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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Serra tem alguma enfermidade contagiosa?

Duke

Furado, jornal ZH agora admite condenação da montadora Ford


Cai por terra um bom pedaço do discurso da direita sul-rio-grandense

Somente hoje, às 12h45 o jornal Zero Hora foi admitir que a montadora Ford sofreu uma sentença de condenação em processo movido pelo estado do Rio Grande do Sul. A sentença judicial é 15 de dezembro de 2009.

O furo é da repórter Clarissa Pont, publicado no jornal eletrônico Sul 21, edição de hoje (às 6h). Cedo (às 7h), hoje, este blog DG replicou a notícia, por reconhecer a sua vasta importância política e eleitoral, e ao mesmo tempo estranhou que a mídia sulina não havia se preocupado em divulgar notícias desfavoráveis à montadora Ford, mas favoráveis à verdade dos fatos.

Pois, os editores de ZH não resistiram à queda de braço com a realidade. Às 12h45 de hoje, o portal Clic RBS divulgou a informação que praticamente desmonta uma velha farsa usinada há mais de nove anos para manchar a imagem do governo Olívio Dutra (PT), acusado de ter "mandado a Ford embora para a Bahia".

Agora, o Judiciário está começando a desvendar o véu ideológico e o fordismo ficcional que vivemos no RS, desde que a montadora resolveu mudar sua fábrica para a Bahia, atraída por melhores benesses fiscais oferecidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, diretamente interessado no desfecho parcial do rumoroso caso.

Zero Hora e o grupo RBS sempre ajudaram a alimentar o ranço político-ideológico contra o governo Olívio Dutra, especialmente por essa ficção mal-ajambrada chamada "expulsão da Ford", matriz de lendas e mitos que abasteceram o discurso da direita durante os últimos dez anos. A governadora Yeda é beneficiária desse teatro farsesco e antiprogressista, uma vez que nas últimas eleições suplantou o próprio Olívio Dutra baseando seu discurso em falsos cenários para assustar a classe média conservadora e crédula no mito do progresso ilimitado.

O desmonte dessa farsa ardilosa chamada expulsão-da-Ford certamente ilumina melhor o debate político no RS e impõe novos limites à disputa eleitoral entre esquerda e direita em nosso estado.

"Estamos vivendo uma crise da civilização do capitalismo"



Diz o professor Michael Löwy

Israel ataca barcos com ajuda humanitária


Ajuda ia para a Faixa de Gaza, que está bloqueada pelo exército de Israel

Pelo menos 19 pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas na sequência do ataque de comandos israelenses à "Frota da Liberdade" que transportava cerca de 10 mil toneladas de ajuda humanitária a centenas de palestinos. O ataque deu-se em plenas águas internacionais. O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu manter a sua viagem oficial ao Canadá e aos Estados Unidos apesar do ataque. A informação é da RTP/Portugal.

Um conjunto de barcos liderados por um navio de nacionalidade turca dirigia-se para a Faixa de Gaza com ajuda humanitária e algumas centenas de pessoas que procuravam furar o bloqueio imposto por Israel àquela região do Médio Oriente. Aparelharam no domingo pelo meio-dia levando a bordo vários deputados do Parlamento Europeu que viajavam a título individual.

Detectados pela defesa israelita, três navios lança-mísseis da classe Saar saíram do porto de Haifa e dirigiram-se à frota internacional com a missão de a interceptar e impedir a sua aproximação de território palestino.

Era madrugada quando nesta segunda-feira os três navios de guerra avistaram a frota auto-denominada "Frota da Liberdade".

"O comando agiu em alto mar entre as 04h30 e as 05h00 da manhã (01h30 e 02h00 GMT) a uma distância de 130 a 150 quilômetros das nossas costas", informa o porta-voz das Forças Armadas israelenses.

"Quinze pessoas foram mortas durante o ataque, sendo a maior parte delas de nacionalidade turca", afirmou Mohammed Kaya que dirige uma ONG em Gaza.

De acordo com um canal de televisão israelense, os comandos de Israel abriram fogo após terem sido atacados com machados e facas por membros que seguiam a bordo da flotilha humanitária.

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A explicação da tevê israelense é hilária: o comando assassino de Israel foi atacado em águas internacionais por palestinos com machados e facas.

Não é ótimo? Palestinos nadando, portando machados (certamente seguros nos dentes), ousaram atacar um comando israelense que tripulava navios e helicópteros de guerra... tudo isso em águas internacionais.

E ainda dizem que o perigo vem do Irã...

Foto acima: soldados israelenses levam vítimas para hospital em Tel Aviv. Roni Schutzer/EPA.

Imagens da última madrugada (31/5).


Ford foi condenada pela Justiça a indenizar o RS


Mídia sulina está calada, apesar de a sentença judicial ter saído em dezembro/2009

A ação ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a Ford Brasil Ltda. recebeu sentença favorável, condenando a empresa a indenizar o Estado e reconhecendo o rompimento contratual por parte da montadora. O maior imbróglio vivido pelo mandato de Olívio Dutra como governador toma, a partir da decisão judicial, de dezembro de 2009, nuances distintas em relação à época da saída da Ford do estado e sua instalação na Bahia. Já houve apelação por parte da empresa e a decisão, portanto, não é definitiva.

No documento ao qual Sul 21 teve acesso, o Estado alega que havia celebrado com a Ford um contrato de implantação de indústria, acompanhado de 49 anexos, em data de 21/03/1998. Havia também um contrato de financiamento com o Banrisul, disponibilizando à empresa a quantia de R$ 210.000.000,00 [210 milhões de reais], liberado em três parcelas, de acordo com cronograma acordado entre as partes.

Na época, o governo noticiou que a primeira parcela havia sido liberada, ficando o acesso às demais condicionado à comprovação da vinculação dos gastos das parcelas anteriores à execução do projeto. Diz a ação que o Estado, no início de 1999, frente ao conjunto de obrigações assumidas no contrato, procurara, amigavelmente, rever algumas cláusulas que considerava nulas e prejudiciais ao patrimônio público.

Ainda segundo o documento, no final de março de 1999, a montadora estava ciente de que deveria prestar contas, e apresentou grande quantidade de documentos e um rol de alegados gastos com o programa Amazon, relativos ao período de julho de 1997 a março de 1999, os quais foram remetidos à contadoria da Auditoria Geral do Estado (CAGE), que concluiu que a comprovação era insuficiente. Antes mesmo da conclusão dos trabalhos da CAGE, a Ford já havia se retirado do empreendimento por iniciativa própria, anunciando a ida para a Bahia, sem encerrar tratativas oficiais com os representantes do Poder Público Estadual no RS.

“A Ford, consoante supramencionado, quando notificou o Estado de que estava desocupando a área onde seria implantada a indústria e sustentou, equivocadamente, o descumprimento do contrato pelo Estado que negava-se a repassar a segunda parcela do financiamento, indiscutivelmente tornou-se a responsável pela rescisão contratual. Diz-se equivocadamente, porque estava o Estado amparado nas disposições contratuais quando negou o repasse da segunda parcela do financiamento, em face da já mencionada pendência da prestação de contas pela FORD, daqueles valores repassados, concernente à primeira parcela do financiamento”, diz o documento.

Segundo matéria do jornalista Fredi Vasconcelos publicada na Revista Fórum em 2008, o custo da disputa para tirar a fábrica do Rio Grande do Sul vinha sendo revelado aos poucos, já que as negociações foram secretas, sem nenhuma participação da sociedade. O contrato original fechado pela Ford com o então governador Antonio Britto para a construção da fábrica previa o repasse de 419 milhões de reais (234 milhões em obras de infra-estrutura, 185 milhões em financiamento de capital de giro e concessão de créditos de ICMS). Algo parecido com os incentivos dados para a fábrica da General Motors, que acabou sendo construída no Rio Grande do Sul.

Quem levou a Ford para a Bahia?

O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. O jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmou: "O fato porém, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis"; e: "para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste". Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.

O jornal Gazeta Mercantil [extinto em maio de 2009] também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão na época pela oposição ao governo de Olívio Dutra, de que ele era o responsável pela perda da montadora não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato.

O então secretário de governo José Carlos Moraes [a rigor, José Luiz Vianna Moraes, ex-secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do governo Olívio Dutra; nota DG] , que participou das negociações de revisão dos contratos, disse na época que desde o início a Ford foi intransigente. “No primeiro encontro, o negociador designado já chegou dizendo que não estava autorizado e não tinha delegação para conversar”, declarou à época em entrevista ao jornal Extra Classe.

Moraes, que faleceu em março de 2009, revelou que na proposta final do Rio Grande ficavam mantidos os incentivos fiscais e investimento de 70 milhões de reais em recursos, mais 85 milhões em obras, o que daria cerca de 255 milhões de reais. Além de 75 milhões que seriam investidos no porto de Rio Grande. Moraes afirmava também que o desinteresse da Ford se deveu muito à mudança do mercado brasileiro, em que havia a perspectiva de produzir e vender de 3,5 milhões a 4 milhões de carros, o que não aconteceu.

Pescado do Sul 21 (menos os títulos).

Ouça a acordeona do francês Richard Galliano:

Richard Galliano - Oblivion
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sábado, 29 de maio de 2010

É isso que nós queremos para o Brasil?

O que leva alguém a ser colunista da Folha?

Fernanda Torres, a atriz global conhecida como filha de Fernanda Montenegro, estreou hoje coluna quinzenal na Folha-ditabranda.

Não acrescenta nada. Escreve um artigo para satisfazer - primeiro a família Frias - e lateralmente a uma certa classe-média-crítica-pero-no-mucho (seja lá o que isso signifique).

Despolitização constrangedora, bem ao gosto da mídia de mercado e para o mercado. Ideologia ficha-limpa, anódina e envernizada. Tenta uma leveza que pesa como chumbo.

Torres costeia o alambrado. Sorri e acena para a nova direita midiática: indivíduos como Nelson Motta, Ferreira Goulart (que mudou para Gullar, com mais charme sonoro), Ali Kamel, Arnaldo Jabur (que mudou para Jabor, menos "palestino"), Lya Fett (que se assina Luft, por matrimônio com o correto e inesquecível professor Celso Pedro Luft), Marcelo Garmatter Barretto (que se assina Madureira), Lucia Hippolito e outras especialidades-especiais que é penoso só de citar.

Critica Dilma por esta ter vacilado ao citar o livro que estaria lendo, segundo a própria neocolunista da família Frias. De fato, é relevantíssimo ficar lembrando na ponta da língua que livro se está lendo. Especialmente para Dilma que - como se sabe - lê dezenas de documentos, relatórios, publicações e livros ao mesmo tempo. E não é de hoje, essa invejável e sadia compulsão de Rousseff pela leitura e pelo conhecimento.

Torres, a rigor, não precisa pular o fio de arame que demarca simbolicamente os campos ideológicos brasucas. A continuar assim, logo logo estará competindo com a autoajudadeira Lya Fett.

Plínio de Arruda Sampaio é tiete da China?


Os tais "créditos" da deputada Genro junto à RBS

De nada adianta a deputada Luciana Genro (PSol-RS), volta e meia, ocupar a tribuna da Câmara para homenagear o grupo RBS, como já assinalamos aqui no blog.

Vejam só: na edição de hoje do jornal Zero Hora (grupo RBS), a abelhinha-operária da família Sirotsky trata o pré-candidato do PSol à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, como se fora um leproso bíblico. Chega a atribuir à Plínio uma tietagem indevida. Garante que o velho militante da Juventude Universitária Católica (JUC), que depois derivou para a Ação Popular (AP, cujos militantes eram conhecidos jocosamente como "apedeutas"), tenha alguma simpatia modelar pela China.

Já se vê que são vãs (e bestas) as tentativas da deputada Genro querer se capitalizar com o grupo RBS. Investiu errado. Não lhe trazem os dividendos esperados e só lhe acrescentam débitos indevidos à sua conta-movimento na financeira do PIG.

Com essas "companheiras", Plínio não precisa de inimigos no RS.

Ouça mais da orquestra de metais dos irmãos Boban e Marko Markovic, da Sérvia:

Boban I Marko Markovic Orkestar - Dzumbus Funk
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Notem quem bebe nesta fonte de águas frescas e criativas: o Beirut, de Zach Condon. É só observar.

Bancada ruralista quer decidir sobre o Código Florestal


Agronegócio quer devastar mais e mais

Na próxima terça-feira, dia 1º de junho, nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso. Deputados da famigerada bancada ruralista estão tentando destruir o nosso Código Florestal, buscando reduzir dramaticamente as áreas protegidas, incentivando o desmatamento e os crimes ambientais.

O que é mais revoltante, é que os responsáveis por revisar essa importante lei são justamente os ruralistas representantes do grande agronegócio. É como deixar a raposa cuidando do galinheiro.

Há um verdadeiro risco da Câmara aprovar a proposta ruralista – mas existem também alguns deputados que defendem o Código e outros estão indecisos. Nos próximos dias, uma grande mobilização contra tentativas de alterar o Código, pode ganhar o apoio dos indecisos.

Enquanto o mundo todo defende a proteção do meio ambiente, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: entregando de mão beijada as nossas florestas para os maiores responsáveis pelo desmatamento do Cerrado e da Amazônia. Eles querem simplesmente garantir a expansão dos latifúndios, quando na verdade uma revisão do Código deveria fortalecer as proteções ao meio ambiente e apoiar pequenos produtores e o extrativismo sustentável.

As propostas devastadoras incluem:

- Reduzir a Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%

- Reduzir as Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro

- Anistia aos crimes ambientais, sem exigir o reflorestamento da área devastada

- Transferir a legislação ambiental para a esfera estadual e municipal, removendo o controle federal e facilitando decisões que favoreçam o agronegócio e a devastação dos biomas

Essa não é uma disputa entre ambientalismo versus desenvolvimento econômico, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia.

A proteção das florestas e comunidades rurais dependem do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo.

Pescado do Avaaz.org

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Diga não ao trabalho escravo no Brasil

Copie/cole a imagem e mande-a por e-mail ao seu parlamentar.

Divulgue!

O feitiço da mercadoria



Com o professor e escritor (escreve ficção policial misturado a temas filosóficos) José Pablo Feinmann.

Apostamos no entendimento para calar as armas - diz Lula


A resposta é para a secretária-pitbull de Obama

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou hoje seu discurso de abertura no 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro, para pedir que a comunidade internacional dialogue com o Irã. Lula disse que foi à capital iraniana Teerã, há alguns dias, junto com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, justamente para buscar “ uma solução negociada” para um possível conflito que ameaça o mundo. A informação é da Agência Brasil.

“O Brasil aposta no entendimento que faz calar as armas. Investe na esperança, que supera o medo. Posições inflexíveis só ajudam a confrontação e afastam a possibilidade de soluções de paz”, disse Lula.

Lula ressaltou que é preciso que o mundo pratique a tolerância cultural e religiosa. Ele rejeitou a tese de um choque de civilizações. “Precisamos renovar mentalidades. Para isso, é preciso oferecer oportunidades de crescimento econômico com justiça social. São absurdas as teses sobre uma suposta fratura de civilizações no mundo que conduziria inexoravelmente a conflitos. Essas teorias são criminosas, quando usadas como pretexto para ações bélicas ditas preventivas.”

O presidente também aproveitou seu discurso para defender o desarmamento nuclear de todos os países e o direito ao uso pacífico da energia nuclear. “Defendemos um planeta livre de armas nucleares. E o pleno cumprimento, por todos os países, das determinações do Tratado de Não Proliferação.

Acreditamos que a energia nuclear deve ser um instrumento para a promoção do desenvolvimento, não uma ameaça” - completou o presidente Lula.

Ouça a orquestra de metais dos irmãos Boban e Marko Markovic, da Sérvia:

Boban Markovic Orkestar - Otpisani
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Por que mesmo a nossa mídia desconheceu o Bicentenário da Argentina?


A volta do elemento político nacional-popular inominado numa belíssima festa de multidões

A mídia brasileira desconheceu as comemorações da semana do Bicentenário da Independência da Argentina. O silêncio foi gritante.

Ouvi uma socióloga conhecida, figurinha carimbada em rádios e tevês do PIG, onde não raro comparece a meio-pau, afirmar candidamente que é muito difícil comentar sobre a independência da Argentina. "Eles têm duas datas, que se conflitam, e a gente nunca sabe qual a correta" - completou a sedenta. Essa senhora que, apesar de tudo, é inteligente e bem informada, deveria saber que houve um longo e complexo processo de independência formal do vice-reinado do Rio da Prata da coroa espanhola. A semana de 18 de maio a 25 de maio de 1810, marcou o início do desligamento da Espanha, porque o vice-reinado deixou de reconhecer o novo governo espanhol, então ocupado militarmente pelas tropas de Napoleão. Essa tensão - com revoltas e guerras civis localizadas - durou até a sanção da Constituição de 1853. Sendo que a declaração formal de independência ocorreu em 9 de julho de 1816.

A rigor, a Argentina moldou o seu Estado nacional a partir de 1806, com as invasões inglesas, e até a promulgação da Constituição de 1853. As datas, neste caso, tem menos importância que os processos políticos e de identidade nacional e territorial que estavam se gestando na primeira metade do século 19. Só os idiotas da objetividade - como dizia Nelson Rodrigues - adoram cultuar as datas pelas datas. A própria instauração da República no Brasil não foi exatamente em 15 de novembro de 1889. Em 15 de novembro foi o golpe militar contra a família imperial dos Bragança. A República se consolida mesmo somente com o duro Floriano Peixoto (que combateu os conservadores) e graças à força política do governo de Júlio de Castilhos, desde o Rio Grande do Sul.

De qualquer forma, os festejos nacionais argentinos ocorridos durante essa semana, mas que tiveram início ainda na semana passada, foram bonitos, unitários, de multidões, despartidarizados e ao mesmo tempo politizados. Talvez esse forte simbolismo da identidade nacional argentina, agora revigorado, tenha incomodado a nossa mídia oligárquica. A sua plena divulgação poderia se constituir em mau exemplo para os brasileiros - eis o temor tácito dos editores de jornais e demais meios de comunicação brasileiros.

Os atos comemorativos argentinos foram atos de massa, alegres, festivos e com a marca nacionalista, que aos poucos retorna às manifestações de rua no país vizinho. Um elemento nacional-popular, para bem além das desmoralizadas siglas partidárias e bem distantes, também, do movimento sindical pelego, corrupto e viciado dos velhos tempos, que nem vale a pena mencionar.

A Argentina mais uma vez ressurge das cinzas, agora, para um destino talvez diferente do que aquele reservado pelas suas oligarquias sanguinárias e vende-pátria, um destino forjado sim na têmpera do passado, mas agora projetado na ânsia de liberdade e emancipação das novíssimas gerações.

Foto 1: Multidão festeja o bicentenário na avenida 9 de Julio, em Buenos Aires, na noite de 25 de maio, terça-feira passada.

Foto 2: Há muitas semanas iniciou-se uma grande marcha de pessoas do interior do país para reivindicar o respeito e o reconhecimento de direitos às etnias autóctones argentinas e pelo estabelecimento de um Estado multicultural e multiétnico no país.

Fotos de Daniel Garcia/AFP

Clique nas belas imagens para ampliá-las.

Memória da ditadura: a diferença entre Brasil e Argentina


Lá, se faz justiça. Aqui, se permite que o Exército deboche da democracia

O Ministério de Educação da província argentina La Pampa estuda tomar medidas severas contra a professora Susana Orn, do município de General Campos, que cometeu o seguinte erro cívico: no ato do Bicentenário da Independência, a 25 de maio, a professora do ensino fundamental incluiu por conta própria o ex-ditador general Leopoldo Galtieri e o ex-presidente Julio Roca, ambos como personagens destacados da pátria, e o segundo ainda como alguém que exterminou os índios de La Pampa, que para ela teve um sentido edificante. A diretora da escola - segundo matéria de capa do diário portenho Página 12, edição de hoje - Ana María Fransante, assegurou que o ministro de Educação, Néstor Torres, "quase desmaiou quando escutou a professora".

Vejam como são as coisas. Enquanto isso no Brasil, o portal web do glorioso Exército brasileiro faz encômios e loas ao golpe de abril de 1964, reinterpretando-o como "Revolução Democrática de 1964" (ver post de ontem, abaixo). E não acontece nada. E o ministro da Defesa, responsável pelas armas militares, Nelson Jobim, faz olho branco. No Congresso não se ouve uma referência sequer à provocação e à desfaçatez dos militares.

Na Argentina, uma professorinha protofascista manifesta sua admiração por dois genocidas, Galtieri (ditador entre 1981/82) e Roca (exterminador de 20 mil índios mapuches, no século 19), e é motivo de justa indignação na imprensa e entre as autoridades federais. No Brasil, o Exército debocha de forma provocativa do próprio governo democrático - a qual deve respeito e disciplina constitucional - e tudo permanece como se nada tivesse acontecido.

Observem como é importante uma ação de governo no sentido de abrir o debate sobre o passado ditatorial. Na Argentina, mesmo os governos liberais, como o de Alfonsin e De La Rua, passando pelo casal Kirchner, houve uma preocupação com o exame acurado dos graves fatos acontecidos durante a repressão militar. Essa decisão - correta e elogiável - ilumina o debate nacional. Hoje, na Argentina, dois ex-ditadores estão presos e são oficialmente considerados torturadores/genocidas, pelo Poder Judiciário, Reynaldo Bignone e Rafael Videla. O oligarca José Alfredo Martinez de Hoz , uma espécie de mescla de Otávio Gouveia de Bulhões/Delfim Netto/Golbery do Couto e Silva, está preso. Ele tem, hoje, 85 anos de idade, e é acusado de genocídio, corrupção passiva e ativa e de atos de traição à pátria por ter alienado bens públicos de forma irregular e temerária.

No Brasil, temos que ouvir o som político das flautas zombeteiras dos quartéis.

MP recomenda retirada da urgência do PL 388


Morro Santa Teresa e entorno pode virar um belo parque público de Porto Alegre

O Ministério Público recomendou à Casa Civil a retirada do regime de urgência do projeto que pede autorização legislativa para o Executivo Estadual vender área da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), localizada no Morro Santa Teresa, em Porto Alegre. O MP alerta que está em tramitação no Judiciário uma ação civil pública que busca a regularização fundiária das vilas Ecológica, Gaúcha e Santa Teresa, que ocupam a área que o governo Yeda Crusius pretende alienar ou permutar.

De acordo com a legislação brasileira, os ocupantes têm direito de permanecerem no local. Além disso, a Constituição estadual prevê que as áreas do Estado que se encontrem subutilizadas ou não utilizadas sejam destinadas para a moradia popular.

O deputado Raul Pont (PT/RS) sugere que a mesa diretora da Assembleia Legislativa assuma as negociações com o governo para a retirada do regime de urgência do projeto, que deverá ser votado dia 8 de junho. “A mesa deve assumir esta tarefa para evitar constrangimentos e a própria desmoralização do Legislativo, caso aprove a matéria e suscite uma disputa jurídica entre o Estado e as famílias que ocupam a área”, sublinhou.

Para Raul, a aprovação da proposta do Executivo equivale a “um tiro no pé do parlamento, que poderá enfraquecer ainda mais o processo legislativo”.

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A área da Fase, que compreende mais de 60% do Morro Santa Teresa e boa parte do entorno deste, no lado Sul, deve ser destino permanente das famílias que lá habitam há várias décadas. Mais: deve abrigar também um parque público da cidade de Porto Alegre, justamente na calota do morro, onde se descortina um cenário belíssimo para o Guaíba.

Se a governadora Yeda retirar o PL 388 e designar a área da Fase (que deve sim ser descentralizada e adequada para atender as ações socioeducativas do ECA) como parque público da Capital, bem como determinar um plano de regularização urbana e habitacional para os atuais moradores (existem recursos do PAC para tal) certamente encerrará sua gestão contando com a simpatia da comunidade porto-alegrense.

Fotografia: Eduardo Seidl. Parcial do Morro Santa Teresa, pode-se observar o estádio Beira-Rio e o Guaíba.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O mal-estar na civilização



Com o professor e escritor argentino José Pablo Feinmann.

Solidariedade a Cuba

Poupança para honrar compromissos com parasitas foi de R$ 19,7 bilhões em abril


É o famigerado "superavit primário"

O setor público economizou R$ 19,789 bilhões no mês de abril para honrar compromissos financeiros, inclusive o pagamento de juros [leia-se, parasitas], contra R$ 11,950 bilhões no mesmo período de 2009, informou hoje (27) o Banco Central (BC). Essa informação é da Agência Brasil.

O resultado primário é a diferença entre as receitas e as despesas, excluídos os juros da dívida pública. No mês passado, os gastos com juros nominais somaram R$ 14,485 bilhões, contra os R$ 12,890 bilhões registrados em abril de 2009.

Segundo relatório do BC, o aumento da arrecadação do governo federal contribuiu para o resultado.

“Destaca-se, no mês, o desempenho observado na arrecadação de tributos federais, que apresentou crescimento de 22,9%, comparativamente a abril de 2009”, diz o relatório.

Se forem incluídos os gastos com juros, tem-se o resultado nominal, que no mês foi superavitário em R$ 5,304 bilhões. Em abril de 2009, o setor público havia registrado déficit nominal de R$ 940 milhões.

De janeiro a abril, o superávit primário é de R$ 36,617 bilhões, resultado que corresponde a 3,41% do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país. No mesmo período de 2009, o setor público o superávit primário foi de R$ 30,760 bilhões. Nos 12 meses encerrados em abril (resultado anualizado), o superávit primário corresponde a 2,17% do PIB (R$ 70,375 bilhões).

No primeiro quadrimestre, o Governo Central ( Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) contribuiu com R$ 25,453 bilhões para o superávit primário. Os governos regionais (estados e municípios) apresentaram primário de R$ 12,790 bilhões, enquanto as empresas estatais tiveram déficit primário de R$ 1,626 bilhão.

Os gastos com juros nominais ficaram em R$ 59,464 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, contra R$ 52,838 bilhões observados no mesmo período de 2009.

De janeiro a abril, houve deficit nominal de R$ 22,847 bilhões , contra R$ 22,078 bilhões registrados em igual período do ano passado.

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Quando há deficit, vocês podem observar, quem primeiro grita, esperneia, protesta furibundo, são alguns jornalistas da chamada área econômica. Claro, são os porta-vozes (fartamente remunerados) dos banqueiros e rentistas.

São a voz dos seus donos - os eternos parasitas deste País.

Ouça (alto) o pop da banda Bijelo Dugme, liderada pelo sérvio-bósnio Goran Bregovic:

Bijelo Dugme - Pljuni i zapjevaj moja Jugoslavijo
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Exército brasileiro elogia golpe de 1964


Chama um golpe vil e covarde de "Revolução Democrática de 1964"

Isso é uma provocação sem igual. Não há nada que a justifique.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem a dizer o quê, acerca dessa franca manifestação política de seus subordinados?

Leia mais aqui.

Para melhorar o astral, depois de mais essa da gorilagem brasuca, ouça o sérvio-bósnio Goran Bregovic:

Goran Bregovic - Cajesukarije Truba haos 2 Dj Wex
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Diretor de tele deveria ter vergonha de andar na rua e falar em público


O livre mercado de conectividade no Brasil falhou, é uma piada de mau gosto

Ontem, esteve na reunião-almoço da Federasul em Porto Alegre, o diretor da Oi, Luiz Falco.

Veio criticar o PNBL - Plano Nacional de Banda Larga - do governo federal, embora tenha confessado que não o conhece bem.

Falco disse que "se o governo optasse pela Oi para implantar seu programa, a empresa teria capacidade de aumentar a instalação de pontos de banda larga dos atuais 1,2 milhão por ano para até 3 milhões". Para o diretor da Oi, "há dois Brasis, o das áreas urbanas, onde há concorrência entre as operadoras, e o da universalização, que as empresas não atendem porque a quantidade de clientes não compensa", conforme matéria de Zero Hora, de hoje, página 20 (fac-símile acima).

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Veja como ZH faz jornalismo de compadre, já que a Oi é um dos grandes anunciantes do grupo midiático RBS.

O diretor de uma operadora de telefonia e conectividade dá uma palestra marqueteira, só para se queixar do PNBL e reivindicar um latifúndio maior na concessão que tem, e o jornal não produz um hífen sequer para criticar esse ganhador de dinheiro fácil.

Luiz de Falco deveria ter vergonha de andar na rua e falar em público, como fez ontem na Federasul e sua platéia de sub do sub.

Basta ler o Comunicado 46 do Ipea para saber que os serviços concedidos (privados) de conectividade no Brasil estão abaixo da crítica. São muito caros e muito ruins.

Repito: Luiz de Falco deveria ter vergonha de andar na rua e falar em público.

E ontem, foi aplaudido na Federasul, pelos chamados "empreendedores" que lá mastigavam o seu almoço-reunião.

O Rogério Santanna, presidente da Telebrás, na mesma hora, estava ontem no Senado dando depoimento sobre os planos da empresa estatal que dirige e a expectativa do PNBL.

Santanna foi enfático: "as operadoras vivem hoje numa zona de conforto, gozando de um acordo de mediocridade" com o objetivo de ganhar muito dinheiro e oferecer serviços abaixo da crítica.

Silvio Lemos Meira, ex-pesquisador do CNPq e um sujeito conhecido e consagrado no mercado de TI, portanto não é nenhum ultra ou tresloucado, é outro que critica duramente as operadoras de telefonia/banda larga.

Silvio diz o seguinte: "Nos últimos dez anos, regredimos mais de 20 posições nos índices de quantidade e qualidade da infraestrutura digital. Não que o Brasil estivesse indo para trás de forma acelerada. O que a década de queda - do 38º para o 59º lugar no Network Readiness Index do World Economic Forum, por exemplo - quer dizer é que outros países se moveram muito mais rápido. E isso é um problema, agora e no futuro próximo, primeiro porque muitos deles são nossos competidores, mas também, e mais gravemente, porque o mundo conectado vive, intensamente, a sociedade e a economia da informação e do conhecimento. Estar fora da rede, hoje, é como estar fora do mundo".

Sobre o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), Silvio diz o seguinte: "A ineficiência das operadoras fixas no provimento de acesso em banda larga em quantidade, qualidade e preço acessível é a mãe do PNBL".

"Um PNBL bem executado - prossegue Silvio - pode se tornar uma intervenção estatal de qualidade nos negócios de conectividade. O PNBL parece um novo 'plano de integração nacional' e seu papel pode ser muito parecido ao das estradas e TVs no passado, ao trazer para a rede mais da metade dos municípios e 70%, 80% das casas. Muita gente reclama e desconfia do plano, quase como se fosse uma reestatização do setor de telecom. Mas telecom, a das antigas companhias de telefonia, não existe mais, transformou-se em conectividade, fixa e móvel. E é significativo que o PNBL não trate de mobilidade, e sim de conectividade fixa, onde o mercado, simplesmente, falhou" - completa Silvio Lemos Meira.

Ipea lança boletim sobre economia e política internacional


Você pode assistir ao vivo, hoje, às 14 horas, na internet

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lança, às 14h, a segunda edição do Boletim de Economia e Política Internacional da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Deint). O evento ocorre na sede do Ipea, em Brasília, e será transmitido ao vivo pela página eletrônica do instituto (www.ipea.gov.br).

Neste número, o professor da Universidade Federal do ABC, Giorgio Romano, e o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, defendem a proposta de taxação dos fluxos cambiais, proposta que vem sendo discutida no âmbito do G20 e do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o apoio de diversos líderes nacionais.

Além disso, o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que assinou o artigo Haiti: Desafios e Oportunidades no Pós-Terremoto, debaterá o tema online. As perguntas poderão ser enviadas para o e-mail coletiva@ipea.gov.br.

Anotem o nome: Éden

kioskerman.com.ar

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Super Classe Média

Allan Sieber

Antonio Palocci agora escreve na Folha


O jornal da ditabranda

A Folha-ditabranda se reformulou graficamente. Mas o conteúdo continua o mesmo. Um jornal de direita. A serviço da direita brasileira. Agora faz a linha jornal-moderninho, mas durante a ditadura fornecia bens e serviços à repressão, como por exemplo veículos da sua frota de entrega para fazer serviço-sujo na Operação Bandeirantes (Oban), que prendeu, arrebentou, sequestrou, desapareceu, torturou e assassinou.

Quem está escrevendo na Folha, agora, é o ex-ministro Antonio Palocci (foto). A direita do PT. Um homem dos bancos no coração da República, junto com Henrique Meirelles. Quer ser ministro, caso Dilma Rousseff vença as eleições. Tem muita chance de ser ministro, de fato. Enquanto isso, é apresentado como garantidor (tácito) de que o futuro governo Dilma não vá resvalar para o chavismo.

A rigor, Palocci está lá para garantir que cerca de um terço do orçamento federal seja destinado ao pagamento de juros, ou seja, maneira indireta (e legal) de escoar dinheiro público para os bancos, rentistas, especuladores - os parasitas de sempre. Pior: dinheiro que falta na saúde, na educação, no transporte urbano, na agricultura familiar, na reforma agrária, no incentivo à pesquisa científica, no financiamento da casa própria (deficit de 8 milhões de moradias), etcetera.

A Folha concorda com isso, por isso convidou Antonio Palocci para escrever semanalmente. Eles se entendem.

Se perder, direita já tem um golpe em evolução


Procuradora da República avisa que Dilma pode ter problemas na diplomação

Deu na Folha de ontem:

A candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência caminha para ter problemas já no registro e, se eleita, na sua diplomação.

A afirmação é da procuradora da República e vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, que avalia que esses problemas podem surgir se casos de desrespeito à legislação eleitoral continuarem na pré-campanha.

Cureau diz haver "uma quantidade imensa de coisas" na pré-campanha de Dilma que podem ser interpretadas como abusos de poder econômico e político.

O Ministério Público Eleitoral está reunindo informações sobre os eventos dos quais a ex-ministra tem participado para pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a abertura de uma Aije (Ação de Investigação Judicial-Eleitoral) por abuso de poder econômico e político.

Em tese, a Aije poderá resultar na negação do registro ou no cancelamento da diplomação pela Justiça Eleitoral, como já falou, há dez dias, o ministro Marco Aurélio Mello, do TSE.
[...]

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Isso evidencia duas coisas:

1) Que a direita não acredita muito no seu matungo, José Serra (chamado ontem pelo Washington Times de "tecnocrata insosso").

2) Que a preparação de um golpe via judicial não é paranóia conspiratória, eles estão anunciando abertamente e com letras garrafais que o resultado das urnas pode ser desrespeitado em nome de uma legalidade formal à lei eleitoral.

Foto da AP, publicada ontem no Washington Times em matéria sobre o Brasil, onde chama José Serra de "tecnocrata insosso" (bland technocrat).

Contato com o blog Diário Gauche:

cfeil@ymail.com

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Porto Alegre, RS, Brazil
Sociólogo