Diretor acusou o golpe
Uma das arenas mais disputadas da luta de classes é a do campo disciplinar da História. Não sei se foi o presidente Roosevelt ou o seu vice Truman, que acabou assumindo a presidência em abril de 1945, que determinou que os aliados e as tropas de ocupação da Alemanha no pós-guerra fizessem o máximo de registros fotográficos possível com o objetivo de marcar a memória da Humanidade com as imagens do terror nazi.
Roosevelt (ou Truman) teria dito que a fotografia é fundamental, para que ninguém mais adiante fosse capaz de desmentir as atrocidades da Alemanha hitlerista ou mesmo ousasse fazer versões narrativas abrandadas do terror de Estado. O oficialismo norte-americano, inclusive, foi adiante e deu consequências outras a este gesto de um presidente. Depois da Segunda Guerra, o Estado norte-americano financiou estudos para investigar as estruturas do nazifascismo. Para tanto, contratou estudiosos e acadêmicos para escrever sobre o fenômeno de massa alemão, entre os quais se encontrava o grande Herbert Marcuse que escreveu demorados ensaios sobre a sua Alemanha sob o regime hitlerista. No Brasil, os ensaios de Marcuse foram editados pela Zahar, com o título “Contra-revolução e Revolta” e constituem contribuição preciosa para entender o fenômeno do fascismo de massas como método objetivo de superação das crises cíclicas do capital.
Estou comentando isso para fazer nariz-de-cera sobre o famigerado editorial da Folha (em 17 de fevereiro último) em que foi adotado o neologismo pinochetista da “ditabranda”. O tema se inscreve nessa disputa pela hegemonia de palavras e conceitos acerca do campo histórico.
Ano passado, houve uma disputa pelo bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil, quando passamos a orbitar em torno do planeta Inglaterra, em detrimento da França napoleônica que ameaçava todos os estabelecido reinos europeus, inspiradora da luta de Tiradentes e seus camaradas. A oligarquia brasuca e sua mídia amiga tem nostalgia do Império brasileiro do século 19. Aquilo sim é que era regime! Acumulamos riqueza e constituímos um Brasil só nosso, naquele período de ouro – devem dizer até hoje os barões falidos e a sua fuleira côrte de sambódromo.
Dias atrás, um conhecido tucano da praça, Marco Antonio Villa, sentindo-se à vontade nas páginas da mesma Folha, cometeu também a sua revisão sobre o regime ditatorial 1964-85. Villa disse que “o regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos”. E se esbaldou: “Não é possível chamar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação político-cultural. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições para os governos estaduais em 1982”.
A serpente solta da Folha, finalmente chocou os seus ovos e estes inundaram o meio de pequenas e perigosas serpentinhas. Esse é, pois, o papel de um intelectual orgânico da direita, incentivar e fazer se alastrar palavras de ordem sobre a vida social e as relações entre as classes.
Agora, se observa o quanto é importante combater esses propósitos, aparentemente sem relevância, de um grande jornal diário. A palavra de ordem “ditabranda” é um fomento, um assopro nas brasas ideológicas adormecidas da direita brasuca. Daí à combustão, falta só um passo.
É preciso, pois, denunciar e combater corajosamente esses ninhos de serpentes, sempre que for necessário. Assim foi feito por centenas de manifestantes, sábado último, na frente da sede do jornal da família Frias, em São Paulo. O ato foi plenamente exitoso, tanto que o diretor de redação Otavio Frias Filho retratou-se sobre o uso da expressão “ditabranda”.
A mídia oligárquica brasileira só entende essa linguagem, o combate, a denúncia permanente e o confronto direto contra as suas pretensões golpistas e regressistas.
Uma das arenas mais disputadas da luta de classes é a do campo disciplinar da História. Não sei se foi o presidente Roosevelt ou o seu vice Truman, que acabou assumindo a presidência em abril de 1945, que determinou que os aliados e as tropas de ocupação da Alemanha no pós-guerra fizessem o máximo de registros fotográficos possível com o objetivo de marcar a memória da Humanidade com as imagens do terror nazi.
Roosevelt (ou Truman) teria dito que a fotografia é fundamental, para que ninguém mais adiante fosse capaz de desmentir as atrocidades da Alemanha hitlerista ou mesmo ousasse fazer versões narrativas abrandadas do terror de Estado. O oficialismo norte-americano, inclusive, foi adiante e deu consequências outras a este gesto de um presidente. Depois da Segunda Guerra, o Estado norte-americano financiou estudos para investigar as estruturas do nazifascismo. Para tanto, contratou estudiosos e acadêmicos para escrever sobre o fenômeno de massa alemão, entre os quais se encontrava o grande Herbert Marcuse que escreveu demorados ensaios sobre a sua Alemanha sob o regime hitlerista. No Brasil, os ensaios de Marcuse foram editados pela Zahar, com o título “Contra-revolução e Revolta” e constituem contribuição preciosa para entender o fenômeno do fascismo de massas como método objetivo de superação das crises cíclicas do capital.
Estou comentando isso para fazer nariz-de-cera sobre o famigerado editorial da Folha (em 17 de fevereiro último) em que foi adotado o neologismo pinochetista da “ditabranda”. O tema se inscreve nessa disputa pela hegemonia de palavras e conceitos acerca do campo histórico.
Ano passado, houve uma disputa pelo bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil, quando passamos a orbitar em torno do planeta Inglaterra, em detrimento da França napoleônica que ameaçava todos os estabelecido reinos europeus, inspiradora da luta de Tiradentes e seus camaradas. A oligarquia brasuca e sua mídia amiga tem nostalgia do Império brasileiro do século 19. Aquilo sim é que era regime! Acumulamos riqueza e constituímos um Brasil só nosso, naquele período de ouro – devem dizer até hoje os barões falidos e a sua fuleira côrte de sambódromo.
Dias atrás, um conhecido tucano da praça, Marco Antonio Villa, sentindo-se à vontade nas páginas da mesma Folha, cometeu também a sua revisão sobre o regime ditatorial 1964-85. Villa disse que “o regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos”. E se esbaldou: “Não é possível chamar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação político-cultural. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições para os governos estaduais em 1982”.
A serpente solta da Folha, finalmente chocou os seus ovos e estes inundaram o meio de pequenas e perigosas serpentinhas. Esse é, pois, o papel de um intelectual orgânico da direita, incentivar e fazer se alastrar palavras de ordem sobre a vida social e as relações entre as classes.
Agora, se observa o quanto é importante combater esses propósitos, aparentemente sem relevância, de um grande jornal diário. A palavra de ordem “ditabranda” é um fomento, um assopro nas brasas ideológicas adormecidas da direita brasuca. Daí à combustão, falta só um passo.
É preciso, pois, denunciar e combater corajosamente esses ninhos de serpentes, sempre que for necessário. Assim foi feito por centenas de manifestantes, sábado último, na frente da sede do jornal da família Frias, em São Paulo. O ato foi plenamente exitoso, tanto que o diretor de redação Otavio Frias Filho retratou-se sobre o uso da expressão “ditabranda”.
A mídia oligárquica brasileira só entende essa linguagem, o combate, a denúncia permanente e o confronto direto contra as suas pretensões golpistas e regressistas.
10 comentários:
Achei corajoso e importante o Manifesto do MSM.
Porém o Frias nao fez uma retraçao, na realidade ele reafirma o conceito sem emiti-lo.
Nota-se com preocupaçao, que a midia em geral nao colocou uma só palavra de repudio ao editorial da Folha. Nenhum "arauto" das liberdades da Globo, por exemplo, emitiu opiniao. Tivemos sim, na propria Folha, alhuns pseudo-intelectuais - os mesmos escalados para bater no LULA - a falar em acordo com o jornal.
Preocupa me em particular o rumo das coisas aqui, enquanto a America latina dá exemplo de governo Democratico, e aTÉ os EUA, mesmo timidamente, revê alguns conceitos belicosos e facistas, o Brasil se aproxima via as Oligarquias, de um perido PIOR do que a ditadura, pois poderemos ter perseguiçoes, destruiçao de reputaçoes e silencio conivente a um governo Serra/PSDB que muito lembrará, já como faz em Sao paulo, as tecnicas nazistas de propaganda..
Rezemos.....
A Folha disse que errou ao utilizar o termo Ditabranda, mas manteve toda a sua crítica a uma hipocrisia de uma certa esquerda que acha que o que ocorreu no Brasil foi o mesmo que aconteceu no Chile e na Argentina. Não foi. O artigo de Marco Antonio Villa é denso e profundo, sai daquela mediocridade da superficialidade e coloca os pingos nos is. A ditadura militar no Brasil foi muito mais branda e progressista do que a do Chile e da Argentina. A ditadura brasileira incenvitou a formação de quadros científicos em todas as áreas do conhecimento. Isso não aconteceu na ARgentina. Foram criadas diversas estatais no regime militar: Embrafilme (O Celso Amorim foi presidente da Embrafilme na época da ditadura), a Funarte e o projeto Pixinguinha que difundiu a música brasileira em todos os lugares. Isso aconteceu no cone sul? Na época da ditadura brasileira circulavam jornais independentes -da imprensa alternativa- com críticas ao regime (evidentemente, não deve ser esquecida a ação nefasta da censura contra esses periódicos). Isso ocorreu no Chile de Pinochet? E os festivais de música popular e as canções-protesto? Na Argentina de Videla esse fato se repetiu? E o teatro de protesto? O regime militar brasileiro estatizou grande parte da economia. Somente o presidente Ernesto Geisel criou mais de uma centena de estatais. Os governos militares industrializaram o país, modernizaram a infraestrutura, romperam os pontos de estrangulamento e criaram as condições para o salto recente do Brasil, como por meio das descobertas da Petrobras nas bacias de Santos e de Campos nos anos 1970.
Mas certa esquerda que ainda acredita que o motor da história é apenas movido por um conceito ultrapassado da luta de classes quer escrever a história com a omissão de certas verdades históricas. Depois eles não entendem porque estão perdendo cada vez mais o terreno da credibilidade.
E sobre a ditabranda de Cuba? Nada?
Lindo de ver como esse esquerdalha tem PAVOR da imprensa. Criticam a ditabranda, mas, no íntimo, sonham com pelo menos um aspecto da ditabranda: o poder para censurar jornais.
Pronto, agora temos um filhote gago do Marco Antonio Villa por aqui.
Maia, seja você mesmo, filhote!
"A ditadura militar no Brasil foi muito mais branda e progressista do que a do Chile e da Argentina."
Essa foi braba!
Nenhuma novidade: o bichinho escroto da maia assumiu o editorial do comitê eleitoral do serra, que tenta nos convencer que durante a ditaDURA militar vivíamos no paraíso da "ditablanda".
Folha, conhecemos o seu passado de ajuda à OBAN.
Estive lá na Barão de Limeira junto com pelo menos 500 pessoas. Frias Filho falou em 300...
armando
O Maia é contra a LUTA DE CLASSES, mas aparece com um apetite impar para defender a "luta de interesses".
Aqui faz uma homenagem e se rende aos atributos da turma do Golpe de 64.
Entretanto morre diariamente tentando defender os governos de FHC, Serra, Aecio e Yeda.
Com todos os defeitos que tinham os militares eram nacionalistas, ao contrário do FHC e caterva que são LESA PATRIA.
No conflito de interesses ele defende o interesse dos dois grupos.
Claudio Dode
Muito boa a reação do Movimento dos Sem Mídia.
Na verdade, a mídia hegemônica e seus (de)formadores de opinião iniciam seu trabalho de revisão, deturpação, dos fatos históricos já quase que imediatamente após terem acontecido.
Na última incursão genocida das forças armadas israelenses na Faixa de Gaza, por exemplo. As notícias e os comentários eram-nos servidos de forma a que passássemos a acreditar que jogar bombas de 1.000 libras sobre escolas, hospitais e lares palestinos, causando a morte de centenas de mulheres, idosos e crianças - civis em geral -, era uma atitude imperiosa de autodefesa da parte governo de Israel.
Postar um comentário