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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Obama também tem o seu Sarney


Hoje tem farsa eleitoral no Afeganistão

“Nós nunca devemos nos esquecer: esta não é uma guerra que escolhemos, esta é uma guerra necessária. Aqueles que atacaram os EUA em 11 de setembro estão planejando fazê-lo novamente. Se os deixarmos livres, o Talebã criará um esconderijo ainda maior para que a Al-Qaeda planeje matar mais americanos. Então, esta não é apenas uma guerra que vale a pena ser lutada, isto é fundamental para a defesa de nosso povo”, disse Barack Obama há dois dias no Arizona.

Hoje, dia 20 de agosto, se realizam as segundas eleições no Afeganistão, desde a invasão do país pelas tropas norte-americanas em 2001, com o objetivo de derrubar o regime do Talebã, outrora aliado da Casa Branca.

Há quase nove anos os norte-americanos ocupam militarmente o Afeganistão, nesse meio tempo constituiram governos fantoches (e corruptos) fiéis ao credo pagão da Casa Branca e seus falcões. O presidente Barack Obama não modificou uma palha este estado de coisas na Ásia, ao contrário, incorporou como verdadeira a retórica carniceira de Bush/Chenney, onde o combate à Al-Qaeda se revela como o cumprimento de uma missão civilizatório-salvacionista. Mas quem prova que a Al-Qaeda existe de fato? Não seria um mito inventado, uma espécie de Minotauro mostruoso, com a finalidade de justificar os vultosos orçamentos militares norte-americanos e a própria ocupação bélica numa área geopolítica estratégica para um império em decadência?

Enquanto isso, Barack Obama - o vaselina - torce (e investe) para que o cavalo do comissário ganhe as eleições de hoje. Seu parelheiro é o atual presidente Hamid Karzai (na foto com Obama), uma espécie de Sarney Pashtun. Oriundo de uma família muito rica (tribo Pashtun) e sempre íntima do poder (qualquer poder), Karzai foi ligado ao antigo déspota Zahir Shah e depois aos Mujahedin, já no regime Talebã, visando combater a invasão soviética. Quando o Talebã caiu em desgraça, Karzai já estava aliado à Casa Branca, tendo ocupado o governo provisório a partir de 2001, pela confiança que os norte-americanos depositavam nele. Desde então, aumentou a riqueza pessoal e familiar em proporções geométricas.

As eleições presidenciais do dia de hoje no Afeganistão apresentam mais de quarenta candidatos, entre os quais duas mulheres. Mas nenhum ou nenhuma ganha tanta simpatia do presidente Barack Vaselina Obama quanto Hamid Sarney Karzai.

Coisas da vida.

2 comentários:

Anônimo disse...

O pessoal que está sempre pronto a criticar o Irã, com razão ou não, poderia dividir suas baterias entre os dois países, não?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Detesto a palavra complicado que não diz nada, mas diz tudo. Mas o Afeganistão é um pais complicado. Ruim com Karzai. Pior sem Karzai.

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