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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Fala atrevida de Meirelles desmoraliza discurso recente de Lula


Candente tema da semana é praticamente ignorado pelos jornais

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descartou ontem a possibilidade de o Comitê de Política Econômica (Copom) baixar a taxa básica de juros (Selic) na reunião de dezembro, de modo a acompanhar algumas economias mais fortes que derrubaram suas taxas como forma de enfrentar a crise financeira internacional. A informação é da Agência Brasil.


Em audiência na Comissão Mista de Planos e Orçamentos do Congresso Nacional, Meirelles disse que não podia fazer sinalização a respeito, porque “não seria de boa governança”. Ressaltou, no entanto, que cada país toma a decisão mais adequada na condução de sua economia, em momentos de crise, lembrando, porém, que “nem sempre o remédio de um serve para outros”.

De acordo com o presidente do Banco Central, deve-se diagnosticar de forma precisa qual o problema de cada um, e aí sim administrar o remédio certo para evitar efeitos colaterais. Ele reafirmou que o problema no Brasil é de liquidez, ao passo que nos Estados Unidos a perspectiva é de recessão com deflação e na China é de queda de demanda interna e das exportações, o que levou o governo chinês a criar uma promoção de US$ 586 bilhões para o mercado interno.
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É gritante. Segue a luta interna no seio do governo Lula sobre os caminhos para superar os efeitos da crise internacional do capitalismo. A luta de classes está dentro do Palácio do Planalto, agora turbinada pela reação de Henrique Meirelles, presidente do Boston Bank e do Banco Central do Brasil, ao forte discurso de Lula na última segunda-feira, em reunião ministerial na Granja do Torto.

Em 72 horas apenas, Meirelles, o czar da economia brasuca, dá a resposta ao presidente da República, desmoralizando-o perante a Nação: não vai mexer na taxa Selic, que faz os juros brasileiros escalarem o monte Everest.

No Torto, o presidente brasileiro havia dito que não há mais pressão inflacionária por causa de excesso de demanda no Brasil devido aos efeitos da crise internacional. Para Lula, "a crise já acabou com o risco de excesso de demanda para nós, agora é estimular o crescimento". Meirelles só tomou o cuidade para não mencionar a palavra “inflação” – o motivo mágico para o sucessivo aumento dos juros e a justificação para os ganhos exorbitantes do capital financeiro nos últimos 25 anos no Brasil.

A fala atrevida de Henrique Meirelles é uma espécie de pagar-para-ver: ou fica e afirma-se como o verdadeiro (e reforçado) soberano inconteste da economia brasileira da era lulista, ou é defenestrado por Lula e passa a liderar uma reação das classes proprietárias ao governo e à candidata de Lula à sucessão de 2010. Mais do que numa saia justa, Lula encontra-se numa situação em que seu próprio poder presidencial está sendo questionado.

A manifestação de Meirelles ontem no Congresso, curiosamente, mereceu pouquíssimo destaque da mídia oligárquica, hoje. Somente o Estadão trouxe um comentário assinado por repórter de Brasília (fac-símile acima). Este é o assunto mais candente da semana na Esplanada, e a mídia está assim: ou silenciosa ou editando latifúndios de espaço à tragédia catarinense.

7 comentários:

Anônimo disse...

O Lula foi aceito e financiado pela banca. Não mudará nada. O Meirelles é parte do acordo, nos resta pagar a conta da transferência de renda aos banqueiros.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Não existe nenhuma luta de classes nessa discussão sobre os juros. Infelizmente o Brasil -- que não fez todas as reformas que deve fazer -- continua sendo um país vulnerável. O risco inflacionário ainda existe. E quem perde co a inflação? A população de baixa renda. A melhor maneira para se cuidar durante uma tempestade é agir com cautela, sem alardes. É isso o que o Brasil está fazendo. E faz bem.

Anônimo disse...

Pois é. O homem bem que tentou mostrar quem manda, mas pelo visto quem continua mandando são os banqueiros capitaneados pelo (como diz o PHA) presidente do Boston.

armando

Anônimo disse...

Santa ingenuidade a tua, Feil, de achar que há qualquer queda de braço entre Lula e Meirelles. Lula, como sempre fez - das greves do ABC ao mensalão -, deixa o trabalho sujo para os outros e sugere que é contra "isso tudo que está sendo feito". Não só é a favor como é o mentor de tudo. Só não tem coragem de assinar.

Anônimo disse...

O Mia acha que o Meirelle aind avai comer a mãe dele.

Nem o Busatto come mais!

Anônimo disse...

"Mostrou quem manda"

Essa frase tem o dom da sintese.

Anônimo disse...

É claro que não existe luta de classe na questão do juro.

É só coisa de ladrão filho da puta puta que dominam este pais a quinhentos anos. E, entre outros (RBS por exemplo) que tem a mãe na zona como o Maia para defender.

O maia em vez de estar aqui deveria estar no ex-blog o outro Maia, defendendo, como o gabeira, a profissionalização da prostituição.

Assim pelo menos arrumava um emprego para mãe dele, e do cavalganti também.

Claudio Dode

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