Os que pensam que não devem explicações a ninguém
Impressiona o tomzinho arrogante e soberboso do ex-secretário José Otávio Germano (PP), na entrevista concedida ao jornal ZH, de hoje. Ele que estará logo mais depondo na CPI do Detran/RS. Vejam um trecho da entrevista:
ZH - O senhor acha que, na condição de ex-secretário da Segurança, no momento em que foram firmados os contratos suspeitos...
Germano - Eu fui secretário em um período. Houve irregularidades antes e depois de mim.
ZH - O senhor acha que não deve explicações sobre contratos do Detran?
Germano - Sou um homem público que tem de estar à disposição da CPI. Não devo explicação a ninguém sobre nada.
Ontem ainda, eu li uma entrevista do intelectual italiano Umberto Eco, onde ele comenta e explica por que Berlusconi ganhou as últimas eleições gerais na Itália. Berlusconi sabidamente é um bandido de colarinho branco, muito rico, magnata das comunicações da península, racista, e convictamente de direita. Para o professor Eco, Berlusconi ganhou “porque ele diz que não será preciso pagar impostos, ele fomenta a falta de sentido de Estado, porque ele próprio não o possui”.
Guardadas as devidas proporções e tamanhos, o deputado Germano representa aqui o que Berlusconi é na Itália, um líder moldado pelo pensamento darwinista social, que reclama por um Estado mínimo, de preferência um Estado anulado, para que prospere a lei do mais forte e mais apto à predação e ao saque do que resta de Estado. A corrupção, assim, é filha do Estado mínimo.
Os Berlusconis e os Germanos estimulam – como diz Eco do primeiro – os mais baixos instintos no senso comum. Eles prometem o estado de natureza, anterior à instituição estatal, como numa volta às origens do homem primitivo, para quem o Estado é o pai castrador e inibidor de suas potencialidades vigorosas contra o outro, o fraco, o débil e desprotegido.
Germano reconhece que é um homem público, mas logo ressalva que não deve explicações a ninguém sobre nada. Só falta completar que o seu conceito de “homem público” não compreende o entorno, o Estado, o Judiciário, etc, por isso ele não deve explicações a ninguém sobre nada.
Mas Germano (foto) não está só, a governadora Yeda Crusius também pensa assim, comprou uma casa nova em situação absolutamente obscura, na véspera de assumir o governo estadual, e se recusa a explicar com clareza a sua aquisição imobiliária. Até quando?
10 comentários:
"Sospechoso", no mínimo, senão chefe de uma quadrilha.
Cachoeira já produziu filhos mais dignos.
Cabo Toco(mulher guerrilheira), Ubiratan de Souza, João Neves da Fontoura e centenas de outros.
Luminoso
Essa do Germano de que não deve explicação a ninguém vai ganhar o Òscar da picaretagem. Espero apenas que os deputados da oposição se preparem melhor para fazer as perguntas...
Relações econômicas, políticas e de confraria seculares envolvem uma instituição tida como obscura no mundo inteiro, a cúpula de um partido de direita que, embora esteja por baixo da carne seca em grande parte do Brasil, sempre representou a oligarquia agrária gaudéria. Isto chegou até um grande clube de futebol que, infelizmente, está com sua sobrevivência comprometida em função de um modelo de negócio para a construção de um megaempreendimento cujos patrocinadores estão sob investigação na Europa.
Assim caminha o Rio Grande. Assim caminha a RBS. Assim caminha a classe mérdia.
É disso que o "povo" tem orgulho?! É essa a mensagem do "ser gaudério"?!
[]'s,
Hélio
E o Olivio???... continua morando no mesmo enderêço!
Claudio Dode
Até quando? Até quando os gaúchos fizerem jus à sua própria lenda: a de que são politizados.
É impressionante a incapacidade de certos parlamentares da oposição em fazer perguntas. Essa Stela Farias é impressionante, ela é prolixa, se enrola, não tem objetividade e diria mais: ela é burra, muito burra. Ela não consegue se fixar num ponto e ir para cima do Germano - que tem -- é evidente que tem -- muita culpa no cartório. Impressionante essa Stela Farias.
Não te irrites com a Stela, Maia, só vai para o shopping e compra um presentinho para a pANTAlhuda.
Claudio Dode
Claudio Omar, o Safadi.
Grande anonimo,
Aquela senhora te passou meu nome, não é mesmo?
Eu tenho um nome, uma cara!
Claudio Dode
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