Tudo, menos um anjo
Se depois de nossa morte quiserem nos transformar numa chama pequenina e murcha a vagar pelos caminhos dos ventos – temos de nos rebelar. De que adianta o lazer eterno no seio do ar, à sombra de uma auréola amarela, entre murmúrios de coros bidimensionais?
Devíamos penetrar na rocha, na madeira, na água, nas rachaduras de um portão. Antes ser o ranger de um assoalho que uma perfeição estrídula e transparente.
Zbigniew Herbert (1924-1998), poeta/escritor polonês.
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