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terça-feira, 19 de agosto de 2008

Contraste com o caso dos torturadores e assassinos brasileiros


“Eu precisava ver mamãe” – dizia o torturador

Hoje, em Buenos Aires, a manchete principal do diário Página/12 informa sobre a prisão do ex-militar Julián “Laucha” Corres. Laucha estava foragido há mais de 20 dias. Evadira-se de uma prisão militar de Baya Blanca, onde gozava de muitas regalias de seus ex-companheiros de caserna. Ao ser preso, ontem, alegou que precisava ver sua mãe, de 82 anos, onde estava escondido, numa pequena localidade da província de Santa Fé, no centro-leste da Argentina.

Quando fugiu, contou com o inestimável auxílio de vários amigos, segundo o diário portenho: militares “retirados” e um grande empresário do ramo petroleiro, também dono de uma conhecida “bodega” (fabricante de vinhos) argentina. O jornal não informou os nomes dos amigos do tenente-coronel reformado Julián “Laucha” Corres.

O prisioneiro Laucha, de 56 anos, é acusado de cometer 47 seqüestros, 38 torturas (era especialista no uso da “picana”, instrumento para aplicar choques elétricos nos presos políticos imobilizados à força), 17 homicídios e sete desaparecimentos forçados.

A Polícia Federal argentina, que o prendeu, ficou observando a possível movimentação do ex-militar. Laucha Corres está muito rico (na Argentina, os torturadores faziam suas vítimas renunciar em cartório aos seus bens materiais) e ainda tem mãe. As diligências, então, foram para verificar se havia movimentação financeira, uma vez que o criminoso militar certamente tencionava abandonar o país, e junto à casa da sua velha mãe. Não deu outra, o repressor – por algum motivo freudiano – foi buscar abrigo junto à mãe.

Na Argentina, hoje, dezenas de ex-militares que participaram da repressão da última ditadura (1976 a 1983) estão sendo julgados, mas quarenta destes militares ainda estão foragidos. Até ontem eram 41, os militares argentinos fugitivos da Justiça.

Informado pela Polícia Federal que Laucha havia sido novamente capturado (ele já fugiu duas vezes), o ministro da Justiça, Segurança e Direitos Humanos argentino, Aníbal Fernández, ordenou aos seus subordinados:

- Tragam-no de qualquer jeito!

Laucha aguardará o julgamento não mais em Baya Blanca, mas na prisão do Campo de Maio, na Capital federal.

10 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!
Grande sacada.

Anônimo disse...

Nós, brasileiros, talvez por folclore, somos "inimigos" (de gozação) dos argentinos, principalmente no futebol.

Mas com o que está ocorrendo no país vizinho, em relação a punição dos envolvidos em crimes durante a ditadura, é de causar inveja.

A postura do povo argentino é exemplar, nada em comum cam a nossa postura. Aqui, mexer com esses criminosos é tabu.

Pena...

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
eu precisava ver mamãe!, é ótimo!!!!!!!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkk

oligão fdp, tem que expropriar os bens dessa coisinha doentia.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Segundo o livro "Dos Filhos Deste Solo", escrito pelo ex-ministro Nilmário Miranda e jornalista Carlos Tibúrcio, co-edição da Boitempo Editorial e Perseu Abramo, são 424 o número de mortos e desaparecidos pela ditadura militar no Brasil. Isso, 424. Sabem qual o número de mortos e desaparecidos na Argentina? 18.000 a 30.000 pessoas.

Anônimo disse...

e daí Maia?
precisariam morrer 100 mil no Brasil pra haver julgamento?

o número não conta, o que conta é o método ditatorial e repressivo, a transgressão à lei e ao estado de direito

Anônimo disse...

O Maia queria é mais sangue. Não é atoa que ele torce para o facínora do Mendes.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Por que não falam também do regime ditatorial do Fidel? Esse, por ser de esquerda, pode ser ditador? E os mortos de Cuba. Muito bem que punam exemplarmente todos os torturadores e os que cometeram outros crimes. Mas a regra tem que valer para todos. Ou não? Com a palavra os fraldinhas que sonham com a revolução comunista, comandada de dentro de seus quartos, tendo como arma seus computadores e a internet. Hehehehehehehe

Anônimo disse...

Aí então, teríamos que mandar prender o BUSH, que manda matar famílias inteiras no MUNDO !HIPÓCRITAS!! INVADE NAÇÕES SOB ALEGAÇÕES TENDENCIOSAS IGUAL AO MAIA, QUE AQUÍ VEM FALAR ASNEIRAS!! MAIA! ULTRADIREITISTA VAI PROCURAR A TUA TURMA DE MEDÍOCRES !!!!

Anônimo disse...

O BUSHISMO APÓIA DITADURAS NO MUNDO !! E A MÍDIA CONSERVADORA OMITE!!

Anônimo disse...

Os filhotes da ditadura militar não conseguem justificar os crimes dos seus lideres e ficam dizendo bobagens, o Maia e seu fiel escudeiro Cavalganti.

Façam o seguinte somem todas as mortes ocorridas neste mes pelas guerras de saques dos EUA e podem jogar o BUSH na linha de frente.

Claudio Dode

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