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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Privatização do aeroporto internacional do Rio


Interesses sombrios usam o governador Cabral como porta-voz

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, pediu ontem ao presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sergio Gaudenzi, a privatização do Aeroporto Internacional Tom Jobim, do Rio. Cabral afirmou que a situação atual do aeroporto, com a necessidade de várias reformas, pode comprometer a candidatura da cidade às Olimpíadas de 2016. A informação é da Agência Brasil.

Segundo o governador, estima-se que sejam necessários investimentos de mais de R$ 500 milhões para adequar o aeroporto às exigências dos Jogos Olímpicos. Ele destacou a necessidade de se reformar os dois terminais e implantar normas de segurança internacionais e anti-terroristas.

A privatização, de acordo com o governador, faria com que o próprio governo federal, atual responsável pelo aeroporto, tivesse receita. “A população do Rio de Janeiro, os turistas brasileiros e os turistas estrangeiros terão um aeroporto de qualidade, com investimentos significativos”, afirmou Cabral.

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Os grandes Cavalos de Tróia dos privateiros, agora, são a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 (esta, sequer está assegurada). Estes mega eventos esportivos, que de esportivos tem muito pouco, constituem-se, a rigor, em feiras mundiais de vendas de bugigangas inúteis, estão servindo de álibi para os picaretas privatistas passem a dar receituários com indicativos de como se deve gerir o Estado e os bens públicos, claro, sempre a favor de seus capitais.

O governador Sérgio Cabral (PMDB), oportunista típico, está deitando conselhos sobre como administrar a Infraero para a virtualidade de o Rio ser a sede da Olimpíada de 2016. Mesmo sabendo que isto é matéria do governo federal, que uma decisão dessa monta – privatizar um aeroporto internacional – tem que passar pelo Congresso nacional, o governador pede candidamente a privatização a um servidor executivo e subordinado como Sérgio Gaudenzi.

Certamente, o governador Cabral está sendo porta-voz privilegiado de interesses que por ora preferem ficar às sombras.

A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 ainda vão dar muito pano para manga, sabe-se que já existe uma franca especulação imobiliária no País todo, hoje, em face da possibilidade destes eventos mundiais acontecerem no Brasil.

4 comentários:

Anônimo disse...

Aqueles que querem privatizar o Tom Jobim deveriam dar uma passadinha no aeroporto de Buenos Aires e ver o que é uma gestão privada dessa atividade. O Ezeiza é um lixo, além de ser um portal de contrabando, armas, drogas e otras cositas más.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O termo privatizar não é o adequado. Aeroporto é bem público e não pode ser privatizado. O Estado, no caso a União, pode sim fazer contrato de concessão do serviço do aeroporto para a iniciativa privada -- mediante cláusulas contratuais bem definidas e transparentes -- explorar. Estive no RJ no início de julho e o Galeão precisa sim de grandes obras, públicas ou privadas eu não sei. Sei que apenas que a gestão pública no Brasil é e sempre foi catastrófica.

Anônimo disse...

Vc quer dizer gestão privada da coisa pública, não senhor Maia?
Sim, porque o que sempre tivemos foi isso, o uso do Estado para fins privados. Temos um arremedo de República e de democracia por causa exatamente disso. Gestão privada da coisa pública. Olha o Detran do RGS, vejam as privatizações da era FHC, as privatizações (doações) do Britto no RGS.

Anônimo disse...

Maia fala da gestão privada do Ezeiza, aquele momento, que tu conhece bem indo para Bariloche.

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