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terça-feira, 20 de novembro de 2007


Dia da Consciência Negra se originou no RS


O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é feriado em 225, de um total de 5.561 municípios do país, segundo levantamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A data, celebrada em centenas de eventos pelo país, lembra o dia em que foi assassinado, em 1695, o líder negro Zumbi, do Quilombo dos Palmares, um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão. Texto publicado na página da Seppir, órgão ligado à Presidência da República, explica essa história. Em 1971, ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, chegaram à conclusão de que 20 de novembro tinha sido a data de execução de Zumbi e estabeleceram-na como Dia da Consciência Negra. Sete anos depois, o Movimento Negro Unificado incorporou a data como celebração nacional. Em 2003, a lei 10.639, sancionada pelo presidente Lula, estabeleceu a data como parte do calendário escolar brasileiro. As informações são da Agência Brasil.

"Herdamos os propósitos de Luiza Mahin, Ganga Zumba e legiões de homens e mulheres negras que se rebelaram contra um sistema de opressão. Lançaram mão de suas vidas a se conformarem com a prisão física e de pensamento", diz o texto, assinado pela ministra da Seppir, Matilde Ribeiro. Luiza Mahin foi mãe do jornalista e advogado negro Luís Gama, um dos líderes do movimento abolicionista, no século 19. Ganga Zumba foi outro líder de Palmares.

"Orgulhosamente, exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscamos maior participação e cidadania para os afro-brasileiros e nos associamos a outros grupos para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial", continua a ministra, no texto.
"Que este 20 de Novembro, assim como todos os outros, seja de muita festividade, alegria e renove nossas energias para continuarmos nossa trajetória para conquista de direitos e igualdade de oportunidades. Estejamos todos, homens e mulheres negras, irmanados nesta caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial!”, conclui ela.

O 20 de novembro foi instituído como data de referência para o movimento em contraposição ao 13 de maio, quando foi decretada a abolição da escravatura, a chamada Lei Áurea, pela princesa Isabel, em 1888. O 13 de maio expressa, então, a celebração da generosidade de uma branca em relação aos negros, em vez de enfatizar a própria luta dos negros por sua libertação.

O Dia da Consciência Negra é marcado por manifestações, passeatas e seminários em várias cidades brasileiras. Segundo o saite da Seppir, o Estado onde mais cidades decretaram a data feriado é o Rio de Janeiro, com 92 municípios

9 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Cristóvão, me diga, please, quem é que matou Ganga Zumba e por que ele morreu? E por que Ganga Zumba nunca é lembrado?

Anônimo disse...

Ganga Zumba ou Gana Zumba foi o rei de Palmares. É um filme, também, de Cacá Diegues, de 1963, e que foi censurado pela ditadura militar.

Maia, tu queres pegar as contradições, eu saquei. É curioso que as contradições dos ofendidos, tu as percebe logo, não? E as contradições das classes dominantes, que são as próprias contradições do sistemão? Essas são difíceis de perceber, não?

Zumba foi assassinado pelos quilombolas e ficou no seu lugar o sobrinho Zumbi.

Zumba teria traído Palmares, tendo feito um acordo com os brancos, que reescravizaram negros depois do suposto acordo vil. Palmares não foi o paraíso socialista na terra, esteja certo disso, senhor branco Maia. Os próprios negros tinham diferenças étnicas muito fortes. Palmares era um refúgio de negros de diversas origens africanas, tribos que inclusive haviam guerreado outrora. A perfídia e as traições eram bem possíveis numa sociedade provisória, desigual, e com laços sociais frouxos, uma espécie de lado B da sociedade branca, monarquista, racista, religiosa e etnocêntrica.

Palmares deve ser visto sobretudo como um mito, e como tal deve ser entendido.

Palmares antes de ser uma Utopia, foi uma distopia, no sentido de Stuart Mill.

Anônimo disse...

Completando, então... distopia, para Mill, é uma sociedade que NÃO deve ser copiada, ao contrário da Utopia.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O sistemão, prezado Feil, tem contradições imensas. Todo mundo as percebe. As contradições da ditadura do "politicamente correto" é que são dificeis de serem percebidas, porque censuradas, omitidas ou manipuladas. O titio foi o primeiro lider quilombola e foi envenenado pelo grupo do sobrinho - talvez a mando do próprio - porque aceitou conversar (conversar é traição???) com o homem branco português (que estava bem longe de ser um santo). O nome de Zumbi é lembrado e bem lembrado, seu nome é hoje data nacional, mas o nome do titio e sua nebulosa morte não vale a pena investigar.

Anônimo disse...

O politicamente correto é invenção dos intelectuais liberais norte-americanos, lá chamados de esquerda (left).

A esquerda marxista não produziu isso e não compartilha dessa clicheria jornalística que usa eufemismos bobocas para classificar o mesmo, sem modificar-lhe a essência.

Anônimo disse...

Pior é morar perto da Associação da Entidades Carnavalescas de Porto Alegre e ouvir, em todos as últimas segundas-feiras, discursos de homenagens àqueles que "contribuíram para a classe negra" e que lutam contra a opressão da "classe branca".

Chego a mudar de cor com isso...

Anônimo disse...

Feil

O quilombo foi a experiência d resistência possível, com todas as suas contradições, naquelas condições históricas. Qualquer pessoa de boa vontade e com inteligência mediana percebe isso. No mais, essa pergunta respondida por ti foi só mais uma provocação imbecil, q nem mereceria resposta.

Anônimo disse...

Olhem a proposta desse mentecapto:
"PL 831/2007, do deputado Odair Cunha (PT-MG): determina a criação, nos hospitais que prestam atendimento em aborto legal, de programas para orientar mulheres sobre os efeitos e métodos utilizados no procedimento, de forma a tentar dissuadi-las da decisão de interromper a gravidez. Essas mulheres terão de ser submetidas a filmes que demonstrem as formas utilizadas para a retirada do feto humano e sua formação física, mês a mês, causando-lhes mais um constrangimento. Tudo isso depois de passarem por um estupro ou risco de morte."
O cara tá simplesmente propondo uma sessão d tortura psicológica contra as mulheres vítimas de estupro. Por q ñ apredrejá-las na rua até a morte, então? O q o movimento d mulheres tá fazendo sobre isso?

Anônimo disse...

Para ler mais sobre o assunto:
http://dialogico.blogspot.com/2007/11/carta-aberta-em-favor-dos-direitos.html

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