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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Tele-entrega rançosa

"O poeta municipal/discute com o poeta estadual/qual deles é capaz de bater o poeta federal. Enquanto isso o poeta federal/tira ouro do nariz" - já poetava Drummond.

Acho que os jornalistas, de resto outras profissões, também, podem igualmente ser classificados como municipais, estaduais, e federais. Mino Carta é um jornalista federal. Já o vetusto Paulo Sant'Anna é um jornalista municipal, quase paroquiano, bem como a igualmente vetusta colunista de O Sul, Beatriz Fagundes.

Não a conheço, mas um amigo me disse o seguinte: "Olha, Feil, eu diria que ela sabe mais pintar o rosto no escuro, do que escrever um bom texto na luz coada da manhã". Esse meu amigo é um poeta bissexto, sabe, e não simpatiza muito com senhoras que se esbaldam na cosmética facial excessiva. É preciso dar um desconto, portanto.

Pois, a municipal Fagundes, hoje, resolveu descontar o seu azedume contra o presidente Hugo Chávez, da Venezuela. Não vou aborrecer vocês com o texto escrito com o dedão do pé (as mãos, dizem-me, ela as usa exclusivamente para rebocar a face), da colunista de O Sul, mas leiam só os dois últimos parágrafos, por favor:

[...] "Isso tudo precisa ser levado em devida conta pelo Parlamento brasileiro na hora de decidir sobre o ingresso da Venezuela (enquanto lá estiver a ditadura chavista) no Mercosul. Este nasceu porque aqui raiara a democracia e, com ela, está íntima e inseparavelmente comprometido.

Aceitar Chavez é inocular no sadio corpo dessa adolescente democracia do Mercosul, o vírus corrosivo do populismo ditatorial, corruptor e corrompido. Trocar a integração pela submissão, o diálogo pela imposição".

Confesso que não acho que Chávez seja a reencarnação de Lênin, nem de Che, mas não se pode atacá-lo assim, dessa forma desqualificada e desinteligente. Fagundes está militando contra a entrada da Venezuela no acordo aduaneiro do Mercosul. Atitude estreita e ranheta. Se ela, Fagundes, perguntar a grandes empresários brasileiros o que acham da entrada da Venezuela no bloco comercial, certamente, teria muitas surpresas-surpreendentes. Começando por Jorge Gerdau, que há muito já está com interesses confortavelmente acolhidos em terras bolivarianas. Ele e dezenas de outros grandes empresários brasucas.

Portanto, pára com isso, dona Fagundes! A senhora está entregando uma bóia fria e rançosa. Não é bem isso que os seus patrões lhe encomendaram. Vai lá e confere as suas obrigações diárias de jornalista paroquiana. Vai!

4 comentários:

Anônimo disse...

O índio deveras incomoda meio mundo plutocrata. Isso é ótimo. Quem tem, tem medo... E é bom que tenha medo mesmo!

Anônimo disse...

Dá-lhe Hugo !!!!!!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Em tese a Venezuela é um ótimo parceiro para o Mercosul, sob o ponto de vista empresarial. A questão é quem governa a Venezuela que vai querer impor um modelo que pode ser prejudicial ao Mercosul. Certo faz o Chile que namora com o mercosul e nunca casa e faz tratado de livre comércio -- sem prestar contas para os outros países -- com zilhões de países do mundo. Por isso, o Chile é o Chile.

A CARAPUÇA disse...

Bom mesmo é a Alca, não é mesmo!

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