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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 7 de maio de 2008


José Dirceu quis reativar o debate da Alca

Em 18 de abril de 2005, o embaixador dos EUA no Brasil, John Danilovich, recebeu um pedido curioso do então ministro José Dirceu. Ele queria um encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente George W. Bush para relançar as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), suspensas desde 2003. A informação está no jornal Valor, de hoje.

Poucos achavam que fosse possível ressuscitar a Alca àquela altura, e Danilovich registrou seu ceticismo ao informar Washington sobre o pedido. "O Ministério das Relações Exteriores simplesmente não parece interessado em continuar com a Alca", disse em telegrama ao Departamento de Estado.

Se havia alguma dúvida sobre a posição do Brasil, o próprio Lula se encarregou de desfazê-la poucos dias depois. "Faz dois anos que não se discute mais a Alca no Brasil, porque nós tiramos a Alca da pauta", disse o presidente, ao discursar para um congresso sindical em Brasília.

Em entrevista, Dirceu disse não se lembrar de ter feito a Danilovich o pedido transmitido a Washington. "É bem improvável. Não teria sentido nenhum", afirmou. Mas os documentos indicam que ele emitiu sinais encorajadores sobre a Alca em outra oportunidade.

Semanas antes de falar com Danilovich, Dirceu conversou com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, em Washington. Disse que "seria muito ruim se o processo da Alca fracassasse" e que o Brasil se empenharia para reavivar as negociações, segundo informe do Departamento de Estado.

Na campanha de 2002, Lula definiu a Alca como um plano de "anexação" das economias latino-americanas pelos EUA.

A diplomacia brasileira nunca viu vantagens na proposta da Alca. Os americanos sempre relutaram em eliminar subsídios e fazer outras concessões, e o Itamaraty preferiu concentrar esforços no seu ambicioso projeto de integração da América do Sul sob a liderança do Brasil.


12 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

É uma imensa burrice ser contrário a uma parceria com os EUA. Qual o problema do Brasil vender seus produtos no imenso mercado americano? É o sonho dourado de qualquer empresário brasileiro. O Chile - que é amigo do Mercosul mas tem a inteligência de não integrar o bloco - faz tratado há anos de livre comércio com os EUA e está muito bem obrigado. O Uruguai da Frente Ampla do Tabaré também quer fazer esse tipo de parceria, mas é barrado pelas algemas ideológicas do Mercosul. Ninguém pode ser contra a um tratado que ainda não existe. Uma ALCA bem negociada pode ser excelente para o Brasil, só não vê isso quem tem ranço na cuca.

Anônimo disse...

Bonecamaia, esse assunto está encerrado. Só voltou ao noticiário porque foi revelado que o Dirceu quis reativar a Alca.
Sacou ou quer que soletre?

Juarez

Anônimo disse...

Feil, desculpe-me, mas citar o Valro, conhecidíssimo por suas ligações com a Av. Paulista dos banqueiros, é o mesmo que dar crédito ao ZH daí, ou à Veja dos quintos dos infernos.
abraço, armando

Anônimo disse...

digo, Valor

Anônimo disse...

...o Maia é carente mesmo... rsss

Carlos Eduardo da Maia disse...

Juarez, infelizmente o assunto está encerrado, mas não enterrado. Novos governos mais modernos, sem ranço reacionário, podem assumir o comando do Brasilsão.

Anônimo disse...

Cabo Anselmo - O Retorno

Anônimo disse...

Pra quem não teve o prazer de assistir o massacre de Dilma sobre aquele cara de bunda(perdoem a redundãncia) do Agripino Maia, assistam ao vídeo abaixo. Já está no Youtube. Minha alma está lavada!Isso será histórico!
Essa eles irão demorar muiiiiiiito, mas muuuuuuuuuuiiiito tempo pra engolir.
Bjos,

Verinha♣

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2008/05/dilma-x-agripino-nocaute-no-primeiro.html#links

Anônimo disse...

Maia, não cabe aqui ficar discorrendo sobre todos os pontos negociados na ALCA, nem como se desenrolavam os processos de negociação, mas,até mesmo autores e personalidades que encontram-se em um campo que na minha definição está mila anos luz de se considerar esquerda (claro, não é o teu conceito de esquerda, que custo a entender) como Ricupero diziam com todas as letras, o BRASIL PERDERIA MERCADO COM A ALCA,isso é quase ponto pacifico, apenas a direita enlouquecida, os completos borra botas americanos é que consideravam a ALCA, claro, na forma que se desenhava, uma Área de Livre Comércio sui generis, pois incluia, por exemplo, leis durissimas de propriedade intelectual. Vale lembrar o México que sofre com processos de empresas americanas, sobre o arigo do NAFTA, modelo da ALCA, que não gostaram de ser questionadas sobre crimes ambientais cometidos em territorio mexicano e processaram seus governos. surreal não?

A próxima vez que vc falar que é de esquerda e achar q o Feijó é o homi e a ALCA uma solução, por favor, me diga seu endereço que eu mando uma ambulância sem custos para te levar ao manicomio mais próximo.

Anônimo disse...

Aqui não ficou claro:

o BRASIL PERDERIA MERCADO COM A ALCA,isso é quase ponto pacifico, apenas a direita enlouquecida, os completos borra botas americanos é que consideravam a ALCA "uma boa proposta". A mesma se desenhava como uma Área de Livre Comércio sui generis, pois incluia, por exemplo, leis durissimas de propriedade intelectual. Ou seja, até na lógica exclusiva de mercado e comércio, 98% dos estudos diziam q a ALCA ´rejudicaria o Brasil

fernando

Carlos Eduardo da Maia disse...

Fernando, depende de qual Alca. Uma Alca imposta pelos EUA, o Brasil pode perder mercados, mas quem disse que a Alca possível é somente aquela imposta pelos EUA? Se for assim, não se pode fazer nenhum comércio, tratado, parceria com os EUA (que é e continua sendo o nosso maior parceiro comercial), porque eles sempre vão levar vantagem. Acordos, tratados, parcerias são negociados. E uma negociação em grupo de países que tem convergência com os EUA é uma barganha imensa. A Alca a princípio não é ruim se ela for bem formatada.

Anônimo disse...

O problema Maia, é que ela foi negociada e o resultado não foi nada bom. O desvio de comércio seria muito maior q a criação, condição sine qua non para ver sua viabilidade. Isso partindo da discussão rasteira de que qlquer ampliação de comércio é benéfica. Além do mais comércio amplo entre desiguais de tamanha envergadura nunca é bom! é muito diferente de acordos especificos entre EUA e chile, por exemplo, pelo cobre, recurso limitado e q praticamente só pode ser produzido pelo chile. É muito diferente de um acordo da amplitude da ALCA.

O Brasil entrou abrindo mão de qualquer projeto de homogeinização entre os países, nenhuma política de desenvolvimento, e mesmo assim foi derrotado. O Brasil disse: Aceitem nossas commoditties e estamos satisfeitos, e os EUA rejeitaram. A redução de tarifas era linear aonde interessava aos EUA. PAra mim um acordo que estimulasse o setor primário nacional mas que destruisse a industria não seria benéfico, mas, o Brasil se dispos a discutir nesses moldes, e perdeu! E não pq o EUA utilizam o modelo agricola da UE, muito mais avançado, mas pq segurança alimentar minima é uma obviedade em qlquer pais...

Ou seja, MAia não crie uma ALCA q nunca existiu e que nunca foi vislumbrada.

Nem a CEPAL "muderninha" - pós regionalismo aberto - acreditou na ALCA

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