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quarta-feira, 23 de julho de 2008

O lulismo está montando um acordo para as Faixas de Fronteira



Hoje, ZH dedica uma página inteira tratando do tema da Faixa de Fronteira. Não consegue disfarçar a defesa dos interesses de seus anunciantes mais pródigos, as papeleiras.

Traz, inclusive, uma entrevista com o ministro Guilherme Cassel, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que fala sobre a polêmica da modificação legal da Fronteira.

Na entrevista, Cassel mantém-se muito firme na posição contrária ao alargamento da faixa, resta saber se a manterá quando for pressionado dentro do governo para ceder anéis em favor de investidores estrangeiros que já estão instalados de forma ilegal em terras fronteiriças no RS. Neste caso, não é difícil prever os acontecimentos, até agora o MDA perdeu todas as disputas que ousou fazer (e as que sequer ousou) dentro do governo com o Ministério da Agricultura, que sabidamente representa o pensamento político do grande agronegócio de exportação e, por conseguinte, também os interesses econômicos das papeleiras.

O ministro Nelson Jobim, ao que parece, é um dos articuladores dentro do governo Lula para achar uma fórmula que concilie os interesses das papeleiras com os princípios de defesa de soberania nacional das Forças Armadas.

O modo lulista de governar está montado na seguinte estratégia: trazer todas as contradições setoriais para dentro do governo, e lá no seu interior, arbitrar soluções conciliatórias possíveis, quando as contradições são antagônicas, decidir sempre em favor dos interesses do capital e da lei do valor.

Já se vê, agora, como ficará “concertado” o presente caso:

1) as Faixas de Fronteira sofrerão leves modificações ao longo de sua extensão, mas no RS acredito que permanecerão em 150 km;

2) serão disciplinados os investimentos estrangeiros nas próprias Faixas de Fronteira (hoje vedados), sob nova legislação, que irá considerar apenas os princípios militares de soberania nacional, mas ignorando os princípios de desenvolvimento sustentável e o respeito à integridade do ambiente natural e os diferentes biocoros das fronteiras brasileiras.

Assim, o “acordão” jobinista-lulista, contemplará gregos e troianos, tanto os obsessivos principismos militaristas, quanto o interesse puramente negocial das papeleiras e seus desertos verdes.

E o bioma Pampa? Ora, o Pampa que vá catar coquinhos!


23 comentários:

Anônimo disse...

Tem no Blog do Raul Pont a carta pela manutensao da faixa de fronteira, do movimento gaucho em defesa do meio ambiente. O interessante é que eles excluem da carta a questao da defesa nacional (principal argumento dos conservadores) e se baseiam só no debate sócio-economico.
http://www.ptsul.com.br/pdf/carta_manut_fronteira.pdf

Anônimo disse...

Mas o que é soberania mesmo?
Plantar batatas verde-amarelas?
Esse Cassel não tem competência nem para cumpriu o que prometeu ao MST, aliado de primeira hora.

Defesa nacional, contra quem? Uma invasão de argentinos a cavalo, querendo tomar Bagé?

Essa lei é muito absurda. Por exemplo, se eu casar com uma argentina e quiser que ela seja dona também de minha fazenda, preciso de autorização do Conselho de Defesa Nacional. Se quiserem abrir uma estrada, contruir uma ponte, instalar uma rádio na faixa de fronteira, precisa da mesma autorização.

Isso realmente garante nossa soberania. Mas o que ela significa mesmo?

Anônimo disse...

como eu falei, o debate dos conservadores fica no âmbito da seguranca nacional e foge do que realmente importa.

Anônimo disse...

eu sou o anonimo das 9:25

Anônimo disse...

É melhor florestamento do que assentamento do MST.

Anônimo disse...

É anônimo tem muita gente que esta preferindo cachorro, aqueles de solteirona ou viado, pra azucrinar a vida dos vizinhos em apartamentos, com direito a cabeleireira, roupinha e tudo e comem e vivem melhor que muitas crianças! Uma importação da europa/USA que está sendo feita pela classe média xique do Brasil emergente, típico de uma sociedade cada vez mais egoista. Vai te catar reaça das 10:21, existem pessoas com fome pelo mundo!

Anônimo disse...

Melhor mesmo é a agricultura popular e solidária dos assentamentos. Quem não tem pinga e palheiro pede pro vizinho solidário.
Vocês viram o Consersas Cruzadas de ontem? 67% não querem mudar a faixa de fronteira. Ainda bem que a TV CÃO não pega em faixa de fronteira.

Anônimo disse...

Membros do MST protestam em frente a embaixada da Colômbia em Brasília, há quatro meses devido ao ataque aos seus parceiros os guerrilha das FARC pela Colômbia, quando morreram 20 guerrilheiros inclusive o líder Rául Rynes. "Uma da faixas chama Uribe de narco presidente fascista e assassino."

Lembramos que o governo através de distribuição de cestas básicas, bolsa família, e verbas diversas financia essas quadrilhas, que depredam, assaltam e desafiam autoridades e a tranqüilidade pública, impunemente.

Alguns bandidos, ditos lideres do movimento, manobram com a hordas de famintos e iludidos escravos, os mantendo sob os seus tacões, guiando-os para praticarem arriscados atos de vandalismo na esperança de confrontos e manchetes de jornais.

Nunca estão presentes nestas ações arriscadas esses "chefes de bandos", postos como líderes sociais, que freqüentam fóruns na Europa e Estados Unidos e dão entrevistas a órgãos de imprensa internacional, criticando os produtores e produtos agrícolas brasileiros, tentando boicotar as exportações do bem sucedido agronegócio nacional.



Figuras com o José Rainha, a direita, e o economista João Pedro Stedile, a esquerda, os mais visíveis deses líderes, não exercem qualquer atividade produtiva, podiam até serem presos por “malandragem”, estão dependurados nas tetas do governo, aboletados em dinheiros destinados a movimentos sociais diversos, e verbas vindas do exterior, sem num acompanhamento público.

A única inutilidade dos ativos e bem pagos falsos líderes, é planejar atos midiáticos e ilegais, para manterem vivo o movimento, que não tem nada de social ou correto, acoitados pela lentidão e contradições da justiça e marasmo dos políticos temeroso da perda de alguns votos.

Anônimo disse...

O Denis como se nota também adestra seus alunos como responder anonimamente nos blogs.

Anônimo disse...

anônimo das 11:41 tem um companheiro de direita teu que posta aqui chamado Carlos Eduardo Maia que pelos menos se identifica, dá a cara pra bater!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Não existe argumento lógico, sensato e racional para ser a favor da faixa de fronteira. O argumento que existe é apenas ideológico e preconceitoso. O Rs é um estado localizado com uma imensa fronteira. Coincidentemente, é a região mais atrasada do Estado. E é uma região que necessita de investimento, inclusive externo. Mas a patrulha não deixa, porque é um absurdo abrir a faixa de fronteira. Era assim que pensavam os militares da ditadura, os radicais de direita. Esse assunto está a demonstrar que o radicalismo de esquerda e o radicalismo de direita gostam de andar de de mãos dadas. Como diz o menino maluquinho: é muita burrura.

Anônimo disse...

A faixa de fronteira do RS é atrasada economicamente por causa do latifúndio, não por ser fronteira.

SC e Paraná também tem fronteira e não são atrasados nestas regiões. Mas é que em SC e PR não tem latifúndio nestas áreas, só tem minifúndio de agricultura familiar, o mesmo que produz 80% dos alimentos do Brasil.
Isso os farsul-boys não querem admitir, como o "filósofo" Denis.

Anônimo disse...

Eu acho que o anônimo das 11:41 é o próprio Denis Rosenfield, o agora "especialista em fronteira"!!!QuáQuáQuá

Anônimo disse...

fronteira da safadeza e do mercenarismo

Carlos Eduardo da Maia disse...

A Europa, por acaso, tem faixa de fronteira? Lei absurda porque atrasada e tem que ser derrubada e já.

Anônimo disse...

De um defeito não se pode acusar os Militares, da falta de sentimento nacional.

No caso da faixa de fronteira é defendida por um amplo leque,desde os militares até os movimentos populares. Que poderia se resumir: Da direita até a esquerda. O que desfaz qualquer pretexto de ideológica a discussão.

O problema da zona sul está na elite latifundiária que a domina do que por qualquer outra coisa. Que o Maia chama de Burrura. É o atraso da concentração da riqueza que a turma que ele defende por lá, que empurra a zona zul para a miséria.

Claudio Dode

A discussão está posta entre os que se movem com algum sentimento de pátria, e de outros de que para o capital não existe nações, ou como dizia, a Tatcher não existe sociedade.

Anônimo disse...

Pois é. Alegam defesa da soberania nacional para não entregar as terras de Raposa/Serra do Sol a seus legítimos donos, os indígenas. Ao mesmo tempo, querem entregar cada vez mais terras a proprietários estrangeiros. Para estes, os índios que lá vivem há séculos são um perigo à integridade territorial do país. Estrangeiros com largas extensões de terra não o são.
Que coerência, hein?

Anônimo disse...

Vereadores, prefeitos, deputados, senadores, empresários e outros tubarões reunidos para pressionar pela mudança da lei. Reduzir a faixa de fronteira vai trazer investimentos externos e o desenvolvimento ao Estado, dizem eles. Nada mais que uma confissão de impotência. Um bando de “brochas”. Deveriam se reunir para a discussão de um verdadeiro projeto de desenvolvimento para a região. Um projeto que integre as pessoas, ou seja, que as fixe nas cidades da fronteira, evitando o êxodo para as cidades maiores. Mas, não. Ainda acreditam, e querem fazer acreditar, que virão alguns milionários beneméritos do exterior para nos levar ao paraíso. Esta receita, já está provado, não funciona. Incidentalmente, gerará algumas oportunidades. Mas, como está calcada na ampliação dos latifúndios, a maioria ficará excluída. A continuar com esta lógica, veremos cada vez mais os gaúchos fronteiriços migrarem em busca de oportunidades para cidades-pólo como Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul, Porto Alegre e outras. Ou seja, esvaziando a fronteira e aumentando os problemas de falta de infra-estrutura daquelas cidades devido ao “inchaço” das mesmas.

Anônimo disse...

O latifundiário é gigolô de vaca, nunca trabalharam na vida, desde os bisavós, ninguém trabalha. Agora eles querem ser gigolô de eucalipto. Tudo quebrado, esgualepado, os filhos drogados, as filhas se virando como podem, nem amante podem ter mais, agora acham que os finlandeses vão arrancar eles do buraco. A literatura guasca está cheia de testemunhos destes casos. Do Érico, do Josué, do Assis Brasil, do Cyro, todos retratam a miséria do latifundio sulino e seus personagens decadentes e arrogantes.

Anônimo disse...

É de uma ingenuidade brutal achar que as FARC que fazem o tráfico de cocaina.

O tráfico necessita de algum instrumento oficial por onde se deslocar através da corrupção. As atividades oficiais é que conduzem a cocaina para América do Norte.
O tráfico não detem linha aerea e etc. que são necessárias para o transporte. Precisa a oficialidade das Cias. e dos governos que as habilitam.

O mais lógico (embora trágico) é que o narco-governo ofereça este lado "estado" para o trafico desaguar nas bandas norte-americanas.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Gustavo Guglielmi tua colocação é perfeita. Este caso das papeleiras é sintomático: trocar vaca por eucalipto! Trabalhar que é bom nada!

Anônimo disse...

O Maia quis enganar:

" Não existe argumento lógico, sensato e racional para ser a favor da faixa de fronteira. O argumento que existe é apenas ideológico e preconceitoso."

o Correto:

" não existe argumento lógico para se acabar agora com a faixa de fronteira, nem político nem idológico. O que existe é um "lobby" escandaloso para legitimar as terras compradas ilegalmente pelas papeleiras."

Claudio Dode

Anônimo disse...

Tipo BROI e VARILOG?
"lobby" ou mudança na lei.
Lulla meu rei!

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