Por mais que calem
Por mais que calem
por mais voltas que o mundo dê
por mais que neguem os acontecimentos
por mais repressão que o Estado imponha
por mais que se lambuzem com a democracia burguesa
por mais greves de fome que silenciem
por mais amontoados que estejam os cárceres
por mais pactos que façam com os controladores de classe
por mais guerras e repressões que imponham
por mais que tentem negar a história e a memória de nossa classe,
Mais alto gritaremos:
assassinos de povos
miséria de fome e liberdade
negociadores de vidas alheias
mais alto que nunca, em grito ou em silêncio,
lembraremos vossos assassinatos
De pessoas, vidas, povos e Natureza.
De lábio em lábio, passo a passo, pouco a pouco.
Salvador Puig Antich (1948-1974). Poeta e militante político catalão. Foi preso, julgado e executado em 1974 pelo regime do ditador fascista Francisco Franco.
12 comentários:
Eu adoro todas as poesias deste blog.
Caem tão bem.
Para mim, elas sempre são inéditas.
Passo um tempo pensando nelas.
Obrigada por publicar, Feil!
Típico poema dos anos 60 e 70.
Maia: o típico anta contemporâneo.
Conheço pouco sobre o franquismo além do escolar mas aprendi uma: não sabia que nos anos 70 ainda executavam pessoas por delitos de consciência ou poesias! Fiquei sabendo agora e lamento que se saiba só dos grandes como Lorca e nada dos demais! Parabéns pela postagem!
Sempre em Luta!
Infelizmente, os facistas não tinham nenhuma boa relação com o contraditório.
Pinochet mandou cortar as mãos do poeta e cantor Victor Jara que depois foi assasinado.O exército de Franco derrubou o avião pilotado por Federico Garcia Lorca.
Salazar perseguiu músicos e poetas como Sérgio Godinho.
A arte, como dizia Maiacoviski, ou é revolucionária ou é nada!
Ricardo Mainieri
E ainda tem gente que acha "típico",como uma forma de minimizar esses crimes contra o pensamento humano.Cortem mãos,pés,todo o corpo é só um sintoma típico.
Talvez ,alguns sejam MAIS HUMANOS do que outros humanos, alguns humanos só respiram.
Se iludem pensando que estamos em barcos diferentes...
Abraço no blog
Engana-se muito quem pensa que criminalizar consciencias é coisa do passado na Espanha. Defender a Repúbublica, utilizando a bandeira tricolor, assim como defender a independencia do povo Basco é motivo de ilegalizações de partido,processos, condenaçõe e prisões (existem mais de 800 presos bascos espalhados pelas prisões da Espanha), tudo em nome da "democracia" que só permite um pensamento, no caso da Espanha de da obediencia e subordinação a monarquia, instaurada após o golpe fascista de 1939 e que ainda mantém seus herdeiros firmes e fortes no comando da Espanha.
o maia ficou mordido com o poema...
Para o Maia, a opressão é coisa dos setenta, dos sessenta. Hoje, não tem mais opressão nem motivo pra cantar como o Puig.
Segundo o general, se o ministro "faz questão de lamber feridas", que ponha de lado as que já estão "em processo de cicatrização e volte-se para algumas mais recentes, ainda à espera de esclarecimento", por terem sido supostamente "blindadas pelo governo". Entre essas "feridas" que, avalia, devem ser trazidas à discussão pública, Figueiredo listou o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, o escândalo do mensalão e "os indícios de ligações de membros da cúpula governamental com as Farc".
Un amigo de Porto Alegre me paso este poema y despues me paso directamente el link del blog.
Realmente me encata.
sigo viendo..
Un abrazo desde buenos aires.
Laura
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