RBS (e Lya Luft) é que ainda mantém vivo o yedismo guasca
É difícil existir conversa mais enjoativa que essa de classificar o mítico “gaúcho” pelos antagonismos do passado e até – imaginem – por disputas esportivas. O grave é que há uma certa naturalização desse ânimo belicoso atribuído aos sul-rio-grandenses. Assim, um constructo absolutamente artificial passa a constituir uma característica “natural” dos indivíduos, além e acima das diferenças de classes.
A mídia hegemônica e a publicidade vendedora de mercadorias estimulam e se alimentam destes conceitos de botequim, porque são imagens (sub) identitárias plásticas, espécie de massinha de modelar que se ajusta a propósitos ideológicos, políticos, eleitorais, publicidade comercial e, evidentemente, conversa flácida de boteco.
Sábado passado, dia 28, o jornal Zero Hora ocupou um espaço – pela octagésima nona edição, sei lá – tratando desse tema tolinho, tendo a pretensão de agregar uns aromas sociológicos, antropológicos e ônticos ao texto. Uma coisa vexatória!
Mas qual seria o objetivo de ZH com esse pirão requentadíssimo? Ora, simples. Inscrever a “Questão Yeda” no rol dos intermináveis antagonismos guascas, folclorizando-os. Com essa mágica operação de ocultamento do real, desqualificar as graves suspeitas que pesam como toneladas sobre o governo ilegítimo que ainda ocupa o Palácio Piratini.
Zero Hora está dizendo que isso é assim mesmo, no Rio Grande tudo é disputa, “os gaúchos são invejosos uns dos outros” (como diz um entrevistado do jornal), gaúcho nunca está satisfeito, procuram sempre ver diferença em tudo, birirí-bororó. Agora, a "Questão Yeda" é mais um dos tantos cismas e rivalidades que fazem parte do cenário folclórico do modo de ser da cultura guasca. Uma fórmula - sem dúvida - astuciosa de despolitizar e desagravar a chamada "Questão Yeda". O assunto é subtraído do mundo objetivo da política e inscrito no incerto mundo dos costumes e idiossincrasias regionais, cercado de subjetividades, paixões e aparências outras.
Mais uma tentativa de aliviar a grave e profunda crise de legitimidade e governabilidade (cada vez mais deputados aliados da governadora manifestam suspeitas sobre o próprio governo que sustentam ou sustentavam) do arranjo tucano no Estado.
Como diz o poeta Arnaldo Antunes, o pulso ainda pulsa, [e alinhando todos os males que assolam o torrão guasca, de forma premonitória] hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia, toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia, úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria, sífilis, ciúmes, asma, cleptomania...
Coisas da vida.
É difícil existir conversa mais enjoativa que essa de classificar o mítico “gaúcho” pelos antagonismos do passado e até – imaginem – por disputas esportivas. O grave é que há uma certa naturalização desse ânimo belicoso atribuído aos sul-rio-grandenses. Assim, um constructo absolutamente artificial passa a constituir uma característica “natural” dos indivíduos, além e acima das diferenças de classes.
A mídia hegemônica e a publicidade vendedora de mercadorias estimulam e se alimentam destes conceitos de botequim, porque são imagens (sub) identitárias plásticas, espécie de massinha de modelar que se ajusta a propósitos ideológicos, políticos, eleitorais, publicidade comercial e, evidentemente, conversa flácida de boteco.
Sábado passado, dia 28, o jornal Zero Hora ocupou um espaço – pela octagésima nona edição, sei lá – tratando desse tema tolinho, tendo a pretensão de agregar uns aromas sociológicos, antropológicos e ônticos ao texto. Uma coisa vexatória!
Mas qual seria o objetivo de ZH com esse pirão requentadíssimo? Ora, simples. Inscrever a “Questão Yeda” no rol dos intermináveis antagonismos guascas, folclorizando-os. Com essa mágica operação de ocultamento do real, desqualificar as graves suspeitas que pesam como toneladas sobre o governo ilegítimo que ainda ocupa o Palácio Piratini.
Zero Hora está dizendo que isso é assim mesmo, no Rio Grande tudo é disputa, “os gaúchos são invejosos uns dos outros” (como diz um entrevistado do jornal), gaúcho nunca está satisfeito, procuram sempre ver diferença em tudo, birirí-bororó. Agora, a "Questão Yeda" é mais um dos tantos cismas e rivalidades que fazem parte do cenário folclórico do modo de ser da cultura guasca. Uma fórmula - sem dúvida - astuciosa de despolitizar e desagravar a chamada "Questão Yeda". O assunto é subtraído do mundo objetivo da política e inscrito no incerto mundo dos costumes e idiossincrasias regionais, cercado de subjetividades, paixões e aparências outras.
Mais uma tentativa de aliviar a grave e profunda crise de legitimidade e governabilidade (cada vez mais deputados aliados da governadora manifestam suspeitas sobre o próprio governo que sustentam ou sustentavam) do arranjo tucano no Estado.
Como diz o poeta Arnaldo Antunes, o pulso ainda pulsa, [e alinhando todos os males que assolam o torrão guasca, de forma premonitória] hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia, toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia, úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria, sífilis, ciúmes, asma, cleptomania...
Coisas da vida.
18 comentários:
Como costumas dizer, na veia.
Um abraço.
texto perfeito
Todos os países e regiões que se desenvolveram econômica e socialmente realizaram uma agenda de consenso. Tem gente medíocre como o Raul Pont que acha irreal essa agenda. As pessoas que acham que o real é a divisão construíram agendas do autoritarismo, do subdesenvolvimento e do atraso. Coisas da vida.
Tudo bem, consenso.
Mas consenso em torno do quê, mesmo seu çabixão?
Consenso em tomar 1,1 bi de dólares e assumir dívida em dólar para o RS?
Se estamos falando disso, houve consenso só quanto a forma de futuramente sermos condenados à morte. Ou seja, optamos todos, inclusive o PT, por morrermos enforcados por uma dívida financeira impagável.
OK, temos o consenso, então agora estamos preparados para crescer como a China. Beleza, viu como é super simples, seu çabixão?
Bravo, Cristóvão. Eu acho que há uma certa brabeza que talvez se explica pela mais recente memória de guerra dentre os estados do país. Só que isso nada tem a ver com a chinelagem que vem assolando o estado. NADA. ZH está prestando um serviço vergonhoso de desinformação. Só que isso não cola. Não dá para apostar que todo mundo é imbecil o tempo todo.
Prieb, o "teu PT" aprovou esse empréstimo e por unanimidade. E melhor assim do que assado. Existe sim uma agenda comum para o desenvolvimento econômico e social de qualquer estado, mas tem gente, os medíocres POnts da vida, que acha que essa agenda é irreal. Depois não sabem porque continuam perdendo eleições....
Sabe que eu acho uma boa xingar uma pessoa faltosa ou inútil como Yeda de escarlatina!
Sua toxoplasmose! Asma incompetente! Fora sífilis! É mais clean do que chamar de fdp, por exemplo.
Já o Gilmar Mendes eu acho uma espécie de cancro mole. O Lair Ferst é um casca de ferida.
O Simon é uma asma senil!
O Britto é uma gonorréia.
Daniel Dantas é um câncer com metástase
Francamente, poderiamos dizer que o Olívio é uma seborréia ou uma cirrose e o Pont um furúnculo. Definitivamente, nunca teremos um bom debate com esse tipo de argumento.
O Maia no máximo ia ser uma hemorróidas apodrecida
Definir o Raul Pont como medícre só pode ser coisa de um fundilho cagado.
Agenda de consenso? Consenso para desenvolver a quem, cara-pálida? O consenso que os tucanos propõem é aquele: eles jogam o sabonete e a nós, trabalhadores e o povão em geral, fica a tarefa de juntá-lo.
O que, em suma, tucanos, democratas(?) e outros propõem é desenvolver, engordar os ganhos daqueles que já estão gordos, balofos de tanto lucro.
E o consenso? Ah, o consenso surge da nossa aceitação de que quem tem que garantir esses lucros somos nós, com desemprego, baixos salários, falta de recursos para a educação, para a saúde e outras necessidades elementares.
Se alguém ousa discordar dessa farra é imediatamente tachado de radical, medíocre e outras adjetivações.
Bem, vamos falar a sério, então. O des(governo) Yeda Crusius está precisando de consenso para implementar seu maravilhoso projeto de redenção do Rio Grande?
Pois o tal consenso (para sorte nossa, de todos os gaúchos) não está sendo selado é na base de apoio da governadora. Se não, vejamos: dos 55 deputados estaduais, quanto são os que votam contra as maravilhas que a governadora promete para os gaúchos? Uns 10 ou 12, talvez 15 deputados. E quantos votam, ou pelo menos deveriam votar, a favor dos projetos de Yeda? Entre 40 e 45 deputados, maioria absoluta, disparada.
E ainda querem me convencer de que o tal consenso, que seria supostamente essencial para que se chegue desenvolvimento, não sai por culpa do Pont e de alguns outros eternos insatisfeitos. Pára com isso!
Agenda de consenso é modificar as estruturas do Estado para que ele funcione -- não apenas ao interesse corporativo dos políticos e dos sindicatos -- para a construção da cidadania e a inclusão no mercado de trabalho. Isso é o que efetivamente importa. . A diretoria atual do CPERS - movida por interesses que foram derrotados na eleição -- se agarra a um plano de cargo de salários da década de 70 e grita para todo mundo que quer mudar. E tem gente que acredita....
E o Raul Pont é sim um grande medíocre. É um cara que navega apenas na superfície da babaquice ideológica da manutenção do status quo. Ele é um conservador.
Nelson, a Espanha -- que no passado não conseguia se desenvolver socialmente e economicamente -- conseguiu resolver e superar seus problemas. Deixou de lado a babaquice da discussão ideológica e passou a arregaçar as mangas na construção de um Estado moderno. A agenda do PSOE é praticamente a mesma do PP. Zapatero - com algumas pequenas nuances -- segue a política de Aznar que seguiu a de Gonzales. E vou além, Lula seguiu a agenda de FHC e o sucessor de Lula vai seguir a mesma agenda. Mas no RS tudo tem que ser diferente e o medíocre do Raul Pont acha que essa agenda é irreal. Como é que pode ser irreal uma agenda que já deu certo em diversos lugares?
Nada mais Mediocre que o Maia. Nada, aliás, depois da pessoa que se esconde atrás dele.
O Bom mesmo é Gilberto Thums e Gilmar Mendes e o governo da Yeda que perseguem o movimento social, e não prendem nem o Dantas, nem os clones sulistas que atuaram no Detran, no Daer, no Banrisul.
Devem adorar o jogo de tênis, não só pela identidade de classe, mas porque no tenis o saque é decisivo.
Claudio Dode
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