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quarta-feira, 28 de novembro de 2007


Desempregados ocupam prédio da Corlac em Porto Alegre

Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) ocuparam hoje o prédio da Corlac em Porto Alegre. Esta ocupação é para denunciar à sociedade gaúcha que imóveis do governo estadual não cumprem sua função social, e reivindicar audiência imediata com a governadora Yeda para negociação sobre as propostas do MTD para combater o desemprego. Enquanto isso, os grupos de produção da organização seguem sem espaço e sem equipamentos para poder trabalhar. Também querem dialogar com a sociedade sobre a problemática do desemprego estrutural e a situação das famílias desempregadas que moram na periferia dos centros urbanos.

Os trabalhadores reivindicam que o Estado repasse aos trabalhadores esses espaços públicos para que as famílias possam trabalhar, gerando trabalho e renda. Márcia, da coordenação do MTD, afirma que grande parte dos imóveis que pertencem ao governo estadual estão abandonados, ao invés de estarem sob controle e utilização dos trabalhadores gaúchos.

"Queremos que a governadora, que é mulher, venha falar de igual com as mulheres do MTD, que sustentam seus filhos na periferia. O MTD hoje é formado, em mais de 90%, por mulheres de periferia. Não estamos desempregadas porque queremos, precisamos e queremos que o Estado nos atenda da mesma forma que atende aos grandes empresários", diz a coordenadora.

Nessa audiência, o MTD buscará sensibilizar a governadora para que libere recursos para a execução do Programa "Frentes Emergenciais de Trabalho" ainda em 2007, considerando que no Orçamento deste ano há R$ 2,5 milhões destinados às frentes. Porém, até o momento, nenhuma frente foi liberada.

As frentes de trabalho são uma conquista do MTD que vêm dando certo. Pelas frentes, os trabalhadores recebem qualificação técnica e uma ajuda de custo para se sustentar e comprar a matéria-prima para a confecção de produtos (pão, cucas, roupas e artesanato). No entanto, falta espaço para que os desempregados, organizados em grupo, possam trabalhar, bem como equipamentos e ferramentas.

Existem vários exemplos que comprovam a eficácia dessa política pública. Em Caxias do Sul, as frentes de trabalho já foram adotadas pela prefeitura municipal. "As frentes de trabalho que temos cumprem com o seu papel. No entanto, falta muito mais. Queremos trabalhar, mas precisamos de condições", diz Márcia.

“O Governo evita se reunir com os desempregados, forçando-os a fazer 16 ocupações e protestos por todo Estado, de abril a agosto, apenas para conseguir uma única reunião com o Secretário do Desenvolvimento Social, Fernando Schüller. Ele prometeu um projeto para 2008 e 2009, mas nossa fome tem pressa. Ele diz que o Estado não tem dinheiro. Mas a própria secretaria da Fazenda divulgou que o governo gastou R$ 173 milhões em 2007 criando mais vagas em prisões, valor que o MTD reivindica para se liberar Frentes de Trabalho em 2007 para 2 mil e 500 famílias já organizadas. Se investisse 2% dos gastos em Frentes de Trabalho, muitos problemas seriam evitados. Exigimos 2% do recurso das prisões em 2007 para combater o desemprego”, reivindica Márcia do MTD.

16 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Não existe motivo NENHUM para o Estado do RS (na situação que se encontra) manter um terreno super valorizado, mas totalmente improdutivo como o da Corlac. O RS tem que vender esse terreno em licitação. E o mais depressa possível. Existe outro terreno do Estado numa das esquinas da Nilo Peçanha em Porto Alegre, em frente a uma concessionária da Mercedes Benz. É um cemitério de carros e tratores. Tem que vender esses terrenos. E já.

Anônimo disse...

Privatizar e vender o patrimônio público continua sendo o remédio para vocês, né? E quando acabar tudo, vão vender o quê?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Deixa de ser reaça, Armando. Essas áreas estão abandonadas e localizadas em região nobre. O Estado não deve ser incorporador imobiliário. Estado tem que gerir serviço público e ponto final. Que venda e venda já.

Anônimo disse...

Pelo jeito o Estado virou uma "incorporadora imobiliária". A Maiojama que se cuide.

Anônimo disse...

O Poder público precisa se preocupar com Saúde, Educação fundamental, Segurança, Infra estrutura... e só!!!!

O restante já deveria ter sido vendido a muito tempo... quanto menor o estado, menos o peso sobre a nação e menor a corrupção...

Que se criem agências reguladoras sérias (isso é o mais dificil no brasil...) e que o mais seja todo privatizado!!!

Ou será que os nobres colegas acham que estariam agora blogando em banda larga se ainda houvesse "Telebrás"?

Anônimo disse...

Que legallll!!!!!!
Agora surgiu um novo(?) Maia. Ou será que não é o mesmo? Maia=rbs com orgulho? Globo e você...tudo a ver...
Tá bom, se é pra vender (privatizar) ENTÃO TENHO UMA IDÉIA.
Vamos vender a Yeda, o Pessoal da
RBS, da Pensant, da Fatec, do Foga$$a, o Sperotto, etc...
Quem sabe se assim, a gente não arruma uma "grana" para investir, de verdade?
Vocês: Maia e RBS não sei o quê...
São os "bons"

Anônimo disse...

Prezados
trabalho nesta área e sei que já há lei que aprova a venda do terreno da Corlac e a venda já está sendo encaminhada. Vender imóveis que não tem nem uso nem destinação é um dever do Estado e não tem nada a ver com privatização!

Anônimo disse...

Aleluia...
Alguem lúcido!

É obvio que um terreno desses totalmente improdutivo deve ser vendido o quando antes, e esse dinheiro usado para melhorar as finanças publicas.

Só não vê isso quem não quer...

Anônimo disse...

E se venderem e botarem no bolso como aconteceu com o Detran, heim? A Yeda tem de levar 'impeachment' já!

Anônimo disse...

Concordo com a necessidade de mais seriedade no trato publico...

Porém, corrupção não é esclusividade da Governadora do Rio Grande do Sul...

Ou os diletos amigos tem memória tão fraca que jã esqueceram o que o Dignissimo José Dirceu aprontou na Casa Civil?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Anônimo, a única forma de um Estado vender um parafuso (como gosta de dizer o Olívio) ou um terreno é pela via da licitação pública e fiscalizada por todos. A venda deve ser feita em audiência pública e você pode comparecer. Tem algum lance?

Anônimo disse...

- Olha a desinformação aí, Gente!Que assunto é este de venda do Detran? Como diria minha avó:-não há que misturar alhos com bugalhos..

Claudinha disse...

Enquanto se discute a venda do prédio da Corlac, deixa-se de lado a questão fundamental, que é o desemprego estrutural, um espaço público ocioso e gente querendo trabalhar!!! Pq o senso comum, é o de q favelado é preguiçoso e não quer trabalhar, não é mesmo? Então, quando pessoas apontam soluções para suas mazelas e o estado faz ouvidos moucos, deveríamos todos nos solidarizar com esta gente sofrida, em grande parte, mulheres. Que continuem as ocupações e as invasões de terra. É uma forma de protesto legítima, quando tem um estado - e aí não pouco o Lula - omisso para as causas socias, mas muito bem "antenado" para as causas do latifúndio e das empresas privadas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Cláudia, emprego existe por ai. O complicado é arranjar emprego formal. E por que é complicado? Por que a nossa CLT é muito rígida, pouco flexível e onera barbaramente todos os atores da relação trabalhista, sobretudo dos pequenos. Pergunte para o dono de todos os armazéns da esquina se o seu balconista tem carteira assinada? 97,96% vão dizer que não. É que o micro mínimo empresário -- aquele que está todo o dia no batente, suando sua camisa atrás do balcão e do caixa, não tem condições de empregar com carteira assinada e dar todos os benefícios que o empregado tem direito. Por isso tem que flexibilizar.

Jens disse...

Exclusividade é com x.

Unknown disse...

Eu sou contra as ocupações de terras públicas por movimentos sociais, embora eu acho que todos nós precisamos ter a nossa moradia e emprego, eu acho que essas não são as maneiras de pedir. Li recentemente uma nota sobre a especulação da imobiliarias porto alegre para aumentar os preços de terrenos. Eu acho que o governo deveria intervir mais neste mercado.

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