Um retrato do sistemão velho de guerra: “vencedores” e “perdedores”
Apesar ter demitido 4.200 trabalhadores alegando as razões da crise financeira internacional, a Embraer pagou 50 milhões de reais em bônus para doze diretores da empresa construtora de aviões bélicos e de passageiros. A denúncia é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Segundo o sindicato, os bônus pagos aos diretores seriam suficientes para pagar o salário de mil trabalhadores por um ano. A informação é da Agência Chasque.
.................
Significa dizer que cada um dos doze felizardos diretores da Embraer – ex-estatal, hoje uma próspera empresa "privada", apesar de contar com fartos e constantes recursos do banco estatal de fomento, BNDES – amealhou cerca de 4,16 milhões de reais.
Se deduz o seguinte: como os bônus são pagos somente quando a empresa gera superavits, logo a demissão de mais de quatro mil empregados pode ser considerado como uma manobra para diminuir custos operacionais e assim permitir lucratividades passíveis de gerarem bônus aos executivos da empresa.
Eis, pois, um retrato perfeito e acabado do sistemão, enquanto 4.200 “perdedores” vão para o sacrifício, doze eleitos, doze “vencedores” gozam as delícias do modelo produtor de mercadorias.
Apesar ter demitido 4.200 trabalhadores alegando as razões da crise financeira internacional, a Embraer pagou 50 milhões de reais em bônus para doze diretores da empresa construtora de aviões bélicos e de passageiros. A denúncia é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Segundo o sindicato, os bônus pagos aos diretores seriam suficientes para pagar o salário de mil trabalhadores por um ano. A informação é da Agência Chasque.
.................
Significa dizer que cada um dos doze felizardos diretores da Embraer – ex-estatal, hoje uma próspera empresa "privada", apesar de contar com fartos e constantes recursos do banco estatal de fomento, BNDES – amealhou cerca de 4,16 milhões de reais.
Se deduz o seguinte: como os bônus são pagos somente quando a empresa gera superavits, logo a demissão de mais de quatro mil empregados pode ser considerado como uma manobra para diminuir custos operacionais e assim permitir lucratividades passíveis de gerarem bônus aos executivos da empresa.
Eis, pois, um retrato perfeito e acabado do sistemão, enquanto 4.200 “perdedores” vão para o sacrifício, doze eleitos, doze “vencedores” gozam as delícias do modelo produtor de mercadorias.
5 comentários:
Essas coisa acontecem porque o povo brasileiro possui certas características, tidas como positivas pela ditadura militar de 64 - "pacato", "ordeiro" e "pacífico". É verdade. Cada povo tem as elites (políticos, empresários, magistrados e dirigentes)que merece.
Em terra de cordeiros quem faz a festa são os lobos.
O mais incrível desta história é que a União detém uma golden share (ação com poder de veto) na Embraer e a Previ (cujos diretores são nomeados pela União) faz parte do grupo controlador (junto com o Banco Bozano e a Fundação Sistel - fundo de pensão das telefônicas). Ninguém me convence que não poderiam evitar as demissões. Outra, entre os 12 diretores premiados pelo bonus há pelo menos um que foi parar lá via Previ. Contatos público-privado, crônicas de um tempo pouco republicano que custa a passar.
Abraço
E a justiça trabalhista diz que não pode fazer nada. Se tivesse vontade política, quisesse e reinterpretando a CF nos seus fundamentos (dignidade da pessoa humana, etc) e baseado no Pacto de São José da Costa Rica, poderia coagir a empresa a readmitir todos os funcinários demitidos, obrigando a Embraer a fundamentar cada demissão. Se quisesse...
armando
É perverso.
Eu sou um pouco mais otimista, vejo que estamos em um processo; que essas e mais outras certamente vão acontecer. Não vejo o povo brasileiro como "pacato" "ordeiro" e "pacífico" como diz o primeiro comentarista, eu o vejo como ignorante. Essa é, para mim, a causa de tudo. Quando tivermos educação, aí sim, não permitiremos que isso aconteça com tanta frequência.
Postar um comentário