Irlanda resvala para o abismo econômico em 2009
O gráfico acima foi publicado pelo jornal francês “Le Monde”, de alguns dias atrás. Mostra a previsão da Comissão Européia de desempenho econômico de vários países da zona do euro-moeda. Chama a atenção a bancarrota anunciada da República da Irlanda, com crescimento negativo de 11% para o corrente ano.
Em pensar que a Irlanda já foi proclamada pela imprensa neoliberal como o “Tigre Céltico”, quando logrou crescer cerca de 9% ao ano, no período de 1995 a 2001.
Evidentemente um crescimento insustentável, episódico, artificial, porque baseado no receituário clássico do neoliberalismo mais ortodoxo: desregulação selvagem, radical encolhimento do Estado, liberação à entrada de capitais predadores, flexibilização total das leis trabalhistas, privatização de setores estratégicos, altas taxas de endividamento interno, hipertrofia no consumo de supérfluos, financeirização da economia produtiva, etc. Só um elemento dinâmico pode salvar a Irlanda, o fato de ter estimulado a alta tecnologia, em detrimento das indústrias de tecnologia obsoleta. Essa talvez seja a saída do velho tigre agora desdentado.
A propósito: gostaríamos muito de ouvir a voz doutoral do “comunicador” Lasier Martins, que ainda recentemente cantava a Irlanda em prosa e verso em suas “inteligentes” locuções no rádio e na tevê da RBS.
O gráfico acima foi publicado pelo jornal francês “Le Monde”, de alguns dias atrás. Mostra a previsão da Comissão Européia de desempenho econômico de vários países da zona do euro-moeda. Chama a atenção a bancarrota anunciada da República da Irlanda, com crescimento negativo de 11% para o corrente ano.
Em pensar que a Irlanda já foi proclamada pela imprensa neoliberal como o “Tigre Céltico”, quando logrou crescer cerca de 9% ao ano, no período de 1995 a 2001.
Evidentemente um crescimento insustentável, episódico, artificial, porque baseado no receituário clássico do neoliberalismo mais ortodoxo: desregulação selvagem, radical encolhimento do Estado, liberação à entrada de capitais predadores, flexibilização total das leis trabalhistas, privatização de setores estratégicos, altas taxas de endividamento interno, hipertrofia no consumo de supérfluos, financeirização da economia produtiva, etc. Só um elemento dinâmico pode salvar a Irlanda, o fato de ter estimulado a alta tecnologia, em detrimento das indústrias de tecnologia obsoleta. Essa talvez seja a saída do velho tigre agora desdentado.
A propósito: gostaríamos muito de ouvir a voz doutoral do “comunicador” Lasier Martins, que ainda recentemente cantava a Irlanda em prosa e verso em suas “inteligentes” locuções no rádio e na tevê da RBS.
11 comentários:
A Irlanda progrediu além da conta e agora está passando pela fase natural do refluxo. Isso é absolutamente normal. Mas a receita que a Irlanda seguiu não estava errada. Como tudo na vida é dialética. E eu acredito piamente na força da dialética, o que a Irlanda deve fazer são ajustes e, talvez até, pequenos ajustes na sua gestão, sobretudo na fiscalização e na regulação. Ao contrário do que dizem por ai a atual crise não é o muro de Berlim. Em 1989 as economias socialistas ruiram como castelo de cartas. Em poucos meses nada mais existia, como mostrou o excelente filme: Adeus Lennin. Nem mesmo a lata de bons pepinos da estatal da DDR sobrou. Elas viraram peças de museu. Não se preocupem, os princípios do livre mercado, do Estado enxuto, mas com a responsabilidade de fiscalizar e regular vão continuar perenes.
Tem animal de quatro patas arrastando carroça que não consegue enxergar além do nariz... .
Estamos diante da maior depressão econômica desde 1929 e o cara continua com a sua fé cega nas livres e saudáveis forças do mercado. A Camargo Correa que o diga... .
Sim, perenes, nos livros dos Chicago Boys, nas palavras das antas atoladas e nas retrospectivas dos desastres cíclicos do capitalismo.
Para ajustar um déficit fiscal estimado em 11%, onze %, será preciso, conforme o Mala, um pequeno esforço. Hilário ou compatível com uma mente infantil.
las dos cosas, pibe
Um pequeno ajuste na mente de quem pensa no patamar dos "trilhoes de dolares" deve significar alguns "bilhões", afinal de contas dinheiro público é pra estas coisas - vide a Matriz em Washinghton!
A idiota da gazela do parcão deve estar nervosa com o desfecho da Daslu: A Irlanda não está com refluxo, está quebrada. E sabe porque? porque aquela receita´é veneno puro.
Presta atenção! Nem o PIG está conseguindo esconder que a vaca sagrada do "consenso de Washington" foi para o Brejo.
Claudio Dode
Não, justamente estar investindo em tecnologia de ponta (diga-se poupadora de mão de obra, trickle-down, ou seja, concentradora de renda) vai ajudar a Irlanda a ruir ainda mais. A não ser que comece a pensar em aceitar a sua entrada na UE (não sei se eles -UE- querem mais), se submeter a regras e ampliar a complementaridade produtiva. Isso pode dar um alento ao país dentro da lógica capitalista, o problema é que a solução não passa mais por ai...
Nada de novo, Feil. Os capitalistas sempre procuram colocar na vitrina algum país, ou região, para engabelar os incautos. Lembra do milagre chileno? Do milagre mexicano? E da Argentina?
Na segunda metade da década passada, a Argentina era louvada em verso e prosa por seu governo, de Carlo$ Menem, ter optado pelo fundamentali$mo de mercado.
A RBS e outros órgãos da mídia hegemônica não se cansavam de exaltar o caminho escolhido pelo país vizinho. Pouquíssimo tempo depois, já em 2001, pudemos observar o resultado de tão boa escolha.
No dia 8 de julho de 1997, o professor do ITA, Luís Paulo Rosenberg, se demanchava em elogios à opção argentina em sua coluna no jornal Folha de São Paulo. A coluna foi publicada com o título de "Ortodoxia corajosa". Nela, Rosenberg afirmava, entre outras coisas:
"Em primeiro lugar, deve-se mesmo reconhecer e aplaudir a ortodoxia econômica do governo Menem."
"Ou aprovavam-se as medidas modernizantes sem cambalachos, ou o caos não seria mera figura de retórica."
"Globalização não se discute, adere-se a ela com determinação e muito trabalho para partilhar dos frutos da riqueza crescente ou fica-se à margem da história."
"A Argentina teve a determinação necessária e vai colher o que plantou."
"Se a França, com seu governo socialista, quiser servir de laboratório para o mundo, tentando violar o dogma de que não há almoço grátis, o problema é dela. Na verdade, eis aí um país que há muitos anos fez sua opção por tornar-se um grande e maravilhoso museu, mas sem substãncia econômica.”
“Louvável política econômica argentina, erecta, transparente e moderna. Que enfrenta os erros do passado, não ilude o povo com soluções fáceis e começa a construir uma nação moderna e forte."
Em pelo menos uma coisa, Rosenberg acertou: a Argentina colheu o que plantou. Foi buscar água no fundo, quase seco, do poço.
Passados alguns anos, podemos constatar o quão "erecta, transparente e moderna" era a política econômica argentina na era Menem. O quão moderno e forte se tornou o país dos hermanos após ser submetido ao fundamentalismo neoliberal. A ficha de Menem dá uma boa idéia da transparência de seu governo.
Para terminar, podemos também observar qual dos dois países, França ou Argentina, ficou sem substância econômica. Podemos ver também os argentinos a partilharem, gozosamente, "dos frutos da riqueza crescente".
Muitas empresas quebraram na Europa Continental por culpa da delocalizaçao na Irlanda, concorrencia desleal foi apelido.
Merecem isso e muito mais, provocaram uma guerra fiscal pior do que a do brito/fhc/acm no Brasil.
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