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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um pouco dos Kennedy, dos banqueiros e das máfias


[A propósito da recente morte do senador Ted Kennedy]

Quando se ouve por aí dizer “morreu o pilar do mais poderoso clã dos Estados Unidos”, quem difundiu a ideia, na origem, teve a deliberada intenção de mentir. E quem mente são justamente os que aniquilaram durante décadas sistematicamente os Kennedys.

A familia Kennedy é ainda anterior à grande vaga de imigração europeia para o Novo Mundo no virar do século 19 para o século 20. No caso, imigrantes oriundos da Irlanda. O clã prosperou nos Estados Unidos com o evento da Lei Seca nos anos 20, que proibiu a venda de álcool. (Com a desculpa que uma elevada taxa da população se tinha tornado alcoólica compulsiva causando grandes estragos sociais e econômicos, há quem defenda a tese que na verdade a Lei da Proibição resultou das pressões da indústria petrolífera, para evitar que o álcool se convertesse numa alternativa à gasolina como combustível para os automóveis que então começavam a ser fabricados em grande escala. O primeiro Ford modelo T tinha surgido em 1907).

Para abastecer o mercado negro de bebidas alcoólicas, contrariando a lei, o patriarca Joe Kennedy fez fortuna importando uísque da Irlanda que chegava em navios fretados de grande envergadura entrando pelos portos livres do Canadá e através do contrabando era introduzido nos circuitos clandestinos dos “speakeasys” cabarets, cassinos e na alta roda social da América do Norte. O primeiro agente canadense no negócio foi a família de judeus Bronfman (que ainda hoje detêm a marca Seagram, precisamente com sede no Canadá). Mas nos principais destinos de mercado, New York e Chicago, a familia Kennedy tinha concorrência de peso na disputa do negócio: o clã dos italianos, Lucky Luciano, Al Capone e o clã de Meyer Lanski, um capo judeu de origem polonesa que nos anos 30 haveria de arregimentar os clãs mafiosos italianos por via do controle bancário do negócio.

O banqueiro judeu Arnold Rothstein (celebrizado no romance de F. Scott Fitzgerald “O Grande Gatsby”) financiava as verbas necessárias para pagar os arriscados carregamentos com juros altíssimos, e quem não alinhasse no esquema era perseguido pelas autoridades policiais previamente corrompidas e os detentores de negócios que se recusassem ao pagamento dos lucros à banca eram destruidos pelos "operacionais" italianos.

Este esquema mafioso floresceu em paralelo com o controle do negócio bancário nos termos em que ainda hoje funciona, com a criação em 1913 do Sistema de Reservas Federais também monopólio de sionistas. A exclusividade da emissão de dinheiro, dos negócios do jogo (Las Vegas, a Costa Dourada na Flórida e mais tarde em Havana, de Fulgêncio Batista) e do álcool, os três monopólios da delinquência, estiveram na gênese do controle de praticamente toda a economia dos Estados Unidos pelos sionistas.

Os repetidos assaltos por gangsters aos carregamentos de álcool dos Kennedys foram a primeira derrota para o clã irlandês. Anos mais tarde, depois da Segunda Grande Guerra, quando John Kennedy foi eleito presidente adivinhava-se uma espécie de vingança moralizadora. John Kennedy preparava o fim do controle da emissão de dinheiro pela Reserva Federal e o irmão Robert Kennedy como secretário de Estado levava a cabo um impiedoso combate contra a corrupção e a máfia. Ambos foram sucessivamente abatidos, na história conhecida.

Para Ted Kennedy, anos mais tarde, fabricaram-lhe um acidente de automóvel com uma prostituta. Destruiram-lhe qualquer veleidade de disputar a presidência e encostaram-no a um lugar irrelevante no Senado. Mais recentemente o filho de JFK, John-John, um jovem com um futuro politico promissor morreu num mais que suspeito acidente de avião particular. O sionista Meyer Lanski morreu de velho, protegido por Israel, já na década de 80. Sabe-se que deixou um filho que se formou na Academia Militar de West Point, mas por razões de segurança, sobre aquele que será hoje decerto uma alta personalidade nos EUA, Lanski sempre se recusou a revelar o seu verdadeiro nome.

Pescado no blog Xatoo

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6 comentários:

Juarez Prieb disse...

Como diz Tolstoi na primeira linha do "Ana Karenina":

Todas as famílias felizes se parecem. As infelizes, não.

Anônimo disse...

Pô meu, total Salon.
Alguém afinal tinha de ir lá, pagar aquela mensalidade, e pescar essas pérolas.
Valeu.

Anônimo disse...

Pois é, como sempre bandidos protegendo outros bandidos. Tal como aqui.

armando

Carlos Eduardo da Maia disse...

Impressionante como algumas pessoas gostam de ficar coletando caquinhos para elaborar uma história extraordinária. Nem mesmo Scott Fitzgerald que escreveu um 'livro super bem escrito' chamado Grande Gatsby teria essa competência. Quer dizer, então, que o destino da família Kennedy já estava determinado quando eles se envolveram com a máfia do Whisky irlandês... Tudo o que aconteceu depois é consequência disso, inclusive as tragédias...

Anônimo disse...

livro "super bem escrito" é o máximo em crítica literária que o meia-sola consegue produzir.....
Solange

Oscar T. disse...

Ótimo texto, pra variar!
Só discordo do "fabricaram acidente de automóvel"... o cara era mulherengo e bebia (isso não é defeito, pra mim...).
Apenas teve azar ou deu o óbvio: acidente. E nem tudo é Teoria da conspiração.

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