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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 8 de maio de 2008




Foi nessa “picaretagem” que a governadora tucana Yeda Crusius se envolveu, semana passada

Picaretagem

Quando os brasileiros se envolvem com o tráfico de influência nos Estados Unidos, quase sempre o fazem na hora errada, no lugar errado e com as pessoas erradas.

Considerem como exemplo a semana passada. Com disputas cada vez mais feias nas primárias democratas da Carolina do Norte e Indiana, envolvendo, de acordo com a narrativa dominante na imprensa dos Estados Unidos, uma velha e feroz gata de beco de Nova York (também conhecida como senadora Hillary Clinton) e uma frágil gazela de Illinois (também conhecido como senador Barack Obama), o ex-presidente Bill Clinton tirou um dia de folga da campanha para visitar Nova York e embolsar por volta de US$ 200 mil por um discurso feito para brasileiros, diz uma reportagem.

O casal Clinton, como sabemos agora, depois que eles se viram relutantemente forçados a revelar suas declarações de renda, faturou mais de US$ 100 milhões com discursos como esse e contratos para livros desde que deixou a Casa Branca.

Ironicamente, Bill Clinton foi encorajado a não se pronunciar demais em público pelos dirigentes da campanha de sua mulher. Nos últimos meses, o ex-presidente desafinou repetidamente e -o que é perigoso para as perspectivas eleitorais da senadora- exibiu freqüentemente em público o seu perene mau humor. Seu rompante depois da primária da Carolina do Sul, em janeiro, alienou completamente os eleitores negros, que viram como racistas os comentários desdenhosos que ele fez sobre a vitória de Obama naquele Estado.

Mas, em seguida, Hillary Clinton, que desfrutou uma juventude protegida e próspera em um subúrbio de Chicago, estudou em uma universidade feminina de elite perto de Boston e se formou em direito em Yale, conseguiu se reinventar como uma combativa "heroína da classe trabalhadora". Ela o fez a fim de atrair os votos dos homens brancos de classe trabalhadora em velhos Estados industriais como Indiana, Ohio e Pensilvânia, nos quais esse grupo de eleitores enfrenta a realidade de dezenas de milhares de empregos bem remunerados perdidos para concorrentes internacionais e de uma escalada nos preços dos alimentos e do combustível que suas famílias consomem.

Assim, enquanto Hillary atacava tratados comerciais em Indiana, Bill viajou para Nova York e faturou uma boa grana para dizer aos brasileiros que ele defende o livre comércio. O discurso e o gordo cachê foram cortesia do perene especialista brasileiro em autopromoção Mario Garnero.

Quando chegou a terça-feira, a senadora Clinton já havia encontrado algo de bom a dizer sobre o etanol brasileiro. Na quarta, ela emprestou US$ 6,4 milhões à sua campanha eleitoral.

Artigo do historiador britânico KENNETH MAXWELL, publicado hoje na Folha.

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O evento caça-níqueis, referido pelo professor Maxwell, e promovido pelo "empresário" Garnero, contou com a presença da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Rorato Crusius (PSDB), que até o momento não relatou à população sobre os resultados de sua viagem custeada pelo insolvente Tesouro estadual.

Por outro lado, até onde se sabe, também os deputados da Oposição na Assembléia não solicitaram formalmente nenhum pedido de informação ao Executivo sobre o comparecimento da governadora a uma solenidade puramente promocional, sem nenhuma relevância para os interesses do Estado.

Foto: Yeda com Clintão e o “empresário” Mário Garnero.

Fac-símile da página on line de ZH de sábado passado, quando da volta da governadora de NY.

7 comentários:

Anônimo disse...

Tchê, essa mulher não dá UMA dentro.
Mas da onde tiraram essa onça, meu Deus do céu?

Anônimo disse...

Ora Malacara, tiraram do nosso grandioso "staff" político e os burros dos gaúchos e gaúchas, que se acham os mais inteligentes, politizados elegeram essa coisa que nos assola hoje!!!
Maria Eduarda

Anônimo disse...

O "novo jeito de governar" veio tentar terminar o que Britto começou. As mesmas pessoas que apoiavam e tinham benesses com o ex-governador dão carta branca a moradora da Chácara das Pedras. É igual, inclusive o "amansamento" do PIG local que já está tendo resposta das papeleiras!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muito bom o texto do Maxwell e a parte mais importante é que "enquanto Hillary atacava tratados comerciais em Indiana, Bill viajou para Nova York e faturou uma boa grana para dizer aos brasileiros que ele defende o livre comércio.". De que lado, afinal, estão os Clinton?

Anônimo disse...

Do lado dos brasileiros, certamente, eles não estão.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Anônimo, prefiro mil vezes os Clinton do que o trogolodita do Bush, mas sou Obama desde pequeninho.

Anônimo disse...

Que tu é Obama o quê. Racista do jeito que és.

E será que o Clinton apresentou um charutinho para nossa querida governadora?
Porque este rapaz sabe apreciar um tabaco!

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