Você está entrando no Diário Gauche, um blog com as janelas abertas para o mar de incertezas do século 21.

Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

MST pode ser despejado com violência do Incra a qualquer momento, para satisfação pessoal de um burocrata petista


Os 600 integrantes do Movimento Sem-Terra que ocupam o prédio do Incra em Porto Alegre podem ser despejados a qualquer momento. O órgão e o governo federal tiveram negados ontem dois pedidos de reintegração de posse porque os juízes entenderam que o Incra já tem poder de polícia. Ou seja, não precisa pedir reintegração de posse para despejar o MST. A informação é da Agência Chasque.

A Polícia Federal notificou, na tarde desta quinta, os sem-terra, que se negaram a deixar o local. O agravante é que, como o efetivo da PF é pequeno no Estado, ela deve contar com a ajuda da Brigada Militar, que já é conhecida pela violência que emprega nas ações policiais.

Em nota divulgada na noite de ontem, o MST afirma que o governo federal não tem vontade de fazer a reforma agrária, priorizando o agronegócio. Um dos exemplos, diz a nota, é a revisão dos índices de produtividade, que o presidente Lula deixou engavetado desde o seu primeiro mandato.

........

É de registrar a lamentável entrevista concedida ao jornal Zero Hora pelo superintendente regional do Incra, Mozar Dietrich, ex-burocrata do Ministério de Desenvolvimento Agrário durante a gestão de Miguel Rossetto, com quem se identifica politicamente.

O repórter de ZH que o entrevistou praticamente pauta a fala de Mozart, este apenas concorda com as assertivas preconceituosas e ideologizadas do amestrado “foca” da RBS, como neste trecho:

ZH — O senhor historicamente apóia o movimento. Ele passou dos limites?

Dietrich Eles passaram absolutamente dos limites. [...]

O mais grave é que o autoritário burocrata, superintendente regional do Incra, decreta que não irá mais negociar com os integrantes do MST.

Ora, essa decisão definitiva e fechada não compete a um burocrata subordinado como o superintendente regional do Incra.

O máximo que o senhor Mozar Dietrich pode fazer é chamar a Brigada Militar do Rio Grande do Sul e solicitar um efetivo policial de choque que faça o serviço sujo que ele gostaria de executar, ou seja, despejar com violência trabalhadoras e trabalhadores rurais que fazem pressão legítima para a conquista de direitos de cidadania.

É o que certamente ocorrerá ainda hoje, para gozo íntimo de Mozar Dietrich, amigo e protegido do petista Miguel Rossetto.


16 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem, Feil.
Vc é um boca do inferno.

Esses burocratinhas petistas são dissimulados, fazem todo o jogo indiretamente do agronegócio.

Anônimo disse...

Tanto a entrevista, quanto a matéria e o título sao medíocres. Quando eu li hoje de manha no site da ZH eu quase mandei um e-mail pro jornalista para xingá-lo.

A parte mais ridícula da entrevista:
ZH — Esse impasse vai contra eles mesmos, já que o processo de assentamento parou?
Dietrich — Sim. Queremos imediatamente retomar as atividades do Incra em benefício deles próprios. As desapropriações que estão sendo feitas pararam, e isso prejudica a eles próprios.


como se nesse tempo em que o incra estivesse trabalhando, eles iriam desapropriar um monte de gente e tudo seria uma beleza.

Anônimo disse...

Engraçada a contradição, MST e INCRA em rota de colisão??
Não era o PT que ia resolver a reforma agrária no país?

Anônimo disse...

Miguel Rossetto e a tchurma da DS enxergam o PT como o grau máximo da esquerda. Renunciaram a tudo para apostar no descaminho chamado PT.
Está dando no que se vê, a utopia por um empreguinho aqui, um empreguinho acolá, e o resto pendurado no cabide do desbundamento político completo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Rossetto conseguiu um cabidinho bem legal. Está numa diretoria de uma nova empresa da Petrobrás junto com o apadrinhado do Jefferson, que continua dando ordem. A entrevista do companheiro Mozar é a demonstração cabal que o MST é um cusco em tiroteio. Os promotores do RS devem colocar o fac símile dessa entrevista na Ação Civil Pública que promovem contra o MST. Está ali a prova cabal, inconteste de que o MST passa sim dos limites. Ele gosta de depredar, pichar, quebrar, impedir o acesso das pessoas e outras coisinhas mais. Muito boa a entrevista.

Anônimo disse...

Onde está a depredação, Maia?

Eu vou depredar é a tua fuça, seu parasita, funcionário público vadio e matador de serviço.

Eu te manjo, rapazinho.

Anônimo disse...

Sempre leio este blog, e gosto muito, mas pela primeria vez fiquei incomodada com a versão mostrada aqui. Sei que tu tens os canais pra conversar com as pessoas envolvidas pelo lado do Incra. Tenho certeza que eles (dirigentes, funcionários) estão esnucados, até porque eles estão vivendo esta tensão tem muito tempo. Não quero nem que tu publiques meu comentários, mas acho que no mínimo deverias ouvir estas pessoas, elas são as mesmas de meses atrás. Talvez tenha muito mais interesses envolvidos, não esquece que estamos em ano eleitoral. Não sei mas não gostei de perceber tua opostura neste caso, Peço desculpas se eu não entendi bem.
obrigada,
liana

Anônimo disse...

O anônimo das 12:16 hs pelo jeito de se expressar de ver ser integrante do MST.


Ciro

Anônimo disse...

Prezada Liana,

Quem não entendeu bem, fui eu. A quais pessoa tu referes?

Não gostaste exatamente do quê?

Aguardo teu esclarecimento.

CF

Carlos Eduardo da Maia disse...

Liana, não sei se vc é servidora do Incra, mas que a situação na autarquia está complicada isso ninguém pode duvidar. O companheiro Mozar não falaria o que falou a ZH se aquilo não fosse verdade. Infelizmente, o MST está passando dos limites. E é isso mesmo o que está acontecendo. Não adianta os blogs de esquerda começarem a defender o indefensável, porque o MST está utilizando em suas ações de práticas autoritárias, violentas e agressivas.

Anônimo disse...

Prezado Cristóvão,
Não sou servidora do INCRA. Sou dona de casa, mas não perdi meu senso crítico. E sempre me considerei apoiadora do MST. E sei, como imagino que tu saibas, que lá no INCRA existem muitos servidores comprometidos com a reforma agrária, apoiadores do
mst. E deve haver também uma assessoria de impressa e uma associação de funcionários que com certeza teriam alguma opinião sobre este assunto. O que me supreendeu foi que tu desprezastes este tipo de fonte de informação.Aparentemente a tua opinião foi baseada na ZH. E isto me incomodou , como me incomodo com a ZH, que faz sempre assim, se baseia num único ponto de vista.
É a primeira que vejo isto aqui no teu blog. Pelo menos é o que me parece. Como disse antes, posso não ter entendido bem. Mas em que momento? Com respeito que tenho pelas tuas opiniões,e tendo explicado meu ponto de vista, agora eu pergunto: Prejudicaria muito a luta do MST buscar a opinião de alguns dos seus apoiadores que trabalham no INCRA?
liana

Baiacurs disse...

É o MST está passando dos limites. Está perdendo a hora, está deixando o cavalo encilhado passar.
Já é hora de calar a direitalha, fazer a Reforma na marra, obrigar esses governos a se posicionar, a mostrar de que lado estão!

Ou será preciso um novo Eldorado dos Carajás?

Anônimo disse...

Prezada Liana,

Se fores reler o que escrevi, verás que a minha fonte é a Agência Chasque. De ZH, eu retirei apenas a lamentável entrevista do superintendente do Incra, Mozar Dietrich. O comentário que fiz foi sobre as palavras de Mozar, que achei pautadas e caudatárias do pensamento da RBS sobre o MST.

Mozar fez o jogo da RBS, é isso precisamente que eu comentei.

Tu querias então que eu entrevistasse algum servidor do Incra para me informar se o Mozar realmente pensa daquela maneira?
É isso?

Ora, Liana, suponho que o senhor Mozar não precise ser tutelado por ninguém, na entrevista já é possível perceber de que lado ele está, especialmente quando decreta que não irá mais negociar com o movimento, e sobretudo quando concorda com o jornal dizendo que houve vandalismo na sede do Incra.

Meus respeitos, prezada Liana.

CF

Anônimo disse...

Prezado Cristóvão

Sim, eu esperava que buscasses outras opiniões, dentro do INCRA. Possivelmente no proprio MST deve haver mais de uma visão a respeito deste caso, mas não penso que isso devesse ser debatido. Minha questão era quanto aos funcionários do INCRA, que como escrevi, pareciam estar esnucados. Não me parece que eles tenham feito o jogo da RBS, que estava pedindo pelo coronel Mendes. Outras posições do Mozar tb sugerem de que lado ele está, e com certeza não parece que seja o da ZH. Aliás, sou das que acredita, com base em fatos, que a ZH mente. Felizmente agora se sabe que tudo terminou bem, e este assunto perde o sentido.
Agradeço tua atenção. Penso que como eu, tu tb não ves motivos para continuar nesta discussão.

Meus respeitos,prezado Cristóvão.
Liana

Anônimo disse...

Liana:

Acho que procede a tua preocupação com os funcionários do Incra, que acredito também, tem muitos com um compromisso maior com a reforma agrária.

Entretanto o que se está criticando aqui é a atitude do sr. Mozart, que parece abandonou a trincheira para se alinhar com o fascinora do Mendes, por quem clama, e atendendo o demandadon pela PRBS, e o PIG.

Claudio Dode

Anônimo disse...

É o quadro do PT, e dos figurões da DS hj, nada mais...

Essa entrevista foi esclarecedora, liana, falar com quem? Com o Mozart para perguntar se ele pensa isso mesmo ou estava só "enganando" a ZH, ou tendo q se submeter contra sua vontade???? Ora, por favor...quem fez o jogo da ZH foi ele, e não o contrário.

Infelizmente acho que queres aida acreditar em algo que cada vez mostra mais sua faceta imunda, isso sim.

Contato com o blog Diário Gauche:

cfeil@ymail.com

Arquivo do Diário Gauche

Perfil do blogueiro:

Porto Alegre, RS, Brazil
Sociólogo