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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sábado, 17 de maio de 2008


Agora, Europa pode boicotar produtos brasileiros

Ambientalistas europeus afirmaram que a saída de Marina Silva do comando do Ministério do Meio Ambiente pode ter conseqüências desastrosas não só para o meio ambiente, mas também para a economia do Brasil. O ecologista Reinhard Behrend, da ONG alemã Salve a Floresta, afirmou na quinta-feira que o Brasil poderá perder seu “selo ecológico”. Já Monica Frassoni, co-presidente dos verdes no Parlamento europeu, afirmou que a renúncia da ministra pode ser vista como um “sinal de alerta” da “política ecológica desastrosa” do governo Lula. A informação está no jornal O Globo, de ontem.

ONGs ligam saída de Marina a pressão de devastadores Sem o “selo de qualidade Marina Silva” — um aval de que os produtos agrícolas vendidos para o exterior não são fruto da devastação da floresta —, o país pode perder em importações, sobretudo para países europeus preocupados com o aquecimento global. O tom foi dado pela própria chanceler alemã, Angela Merkel (na foto, com Lula), quarta-feira, em sua passagem pelo Brasil para negociar acordos sobre o etanol.

— As perguntas que ela fez ao Lula são as perguntas que todo europeu fará: tem trabalho escravo envolvido? Destruiu a floresta? Se a resposta for sim, eles não querem — resumiu Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace no Brasil.

— E a presença da Marina era, de certa forma, a garantia de que isso não ocorria, de que o governo estava combatendo quem fazia agricultura dessa forma.

Para Leitão, o pedido de renúncia de Marina está diretamente relacionado às pressões que ela vinha sofrendo do Ministério da Agricultura, com o objetivo de flexibilizar a regra que restringe o crédito agrícola para quem desmatou sem licença ambiental.

Em um comunicado, a ONG alemã Salve a Floresta também associou a saída de Marina às mudanças do “código florestal” que vêm sendo reivindicadas há três anos pela agroindústria e que, segundo ela, vão permitir o desmatamento da Amazônia em “grande estilo”.


12 comentários:

Anônimo disse...

Se não temos estrutura moral para conciliar meio ambiente e agrobiz, não vão ser os europerus que vão ter por nós.
É mais provável que a ação externa vise apoiar a imoralidade entre nós e o discurso ambientalista na prática não se verifique.

Anônimo disse...

Independentemente das considerações acima do anônimo, urge pensarmos em uma alternativa verdadeiramente de esquerda que, infelizmente, não é possível de encontrar-se nos moldes atuais de financiamento de campanhas, de sucessivas reeleições de parlamentares comprometidos com o agronegócio, com a mídia corporativa, com os banqueiros e com os industriais daqui e de fora.

Não há obediência a programas de partido nem respeito e lembrança a respeito de teorias outrora utilizadas para mobilizar e conscientizar a população.

O embate, a discussão, o debate e a articulação de ações da sociedade civil deve ser feita de maneira descentralizada e independente.

[]'s,
Hélio

Anônimo disse...

Tem hora que enche o saco! Vocês dão um peso demasiado às coisas. Certamente a Ministra teve sua importância, mas daí a tratar a saída dela como algo apocalíptico, é exagero. Eu assisti pessoalmente a uma audiência pública na qual ela participou na Bahia, a respeito da transposição do Rio São Francisco. Me decepcionei com o discurso dela. Vago, sem posição definida, titubiante. Está na hora de parar com essa choradeira.

Anônimo disse...

O Brasil faz um esforco tremendo pra aumentar a exportacao de commodities, nao importando a que custos ambientais e sociais. Se o esforco nao vier de dentro do brasil pra acabar com essa farra, entao que venha de fora. É muito justa essa iniciativa da Alemanha de questionar com mais rigor a procedencia dos produtos. Eles já fizeram isso com a Tailandia e praticamente nao importam mais biocomustíveis daquele pais. Marcelo

Anônimo disse...

"Dilma persuadiu Lula de que a pasta gerida por Marina tinha como único objetivo barrar projetos de desenvolvimento. Convenceu o presidente de que havia uma resposta padrão a qualquer proposta de obra na Amazônia: o Meio Ambiente sempre dizia não. A ministra da Casa Civil colocou na cabeça de Lula que Marina e seus principais auxiliares tinham uma visão "esquerdista" da questão ambiental." KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online.
Difícil de acreditar que haverá mudança substancial num eventual governo Dilma. Bem, meu voto ela não terá.
Januário Diniz

Anônimo disse...

Ongs européias disseram. O Greenpeace disse.
Ora, ora quem são eles?
A quem, por exemplo, representa o Greenpeace no Brasil? Quantas pessoas reune ao redor de si e quais suas características sociais? De onde vem o suporte (e a grana) para suas "lutas" ditas ambientais?
Vou levar a sério o que dizem esses senhores, assim como Feil.

Anônimo disse...

Quem são Europa e Estados Unidos para dizer como devemos ou não proceder, olhem para o que fizeram e continuam fazendo em termos ambientais! Podem e devem ajudar o Brasil a crescer sem esculhambar com o meio ambiente, isto sim - o auxílio é bem vindo! Temos que ter mais pragmatismo e menos teoria! Praticidade não significa necessariamente destruição! Exponham soluções alternativas economicamente viáveis em nível mundial. Energia eólica e solar seria uma ótima solução. Mas ela tem que servir para mais de 6 bilhoes de pessoas!

Anônimo disse...

Assino embaixo sobre o que disse Vinícius Tumelero.
A ex-ministra Marina foi importante e isso ninguém pode negar. Agora fazer da saida dela uma calamidade pública, é ficar repetindo o mesmo discurso tosco dos jornalistas, dos jornalões e da mídia alugada: " A ministra marina saiu! O que será da Amazônia agora? Ó mai gódi! Estamos ferrados! Parem o mundo que eu quero descer!
Ô s-a-c-o!!!!

O que está em jogo, é o futuro da Amazônia e consequentemente do Brasil.

Ministros... TROCAM-SE!

"A ex-ministra NÃO VIU que o Ministério das Ações de Longo Prazo visa, precisamente, a tratar como ação de longo prazo o que EXIGE ação de longo prazo. Pior seria se a Amazonia tivesse virado "questão econômica" -- o que, aliás, ela escreveu que teria acontecido e é mentira: não aconteceu. A única coisa que a ex-ministra viu foi, só, que "lhe tiravam a 'sua' Amazônia". Visão mais ONG-curta, impossível."(Caia Fittipaldi, da blogosfera nômade)

Há um texto do Nassif com o título "Propostas para a Amazônia"
- Coluna Econômica - 15/05/2008 - que está fantástico, pois aborda todas estas e outras questões de fundo aí.

Anônimo disse...

Ministros... TROCAM-SE (para pior)

Ideologias... TROCAM-SE (pela direita)

Esse é o pensamento do novo PT de resultados.

Blairo Maggi está exultante com vcs.

Anônimo disse...

Quero ver o Blairo Maggi vender a sojinha transgênica dele na Europa, quando os compradores pressionados pelos consumidores exigirem selo de qualidade para o produto. Lembrando que esse selo tem que garantir que o produto NÃO foi produzido por trabalho escravo, em terras devastadas, em ex-florestas, em área extensiva, com agroquímicos e transgenia.

O consumidor europeu não é tapado como o brasileiro.
Quando começar a doer no bolso dos Maggis da vida a porca vai torcer o rabinho. Eles vão sentar sobre a soja empatada e chorar lágrimas de sangue.

Unknown disse...

Aposto que o Greenpeace e seus congêneres não vêem nada de errado nos subsídios pagos aos agricultores europeus para manter os nossos produtos fora do mercado deles. Como tampouco me surpreenderia vê-los aceitando grana desses mesmos agricultores para ajudar a pôr um pouco mais de dificuldades à importação de produtos agrícolas extra-europeus.

Um dos campos de atividade política em que mais proliferam os oportunistas e os pescadores em águas turvas é justamente o ecologismo. Qualquer militante do ecologismo ideológico que não seja clara e inequivocamente anticapitalista – ou seja, praticamente todos eles – é um oportunista a serviço de grupos de interesse, e os Greenpeace da vida não escapam a esta regra; mais ainda, eles são a origem da regra, o caso clássico que a ilustra.

O paladino da modéstia Frei Betto, o motosserra mais rápido do oeste e a ecojesuíta Marina se completam e se merecem. A ministra Marina saiu fazendo biquinho porque lhe tiraram a "sua" Amazônia, a floresta idílica de comunidades de seringueiros extrativistas e pescadores de tucunaré. É preciso preservar a floresta? Sim, é, porque nos interessa, não porque é "certo". Mas os 23 milhões de habitantes da Amazônia, a começar pelos próprios seringueiros da fantasia romântica dos ecomilitantes, precisam tanto de eletricidade, esgoto, escola, hospital, museu, cinema, água encanada, jornais e parques de diversão quanto o resto dos brasileiros. E nós todos, os outros 167 milhões de habitantes do território sob a autoridade do estado brasileiro, precisamos dos recursos que a Amazônia pode oferecer.

O resto do mundo e seus ecologistas de encomenda que se lixem.

Omar disse...

Correio do Povo de 19 de maio de 2008:
'Se está do agrado do presidente Lula, está bom para nós.'Carlos Sperotto Presidente da Farsul(sobre a escolha de Carlos Minc para o Ministério do Meio Ambiente)

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