Um tardio Napoleão de hospício
Antigamente todo paranóico queria ser Napoleão Bonaparte. Os ideais de grandeza, poder, glória e nobreza adquirida a muque identificavam o conquistador francês com nove entre dez louquinhos pedestres. Quem não queria ser Napoleão de hospício queria ser Maria Antonieta de periferia.
Hoje, com a medicalização da vida e a mercantilização das patologias mentais, já não existe mais hospício e os eternos paranóicos aspiram ser ou Condoleezza Rice ou o rei da Espanha, mesmo por que a mania de grandeza ainda fecunda o imaginário de insanos que aspiram ir muito além dos próprios chinelos.
Tudo isso para falar de quem? Quem é o nosso Napoleão de hospício da hora? O nosso aspirante a rei por-que-não-te-calas? da Espanha? Quem é o nosso ministro Condollezza Rice brasuca?
Ganha uma raspadinha de capilé quem apontar o ministro da Defesa e artista de circo, Nelson Jobim. O amigo e ex-sócio do douto jurisconsulto Eliseu Padilha está cada vez mais impossível. Agora quer travar uma guerra particular com o presidente venezuelano Hugo Chávez, para tanto anda reunindo-se com militares nostálgicos da ditadura e prometendo o que pode e sobretudo o que não pode na área de tecnologia bélica avançada.
Neste final de semana, encerrou-se no Rio a 4ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana. Trata-se de um encontro internacional de milicos, de vendedores de armas, de algumas escassas autoridades e curiosos em geral para conversar sobre os delírios da guerra de conquistas, diga-se de passagem, um candente tema de século 19.
O ministro Jobim compareceu e falou. Se fosse um sujeito ajuizado deveria ter falado contra a existência da famigerada Escuela de las Américas (recentemente renomeada paraWestern Hemisphere Institute for Security Cooperation), centro de treinamento e capacitação de torturadores e assassinos profissionais de exércitos e polícias das três Américas, muitos deles apontados como perpetradores de crimes contra a humanidade, como Galtieri e Noriega, estes apenas os mais conhecidos. Essa escola de autênticos terroristas de Estado foi sediada no Panamá, hoje está na Geórgia. Mas não, o ministro Jobim voltou a falar em rearmamento, em energia nuclear e ratificou a idéia de construção de um submarino nuclear, segundo ele, com o objetivo de "patrulhar o campo petrolífero de Tupi", recentemente descoberto, acentuando o grau de apurado improviso com que o ministro manifesta suas idéias asininas. No tal encontro chegou-se a comentar, segundo os jornais, sobre a construção de artefatos explosivos nucleares, e da necessidade de os militares brasileiros dominarem toda a cadeia tecnológica de enriquecimento do urânio.
Isso é muito grave. Se o presidente Chávez tivesse dito algo vizinho do tabuísmo nuclear, já seria motivo de grita generalizada e histérica da mídia corporativa. Pois, um ministro do presidente Lula está tendo delírios napoleônicos tardios (e nucleares) e nada acontece.
Já não se trancafiam em hospícios, os loucos e paranóicos, mas também não se pode permitir que façam o discurso oficialista de Estado da forma como a sua enfermidade vê a realidade circundante. Neste segundo caso, o núcleo político planaltino, verificando a gravidade da situação, teria duas opções não excludentes: mandar medicalizá-lo fortemente ou obrigá-lo a desvestir o dólmã e os alamares bonapartistas. Ou ainda - a recomendada - exonerá-lo do cargo de ministro a bem do Estado, da paz mundial e das relações solidárias com os países irmãos da América Latina.
Antigamente todo paranóico queria ser Napoleão Bonaparte. Os ideais de grandeza, poder, glória e nobreza adquirida a muque identificavam o conquistador francês com nove entre dez louquinhos pedestres. Quem não queria ser Napoleão de hospício queria ser Maria Antonieta de periferia.
Hoje, com a medicalização da vida e a mercantilização das patologias mentais, já não existe mais hospício e os eternos paranóicos aspiram ser ou Condoleezza Rice ou o rei da Espanha, mesmo por que a mania de grandeza ainda fecunda o imaginário de insanos que aspiram ir muito além dos próprios chinelos.
Tudo isso para falar de quem? Quem é o nosso Napoleão de hospício da hora? O nosso aspirante a rei por-que-não-te-calas? da Espanha? Quem é o nosso ministro Condollezza Rice brasuca?
Ganha uma raspadinha de capilé quem apontar o ministro da Defesa e artista de circo, Nelson Jobim. O amigo e ex-sócio do douto jurisconsulto Eliseu Padilha está cada vez mais impossível. Agora quer travar uma guerra particular com o presidente venezuelano Hugo Chávez, para tanto anda reunindo-se com militares nostálgicos da ditadura e prometendo o que pode e sobretudo o que não pode na área de tecnologia bélica avançada.
Neste final de semana, encerrou-se no Rio a 4ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana. Trata-se de um encontro internacional de milicos, de vendedores de armas, de algumas escassas autoridades e curiosos em geral para conversar sobre os delírios da guerra de conquistas, diga-se de passagem, um candente tema de século 19.
O ministro Jobim compareceu e falou. Se fosse um sujeito ajuizado deveria ter falado contra a existência da famigerada Escuela de las Américas (recentemente renomeada paraWestern Hemisphere Institute for Security Cooperation), centro de treinamento e capacitação de torturadores e assassinos profissionais de exércitos e polícias das três Américas, muitos deles apontados como perpetradores de crimes contra a humanidade, como Galtieri e Noriega, estes apenas os mais conhecidos. Essa escola de autênticos terroristas de Estado foi sediada no Panamá, hoje está na Geórgia. Mas não, o ministro Jobim voltou a falar em rearmamento, em energia nuclear e ratificou a idéia de construção de um submarino nuclear, segundo ele, com o objetivo de "patrulhar o campo petrolífero de Tupi", recentemente descoberto, acentuando o grau de apurado improviso com que o ministro manifesta suas idéias asininas. No tal encontro chegou-se a comentar, segundo os jornais, sobre a construção de artefatos explosivos nucleares, e da necessidade de os militares brasileiros dominarem toda a cadeia tecnológica de enriquecimento do urânio.
Isso é muito grave. Se o presidente Chávez tivesse dito algo vizinho do tabuísmo nuclear, já seria motivo de grita generalizada e histérica da mídia corporativa. Pois, um ministro do presidente Lula está tendo delírios napoleônicos tardios (e nucleares) e nada acontece.
Já não se trancafiam em hospícios, os loucos e paranóicos, mas também não se pode permitir que façam o discurso oficialista de Estado da forma como a sua enfermidade vê a realidade circundante. Neste segundo caso, o núcleo político planaltino, verificando a gravidade da situação, teria duas opções não excludentes: mandar medicalizá-lo fortemente ou obrigá-lo a desvestir o dólmã e os alamares bonapartistas. Ou ainda - a recomendada - exonerá-lo do cargo de ministro a bem do Estado, da paz mundial e das relações solidárias com os países irmãos da América Latina.
5 comentários:
Não sei qual o pior, esse Jobim ou o Simon, ambos do mesmo partido.
O principal culpado, de não se poder internar pessoas como o "Patton" Jobin, é do psiquiatra Franco Basaglia defensor de uma nova concepção da loucura e que definia a Instituição Psiquiátrica como um aparelho ideológico do Estado, ou seja, a loucura entendida como “uma produção psicopatológica onde o doente se refugia a fim de escapar de uma realidade social insuportável” (Basaglia – A Instituição Negada).
Bem, com essas e outras, defendeu a aberturas dos "Pinéis" da vida.
Alguém pode me dizer de quem foi a infeliz idéia de convocar o Jobim para Ministro do Lula? Pois o Lula ter ratificado a nomeação não me espanta...
Meu caro Cristóvão: Acredito que o sino "tomado por empréstimo" da Faculdade de Direito da UFRGS, ainda ressoe nos ouvidos de Jobin! Será esta a maldição do Sino da Faculdade de Direito da UFRGS?
Certo. Se Jobim fosse negro, o nome não seria empréstimo.
Abç.
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