Você está entrando no Diário Gauche, um blog com as janelas abertas para o mar de incertezas do século 21.
Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
sábado, 31 de julho de 2010
Reféns de uma ponte ou de uma concessionária de pedágios?
Concessionária da ponte avariada tira o corpo fora
O sujeito paralisa o trânsito de cerca de 2 milhões de pessoas por uma tarde de sexta-feira e ainda debocha. É o que cometeu o diretor-presidente da concessionária Concepa, responsável pela manutenção da ponte levadiça sobre o Guaíba, dizendo que "não sabe precisar o período de manutenção" do vão levadiço da ponte do Guaíba.
Essa Concepa cobra os pedágios mais salgados do Brasil e pelo jeito não cumpre com a sua obrigação, a de zelar e manter o patrimônio público mediante remuneração compulsória e irrecorrível dos usuários dos mesmos. E o sujeito ainda vem com zombarias, basta ver a entrevista que ele concedeu ao jornal Zero Hora, edição de hoje, sábado (fac-símile parcial acima).
Onde está o Daer, órgão estadual responsável pelas rodovias e pontes do RS? Onde está a Agergs, órgão de regulação que deveria fiscalizar as concessionárias de serviços públicos? Onde está a governadora Yeda?
O jornal Zero Hora, por sua vez, cobra providências do governo federal, fazendo olho branco para o primeiro responsável que é a empresa concessionária da rodovia e por conseguinte do complexo de pontes e elevadas denominado Travessia Getúlio Vargas, em Porto Alegre.
Ontem à noite se escutavam muitos jornalistas e quetais na televisão falando resignados da idade avançada da ponte sobre o Guaíba, como se isso justificasse o descaso das autoridades sulinas com a mesma, bem como as suspeitas de negligência da concessionária da via. Uma ponte com cerca de 50 anos com manutenção regular não é um equipamento velho, basta ver as dezenas ou centenas de obras similares, muito mais antigas - como em Nova York, San Francisco, Londres, Lisboa, etcetera - e que prestam excelentes e seguríssimos serviços aos usuários e cidadãos.
Contem outra, porque essa lorota não colou. Esse pessoal pensa que nós usamos bombachas?
Na fotografia acima, a famosa ponte Golden Gate, de San Francisco (Califórnia, EUA), inaugurada em maio de 1937, e por onde trafegam hoje cerca de 150 mil veículos/dia.
Qual é o trabalho forçado de Hitler no inferno?
Qual é o trabalho forçado
de Hitler no inferno?
Pinta paredes ou cadáveres?
Ou o gás de seus mortos?
Lhe dão de comer as
cinzas de tantas crianças calcinadas?
Ou lhe dão de beber, desde a sua morte,
sangue em um funil?
Ou lhe martelam na boca
os arrancados dentes de ouro?
Ou o deitam para dormir
sobre seus arames farpados?
Ou estão lhe tatuando a pele
como lâmpadas do inferno?
Ou lhe mordem sem piedade
os negros cães de fogo?
Ou deve, noite e dia,
viajar sem trégua com seus presos
Ou deve morrer, sem morrer
eternamente, sob o gás?
Pablo Neruda, in "El libro de las preguntas"
Tradução deste blogueiro.
A vergonha e o descaso na fronteira Brasil-Uruguai
Praça internacional de Livramento é um lixão a céu aberto
Ontem, por ocasião do aniversário de Santana do Livramento - 187 anos da sua fundação - o presidente Lula visitou-a, aproveitando para se encontrar com o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, com o qual assinou tratados comuns e conversou sobre a paz na América Latina, entre outros temas.
No entanto, o clima não foi só de festas e rosas, como se diz. Segundo fontes bem informadas repassadas com exclusividade a este blog DG, o presidente Lula ficou aborrecido com o quadro de degradação urbana da Praça Flores da Cunha (Praça dos Cachorros) e do Parque Internacional, em Livramento.
Como se sabe, Livramento, no Brasil, e Rivera , no Uruguai, são cidades-gêmeas, onde existe apenas um único conjunto urbano, sem divisões físicas ou embaraços aduaneiros. Se distingue que estamos numa fronteira internacional apenas pelo som dos idiomas e os cartazes dos anúncios nas lojas comerciais. Lula, segundo a fonte, teria manifestado profunda irritação com o descaso apresentado no lado brasileiro da linha divisória binacional, onde a Praça dos Cachorros está completamente tomada pelo comércio ambulante, debaixo de barracos improvisados e muito sujeira. O Parque Internacional não encontra-se muito diferente: observam-se árvores centenárias cortadas, muitos bancos quebrados, luminárias sem lâmpadas e com a fiação elétrica exposta, pedras portuguesas com grandes falhas, bem como cercada de ambulantes que vendem alimentos e bebidas em trailers, mesas e cadeiras.
A área pública está, portanto, invadida pelo descaso das autoridades e pelo comércio improvisado e ilegal, num cenário de vale-tudo que degrada a convivência amigável das cidades-gêmeas, tão visitadas por turistas em qualquer época do ano.
Veja o vídeo (acima) e constate você mesmo, como era (foto ao lado) e como está hoje. Este breve documentário é parte de uma campanha - apartidária e inominada - pela restauração dos dois espaços públicos de Santana do Livramento (RS).
Assine o abaixo-assinado que está aqui no blog Santana do Livramento, especialmente criado para a campanha de revitalização da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional.
Mesmo que você não tenha nascido em Livramento, como é o meu caso (nem todos são perfeitos!), por favor, apoie e divulgue esta campanha cidadã.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
"Este Ronaldo precisa parar de andar com travestis"
A recomendação é do peemedebista Roberto Requião
"O comportamento, travesti, de esquerda, do Fernando Henrique, no início, me iludiu. Se afasta desta gente Ronaldo. Não são o que parecem", disse hoje no twitter Roberto Requião (PMDB-PR), candidato ao senado.
O peemedebista recomendou que Ronaldo "tome jeito" ao escolher suas companhias. "Este Ronaldo precisa parar de andar com travestis. Toma jeito menino." - tuitou Requião, hoje à tarde.
Requião ainda provocou Serra dizendo que vai fazer campanha para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. "Com uma conversa clara, racional e motivadora, vamos iniciar, sábado, o movimento de vitória da Dilma no nosso Paraná."
Lula: "A direita tenta dar golpe a cada 24 horas"
Presidente prestigiou candidata Dilma em comício de Porto Alegre
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula e sua candidata à sucessão presidencial, Dilma Rousseff (PT), subiram o tom no ataque aos adversários e acusaram a oposição de ter uma vocação golpista e apresentar-se aos eleitores com "duas caras".
Lula e Dilma foram as principais atrações do comício que reuniu cerca de 10 mil pessoas, na noite de quinta-feira (29), em Porto Alegre.
Para Lula, seus oito anos de mandato foram marcados por "provocações, ataques e infâmias" promovidos por uma "elite que faz política de forma sórdida".
"No governo, aprendemos que a esquerda faz oposição, enquanto a direita tenta dar um golpe a cada 24 horas para não permitir que as forças que governam o país de forma democrática possam continuar", disse Lula.
O presidente já acusara setores da oposição de tentarem derrubá-lo do governo em comício em Garanhuns (PE), na semana passada.
Para Lula, o seu governo não deveria ser medido pelas obras feitas, mas pelo seu principal "legado" que seria ter estabelecido um "paradigma da governabilidade".
"A elite capitalista brasileira que dirigia este país não sabia o que era capitalismo. Precisou entrar na Presidência um metalúrgico socialista para ensinar a eles como se faz capitalismo neste país", disse Lula.
Ele ressaltou a importância das alianças políticas, mas abriu o voto para Tarso Genro, candidato do PT ao governo estadual. O ex-ministro lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado e seu principal adversário é José Fogaça (PMDB) que apesar do alinhamento nacional PT-PMDB, pretende manter uma posição de "neutralidade" em relação à disputa presidencial.
A crítica ideológica também foi a tônica do discurso da candidata à sucessão, Dilma Rousseff. Referindo-se aos adversários como "eles", a ex-ministra elencou uma série de situações em que oposição teria agido de forma contrária ao que defende em palanques eleitorais.
"Eles têm duas caras: uma nas eleições, outra na hora de governar", disse Dilma, citando, por exemplo a posição contrária à criação do ProUni e as críticas ao Bolsa Família.
Em um discurso de cerca de 20 minutos, a ex-ministra tentou estabelecer um diálogo direto com os eleitores e prometeu "honrar o mandato". Para Dilma, a maior herança do governo Lula seria ter conseguido "governar para os 190 milhões" de brasileiros, enquanto os antecessores teriam se preocupado em atender os interesses de apenas um terço da população.
"Vocês podem contar comigo porque conto com vocês para não deixar que o país volte para a desesperança", disse Dilma aos militantes.
Antes do comício, o presidente Lula cumpriu uma longa agenda de compromissos oficiais que inclui assinatura de convênios para financiamentos de moradias populares em áreas rurais, autorizações para duplicação de estradas e o início simbólico da reforma do estádio Beira-Rio que será palco de alguns jogos da Copa 2014.
Lula desembarcou no Estado acompanhado por seis ministros. Dilma Rousseff passou a quinta-feira em Brasília, e chegou em Porto Alegre apenas para o comício. A informação é da agência inglesa Reuters.
Clique nas imagens para ampliá-las.
Fotos: Fabiano do Amaral/Correio do Povo
A natureza está dizendo que o capitalismo é perigoso e autodestrutivo
O impasse na questão do clima
Todos os sinais sugerem que o planeta ainda está mergulhando de cabeça rumo a uma catástrofe climática. A Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica dos EUA publicou seu "Relatório sobre o Estado do Clima" , de janeiro a maio. Os primeiros cinco meses deste ano foram os mais quentes já registrados desde 1880; maio foi o mais quente de todos. Intensas ondas de calor estão varrendo muitas partes do mundo. E mesmo assim ainda não estamos agindo.
Modificar os sistemas energético e agrícola mundiais não é café pequeno. Não basta agitarmos nossas mãos e declararmos que as mudanças climáticas constituem uma emergência. Precisamos de uma estratégia concreta para reestruturar dois setores econômicos que estão no centro da economia mundial e envolver a população do mundo inteiro.
O segundo maior desafio no combate às alterações climáticas é a complexidade do próprio conhecimento científico. Hoje, a compreensão do clima da Terra e do componente de mudanças climáticas induzido pelo homem é resultado de muito trabalho científicamente difícil, envolvendo muitos milhares de cientistas de todas as partes do mundo. Essa compreensão científica é incompleta, e persistem incertezas sobre as exatas dimensões e perigos das mudanças climáticas.
A opinião pública em geral, naturalmente, tem dificuldades para compreender essas complexidades e incertezas, especialmente, tendo em vista que as alterações no clima estão ocorrendo ao longo de um "cronograma" de décadas e séculos, e não de meses e anos.
Isso deu origem a um terceiro problema no combate às alterações climáticas, decorrente de uma combinação das implicações econômicas da questão e das incertezas que as rodeiam. Isso reflete-se na brutal e destrutiva campanha contra a ciência do clima movida por poderosos interesses estabelecidos e por ideólogos, aparentemente visando criar uma atmosfera de ignorância e confusão.
O Wall Street Journal, por exemplo, jornal de negócios líder nos EUA, move uma campanha editorial agressiva contra a ciência do clima há décadas. Os indivíduos envolvidos nessa campanha são não apenas cientificamente ignorantes, também não demonstram nenhum interesse em tornar-se mais bem informados. Eles têm recusado repetidas propostas de cientistas do clima para participar de reuniões e discussões sérias sobre as questões.
As principais empresas petrolíferas e outros grandes interesses empresariais também estão jogando esse jogo, e têm financiado campanhas visando desqualificar a ciência do clima. Sua abordagem geral é exagerar as incertezas da ciência do clima e deixar a impressão de que os cientistas do clima estão envolvidos em algum tipo de conspiração para assustar o público. É uma acusação absurda, mas acusações absurdas podem conquistar o apoio da opinião pública, se apresentadas num formato atraente e bem financiado.
Se somarmos esses três fatores - o enorme desafio econômico para reduzir os gases estufa, a complexidade da ciência do clima e as campanhas deliberadas visando confundir a sociedade e desacreditar a ciência -, chegamos ao quarto problema, e o mais abrangente: a indisposição ou incapacidade dos políticos americanos de formular uma política sensata de enfrentamento das mudanças climáticas.
Os americanos têm uma responsabilidade desproporcional pela inação em face das mudanças climáticas porque seu país foi o maior emissor mundial de gases-estufa até o ano passado, quando a China passou à frente. Ainda hoje, as emissões per capita nos EUA são mais de quatro vezes superiores às da China. No entanto, apesar do papel central dos EUA nas emissões mundiais, o senado americano nada fez sobre as mudanças climáticas desde a ratificação do Tratado da ONU, há 16 anos.
Quando Barack Obama foi eleito presidente havia uma esperança de progresso. No entanto, embora seja claro que Obama gostaria de avançar nesse terreno, até agora, tem colocado em prática uma estratégia fracassada de negociações com senadores e setores chave para tentar forjar um acordo.
O governo Obama deveria tentar uma abordagem alternativa. Em vez de negociar com representantes estabelecidos nos bastidores da Casa Branca e do Congresso, Obama deveria apresentar um plano coerente ao povo americano, com uma estratégia bem fundamentada para os próximos 20 anos, visando reduzir a dependência americana de combustíveis fósseis, converter veículos para que funcionem com eletricidade e ampliar as fontes de energia não emissoras de carbono. Ele poderia, então, apresentar um preço estimado para a adoção dessas mudanças ao longo do tempo e demonstrar que os custos seriam modestos em comparação com os enormes benefícios.
Apesar de ter sido o candidato da mudança, Obama não assumiu uma abordagem baseada na apresentação de planos de ação reais para mudança. Seu governo está cada vez mais preso nas garras paralisantes dos grupos de interesse especiais. É difícil determinar se esse é um resultado intencional, para que Obama e seu partido possam continuar a mobilizar grandes contribuições de campanha ou se é resultado de uma tomada de decisões incompetente, e pode refletir um pouco de ambos.
O que está claro é que seguimos rumo a um desastre. A natureza não se preocupa com maquinações políticas. E a natureza está nos dizendo que nosso modelo econômico é perigoso e autodestrutivo. A menos que encontremos uma liderança mundial efetiva nos próximos anos, aprenderemos a lição da maneira mais sofrida possível.
Artigo de Jeffrey Sachs, professor de Economia, diretor do Instituto da Terra na Universidade de Columbia (EUA). Publicado hoje no jornal Valor Econômico.
Todos os sinais sugerem que o planeta ainda está mergulhando de cabeça rumo a uma catástrofe climática. A Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica dos EUA publicou seu "Relatório sobre o Estado do Clima" , de janeiro a maio. Os primeiros cinco meses deste ano foram os mais quentes já registrados desde 1880; maio foi o mais quente de todos. Intensas ondas de calor estão varrendo muitas partes do mundo. E mesmo assim ainda não estamos agindo.
Modificar os sistemas energético e agrícola mundiais não é café pequeno. Não basta agitarmos nossas mãos e declararmos que as mudanças climáticas constituem uma emergência. Precisamos de uma estratégia concreta para reestruturar dois setores econômicos que estão no centro da economia mundial e envolver a população do mundo inteiro.
O segundo maior desafio no combate às alterações climáticas é a complexidade do próprio conhecimento científico. Hoje, a compreensão do clima da Terra e do componente de mudanças climáticas induzido pelo homem é resultado de muito trabalho científicamente difícil, envolvendo muitos milhares de cientistas de todas as partes do mundo. Essa compreensão científica é incompleta, e persistem incertezas sobre as exatas dimensões e perigos das mudanças climáticas.
A opinião pública em geral, naturalmente, tem dificuldades para compreender essas complexidades e incertezas, especialmente, tendo em vista que as alterações no clima estão ocorrendo ao longo de um "cronograma" de décadas e séculos, e não de meses e anos.
Isso deu origem a um terceiro problema no combate às alterações climáticas, decorrente de uma combinação das implicações econômicas da questão e das incertezas que as rodeiam. Isso reflete-se na brutal e destrutiva campanha contra a ciência do clima movida por poderosos interesses estabelecidos e por ideólogos, aparentemente visando criar uma atmosfera de ignorância e confusão.
O Wall Street Journal, por exemplo, jornal de negócios líder nos EUA, move uma campanha editorial agressiva contra a ciência do clima há décadas. Os indivíduos envolvidos nessa campanha são não apenas cientificamente ignorantes, também não demonstram nenhum interesse em tornar-se mais bem informados. Eles têm recusado repetidas propostas de cientistas do clima para participar de reuniões e discussões sérias sobre as questões.
As principais empresas petrolíferas e outros grandes interesses empresariais também estão jogando esse jogo, e têm financiado campanhas visando desqualificar a ciência do clima. Sua abordagem geral é exagerar as incertezas da ciência do clima e deixar a impressão de que os cientistas do clima estão envolvidos em algum tipo de conspiração para assustar o público. É uma acusação absurda, mas acusações absurdas podem conquistar o apoio da opinião pública, se apresentadas num formato atraente e bem financiado.
Se somarmos esses três fatores - o enorme desafio econômico para reduzir os gases estufa, a complexidade da ciência do clima e as campanhas deliberadas visando confundir a sociedade e desacreditar a ciência -, chegamos ao quarto problema, e o mais abrangente: a indisposição ou incapacidade dos políticos americanos de formular uma política sensata de enfrentamento das mudanças climáticas.
Os americanos têm uma responsabilidade desproporcional pela inação em face das mudanças climáticas porque seu país foi o maior emissor mundial de gases-estufa até o ano passado, quando a China passou à frente. Ainda hoje, as emissões per capita nos EUA são mais de quatro vezes superiores às da China. No entanto, apesar do papel central dos EUA nas emissões mundiais, o senado americano nada fez sobre as mudanças climáticas desde a ratificação do Tratado da ONU, há 16 anos.
Quando Barack Obama foi eleito presidente havia uma esperança de progresso. No entanto, embora seja claro que Obama gostaria de avançar nesse terreno, até agora, tem colocado em prática uma estratégia fracassada de negociações com senadores e setores chave para tentar forjar um acordo.
O governo Obama deveria tentar uma abordagem alternativa. Em vez de negociar com representantes estabelecidos nos bastidores da Casa Branca e do Congresso, Obama deveria apresentar um plano coerente ao povo americano, com uma estratégia bem fundamentada para os próximos 20 anos, visando reduzir a dependência americana de combustíveis fósseis, converter veículos para que funcionem com eletricidade e ampliar as fontes de energia não emissoras de carbono. Ele poderia, então, apresentar um preço estimado para a adoção dessas mudanças ao longo do tempo e demonstrar que os custos seriam modestos em comparação com os enormes benefícios.
Apesar de ter sido o candidato da mudança, Obama não assumiu uma abordagem baseada na apresentação de planos de ação reais para mudança. Seu governo está cada vez mais preso nas garras paralisantes dos grupos de interesse especiais. É difícil determinar se esse é um resultado intencional, para que Obama e seu partido possam continuar a mobilizar grandes contribuições de campanha ou se é resultado de uma tomada de decisões incompetente, e pode refletir um pouco de ambos.
O que está claro é que seguimos rumo a um desastre. A natureza não se preocupa com maquinações políticas. E a natureza está nos dizendo que nosso modelo econômico é perigoso e autodestrutivo. A menos que encontremos uma liderança mundial efetiva nos próximos anos, aprenderemos a lição da maneira mais sofrida possível.
Artigo de Jeffrey Sachs, professor de Economia, diretor do Instituto da Terra na Universidade de Columbia (EUA). Publicado hoje no jornal Valor Econômico.
Privatização das telecomunicações ampliou acesso, mas serviços são caros e ruins
Quem controla as teles? A regulação é nula e danosa ao consumidor
Passados 12 anos da privatização do setor de telecomunicações no Brasil, a oferta de serviços cresceu 703%, o número de aparelhos já ultrapassou o número de habitantes do país e as teles nadam em dinheiro, uma vez que as tarifas subiram mais de 2.000%. Antes da privatização, as empresas estatais financiavam o produto ofertado, hoje, quem financia é o próprio usuário-consumidor com as tarifas mais altas do mundo em descompasso com a precariedade ou insuficiência dos serviços. Entidades de defesa do consumidor consideram que os preços são altos e os serviços nem sempre atendem às necessidades dos consumidores.
A coordenadora institucional da ProTeste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Maria Inês Dolci, disse que é preciso alterar o marco regulatório do setor, para que os benefícios previstos com as privatizações sejam concretizados. Segundo ela, além dos altos preços, o consumidor também sofre com a má qualidade dos serviços, que é o mais reclamado nas entidades de defesa do consumidor.
“As privatizações tinham o objetivo principal de trazer a competição para o mercado, preços mais justos para os consumidores; e nós observamos que o que existe hoje é uma concentração de serviços dentro das empresas maiores, é um setor tremendamente reclamado na defesa do consumidor”.
Para o especialista em telecomunicações e professor da Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas, Arthur Barrionuevo, as privatizações foram um grande sucesso na ampliação do acesso ao serviço, o que aumentou o faturamento das operadoras de forma geométrica, mas não ofereceu os serviços que o consumidor esperava.
Mas ele ressalta que os custos da telefonia fixa e móvel ainda são elevados, pela falta de competição. “Em algumas regiões existem quase monopólios de algumas empresas, que reduzem os preços e aumentam as ofertas de maneira mais lenta”. Para Barrionuevo, ainda falta melhorar o acesso à banda larga no país, especialmente para a população de baixa renda.
Segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o total de clientes de telecomunicações no país passou de 29,9 milhões em 1998, para 240 milhões atualmente, entre usuários de telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura.
A telefonia celular passou de 7,4 milhões de clientes, em 1998, para 179,1 milhões, no primeiro trimestre de 2010. A telefonia fixa saiu de aproximadamente 20 milhões, há 12 anos, para 41,4 milhões.
Os serviços de TV por assinatura saltaram de 2,6 milhões de assinantes para 7,9 milhões. A banda larga já alcançou 23 milhões de acessos em todo o país, considerando a rede fixa, os celulares de terceira geração (3G) e os modens de acesso à internet pela rede móvel.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, 82,1% dos domicílios brasileiros tinham acesso aos serviços telefônicos fixos ou móveis. Em 1998, esse percentual era de 32%. As informações (nem todas) são da Agência Brasil.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
O perigoso desespero de José Serra
Um cenário improvável, mas não descartável
José Serra a rigor nunca foi um sujeito de esquerda. Pertenceu aos quadros da esquerda católica, a chamada Ação Popular, nos idos de 1964, e mesmo depois do golpe. Mas isso não significa muita coisa, ou melhor, não garante nem é razão suficiente para configurar uma identidade de esquerda ao ex-presidente da UNE. Saiu do País, não porque estivesse sendo perseguido pela ditadura, Serra, diga-se de passagem, nunca levou nem peteleco na orelha da repressão policial-militar. Foi para o Chile para estudar, coisa que também não fez de forma completa, e para acompanhar alguns amigos que ficaram indispostos com os gorilas, aqui, um deles foi o professor Cardoso, com relações na Cepal e junto a ambientes acadêmicos. Serra simplesmente foi na carona de seus amigos influentes.
Portanto, se engana Marco Aurélio Garcia que na Folha de hoje diz que Serra (na foto acima, com o ex-governador Arruda, afastado por corrupção no DF) foi um militante de esquerda, ao lamentar que ele - Serra - encerre de "forma tão melancólica a sua carreira pública". Ter passado meteoricamente por organizações com aroma de esquerda, como a AP, convenhamos, não faz deste transeunte passageiro um convicto militante da "filosofia da praxis", como dizia Antonio Gramsci. Nem todo o sujeito que cheira a peixe é necessariamente um pescador profissional, pode tratar-se tão-somente, de alguém que tenha aversão ao banho, por exemplo.
Na presente campanha eleitoral, o candidato da direita tenta dar alguma coerência ao discurso passadista que escolheu. Mas o resultado é patético. Nos últimos dias, Serra tem apelado para o baú de 1964, revivendo consignas contra o sindicalismo, contra o peleguismo, contra o comunismo e só falta convocar - como o velho padre católico/agente da CIA, Patrick Peyton - uma cruzada do rosário em família. Os argentinos tem uma expressão para descrever a atual retórica serrista: discurso gorila. Serra, assim, se presta ao papel de vivandeira tardia (mulheres que no século 19 acompanhavam as tropas militares nas campanhas bélicas dispensando-lhes toda a sorte de serviços ambulantes), em pleno século 21, mesmo sabendo que os militares brasileiros, hoje, estão mais para tigres de papel do que gorilas sequiosos de poder, como em 64.
Desta forma, face ao desastre anunciado com esse parelheiro da direita, não se descartaria o seguinte cenário, mesmo que remoto: Serra renuncia à candidatura, provocando uma comoção nos salões de tapetes puídos do PIG, jogando na imponderável aventura dos agentes provocadores, ao estilo doutora Sandra Cureau. A intenção óbvia seria a de deslegitimar a vitória da candidata lulista, descortinando cenários improváveis e temerários, numa espécie de reedição do janismo tresloucado de 25 de agosto de 1961.
Repito que se trata apenas de uma cenário remoto, mas que não deve ser descartado por aqueles que conhecem um pouco da história brasileira.
Uma coisa é certa: todo o desesperado - qual Serra - quer socializar a sua desesperança a toda a gente.
Coisas da vida.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
A Metade Sul sai do marasmo secular por graça dos fazendeiros ou das papeleiras?
O que era para Zero Hora informar, mas não informa
Quem lê essa matéria de Zero Hora (edição de hoje, página 18) pode supor que as coisas - como o desenvolvimento de uma região antes estagnada por décadas - se modificam pela capacidade empreendedora de abnegados homens de visão e intrepidez capitalista. Mas não é nada disso. Esses investidores estão sendo induzidos pelo Estado brasileiro, esse ente tão aviltado e desprezado pelas cartilhas do fanatismo neoliberal. Não há sequer risco, um dos elementos constitutivos fundantes do capitalismo. O recurso já está provisionado, basta que eles entreguem as mercadorias encomendadas pelo Estado.
Uma empresa estatal, a Petrobras, está disponibilizando cerca de 1,5 bilhão de dólares para a compra de plataformas, navios e demais equipamentos de exploração petrolífera. Como informa ZH, um consórcio de investidores está se habilitando a fornecer à Petrobras o rol de compras. Este é o papel do Estado, para além da visão estreita e sectária dos novos ultraliberais. Mas essa mecânica interna, vamos dizer assim, da decisão política estratégica (e histórica) do governo federal não é revelada pela matéria de ZH.
É melhor deixar que o leitor fique pensando que a Metade Sul do estado está se desenvolvendo pela capacidade empreendedora dos seus fazendeiros, ou das papeleiras, ou ainda do governicho de dona Yeda. Para quê contar a verdade dos fatos e seus meandros secundários? Por quê esclarecer e informar tudo ao leitorado? Bobagem! - cacarejam os editores de ZH.
PT pede direito de resposta à revista Veja
Mas o governo lulista insiste em anunciar pesado na mídia/partidos das oligarquias
O PT e a coligação Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada pelo partido, entraram com pedido de direito de resposta ontem (27) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a revista Veja, da Editora Abril. A ação contesta a reportagem "Indio Acertou o Alvo", veiculada na edição desta semana. A informação é da Agência Brasil.
A matéria repercute as declarações do candidato tucano à Vice-Presidência da República pela coligação liderada pelo PSDB, Indio da Costa (DEM-RJ), que associou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. “O episódio foi uma afobação de iniciante, mas o vice de José Serra está correto em se espantar com a ligação de membros do PT com as Farc e seus narcoterroristas”, diz a reportagem.
Segundo o advogado do PT, Márcio Silva, a revista “requentou” a questão das Farc. “Compraram o palavrório de Indio, tomando como suas algumas palavras dele. Quando se fala jornalisticamente sobre o episódio, tudo bem, mas quando, editorialmente, tomam a posição dele para si, achamos por bem pedir direito de resposta”, afirmou Silva.
A legenda mandou como possível resposta a ser publicada um texto que ocuparia uma página, com foto, mencionando o combate ao narcotráfico no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e citando a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, em agosto de 2007.
A reportagem que, segundo o advogado do PT, foi “requentada” é a de título "Tentáculos das Farc no Brasil", publicada no dia 16 de março de 2005 pela revista Veja. No início da semana passada, o PT chegou a conseguir o direito de resposta de dez dias contra o site Mobiliza PSDB por ter veiculado as declarações de Indio da Costa, mas a decisão foi suspensa até o fim do recesso do tribunal, em agosto.
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Enquanto isso, as páginas da revista Veja (e o resto do PIG) continuam estampando (e faturando) anúncios das estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Federal, Eletrobras, Correios/Sedex (ver fac-símile acima) e outras.
Quando o governo federal - leia-se o lulismo de resultados - irá impor um padrão republicano nas relações com essas empresas midiáticas com desvio de função para partidos políticos não autorizados pela legislação brasileira? Quando?
terça-feira, 27 de julho de 2010
Um clássico do rock
"The Passenger" de e com Iggy Pop, de 1977.
Não confundir com o filme homônimo - O Passageiro - de Antonioni, com a sensual Maria Schneider e Jack Nicholson, de 1975. Um ótimo (e recomendado) filme.
Dina Sfat, Nelson Jobim e o interesse econômico dos militares brasucas
A conversa fiada do ministro da Defesa
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem (26) que há grandes vulnerabilidades nas operações de defesa das Forças Armadas brasileiras. A constatação foi feita durante acompanhamento dos exercícios militares da Operação Atlântico 2, que reúne Marinha, Exército e Aeronáutica desde o último dia 19 na costa brasileira. A informação é da Agência Brasil.
O ministro pediu aos comandantes do exercício que preparem um relatório completo sobre as principais deficiências dos militares. “Nossas vulnerabilidades são grandes. Nós não podemos ter operações noturnas, por exemplo. Não temos mísseis antisubmarinos que possam ser lançados de aviões. Há uma série de coisas”, disse o ministro, no Rio de Janeiro.
A Atlântico 2, que reúne 10 mil militares e se encerra no próximo dia 30, é uma das operações conjuntas rotineiras que as Forças Armadas fazem para preparar o emprego do Exército, da Marinha e Aeronáutica em caso de ameaças externas. Entre os exercícios realizados está a defesa de instalações estratégicas, como o Complexo Nuclear de Angra dos Reis.
Ainda durante a visita ao Rio de Janeiro, o ministro disse que conversará nesta semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Lula sobre o programa de renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira (FAB), o chamado F-X2. Três tipos de aviões disputam a concorrência da FAB: o francês Rafale, o sueco Gripen NG e o americano F-18 Hornet.
Até o momento, o governo não anunciou o resultado da disputa. A Aeronáutica acredita que o anúncio da escolha só será feito depois das eleições de outubro.
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Ainda durante a ditadura civil-militar, já na fase de distensão, a grande atriz Dina Sfat (foto) mostrou que era uma mulher politizada e corajosa. Ela participava de um programa de televisão como entrevistadora convidada, o entrevistado era um general de peito arfante de patriotismo e boçalidade. Todos puxavam o saco do entrevistado. De tudo que ele falava, a metade era lorota e a outra metade façanhas a la Barão de Münchausen. A folhas tantas, Dina mira o militar e dispara certeiro: "General, em quantas guerras mesmo, no duro, o senhor lutou?" Não obteve resposta, por óbvio, ouviram-se alguns pigarros evasivos e logo foram chamados os comerciais da emissora.
Notem, pois, que a instituição militar em pleno século 21 é um anacronismo absoluto, por que sustentada em conceitos de defesa e segurança nacional completamente superados. Do que nos defendem os militares brasileiros? No duro, como dizia Dina, o que faz essa gente, além de parasitar os cofres públicos? Que contribuição eles dão ao povo e às instituições republicanas brasileiras? Foram instrumento de um golpe civil contra a errante democracia liberal de 1964, ficaram 21 anos no poder, cometeram desmandos, tropelias, crimes, sairam pela condição excrescente que representavam e até hoje não fizeram autocrítica alguma.
Paralelo ao governo arbitrário pelo qual foram responsáveis, setores militares desenvolveram um franco interesse econômico que hoje prospera e soube se fazer player no contexto mundial dos complexos industrial-militares. É disso que trata a manifestação de Nelson Jobim. O ministro está expressando e sendo porta-voz destes interesses econômicos, sempre travestidos da retórica mofada do patriotismo, defesa nacional, Brasil grande potência, interesses estratégicos, blablablablablá.
"Não podemos ter operações noturnas", reclama o ministro Jobim. Ah, que horror, que catástrofe!
Como se estivéssemos à beira de uma convulsão internacional e na iminência de sermos invadidos por exércitos estrangeiros. Ora, essa invasão já acontece, só não tem caráter bélico-militarista tout court. Ela ocorre por via do capital financeiro, através de dívidas e captura de agentes econômicos e cadeias produtivas inteiras. Um exemplo nítido é o agronegócio, todo ele colonizado pelos interesses dos manipuladores de sementes e grãos, dos insumos químicos, da indústria alimentícia, cujos controles em última instância estão nas mãos dos grandes bancos internacionais. Contra esse "inimigo" plenamente internalizado (e com ministério na Esplanada), que armas dispõe o nosso patriótico ministro da Defesa?
Portanto, essa conversa fiada de Nelson Jobim, no fundo e no raso, é pura ideologia, uma manipulação grosseira de conceitos atrasados, obsoletos, que procuram conectar a noção de "forças armadas" com a noção (canalha, segundo Samuel Johnson) de "patriotismo".
É atualíssimo, então, o repto de Dina Sfat. Apenas devemos modificar a conjugação do verbo lutar, agora no futuro do presente:
- Generais, em quantas guerras os senhores ainda lutarão?
Fotografia: Antonio Guerreiro.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Lula e Dilma em Porto Alegre, na quinta-feira
Grande comício popular no Gigantinho, quinta-feira, dia 29/7
Com as presenças - confirmadas - do presidente Lula, da candidata à presidência Dilma Rousseff, e do candidato a governador, Tarso Genro.
A partir das 18 horas.
Todos lá!
Pesquisa científica: "Estamos perdendo o complexo de vira-lata"
Governo Lula vai destinar R$ 865 milhões ao financiamento de pesquisas
A abertura da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi marcada ontem (25) pelo anúncio de editais no valor de R$ 865 milhões para o financiamento de pesquisas. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, assinou documento autorizando a abertura dos editais pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Do montante total, a maior parte, cerca de R$ 500 milhões, vai financiar pesquisas em empresas privadas. Mais R$ 30 milhões serão destinados à criação de, pelo menos, dois institutos focados nas ciências do mar – tema principal da reunião da SBPC. O lançamento dos editais deve ocorrer no prazo de 40 a 60 dias.
Rezende aposta que o Brasil está perto de integrar o grupo dos maiores produtores de conhecimento científico, o que tem despertado o interesse de multinacionais de trazer seus centros de pesquisa para o país. Em 2008, os pesquisadores brasileiros publicaram 30 mil artigos científicos. Atualmente, o país ocupa o 13º lugar na publicação de material científico – ficando na frente de países como Rússia e Holanda. “Estamos perdendo o complexo de vira-lata”, afirmou o ministro.
O presidente de SBPC, Marco Antônio Raupp, apontou como desafio a realização de pesquisas capazes de atender às demandas da sociedade e do setor industrial – a exemplo do que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) faz para tornar o agronegócio brasileiro competitivo. “Precisamos de uma Embrapa para o mar, para a floresta amazônica e para a indústria”, disse o cientista.
Na abertura do encontro, pesquisadores, professores e cientistas prestaram uma homenagem ao paulista Aziz Ab Saber – considerado um dos geógrafos mais renomados do mundo e referência em trabalhos sobre o meio ambiente e o impacto ambiental da atividade humana.
Um dos eventos científicos mais importantes do país, a reunião da SBPC vai até sexta-feira (30) em Natal. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) será a sede das conferências, simpósios, mesas-redondas e outras atividades programadas – a maioria relacionada ao cenário atual e a perspectivas para as pesquisas marinhas. A informação é da Agência Brasil.
Haverá ainda espaço para debater as eleições de outubro. Estão previstos encontros com os presidenciáveis que lideram as pesquisas eleitorais. De acordo com os organizadores, foi confirmada a presença das candidatas à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Mais de 10 mil pessoas devem participar dos seis dias de reunião.
Celso Amorim espera terminar com as ambiguidades que cercam o problema iraniano
Chanceler brasileiro esteve há pouco com o primeiro-ministro de Israel
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim (foto), disse ontem que espera sinais claros da comunidade internacional sobre a participação do Brasil e da Turquia nas negociações de um acordo nuclear com o Irã.
“Nós recebemos sinais ambíguos. Às vezes, [recebemos] um incentivo de que é muito importante que o Brasil e a Turquia continuem a ajudar no processo negociador. Às vezes, recebemos sinais diferentes pelos jornais, aí as pessoas dizem que não foi bem aquilo que eles disseram... Então, nós esperamos que os sinais sejam claros. Nós não temos nenhum interesse nisso, a não ser ajudar a paz”, afirmou Amorim.
As declarações do chanceler foram dadas a jornalistas brasileiros em Israel e divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores.
Celso Amorim deu pouca importância a questionamentos sobre a possibilidade de o Irã ter um reator de fusão nuclear. Segundo ele, isso não traz preocupações quanto à segurança. “É mais importante considerar que, se os 1.200 quilos [de urânio levemente enriquecidos pelo Irã] já estivessem na Turquia – como já poderiam estar –, o mundo todo estaria muito mais tranquilo”.
Celso Amorim esteve hoje (26) na Turquia, onde se reuniu com o chanceler Ahmet Davutoglu e almoçou com o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki. Ele seguiu hoje mesmo para Israel, onde se reuniu também com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Em Jerusalém, Amorim informou que conversou sobre a paz entre israelenses e palestinos e que levou as impressões colhidas pelo Brasil em visitas a chefes de Estado do Oriente Médio sobre o assunto.
Segundo Amorim, o que ele fez não foi uma visita de cortesia, já que o encontro durou uma hora e meia e Netanyahu anotou e fez questionamentos sobre o que era dito.
O chanceler brasileiro anunciou que a visita do primeiro-ministro israelense ao Brasil, prevista para agosto, foi cancelada em função de compromissos internos. Mesmo assim, Amorim disse que o primeiro-ministro de Israel reiterou o desejo de visitar o país e prometeu marcar nova data para o encontro em solo brasileiro. A informação é da Agência Brasil.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim (foto), disse ontem que espera sinais claros da comunidade internacional sobre a participação do Brasil e da Turquia nas negociações de um acordo nuclear com o Irã.
“Nós recebemos sinais ambíguos. Às vezes, [recebemos] um incentivo de que é muito importante que o Brasil e a Turquia continuem a ajudar no processo negociador. Às vezes, recebemos sinais diferentes pelos jornais, aí as pessoas dizem que não foi bem aquilo que eles disseram... Então, nós esperamos que os sinais sejam claros. Nós não temos nenhum interesse nisso, a não ser ajudar a paz”, afirmou Amorim.
As declarações do chanceler foram dadas a jornalistas brasileiros em Israel e divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores.
Celso Amorim deu pouca importância a questionamentos sobre a possibilidade de o Irã ter um reator de fusão nuclear. Segundo ele, isso não traz preocupações quanto à segurança. “É mais importante considerar que, se os 1.200 quilos [de urânio levemente enriquecidos pelo Irã] já estivessem na Turquia – como já poderiam estar –, o mundo todo estaria muito mais tranquilo”.
Celso Amorim esteve hoje (26) na Turquia, onde se reuniu com o chanceler Ahmet Davutoglu e almoçou com o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki. Ele seguiu hoje mesmo para Israel, onde se reuniu também com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Em Jerusalém, Amorim informou que conversou sobre a paz entre israelenses e palestinos e que levou as impressões colhidas pelo Brasil em visitas a chefes de Estado do Oriente Médio sobre o assunto.
Segundo Amorim, o que ele fez não foi uma visita de cortesia, já que o encontro durou uma hora e meia e Netanyahu anotou e fez questionamentos sobre o que era dito.
O chanceler brasileiro anunciou que a visita do primeiro-ministro israelense ao Brasil, prevista para agosto, foi cancelada em função de compromissos internos. Mesmo assim, Amorim disse que o primeiro-ministro de Israel reiterou o desejo de visitar o país e prometeu marcar nova data para o encontro em solo brasileiro. A informação é da Agência Brasil.
domingo, 25 de julho de 2010
Andrés Calamaro
Pode ser lenda, sei lá, mas me disseram que o então jovem Néstor K. albergou-se no coração de Cristina Fernandes quando lhe dedicou (e cantou) essa canção famosa (de 1999) do roqueiro argentino Andrés Calamaro. A letra é inspiradora.
La Parte de Adelante
soy vulnerable a tu lado más amable
soy carcelero de tu lado más grosero
soy el soldado de tu lado más malvado
y el arquitecto de tus lados incorrectos
soy propietario de tu lado más caliente
soy dirigente de tu parte más urgente
soy artesano de tu lado más humano
y el comandante de tu parte de adelante
soy inocente de tu lado más culpable
pero el culpable de tu lado más caliente
soy el custodio de tus ráfagas de odio
y el comandante de tu parte de adelante
perdiendo imagen a tu lado estoy mi vida
mañana será un nuevo punto de partida
soy vagabundo de tu lado más profundo
por un segundo de tu cuerpo doy el mundo
que más quisiera que pasar la vida entera
como estudiante el día de la primavera
siempre viajando en un asiento de primera
el comandante de tu balsa de madera
que más quisiera que pasar la vida entera
como estudiante el día de la primavera
siempre viajando en un asiento de primera
el carpintero de tu balsa de madera
aaahhh aaahhh...
soy el soldado de tu lado malvado
y el comandante de tu parte de adelante
- estribillo -
sólo estoy sólo y estoy buscando
es a alguien que me está esperando
que me entienda y si no me entiende
alguien que me comprende
alguien a alguien para recordar
de memoria cuando estoy de viaje
cuando estoy muy lejos y
soy un vagabundo y camino bastante
alrededor del mundo
pero quiero volver a mi casa
a alguna casa
para encontrar a esa princesa vampira
que respira
que respira y me mira
Hoje, palestra com o professor Boaventura
Está começando hoje - domingo - o Encontro Nacional de Geógrafos
Cerimônia de Abertura às 17h30
Apresentação Artística: Pedro Munhoz, cantor
Diálogo de Abertura: 19h até 21h
Com os professores Boaventura de Souza Santos (Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra) e Ana Fani Alessandri Carlos (AGB São Paulo/USP).
Local: Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia, centro de Porto Alegre (RS).
Acesse aqui o blog do ENG 2010.
Brasil, Turquia e Irã retomam negociações
A volta do diálogo diplomático sobre o programa nuclear iraniano
Um mês e meio depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs uma série de sanções ao Irã, o Brasil e a Turquia voltam a discutir sobre o programa nuclear iraniano. Os ministros das Relações Exteriores iraniano, brasileiro e turco têm um almoço marcado para hoje (25), em Istambul, na Turquia. Antes, os ministros brasileiro Celso Amorim e o turco, Ahmet Davutoglu (ambos na foto), têm uma reunião separada. A informação é da Agência Brasil.
Diplomatas brasileiros que acompanham o assunto afirmaram que o almoço entre os representantes dos três países é uma resposta a um pedido do ministro das Relações Exteriores do Irã, Manuchehr Mottaki. Ao final do encontro, os chanceleres deverão conceder uma entrevista coletiva.
A conversa ocorre no momento em que o Irã é alvo de uma série de medidas restritivas impostas não só pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, como também pelos Estados Unidos, pelo Canadá e também pela União Europeia. As restrições atingem diretamente as áreas comercial e militar do Irã. A iniciativa é uma punição ao governo iraniano por suspeitar que há produção de armas atômicas.
Em 17 de maio, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, além do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, fecharam um acordo para tentar encerrar o impasse em torno do programa nuclear. Pelo acordo, o Irã envia 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberá 120 quilos do produto enriquecido a 20%.
Porém, a maior parte da comunidade internacional rejeitou o acordo optando pela adoção de sanções ao Irã. Uma das justificativas é que no mesmo momento em que se negociava o acordo o Irã avisou que enriqueceria o urânio a 90%, o que teoricamente poderia ser aplicado na fabricação de armamentos.
No entanto, o governo Ahmadinejad nega todas as suspeitas. O presidente e assessores informam que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos. Há planos para a utilização de fabricação de medicamentos e geração de energia. Mas os Estados Unidos e parte da comunidade internacional não confiam nestas informações.
Com isso, em 9 de junho, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas com o apoio da maioria dos integrantes aprovou as sanções ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contrariamente às medidas. O Líbano se absteve. O governo brasileiro lamentou a decisão informando que as restrições não colaboram para a construção do diálogo e só incentivam a tensão no cenário internacional.
sábado, 24 de julho de 2010
Serra reconhece que não vai nada bem
Autor: desconhecido, mas genial! Recebi de "um anônimo bem humorado".
Os dois filhos de Pedro Simon
A luta entre irmãos - filhos do mesmo pai eleitoral - para ver quem vai ao segundo turno no RS.
Uma brincadeira - por óbvio - com o filme de Luis Buñuel, "Simon del Desierto", de 1965.
Febeapá, by Fernanda Torres
A nova adesão à direita brasuca
Usando extravagantes metáforas biologistas que o século 19 logrou empanar com a poeira do tempo e do esquecimento, a neocolunista da Folha, Fernanda Torres (ver hoje o artigo "As cigarras e as formigas", no diário dos Frias), é forte candidata à mais nova revelação do Febeapá - o Festival de Besteira que Assola o País (criação do imortal Sérgio Porto).
De lambuja, já fica também entronizada no panteão dos novos cabeções da direita brasileira, junto com Jô Soares, Fernando Gabeira, Arnaldo Jabur, Cesar Maia, Marcelo Madureira, Denis Rosenfield, Nelson Motta, Aldo Rebelo, Lucia Hippolito, Ferreira Gullar e outras fuinhas expressivas do nosso pensamento sub-Professor Cardoso.
Leia o artigo aqui.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Dilma abre vantagem de 8 pontos no Vox Populi
Definição no primeiro turno fica mais favorável
Pesquisa do instituto Vox Populi, encomendada pela Rede Bandeirantes e o portal Ig, mostrou hoje (23), que na pesquisa estimulada a candidata Dilma Rousseff (PT), da coligação "Para o Brasil Seguir Andando", abriu uma vantagem de 8% das intenções de votos sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), da coligação "O Brasil Pode Mais". Dilma tem 41% da preferência dos entrevistados e Serra, 33%. A candidata Marina Silva, do Partido Verde, aparece em terceiro lugar, com 8%. A informação é da Agência Brasil.
Neste cenário, os votos em branco e nulos somaram 4% e 13% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar. Na pesquisa espontânea, de acordo com o Jornal da Band, Dilma está com 28%; Serra com 21% e Marina Silva com 5%. Em um eventual segundo turno entre a petista e o tucano, a Dilma Roussef teria 46% e Serra 34%.
O maior índice de rejeição, de acordo com a pesquisa Vox Populi, recai sobre José Serra, com 24%, 20% disseram que não votariam em Marina Silva e 17% rejeitam Dilma Rousseff.
A margem de erro é de 1,8 ponto. Esta é a primeira pesquisa divulgada após a oficialização das candidaturas à Presidência. Ela foi feita entre os dias 17 e 20 de julho, e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 19.920/10. Foram feitas 3.000 entrevistas em 219 cidades de todas as regiões do país.
..............
Não fosse a candidatura Marina Silva, sabidamente estimulada por FHC e Fernando Gabeira, já teríamos o resultado das eleições presidenciais de 2010 no primeiro turno, embora isso não esteja ainda descartado. Ao contrário, caso Marina continue não reagindo nas preferências populares, a eleição será plebiscitária e com boas chances de terminar no primeiro turno.
Serra é recebido com ovo em caminhada em Florianópolis
População se aborrece com candidato que só fala nas Farc mas não tem propostas para o Brasil
O candidato à Presidência José Serra (PSDB) por pouco não foi atingido por um ovo nesta sexta-feira (23) à tarde, quando chegava ao Mercado Público de Florianópolis para uma caminhada. A notícia é do portal Uol/Folha.
Um manifestante não identificado jogou um ovo na direção do tucano logo que ele chegou ao local, por volta das 14h. O ovo acertou um dos seguranças que acompanhava o candidato. A informação é da Guarda Municipal.
O manifestante foi detido imediatamente pela guarda, que o encaminhou à delegacia. Como ninguém compareceu ao local para registrar um boletim de ocorrência, ele foi solto uma hora depois.
A Guarda Municipal não soube informar o nome e a idade do rapaz, nem se ele era ligado a algum partido político. A assessoria de Serra não havia se manifestado sobre o incidente até o final da tarde de hoje.
.....................
Ontem, quando esteve em Porto Alegre o candidato José Serra foi vaiado na Rua da Praia, centro de Porto Alegre, depois de ter dado entrevista no estúdio de uma rádio da Igreja Universal, na rua Caldas Júnior.
A notícia não foi divulgada por nenhuma mídia de Porto Alegre, hoje.
O acordo entre Stalin e Hitler
Pacto Molotov-Ribbentrop, de 1939
Recebo mensagem do leitor Gerson B., que se resume a uma pergunta, a propósito do tema do post de ontem sobre a Espanha: "Como foi mesmo e por que aconteceu o acordo entre Stálin e Hitler?".
Meu caro Gerson, de fato no post de ontem não expusemos melhor o famigerado acordo entre Moscou e Berlim. A rigor foi um pacto de não-agressão, com mútuas vantagens - de curto prazo - tanto para os soviéticos quanto para os nazis. Foi assinado em Moscou no dia 23 de agosto de 1939, pelo Ministro do Exterior Soviético, Vyacheslav Molotov, e o Ministro do Exterior da Alemanha Nazista, Joachim von Ribbentrop, por esse motivo passou à história como Pacto Molotov-Ribbentrop.
Para Stalin o pacto com Hitler foi sumamente importante para ganhar tempo e reorganizar a estrutura burocrática e de defesa de sua ditadura. Não esqueçamos que Stalin estava já há vários anos numa cruzada interna de extermínio físico de toda a velha guarda bolchevique que participara da revolução de 1917. No inverno de 1939, quando do acordo com os nazis, só faltava eliminar o velho Pato, como era nominado secretamente Leon Trotski pelos agentes do Komintern e da NKVD (polícia política). O que acabou ocorrendo precisamente um ano depois, quando Trotski é assassinado no dia 20 de agosto de 1940, em seu exílio no México, na casa de Frida Kahlo (de brincos, ao lado de Trotski) e Diego Rivera.
Como disse, o pacto com Hitler foi uma medida astuciosa de Stalin para ganhar tempo. Todos na Europa sabiam que a guerra era uma questão de semanas ou meses. Meses antes, em 1938, Hitler já havia anexado a Áustria e parte da Tchecoslováquia, os Sudetos, com grande população alemã. Sem o menor protesto dos demais países da Europa, especialmente a França e a Inglaterra. Em abril de 1939, o governo fascista de Francisco Franco também foi prontamente reconhecido pelos governos liberais da Europa.
Os expurgos de Stalin compreenderam a expulsão, prisão com trabalhos forçados e, em alguns casos, fuzilamento de cerca de 36 mil oficiais do Exército Vermelho (criado por Trotski) e 4 mil oficiais da Marinha soviética. Foram fuzilados 13 dos 15 comandantes de tropas do Exército Vermelho, bem como expulsos cerca de 60% dos comandos de divisões bélicas regionais da vasta URSS. Nesta altura, toda a velha guarda revolucionária já estava eliminada. Ninguém, nenhum militante histórico e de autoridade revolucionária podia dar testemunho dos crimes do "montanhês da Geórgia", como Trotski - ainda vivo - o chamava.
O pacto com a Alemanha nazista chocou a todos os comunistas, no mundo todo. Nas prisões espanholas, agora sob o terror franquista, muitos velhos militantes comunistas, veteranos da guerra civil, se suicidaram de vergonha e desesperança.
Quero frisar que não sou e nunca fui trotskista, mas é de reconhecer que o velho Pato já vinha advertindo em seus textos, artigos e livros sobre a possibilidade de tal acerto entre Moscou e Berlim. Trotski, no exílio desde novembro de 1927, também vinha alertando sobre o crescimento do partido nazista na Alemanha, durante a década de 20, e para a urgente necessidade de haver uma unidade na luta da esquerda naquele país, empobrecido e ressentido pela derrota na Primeira Guerra. O Komintern, controlado pelos stalinistas, não só não quis promover a política de unidade da esquerda alemã, como classificou Hitler como um "demagogo sem futuro".
Também é de reconhecer que foi o Exército Vermelho, bem como o povo russo e demais nacionalidades regionais, que garantiram a derrota nazifascista na Europa. O Exército Vermelho era composto de 4 milhões de soldados, antes da guerra, mas durante o esforço bélico chegou a mobilizar cerca de 29 milhões de soldados e pessoal de apoio. A União Soviética perdeu na Segunda Guerra cerca de 27 milhões de cidadãos e cidadãs, onde mais de 40% eram civis.
Foto da cerimônia de assinatura do pacto: Molotov está assinando, o alemão Ribbentrop está atrás (com os olhos fechados). Stalin sorri, ao fundo, de traje claro. A fotografia de Lênin, no alto, cora de vergonha. Lênin morreu em janeiro de 1923, por doença.
O libanês Rabih Abou-Khalil e banda
Com um naipe de metais de causar admiração. O instrumento que Rabih toca parece um alaúde, mas é um cordofone chamado Ud, porque não dispõe dos trastes no braço do instrumento, que dividem as cordas em intervalos de meio tom.
Pampa já perdeu mais da metade da vegetação original
Dados do Ibama foram divulgados ontem
O bioma Pampa, que ocupa a maior parte do Rio Grande do Sul (mas abrange também todo o Uruguai e parte da Argentina, inclusive toda a província de Buenos Aires), já perdeu quase 54% da vegetação original. Os dados mais recentes do desmatamento do bioma (no RS), divulgados ontem (22) pelo Ministério do Meio Ambiente, mostram que, entre 2002 e 2008, 2.183 quilômetros quadrados (km²) de cobertura nativa foram derrubados. No total, o bioma já perdeu mais de 95 mil km² da vegetação original.
O levantamento, feito pelo Centro de Monitoramento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aponta os 19 municípios gaúchos que mais desmataram o bioma no período. Alegrete, no extremo oeste do estado, é o campeão de derrubada, com 176 km² de desmate entre 2002 e 2008. As cidades de Dom Pedrito e Encruzilhada do Sul aparecem em seguida, com 120 km² e 87 km² desmatados em seis anos.
Apesar do grande percentual desmatado, o ritmo de devastação do Pampa é o menor entre os biomas brasileiros. De acordo com os dados do MMA, a região perdeu anualmente, em média, 364 km² de vegetação nos últimos seis anos. No Cerrado, o ritmo anual de devastação é de 14 mil km² por ano e, na Amazônia, a derrubada atinge 18 mil km² de floresta anualmente.
Lista dos municípios sulinos que mais desmataram entre 2002 e 2008, segundo o Ibama:
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Cultura contra a impunidade
Depois de 33 anos, a Espanha não quer o esquecimento
Pedro Almodóvar, Javier Bardem, Maribel Verdú entre outros artistas conhecidos da Espanha aparecem neste vídeo interpretando 15 vítimas do franco-fascismo espanhol, que tem por finalidade reivindicar a justiça e uma autêntica política pública em matéria de memória histórica. [Algo que no Brasil, também não temos, ainda.]
Durante a ditadura de Franco, desapareceram cerca de 113 mil pessoas. A campanha - contra a impunidade e pela conciliação com a memória - foi deflagrada na Espanha no último mês de junho, há menos de um mês.
A redemocratização formal da Espanha aconteceu em 1977. No entanto, passados 33 anos, a questão dos desaparecidos ainda permanece como uma ferida aberta na memória dos espanhóis. São mais de 100 mil famílias que clamam por justiça.
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O franquismo ultradireitista e ultramontano se abateu sobre a Espanha de 1939 até 1976. Francisco Franco emergiu vitorioso da guerra civil e governou até a sua morte em 1975.
A Guerra Civil Espanhola deixou mais ou menos 1 milhão de mortos. De certa forma, ela serviu de demonstração do poder bélico que a Itália e a Alemanha vinham armazenando para a Segunda Guerra Mundial.
Terminada a Guerra Civil Espanhola com a vitória dos autodenominados nacionalistas ou Movimiento Nacional, Franco passou a ser o chefe de Estado, proclamando-se "Caudilho de Espanha pela graça de Deus". Vergonhosamente, a Inglaterra e a França foram os primeiros países a reconhecer a legalidade do novo regime espanhol, legitimando o fascismo, antes mesmo da eclosão da Segunda Guerra.
Internamente, o regime praticou uma política econômica autárquica que freou o desenvolvimento do país e o conduziu por um longo período de trevas e repressão.
Joseph Stalin foi um dos responsáveis diretos pela derrota republicana - uma grande aliança de partidos e organizações de esquerda - na guerra civil espanhola. Taticamente não interessava à URSS, enfraquecida economicamente e com graves debilidades políticas internas (uma delas se denominava "o problema Trotski e os veteranos de 1917"), que na Espanha vencesse a unidade popular-republicana.
Agentes stalinistas do Komintern sabotaram a luta republicana na península, assassinaram lideranças importantes da frente popular, fortalecendo indiretamente o nazifascismo (sem falar no pacto assinado com Hitler, em agosto de 1939), com os resultados tragicamente conhecidos.
O bom Ska Deutsch
Não confunda Ska Deutsch com o grande escritor Isaac Deutscher. É a polifonia politizada da banda franco-alemã de ska, Irie Révoltés, protestando contra a privatização da água potável nos países da comunidade europeia. Hoje, a Itália está vivendo essa luta, dizendo não à privatização da água, obsessão do fascismo repaginado da mumificada tia Berlusca.
Ex-deputado judeu afirma que fascistas dominam o parlamento de Israel
Israel: a gang do Parlamento
Quando fui eleito para o Parlamento de Israel pela primeira vez, assustei-me com o que vi lá. Com raras excepções, o nível intelectual dos debates aproximava-se de zero.
Era sempre um encadeamento de clichés, ampla variação sobre lugares comuns. Durante a maioria dos debates, o plenário permanecia vazio. A maioria dos deputados falava hebreu coloquial. Ao votar, muitos sequer entendiam sobre o que votavam, a favor ou contra; apenas seguiam a orientação do partido.
Era 1967, e eram deputados, dentre outros, Levy Eshkol e Pinchas Sapir, David Ben-Gurion e Moshe Dayan, Menachem Begin e Yohanan Bader, Meir Yaari e Yaakov Chazan, todos esses, hoje, nomes de ruas, estradas, praças e bairros.
Comparado ao que se vê hoje, aquele Parlamento foi a Academia de Platão.
* * *
O que mais me assustava era a rapidez com que o Parlamento aprovava leis irresponsáveis, para garantir sempre mais popularidade, sobretudo em tempos de histeria das massas. Uma de minhas primeiras iniciativas no Parlamento de Israel foi uma proposta de lei que criaria uma segunda Câmara, uma espécie de Senado, que teria o poder de impedir que novas leis tivessem vigência imediata, obrigando o plenário do Parlamento a reanalisar as leis aprovadas, depois de algum tempo. Com isso, esperava evitar que as leis fossem aprovadas e tornadas vigentes sob atmosfera de excessiva excitação.
A minha proposta nem chegou a ser considerada seriamente, nem pelo Parlamento nem pela opinião pública. Foi rejeitada no Parlamento por quase unanimidade. (Anos depois, vários deputados disseram-me que lamentavam ter rejeitado aquela proposta.) Os jornais apelidaram a nova Câmara de “Casa dos Lordes”, para ridicularizá-la. O jornal Haaretz dedicou à proposta uma página inteira de quadrinhos e caricaturas; eu, com peruca de juiz britânico.
Portanto, a coisa continuou. E continuaram a aprovar leis irresponsáveis, muitas delas racistas e antidemocráticas. Hoje, é uma avalanche. Quanto mais o governo se vai convertendo em assembleia de políticos oportunistas, mais improvável é que a avalanche seja contida. O atual governo, o maior, o mais sórdido, o mais desprezado na história de Israel, coopera com os membros do Parlamento que apresentam propostas de lei e em muitos casos, apresenta, o próprio governo, as suas propostas de leis.
O único obstáculo que resta a esse desmando é o Supremo Tribunal. Dado que Israel não tem Constituição escrita, o Supremo Tribunal assumiu o poder de anular leis absolutamente escandalosas que violam princípios democráticos e direitos humanos. O Supremo Tribunal só intervém em casos extremos. Mas também o Supremo Tribunal está tomado por juízes de direita e de ultra-direita que trabalham para desmoralizá-lo e, portanto, tem ideias muito típicas sobre o que sejam princípios democráticos e direitos humanos.
E assim se criou uma situação paradoxal: o Parlamento, que deveria ser expressão da democracia, é, hoje, a maior ameaça que pesa contra a democracia em Israel.
* * *
O homem que, mais que todos, personifica esse fenômeno é o deputado Michael Ben-Ari da facção “União Nacional”, herdeiro de Meir Kahane, cuja organização (“Kach”) foi tornada ilegal há muitos anos, pelo carácter abertamente fascista.
O próprio Kahane só foi eleito para o Parlamento uma vez. A reação dos demais deputados sempre foi clara: cada vez que Kahane se levantava para falar, a sala praticamente se esvaziava. O rabino discursava para meia dúzia dos seus partidários de ultra-direita.
Há algumas semanas visitei o Parlamento pela primeira vez nesta legislatura. Quis assistir ao debate de um tema que me diz respeito diretamente: a decisão da Autoridade Palestina de boicotar produtos produzidos nas colônias exclusivas para judeus, doze anos depois de o Bloco da Paz ter iniciado esse boicote. Passei algumas horas no prédio. E, de hora em hora, a minha repulsa só aumentou.
A causa principal foi uma circunstância que eu não percebera de fora: o deputado Ben-Ari, discípulo e admirador de Kahane, é nome respeitado, hoje, no Parlamento de Israel. Não só não está isolado, nem posto à margem da vida parlamentar, como o seu mentor sempre esteve e foi; ao contrário: Ben-Ari está no centro da vida parlamentar. Vi deputados de praticamente todos os grupos à volta dele no cafezinho, e ouvindo com atenção empolgada os seus discursos no plenário. Não há dúvidas de que o kahanismo – versão israelita do fascismo – deixou as coxias e ocupa hoje o centro do palco. [...]
Trecho de artigo do escritor Uri Avnery, jornalista e fundador do movimento de defesa da paz Gush Shalom. Publicado hoje no jornal web Esquerda.net, de Portugal.
Quando fui eleito para o Parlamento de Israel pela primeira vez, assustei-me com o que vi lá. Com raras excepções, o nível intelectual dos debates aproximava-se de zero.
Era sempre um encadeamento de clichés, ampla variação sobre lugares comuns. Durante a maioria dos debates, o plenário permanecia vazio. A maioria dos deputados falava hebreu coloquial. Ao votar, muitos sequer entendiam sobre o que votavam, a favor ou contra; apenas seguiam a orientação do partido.
Era 1967, e eram deputados, dentre outros, Levy Eshkol e Pinchas Sapir, David Ben-Gurion e Moshe Dayan, Menachem Begin e Yohanan Bader, Meir Yaari e Yaakov Chazan, todos esses, hoje, nomes de ruas, estradas, praças e bairros.
Comparado ao que se vê hoje, aquele Parlamento foi a Academia de Platão.
* * *
O que mais me assustava era a rapidez com que o Parlamento aprovava leis irresponsáveis, para garantir sempre mais popularidade, sobretudo em tempos de histeria das massas. Uma de minhas primeiras iniciativas no Parlamento de Israel foi uma proposta de lei que criaria uma segunda Câmara, uma espécie de Senado, que teria o poder de impedir que novas leis tivessem vigência imediata, obrigando o plenário do Parlamento a reanalisar as leis aprovadas, depois de algum tempo. Com isso, esperava evitar que as leis fossem aprovadas e tornadas vigentes sob atmosfera de excessiva excitação.
A minha proposta nem chegou a ser considerada seriamente, nem pelo Parlamento nem pela opinião pública. Foi rejeitada no Parlamento por quase unanimidade. (Anos depois, vários deputados disseram-me que lamentavam ter rejeitado aquela proposta.) Os jornais apelidaram a nova Câmara de “Casa dos Lordes”, para ridicularizá-la. O jornal Haaretz dedicou à proposta uma página inteira de quadrinhos e caricaturas; eu, com peruca de juiz britânico.
Portanto, a coisa continuou. E continuaram a aprovar leis irresponsáveis, muitas delas racistas e antidemocráticas. Hoje, é uma avalanche. Quanto mais o governo se vai convertendo em assembleia de políticos oportunistas, mais improvável é que a avalanche seja contida. O atual governo, o maior, o mais sórdido, o mais desprezado na história de Israel, coopera com os membros do Parlamento que apresentam propostas de lei e em muitos casos, apresenta, o próprio governo, as suas propostas de leis.
O único obstáculo que resta a esse desmando é o Supremo Tribunal. Dado que Israel não tem Constituição escrita, o Supremo Tribunal assumiu o poder de anular leis absolutamente escandalosas que violam princípios democráticos e direitos humanos. O Supremo Tribunal só intervém em casos extremos. Mas também o Supremo Tribunal está tomado por juízes de direita e de ultra-direita que trabalham para desmoralizá-lo e, portanto, tem ideias muito típicas sobre o que sejam princípios democráticos e direitos humanos.
E assim se criou uma situação paradoxal: o Parlamento, que deveria ser expressão da democracia, é, hoje, a maior ameaça que pesa contra a democracia em Israel.
* * *
O homem que, mais que todos, personifica esse fenômeno é o deputado Michael Ben-Ari da facção “União Nacional”, herdeiro de Meir Kahane, cuja organização (“Kach”) foi tornada ilegal há muitos anos, pelo carácter abertamente fascista.
O próprio Kahane só foi eleito para o Parlamento uma vez. A reação dos demais deputados sempre foi clara: cada vez que Kahane se levantava para falar, a sala praticamente se esvaziava. O rabino discursava para meia dúzia dos seus partidários de ultra-direita.
Há algumas semanas visitei o Parlamento pela primeira vez nesta legislatura. Quis assistir ao debate de um tema que me diz respeito diretamente: a decisão da Autoridade Palestina de boicotar produtos produzidos nas colônias exclusivas para judeus, doze anos depois de o Bloco da Paz ter iniciado esse boicote. Passei algumas horas no prédio. E, de hora em hora, a minha repulsa só aumentou.
A causa principal foi uma circunstância que eu não percebera de fora: o deputado Ben-Ari, discípulo e admirador de Kahane, é nome respeitado, hoje, no Parlamento de Israel. Não só não está isolado, nem posto à margem da vida parlamentar, como o seu mentor sempre esteve e foi; ao contrário: Ben-Ari está no centro da vida parlamentar. Vi deputados de praticamente todos os grupos à volta dele no cafezinho, e ouvindo com atenção empolgada os seus discursos no plenário. Não há dúvidas de que o kahanismo – versão israelita do fascismo – deixou as coxias e ocupa hoje o centro do palco. [...]
Trecho de artigo do escritor Uri Avnery, jornalista e fundador do movimento de defesa da paz Gush Shalom. Publicado hoje no jornal web Esquerda.net, de Portugal.
Igreja propõe conceder indulto aos colaboradores da ditadura chilena
Perdão aos que torturaram e assassinaram em nome do Estado
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, vai enfrentar nos próximos dias o desafio aplacar a polêmica entre a Igreja Católica e os setores que defendem a punição a todos os envolvidos em crimes políticos cometidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973 a 1990).
Piñera recebeu hoje do cardeal arcebispo de Santiago, Francisco Javier Errazuriz, e do presidente da Conferência Episcopal do Chile, monsenhor Alejandro Goic, a proposta do Bicentenário do Perdão concedido pela Igreja Católica.
As informações são da presidência da República e Conferência Episcopal do Chile. Pela proposta, o governo deve libertar os sentenciados por crimes de violação de direitos humanos cometidos durante o regime militar. Mas o texto faz uma ressalva: os casos devem ser analisados de forma particular e considerar que houve diferentes ações que levaram a atos menos e mais responsáveis.
“Em nossa opinião, não é mesmo um perdão geral, ou uma rejeição geral da anistia para todos os ex-soldados condenados. A reflexão deve-se distinguir, por exemplo, o grau de responsabilidade que cai a cada um, o grau de liberdade com que agiu, a gestos de humanidade que tinha e manifestou arrependimento por seus crimes”, informa o texto da Igreja Católica.
Em seguida, o documento destaca que: “Aqueles sentenciados por crimes de Direitos Humanos cometidos pelo regime militar [devem ser indultados]. Não se esqueçam que nem todos tinham a mesma responsabilidade nos crimes cometidos”.
A proposta sugere ainda que deve ser concedido indulto também aos detidos que têm mais de 70 anos, aos doentes graves mentais e terminais. No caso das mulheres com filhos menores de 18 anos, a pena deve sofrer redução gradual, segundo a sugestão da Igreja Católica. A proposta batizada de "Chile, uma mesa para todos no Bicentenário" deve ser discutida por vários setores do Executivo e Legislativo.
No Chile, a história da ditadura ainda é presente. Pelos dados oficiais, foram 28 mil pessoas torturadas e outras 2.279 desaparecidas e mortas. As chamadas Comissões de Verdade identificaram 180 crianças e adolescentes assassinados, além de 1.283 presos e torturados.
A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, no final de seu governo, prestou uma homenagem às vítimas da ditadura e a suas famílias. Ela inaugurou o Museu da Memória e dos Direitos Humanos em Santiago. No local há fotografias das vítimas, depoimentos de homens e mulheres que foram torturados, cartas de crianças a seus pais desaparecidos e a reprodução de uma sala de tortura com uma cama elétrica. A informação é da Agência Brasil.
Foto: o ditador sanguinário Augusto Pinochet, católico praticante, temente a Deus, recebe a benção da comunhão.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Dilma 43% e Serra 37%
Segundo a nova pesquisa do instituto Vox Populi
Deu no blog do Luis Nassif, hoje, às 18h34:
Conversei há pouco com Ricardo Guedes, do Instituto Sensus.
Ele não se surpreendeu com os prováveis números da nova pesquisa Vox Populi, divulgados durante o dia: 43 para Dilma e 37% para Serra. Bate com seu sentimento.
Ele julga, também, que Marina Silva deverá começar a cair devido ao efeito voto útil. Como ela se colocou à esquerda de Dilma, não deverá capturar votos de Serra.
Só que, se cair para 7 pontos (seu sentimento), o percentual de Dilma equivalerá a quase 50% dos votos atribuídos aos três candidatos.
O palpite de Guedes é que, no resultado final, Dilma poderá ter mais que o dobro dos votos de José Serra, devido ao impressionante processo de transferência de votos de Lula para ela.
A correlação entre os que ficam sabendo que Dilma é candidata de Lula, e decidem o voto por ela, é de 0,98. Para efeito de comparação, no caso Aécio-Anastasia, essa correlação é de 0,78 – ainda assim, muito alta.
Na opinião de Guedes, o caso Álvaro Dias – desistência de Serra, que abriu mão dele como vice pelo tal Índio – poderá ter, no Paraná, efeito similar aos mineiros, quando viram Aécio Neves alijado da disputa presidencial: aumento da rejeição a Serra.
Hoje, com Raul
Raul Pont é o nosso Robespierre.
Todos lá!
........................................
De forma objetiva e pragmática, como os tempos aconselham, quero declarar meu (modesto) apoio e o minguante direito do voto, em 3 de outubro. Para deputado estadual: Raul Pont. Para deputado federal: Pepe Vargas. Ambos petistas, porque ninguém é perfeito.
Os demais nomes da nossa nominata pessoal de votação - dois senadores, governador e presidente - divulgaremos aqui em tempo oportuno, com as necessárias justificações e motivações políticas.
Neste blog DG não há meia-luz, sombras, neutralidade, murismo ou o biombo covarde da "imparcialidade ativa" (seja lá o que isso signifique).
Quem aqui aporta e nos lê, pode não sair satisfeito, mas sabe precisamente de que tema tratamos e de que lado nos radicamos. Aqui não se vende, não se compra, não se aluga, não se permuta consciência política. Nosso diálogo diário é informado unicamente pela temperatura variada da luta de classes, pelas cores dinâmicas da arte e os sons infinitos da poesia. Nada mais.
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