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quinta-feira, 15 de maio de 2008


Dados do IPEA mostram que pobres pagam 44% mais impostos que ricos no Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), instituição pública vinculada ao Ministério do Planejamento, elaborou um levantamento que aponta as desigualdades no Brasil. Um dos dados mostra que os 10% mais ricos concentram 75,4% da riqueza do País.

Os dados serão apresentados pelo presidente do Ipea, Márcio Pochmann (foto), nesta quinta-feira ao CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) [ http://www.cdes.gov.br/ ] . O objetivo, segundo ele, é oferecer elementos para a discussão da reforma tributária.


A pesquisa também mostra como é essa concentração em três capitais brasileiras. Em São Paulo, a concentração na mão dos 10% mais ricos é de 73,4%, em Salvador é de 67% e, no Rio, de 62,9%.


Para Pochmann, a injustiça do sistema tributário é uma das responsáveis pelas diferenças. "O dado mostra que o Brasil, a despeito das mudanças políticas, continua sem alterações nas desigualdades estruturais. O rico continua pagando pouco imposto", afirmou.

Apenas para efeito de comparação, ao final do século 18, os 10% mais ricos concentravam 68% da riqueza no Rio de Janeiro — único dado disponível.


"Mesmo com as mudanças no regime político e no padrão de desenvolvimento, a riqueza permanece pessimamente distribuída entre os brasileiros. É um absurdo uma concentração assim", afirma o professor Pochmann.


A pesquisa do Ipea também mostra o peso da carga tributária entre ricos e pobres, estes chegam a pagar até 44,5% mais impostos. Para reduzir as desigualdades, o economista defende que os ricos tenham uma tributação exclusiva.

Pochmann afirmou que um dos caminhos é discutir uma reforma tributária que melhore a cobrança de impostos de acordo com a classe social. "Nenhum país conseguiu acabar com as desigualdades sociais sem uma reforma tributária", afirmou o presidente do Ipea.

Um comentário:

Anônimo disse...

E os nossos "pobres" empresários, ou como eles gostam que os denominem "empreendedores", ainda reclamam do "custo Brasil" (salário, férias, 13º salário, INSS e FGTS que eles sâo "obrigados" a pagar aos "não-empreendedores").
O quadro mostrado pela pesquisa do IPEA é fruto de décadas e décadas de arrocho salarial, repressão e desgovernos. Desgovernos que somente demonstram uma competência: favorecer as elites, a burguesia.
O economista Márcio Pochmann propõem criar um tributo exclusivo (imposto sobre fortunas/patrimônio)para os ricos.
Ele que se cuide! O último integrante do (des)governo Lula que ousou enfrentar o "mercado" não viu outra saída que solicitar demissão do carfo de ministro.

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