Empresa precisa de cinco anos de caixa para pagar dívida com a jogatina financeira
A situação financeira da papeleira Aracruz é desesperadora. Arriscou no game financeiro dos derivativos cambiais e foi mal sucedida. Mais de duas centenas de empresas exportadoras brasileiras estão nesta situação.
Porém, o caso da Aracruz é muito mais grave, talvez o mais grave de todos. Fazer aposta de saldos de caixa em aplicações não-operacionais é lícito e até recomendável, ainda que arriscado. Contudo, a papeleira aplicou muitas vezes o seu saldo de caixa, numa jogada gerencial irresponsável e contabilmente quase suicida.
Segundo Felipe Ruppenthal, analista do setor de papel e celulose do banco Geração Futuro, até 30 de setembro, a empresa tinha dívida de R$ 2,6 bilhões, uma posição confortável de 2,2 vezes a geração de caixa da empresa, de R$ 1,2 bilhão em 12 meses.
Com o mercado mundial em crescimento, esse era um múltiplo de dívida confortável, que permitia à empresa partir para o endividamento necessário ao financiamento de projetos de expansão, como a conclusão da segunda fábrica de celulose em Guaíba (RS) e os projetos para formação da base florestal da segunda unidade da Veracel (empreendimento em parceria com a Stora Enso) e da fábrica de Governador Valadares (MG). Esses projetos estão suspensos, e dificilmente serão retomados.
Com as apostas desastrosas nos derivativos, a empresa se endividou sem ter feito os investimentos. Os R$ 4,5 bilhões vão elevar a dívida da Aracruz para R$ 7,15 bilhões, estimam os analistas do setor, o que projeta relação entre endividamento líquido sobre geração de caixa (Ebitda) de 5,79 vezes. Significa que a empresa precisará de toda a geração de caixa, durante mais de cinco anos, para pagar a dívida.
Ontem, a direção da Aracruz anunciou “fato relevante” no qual declara, oficialmente, que chegou a um acordo com o grupo de bancos e acusou a perda de US$ 2,13 bilhões. Essa dívida bancária será tranformada em financiamento de longo prazo, o que compromete 100% do caixa da empresa por cinco longos anos. Como o cenário econômico internacional é desfavorável, uma vez que se prevê recessão profunda e prolongada, pode-se concluir que o quadro contábil da papeleira – presente e futuro – é desesperador.
A papeleira Aracruz, investidora em desenvolvimento insustentável ambientalmente, agora deixa evidente que a sua irresponsabilidade com o meio ambiente e as futuras gerações contaminou igualmente o seu gerenciamento financeiro a ponto de tornar o empreendimento um negócio insolvente e inviável.
O bioma Pampa agradece.
14 comentários:
O movimento mais provável será a venda, a troco de banana, para algum grupo como os finlandeses. No entanto, as perspectiva do cenário futuro é que ditarão as decisões e essas são sombrias.
por mim essa empresa de merda ia pro inferno e levava junto sua protetora destrambelhada e seu capanga fardado boçal e fanfarrão.
ps: queremos ver se o poodlezinho vai ter peito de encarar a civil... acho que nao, ja que, como todo fanfarrão, é um covarde, que precisa se proteger atrás de 7 soldadinhos...
Com a resalva dos trabalhadores que provavelmente ficarão desempregados, BEM FEITO!
Te pescamos, Condotta.
Eu também agradeço: em nome do meio ambiente!
A Yedinha que ajude os latifundiários arrumarem outra forma de produzir e aumentar produtividade, sem poluir.
Na realidade estas papeleiras foram invenção do Rigotto. Ou não?
Impressionante como gostam de apostar no pessimismo. A Aracruz porque resolveu investir mais do que podia no cassino da especulação mobiliária se tornou uma empresa inviável. E o pessoal diz isso, como se essa realidade fosse líquida, certa e exigível. Caramba, como existem Nostradamus nos dias de hoje. Se a Aracruz for para o espaço vai entrar outra em seu lugar, porque o mercado no RS descobriu seu filão. O governo Yeda apenas concedeu incentivos para que as papeleiras aqui investissem, porque existe mercado para isso. Bom mesmo era o Olívio que gostava de dizer não ao mercado??? Por isso o PT nunca mais ganhou eleição importante no RS depois de seu governo, com exceção de Canoas que elegeu um tarsista bem arejado.
O PT Perdeu em Bagé, em Sapucaia, em São Leopoldo, em Bento, em Novo Hamburgo, em Gravataí, num monte cidade. O PT não ganha eleição nem em Centro Acadêmico é uma tragédia só, não dá incentivo fiscal, vejam quanta burrice.
Prezado Anônimo (15:06), o PMDB, cantado em verso e prosa como o grande vencedor do pleito de 2008, na realidade, superando o número de prefeituras que tinha em 2004, ficou com um número parecido de prefeituras que tinha em... 2000. Ou seja, o PMDB tinha um determinado número de prefeituras em 2000, em 2004 caiu esse número e em 2008 voltou a ter o número parecido com 2004. Ressalte-se que a grande soma de prefeituras deve-se, majoritariamene ao estado da Bahia (tinha umas 20 e foi para 120!). Trata-se de um partido "abahianado". Obs: dados disponíveis no Correio Braziliense de domingo passado.
O PT não ganhou eleição no Rio Grande do Sul, nem ninguem comprou casa nova, pelo menos que não consiga explicar.
Nem ninguém "criou" mercado aqui para as papeleiras. O "mercado" delas é lá fora. O que o laranjal arrumou por aqui foi uma mamata para as papeleiras, gananciosas até a ilegalidade, desenvolverem lucros a custa do meio ambiente gaucho.
Claudio Dode
A cegueira desses radicais de esquerda da internet é impressionante. A começar pelo blogueiro. Acham bom uma empresa quebrar. Demonstram grande desprezo por empresas e empresários, mas os cegos não entendem que sem eles não existiriam os trabalhadores. Se a humanidade dependesse de pessoas assim, estaríamos na idade das cavernas. E os cegos criticariam o luxo das cavernas.
Brilhante cavalgandi, deve ser porque está na hora do "promenade" no parcão. Cuidado com a dita dura!
so vao perceber que a esquerda estava certa quando o mercado for pro brejo e o meio ambiente bater as botas! dai ja vai ser tarde.
A Funai trouxe os ÍNDIOS? Então a FUNAI deve ter uma pareceria com o Criador do Universo! Santa Funai X Vendilhões do Templo!
Clarisse da Luz
Postar um comentário