentro da minha casa, no meu quarto, no meu banheiro...quero me sentir seguro!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Druida, eu não sou contra o que a Rosário propõe. A minha discordância é essa idéia franciscana do diario gauche de que as pessoas que investem nos gadgets da boa tecnologia são espertalhões que vão se tornar mais ricos... Essa generalização ou reducionismo simplório de que empreendimento fosse sinônimo de picaretagem.

Anônimo disse...

isso daí me lembrou a tal da caixinha de primeiros socorros que todo mundo teve que comprar... só serviu pra enriquecer meia dúzia de vigaristas.

Anônimo disse...

A pulseira ou tornozeleira de presidiário é coisa pra ganhar dinheiro, sim. Algum esperto está só esperando pra pegar a bufunfa do Estado em nome da melhoria na Segurança e baboseiras semelhantes. As câmeras no Centro idem. O Ministério Público tinha que examinar a compra desses equipamentos e que serventia tem, não basta só ligar a câmera é preciso pessoal especializado pra analisar as imagens e inteligência policial pra fazer efeito efetivo destes equipamentos caros e que necessitam complementaçao humana.

Anônimo disse...

O Maia e o Gilmar Mendes nasceram para defender isto!]

Claudio Dode

Anônimo disse...

O monitoramento eletrônico de presos, nada mais é que um avanço no sentido de facilitar a fiscalização daqueles que estão autorizados judicialmente ao serviço externo. É apenas isso. Não há a pretensão de resolver os problemas do sistema penitenciário com isso. A utilização dos equipamentos vai permitir, por exemplo, que apenados autorizados a trabalhar em firmas durante o dia, não precisem dormir em albergues superlotados e sim em suas residências, ou seja, os juízes poderão conceder a muitos a prisão domiciliar, criando muito melhores condições de recuperação, pois estarão mais tempo com seus familiares. Quem não conhece a matéria que aprenda, reflita e pare de falar bobagens.

Anônimo disse...

Outra observação: vários países no mundo utilizam com sucesso esse tipo de tecnologia, incluindo os que possuem os sistemas penitenciários mais avançados na Europa.

Anônimo disse...

Cavalganti:

Já usastes um?

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