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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Pela reforma agrária, MST faz marcha até Porto Alegre



Aproximadamente 750 pessoas, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) começaram ontem uma marcha pela reforma agrária no Rio Grande do Sul. Durante quatro dias de caminhada, os manifestantes vão percorrer cerca de 40 quilômetros, do acampamento Jair da Costa, no município de Nova Santa Rita, em direção ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre. A informação é da Agência Brasil.

Segundo Inês Rodrigues, uma das coordenadoras do MST no RS, o movimento pretende cobrar o cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pelo Incra e pelo Ministério Público Federal há oito meses. Pelo acordo, o governo federal se comprometeria a assentar mil famílias até abril passado e outras mil famílias até o final deste ano. Mas, até o momento, de acordo com a coordenadora, menos de 40 famílias de agricultores foram assentadas no período.

Inês Rodrigues afirma também que o governo estadual não tem uma política de reforma agrária e que, ao contrário, “tem defendido os latifúndios usados para produção de eucalipto e soja”. Segundo ela, há mais de 2,5 mil famílias acampadas no Rio Grande do Sul e, nos últimos cinco anos, foram assentadas 850.

A coordenadora do MST gaúcho informou que a marcha deve chegar ao Incra até o final da semana. A caminhada, acrescentou Inês Rodrigues, pretende ainda denunciar a criminalização dos movimentos sociais pelo governo Yeda Crusius (PSDB), “que usa os métodos violentos da Brigada Militar para defender os interesses de empresas estrangeiras”.

Segunda-feira, integrantes do MST ocuparam as sedes do Incra em sete Estados: São Paulo, Ceará, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Bahia e Goiás. As manifestações fazem parte da Jornada de Lutas por Reforma Agrária que cobra mais agilidade nos processos de desapropriação e assentamentos dos agricultores no País.

10 comentários:

Anônimo disse...

Dias atrás, Raul Pont dizia que o INCRA tinha R$ 180 milhões para reforma agrária no estado. Considerando que o custo de uma família é de +/- R$ 65 mil, haveria dinheiro para assentar todas as 2,5 mil famílias acampadas.
Por que o INCRA não faz? Ou estaria Pont contando lorotas à patuléia?

Anônimo disse...

É isto aí. Tem que cobrar a a reforma agrária.

Depois não adianta vir com a pancadaria.

É uma vergonha que até hoje não se pense em reforma agrária e agricultura familiar com seriedade.

Pelo menos uma discussão séria, honesta e transparente é inadiável.


Claudio Dode

Anônimo disse...

É que o agronegócio está acabando com o latifúndio improdutivo!

Anônimo disse...

Não está na hora de o MST rever as suas táticas. Com tantas pessoas envolvidas, já era hora de agir com mais eficiência.

Essas marchas prá cá, marcha pra lá só servem para a ZH noticiar os problemas no trânsito.

Anônimo disse...

Quem viu ontem a noite a série de reportagens que o Boris esta apresentando no jornal da BAND da noite sobre o MST?!Ontem, após o Thums defender a dissolução do movimento e tal(todos aqueles absurdos daquele relatório do MP!). Colocaram um "estudioso"(o qual não identificaram)a argumentar(absurdamente) que Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no RS é um movimento sem sentido, pois, não existe mais latifundio improdutivo no Estado!!!Depois, a BAND posa de faser jornalismo sério, este é o PIG!

Anônimo disse...

Gustavo, esse é o baixo PIG.

Anônimo disse...

Dode,

O PT diz uma coisa, o INCRA não faz nada. E depois botam a culpa nos eucaliptos. Trabalho na área de silvicultura, acho legítimas as reivindicações dos sem-terra, mas equivocada a tática de atacar as empresas, quando deveria cobrar do Lula, que se elegeu prometendo justiça social, e do INCRA, que não faz nada, a não ser barrar compra de terras em faixa de fronteira.
tem espaço para todos nesta Metade Sul abandonada e sugada ao longo de décadas por proprietários gananciosos e que jamais investiram em boas práticas de manejo de gado ou grãos. Se você visse como os plantios de eucaliptos estão resguardando o Pampa, muito diferentemente do que se canta em coro, certamente teria outra posição.
Mas a luta é essa, da lógica do Ricúpero. Ninguém da esquerda vai reconhecer que a silvicultura é uma boa alternativa, que ocupará percentual irrisório do Pampa.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muito bom, anônimo, das 14:27. Finalmente, uma voz sensata por aqui. E outra coisa, tem muito proprietário rural que está falido, sobretudo na metade sul. E esse pessoal está querendo vender suas terras. Por que a União não compra essas terras e assenta pessoas lhes dando condições dignas de plantio? Mas a culpa é sempre dos grandes grupos, das multinacionais, do neoliberalismo, do consenso de Washington (tem um artigo muito bom do Delfim Netto hoje na Folha sobre isso) e dos EUA.

Anônimo disse...

Primeiro lugar anônimo, a algum tempo atrás se falava na qualidade do manejo das empresas lá fora, e se constatava o pouco caso que elas tinham por aqui.

Em segundo lugar, concordo contigo de que "zona sul foi abandonada e sugada...por proprietários gananciosos que jamais investiram em boas práticas de manejo de gado ou grãos."

A minha perguta é: Se havia, e há, proprietários gananciosos sugando a zona sul pela má gestão de terras, porque não fazer a Reforma Agrária?

No caso o que está ocorrendo é escondendo uma pratica exploratória, e substituindo por outra tão ou mais nefasta quanto a anterior.

Qual é a alternativa que sobra quando sabendo que o modelo de exploração é errado e concentrador. E sabendo disso opta por uma exploração mais concentrada ainda.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Como "shopping-boy" o Maia pensa que reforma é só a compra e distribuição de terra.

A Reforma Agrária pressupõe, por exemplo, a avaliação da produtividade.

Aliás nesta época de bonança para o agronegócio, tem gente como diz o Maia quebrado. Quer dizer a produtividade é tão baixa, tão baixa que inviabilizam o negócio mesmo com o cenário favorável.

Ô Maia a Reforma Agrária é para isso mesmo. Sem produtividade assume o Estado.

Claudio Dode

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