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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sábado, 9 de agosto de 2008

Poema Puig


Por mais que calem

Por mais que calem
por mais voltas que o mundo dê
por mais que neguem os acontecimentos
por mais repressão que o Estado imponha
por mais que se lambuzem com a democracia burguesa
por mais greves de fome que silenciem
por mais amontoados que estejam os cárceres
por mais pactos que façam com os controladores de classe
por mais guerras e repressões que imponham
por mais que tentem negar a história e a memória de nossa classe,

Mais alto gritaremos:

assassinos de povos
miséria de fome e liberdade
negociadores de vidas alheias
mais alto que nunca, em grito ou em silêncio,
lembraremos vossos assassinatos

De pessoas, vidas, povos e Natureza.

De lábio em lábio, passo a passo, pouco a pouco.

Salvador Puig Antich (1948-1974). Poeta e militante político catalão. Foi preso, julgado e executado em 1974 pelo regime do ditador fascista Francisco Franco.

12 comentários:

Helena disse...

Eu adoro todas as poesias deste blog.
Caem tão bem.
Para mim, elas sempre são inéditas.
Passo um tempo pensando nelas.

Obrigada por publicar, Feil!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Típico poema dos anos 60 e 70.

Anônimo disse...

Maia: o típico anta contemporâneo.

Anônimo disse...

Conheço pouco sobre o franquismo além do escolar mas aprendi uma: não sabia que nos anos 70 ainda executavam pessoas por delitos de consciência ou poesias! Fiquei sabendo agora e lamento que se saiba só dos grandes como Lorca e nada dos demais! Parabéns pela postagem!

Anônimo disse...

Sempre em Luta!

Ricardo Mainieri disse...

Infelizmente, os facistas não tinham nenhuma boa relação com o contraditório.
Pinochet mandou cortar as mãos do poeta e cantor Victor Jara que depois foi assasinado.O exército de Franco derrubou o avião pilotado por Federico Garcia Lorca.
Salazar perseguiu músicos e poetas como Sérgio Godinho.
A arte, como dizia Maiacoviski, ou é revolucionária ou é nada!

Ricardo Mainieri

Anônimo disse...

E ainda tem gente que acha "típico",como uma forma de minimizar esses crimes contra o pensamento humano.Cortem mãos,pés,todo o corpo é só um sintoma típico.
Talvez ,alguns sejam MAIS HUMANOS do que outros humanos, alguns humanos só respiram.
Se iludem pensando que estamos em barcos diferentes...

Abraço no blog

A Batalha disse...

Engana-se muito quem pensa que criminalizar consciencias é coisa do passado na Espanha. Defender a Repúbublica, utilizando a bandeira tricolor, assim como defender a independencia do povo Basco é motivo de ilegalizações de partido,processos, condenaçõe e prisões (existem mais de 800 presos bascos espalhados pelas prisões da Espanha), tudo em nome da "democracia" que só permite um pensamento, no caso da Espanha de da obediencia e subordinação a monarquia, instaurada após o golpe fascista de 1939 e que ainda mantém seus herdeiros firmes e fortes no comando da Espanha.

Anônimo disse...

o maia ficou mordido com o poema...

Anônimo disse...

Para o Maia, a opressão é coisa dos setenta, dos sessenta. Hoje, não tem mais opressão nem motivo pra cantar como o Puig.

Anônimo disse...

Segundo o general, se o ministro "faz questão de lamber feridas", que ponha de lado as que já estão "em processo de cicatrização e volte-se para algumas mais recentes, ainda à espera de esclarecimento", por terem sido supostamente "blindadas pelo governo". Entre essas "feridas" que, avalia, devem ser trazidas à discussão pública, Figueiredo listou o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, o escândalo do mensalão e "os indícios de ligações de membros da cúpula governamental com as Farc".

Anônimo disse...

Un amigo de Porto Alegre me paso este poema y despues me paso directamente el link del blog.
Realmente me encata.
sigo viendo..
Un abrazo desde buenos aires.
Laura

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