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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 12 de março de 2009

O futuro do jornalismo


Que futuro?

Aqui nos EUA, metade dos jornais vão morrer nos próximos dez anos. Os grandes, tipo New York Times, sobreviverão. Possivelmente sairão menores do que entraram. A curto e médio prazo, a situação no Brasil é diferente. Os governos FH e Lula trouxeram muita gente para a classe média e o número de alfabetizados aumenta. Há mais leitores de jornal. Mas, a longo prazo, isso só quer dizer uma coisa: os grandes grupos de mídia brasileiros têm mais tempo do que os norte-americanos para enfrentar as mudanças que já estão acontecendo. Em sua maioria, estão postergando tais mudanças por dois motivos. O primeiro é que não sabem exatamente o que têm de fazer. O segundo é porque nós, jornalistas, somos bichos extremamente conservadores. Resistimos a mudanças. [...]

Continue lendo o artigo do blogueiro Pedro Doria, aqui. Recomendo.

15 comentários:

Anônimo disse...

Essa dinâmica do crescimento dos jornais no terceiro mundo é realmente curiosa - e positiva. De fato, o Brasil e a Índia, por exemplo, estão começando a ler jornal. Isso só agora em 2009! Antes tarde do que nunca.

Quanto às mudanças nos jornais para sobreviver a longo-prazo, quando a mesma crise que hoje existe nos EUA chegar aqui, a palvra chave é: entretenimento.

Jornais que apostarem em diversificar conteúdo, investir em suplementos segmentados e localismo (seções destinadas a bairros, cidades, etc) são os que vão sobreviver.

Ironia: os jornais gaúchos há quase 10 anos investem nessa fórmula e são (Diário Gaucho, ZH e Correio) os que mais crescem no país.

Anônimo disse...

Esse crescimento já bateu no teto, anônimo, especialmente agora com a crise do capitalismo.

Anônimo disse...

Pior é que não Gustavo. O mercado editorial brasileiro tem um mundo para crescer. Mais precisamente: milhões de novos leitores que só agora tem condições de ler e comprar jornal. Certamente vai bater num teto uma hora, mas não por enquanto.

Anônimo disse...

Cristof, imagino que tenhas visto o Maia, com um aqueles óculos de plástico, que vem com nariz e bigode. Acordou com uma angústia...

Anônimo disse...

ZH cresce?

Anônimo disse...

ZH cresce. As dívidas.

Anônimo disse...

Bateu recorde histórico de circulação em 2008, com 180 mil/dia (o que dá quase um milhao de meio de leitores).

Anônimo disse...

Nome: Zero Hora
Leitores: 180 mil (a conferir)
Credibilidade: Zero (já conferido)

Jurandir Paulo disse...

Números que vi mostram que o crescimento de circulação de jornais no Brasil aconteceu apenas no segmento de jornais populares. Os grandes estão estagnados ou em queda, com perda de receita publicitária. A crise dos americanos tem características próprias, mas há o fato de que o modelo da mídia em papel vem sofrendo um avassalador ataque da internet. A TV principalmente, já havia obrigado os jornalões a deixarem de ser factuais para serem mais analíticos, a internet está roubando esse papel. Resultado natural de um mercado dominado por cartéis, de um mesmo setor ideológico. O leitor agora quer mais, e os jornais não sabem como e se querem dar o que pedem.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Essa história lembra o surgimento do videocassete quando se dizia que iria acabar com o cinema. De fato, num primeiro estágio, houve uma queda de público nas salas da sétima arte, mas depois a situação se normalizou e os cinemas hoje estão bombando. A internet não vai acabar com os jornais de papel. Se essa lógica fosse verdadeira, poderíamos dizer que os livros estão fadados ao esquecimento. Isso é apenas desejo ideológico recheado com doses cavalares de tolice pura. Uma simples perguntinha: por que certa esquerda não consegue editar um bom jornal diário? Resposta óbvia, porque ela aposta todas suas fichas tortas no anticapitalismo.

Anônimo disse...

Aqui, a Veja e FSP já morreram. Falta apenas enterrar.

armando

Anônimo disse...

Do site VI O MUNDO: "Nem a Folha lê a Folha: Comparato criticou Cuba no jornal em 2004
Atualizado em 11 de março de 2009 às 23:51 | Publicado em 11 de março de 2009 às 23:47
A mundialização humanista, pela qual lutamos, funda-se no respeito integral à democracia e aos direitos humanos, caminho que, infelizmente, não tem sido seguido pelo governo cubano.
A frase acima faz parte de uma carta escrita pelo professor Fábio Konder Comparato e publicada pela Folha de S. Paulo em 2004.
Põe abaixo a acusação da Folha de que o repúdio de Comparato ao uso do neologismo "ditabranda" para definir o regime militar brasileiro teria sido "cínico e mentiroso" pelo fato dele nunca ter criticado Cuba.
Uma coisa nunca teve a ver com a outra, mas demonstra também que nem a Folha lê mais a Folha.
Quem descobriu isso foi o Rodrigo Vianna."

Mais uma pequena grande prova de que os jornalões brasileiros são especialistas em fazer política partidária, jornalismo não é com eles...
Provavelmente, devem conseguir escapar da crise que os jornalões norte-americanos atravessam, como noticiado no blog Toda Mídia, do jornalista Nelson de Sá da insuspeita (para os direitosos, que adoraram os tempos da "ditablanda") FSP:
"O "NYT" destaca na capa a reportagem "Conforme as cidades vão de dois jornais para um, fala-se em zero".
"Seattle Post-Intelligencer" e "Tucson Citizen" devem deixar de circular "na próxima semana", enquanto Denver perdeu o "Rocky Mountain News" duas semanas atrás. Mas as três cidades ainda têm um segundo jornal. Economistas e executivos alertam agora que "é questão de tempo para alguma grande cidade americana ficar sem nenhum jornal local".
O "NYT" cita que "analistas dizem que outros grandes jornais entraram no vermelho recentemente, incluindo o 'Washington Post'".

Como dizia, provavelmente o PIG brasileiro escape da debacle graças aos polpudos "jabas" publicitários que recebem de governos demo-pfls, tucanos e pmdebistas Brasil afora. Daí porque se especializam cada vez mais em fazer política partidária e não jornalismo.

Jurandir Paulo disse...

Carlos Eduardo de Maia, é impressionante sua capacidade de reduzir o pensamento a clichês vazios. Disse você:

Uma simples perguntinha: por que certa esquerda não consegue editar um bom jornal diário? Resposta óbvia, porque ela aposta todas suas fichas tortas no anticapitalismo.

Não é verdade. Os motivos são outros.

1) O negócio jornal é péssimo, tem uma margem de lucro reduzida, com riscos altíssimos. Há pesados custos em encargos e insumos. Jornais raramente foram criados para gerarem lucros aos seus proprietários, mas fundamentalmente influência. Passaram a existir quando alguém precisou fazer propaganda de uma idéia e tinha dinheiro para pagar papel, tinta e operários. Pouco mudou ao longo dos tempos.

2) O negócio se transformou em cartel, as empresas não concorrem mais pelo mercado, trocam interesses. Compram papel juntas, montam sistemas únicos de distribuição, têm negócios em comum. Um impacto imediato para um novo jornal, e de esquerda, seria o de pagar 5 vezes mais pelo mesmo papel que a Folha, o Globo a ZH pagam.

3) A venda em banca não pagaria o custo da impressão. O investimento inicial, levando em conta a compra de uma rotativa, seria pago em 10 anos com valores maiores do que o jornal poderia conseguir em publicidade, já que o cartel concorrente seria cruel, usando de todos os seus recursos contra os seus anunciantes.

E este péssimo negócio agora se tornou ainda pior com a internet, agilizando a informação, contestando o que o cartel tenta vender. Não há consultoria que consiga montar um “business plan” para a esquerda, como vocês capitalistas gostam de falar. Não é o anticapitalismo que impede. É o capitalismo que monopolizou o negócio e impede um novo “partner”, como vocês também acham o máximo falar.

Anônimo disse...

Além disso, convém lembrar a experiência do falecido Diário do Sul aqui em Porto Alegre. Não era um jornal de "certa esquerda", mas reunia um dos melhores times já formados no jornalismo gaúcho, com jornalismo de qualidade e postura crítica. O que aconteceu? Do pouco que se sabe a respeito, foi boicotado até a morte, não pelos leitores, mas pelo "mercado" - que não suporta se ver retratado de maneira realista.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Prezado Jurandir Paulo, não posso responder tuas indagações e levar esse assunto importante adiante, porque minha participação neste Blog está reduzida a um comentário por post...

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