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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Banrisul está na raiz do imbróglio da casa


Para piorar, Yeda cometeu outro erro grave ontem

Alguns comentários breves sobre a última volta do parafuso do tema “casa nova e me devendo” da governadora tucana Yeda Rorato Crusius:

1) O procurador Geraldo Da Camino cumpriu o que dele se esperava, ao exigir mais elementos sobre a evolução patrimonial da governadora, para que se possa fazer um juízo definitivo sobre a enfumaçada compra de uma valiosa casa (cujo preço é uma incógnita) por parte de alguém que acabara de se eleger governadora do Estado, mas que ainda não havia tomado posse do Executivo, considerando que esse alguém não tinha cacife pecuniário para assumir compromisso financeiro de tamanha monta;

2) Lamenta-se que o caso vá, inevitavelmente, parar no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, instituição esta mais suspeita que o próprio objeto que estará examinando, haja vista o método deformado de escolha dos conselheiros, comumente feita sem a menor transparência pública, fruto de arranjos secretos, pseudo-políticos e sempre conservadores, que resultam em sinecuras vitalícias onerosas aos cofres públicos e que não atendem ao mais débil dos princípios republicanos;

3) O jornal ZH sintomaticamente (como defensores mais argutos da governadora, já que esta, estranhamente, contratou um criminalista para um assunto imobiliário/comercial) afirma que um dos pontos da controvérsia seria o apartamento do Litoral. Certo. Mas não é o mais importante. A raiz deste imbróglio está no Banrisul. Esses fios (bancários) desencapados são os que o procurador Da Camino parece querer puxar;

4) O Palácio Piratini, através da secretaria-geral de Governo, cometeu um erro estratégico, ontem. Emitiu uma nota oficial comentando a decisão de Geraldo Da Camino. Um tiro no próprio pé direito. Todo o governo foi contaminado com o problema imobiliário dos Crusius. Ao fazê-lo, involuntariamente (burramente), transformou um problema pessoal do casal Crusius (ainda que estes devam dar satisfações públicas sobre assuntos privados), num problema de governo. Agora, sim, o imbróglio está politizado (como a Oposição queria!), já que foi usada uma estrutura oficial do Estado, com um porta-voz a soldo do Estado, para dar satisfações públicos sobre algo que é da esfera privada da governadora, repito, mesmo que esta – quando no exercício do seu mandato – deva explicar sempre cada ato seu que envolva interesse público. É certo que as fronteiras entre público/privado – neste caso – sejam feitas de fios quase invisíveis, mas as fronteiras existem, e uma chefe do Poder Executivo não pode jamais ignorá-las.


12 comentários:

Anônimo disse...

Bah!

Omar disse...

Os tribunais e procuradorias do RS poderiam propor uma nova modalidade olímpica: repasse de batatas quentes.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Interessante que a Zero Hora estampou na capa de hoje que "Procurador Pede ao TCE mais explicações sobre a compra da casa de Yeda". Essa notícia não está no meio do jornal, nas entrelinhas, ela é capa, ela é manchete. E a arrogante da Yeda se enredou de vez com a compra de sua casa. Jogo um bom malbec argentino e uma corrida de taxi que este assunto, dentro do TCE, vai acabar em pizza. Infelizmente.

Anônimo disse...

É manchete pq caiu na capa e não pq a linha editorial fosse essa. O PRBS ignorou o assunto até onde pode, agora não consegue mais.
A posição da mídia do centro do país, com reportagens sobre o assunto em jornais conservadores como FSP e a revista Veja, obrigam a esse veículo de (des)informação a dar relevância ao assunto.
Agora MALA, completa a tua frase, pq tu joga e torçe! Esse é o governo considerado ideal pelos idiotas que ainda crêem em uma saída ultra-liberal para o estado. Entretanto, esse governo tem tido o pior desempenho de todos os governadores desde a "abertura democrática".
A única cantiga que vcs conseguem repetir é a do tal ajuste, que diga-se de passagem melhora pq o incremento do ICMS tem sido grande, como ocorre ciclicamente na economia RGS em fase de crescimento econômico. Quer dizer, o ajuste se dá pelo lado da receita, e não pelo da despesa como tentam nos ingrupir!
Se esse governinho estivesse ocorrendo no momento político do governo Collor, ela tinha ido junto.

Anônimo disse...

acho que temos que fazer manifestações lá na frente do TCE todos os dias, fazer aqueles parasitas desovarem uma solução que diga a verdade para o RGS
temos que fazer um corredor polonês pros conselheiros sentirem o bafo na nuca
esses inúteis só funcionam no tranco, pois então vamos dar um tranco por dia na canalha da mamata pública

Anônimo disse...

é, a batata da velha tá cada vez mais quente!

Joana

Anônimo disse...

quente e suja

Anônimo disse...

O mais interessante deste imbróglio é que todos os caminhos levam a Canoas, inclusive Mendes que é gente do Ronchetti. Zapeando na Internet achei indicativos de que o Sr.Eduardo Laranja da Fonseca tinha ou tem negócios naquela cidade - isto só a título de informação e estranhando o quanto Canoas ficou importante na política gaúcha! Estou começando a acreditar que desta vez não termina em pizza pois os indicativos de tráfico de influências são escancarados demais, passaram do limite. Só quem não quer ver não enxerga! Tem jornalista blogeiro que está simplesmente desesperado - vai secar a fonte!

Anônimo disse...

O TCE tem que provar que todo o dinheiro investido nessa autarquia autônoma do estado tem que funcionar e mostrar resultado. Ainda mais que esta situação é muito delicada para se criar cortina de fumaça e nada se fazer em prol de uma auditoria eficiente e produtiva!! É o nosso dinheiro que foi pulverizado na ação desta QUADRILHA!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Panoramix, você tomou moloko hoje?

Carlos Eduardo da Maia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Not yet "Alex Maia"! Hoje é sexta! O dia sagrado de ouvir a nona de Ludwig Van, moloko não cai bem! Mas cairia como uma luva para Yeda e seus droogs! Isn't It?

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