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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Quem bolou o cartaz da Feira do Livro 2008?


Criatividade em tempos de crise

Quem será o autor do cartaz publicitário da Feira do Livro de Porto Alegre, edição 2008?

É muito ruim o tal cartaz. Está assinado pela agência de publicidade denominada Matriz. Mostra a representação da fachada de uma casa construída com livros, simulando duas colunatas fake, dois chaminés de lareiras, varanda superior e térrea, evocando uma estética arquitetônica vitoriana/norte-americana.

Nada mais infeliz. A pessoa que concebeu isso teve a criatividade roçando o nível jegue. A crise financeira na qual o mundo chafurda originou-se na farra do crédito fácil baseado em hipotecas do quê mesmo? Ora, de casinhas simpáticas tal qual essa retratada no cartaz da agência Matriz.

E o slogan, então?

“Ler enriquece”. Falando de corda em casa de enforcado. Valoração de mau gosto para a conjuntura bicuda que vivemos. Ler enriquece e uma casinha estilo e-o-vento-levou (hipotecada) ao lado. Este é o cartaz oficial da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Inacreditável.

48 comentários:

Anônimo disse...

Quem sabe é pra lembrar uma casa muito parecida, que até agora deve explicações! Ou deboche!

Anônimo disse...

Ler enriquece? Depende da leitura, né? Por exemplo, o "arquiteto" da casa não entende nada de meio ambiente, aquecimento global e ecologia, caso contrário não colocaria uma lareira.

Anônimo disse...

Duas lareiras, Ary.
Duas. Uma de inverno e outra de outono. Suponho.

Anônimo disse...

Eu não compareço a uma feira patrocinada pela Aracruz. Me recuso e protesto.
Vou comprar meus livrinhos direto nas livrarias de calçada, lá também tem o desconto de 20%.

Anônimo disse...

Caro Feil:

É uma homenagem a governadora e sua casa encantada, e ornada com laranjas e defendida pelo nazista da BM.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Essa agência Matriz é a mesma que trabalha para o Banrisul.
Já viram, né?

Anônimo disse...

É que faltou verba, mas a idéia era chegar até uma representação da casinha da Yeda na forma de livros, para mostrar como deu certo para ela e servir como homenagem.

Anônimo disse...

O Cel. Mendes vai aparecer lá para fazer um fogueirão com os livros, no final? Salvando o do Kohlberg, claro, e quem não gostar converse com o amansa doido do pelotão de choque, com os cumprimentos da Aracruz.

Lucas disse...

ary da silva martini: que que tem a ver a lareira com antisustentabilidade? melhor colocar uma lareira e queimar lenha (como se fazia antigamente)do que um ar condicionado e que na sua prória fabricação polui o meio ambiente. Além disso gastar energia elétrica e, através disso, prejudica o meio ambiente, pois está utilizando uma energia produzida por hidrelétricas e, estas sim, prejudicam muito o meio ambiente.

Anônimo disse...

Hm... Não havia visto o cartaz. Que pena! Nem acharia infeliz o slogan, se fosse noutro contexto.

Anônimo disse...

Prezado Figueiredo: não pensei em optar pelo aparelho de ar condicionado. Que tal sem os dois? Aliás, quem se preocupa sinceramente com o meio ambiente (inclusive no seu aspecto holístico), poderia começar por abolir a carne de seu consumo. Um bife de 100 gramas (em toda a sua cadeia (in)produtiva) exige da natureza 17m³ de madeira e oito mil litros de água. Um mísero ovo requer 200 litros de água.

Jean Scharlau disse...

Panoramix matou de cara e os outros confirmaram: é a casa da suspeita pública nº 1 (ou seria inimiga pública nº 1 ? ), indício de que esta Feira dará forte enfoque à literatura policial.

Jean Scharlau disse...

Proposta de slogam alternativo:

Ler enriquece,
mais ainda governar o RS.

Lucas disse...

sem querer estender a conversa.. mas sem os 2 ninguém conseguiria viver abaixo dos zero graus. mas concordo contigo que ninguém dá bola pra estas coisas mesmo.

Dr. André disse...

Quanto mau humor. Mas tudo bem, estética, gosto, cultura, tudo é discutível. Mas ler enriquece. Melhor ler alguma coisa do que não ler nada. Lendo, ganha-se o gosto de outras leituras. Não se pode ter preguiça para ler. Se eu fosse preguiçoso não leria este blog e outros. É tudo uma questão de oportunidade, curiosidade, de interesse. Uma boa leitura a todos.

Anônimo disse...

é, é uma homenagem à destrambelhada e sua barbie house de compra muito da mal explicada (melhor, não explicada).

Anônimo disse...

ah, será que vão deixar os nazistas instalarem sua banquinha este ano? singela homenagem ao poodlezinho boçal e fanfarrão que é machão qdo. protegido por 6 brigadiano...

Anônimo disse...

André é leitor de Zero HOra e Diário Gaúcho, e das obras completas da escritora de Veja, Lya Luft. André tem bom humor. André é porreta. André é casado. André tem filhos. Mas...

Anônimo disse...

Eu ainda acho que é sacangem de alguem de oposiçao c/ a Yedinha. Quem fez o cartaz? Alguem da área cultural prejudicado. Parece a casa dela, 2 colunas, estilo...

Anônimo disse...

Deus do céu, jamais vi uma associação de idéias tão doente na minha vida. Vai te internar, esquerdopata!

Anônimo disse...

É um desafio para quem é publicitário, ano a ano, promover o mesmo produto, no mesmo espaço, em data semelhante.
Sinceramente, a idéia me pareceu postiça e querendo dar um sentido meio utilitário do livro.
Era melhor evocar os jacarandás, Mário Quintana, Érico Veríssimo, dar uma idéia das sensações e cultura que os livros encerram, sei lá...
Para nós de esquerda, certamente, lembra mesmo a farra hipotecária americana(já via indícios disto num filme dos anos oitenta de W. Herzog) e a casa da Yeda Cruzes...
Mas, bola pra frente que o ano que vêm pode ser pior(sem LIC)...

Ricardo Mainieri

Anônimo disse...

Eu assumo que fiz uma piada infeliz com a casa da dona-moça. Não sou piadista, não rio com gosto da desgraça da sociedade de tolerar essa chaga ambulante.
Mas é incrível o mau gosto do publicitário.
A leitura vai te enriquecer financeiramente é a mensagem, vais chegar a uma casa bonita em estilo americano.
Pelos meus padrões a leitura enriquece a pessoa por dentro, e o livro é um bom amigo, sou meio antiquado.
Já a casa de boyzinho com pickup na garagem geralmente fica com quem lê pouquíssimo.

Anônimo disse...

Amig@s:

Esta é uma expressão simbólica da média da classe média porto-alegrense. Acha que lendo vai enriquecer...

Dr. André disse...

Mário. Leio tudo isso e muito mais. Procuro a diversidade. Não sou casado, não tenho filhos, sou heterosexual, plural, não reacionário, curioso, esperto, instigante, bom papo, bom profissional. E daí? Só disse que ler faz bem. Agora, se tudo, eu disse, tudo o que acontecer nesse estado for objeto de crítica negativa, bom aí, é a falência da intelectualidade mesmo. Mesmo assim, Mário Casado, te desejo uma boa leitura. Qualquer coisa viu e sem nenhuma censura ou crítica.

Anônimo disse...

acho que eles mesmos já começaram a queimar a aloprada da yeda e constituir "novos", "novíssimos" nomes para a próxima eleição.

Anônimo disse...

Fizeram, sentaram em cima e esfregaram. Resultado: m... para todo lado.

armando

Anônimo disse...

Duas chaminés é para entrar dois papais-noéis nesse natal.

ERick disse...

Muito boa a análise.
Estou colocando este post lá no meu blog.
Um abraço

Cristiano Muniz disse...

Hoje à tarde, em protesto contra o projeto Pontal do Estaleiro, estudantes, ambientalistas e entidades do município ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores, entoando palavras de ordem contra os edis favoráveis ao empreendimento.

Leia mais em http://salveopampa.blogspot.com/

Anônimo disse...

Depois de dois dias de intensa participação social e mobilização coletiva junto a estudantes da UFRGS e ao Fórum de Entidades pressionando justamente contra a especulação imobiliária nesta cidade feia, cinza, poluída, congestionada, violenta, podre de suja, fedorenta e excludente a fim de que sua população torne-se um pouquinho menos tapada, a primeira coisa que pensei ao ver esse poster graficamente interessante porém de arquitetura e significado extremamente inadequados foi na casa di Irene (Yeda)...

[]'s,
Hélio

Anônimo disse...

Isso é o que chamam de "achar cabelo em ovo".

Que imaginação fértil!!!!

(antes que retruquem: não defendo nem a Yeda nem seus adversários).

Mas cá pra nós... o que tem a ver o aspecto da casa com a crise?

O que tem a ver a chamada da Feira com tudo isso?

Acho que você está precisando de mais SEXO pra tirar essas idéias da cabeça.

Abraços.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu achei bem legal o cartaz da feira do livro. É como se fosse uma casa de Lego feita de livros. Os tijolos são os livros, são os cimentos do nosso conhecimento. Ler capitaliza a nossa consciência, desaliena, nos prepara para a cidadania, nos ajuda a nos incorporar no mercado. E uma casa representa o que todo mundo mais deseja, inclusive aqueles que criticam o cartaz: viver com uma boa qualidade de vida. Todos deveriam ter a mesma possibilidade de morar em uma boa casa e de preferência cheia de livros e de conhecimentos. É uma pena que em um país como o Brasil, onde a capacidade empreendedora ainda é tão pequena, ainda existam pessoas que tenham preconceito com a construção de qualquer tipo de riqueza, inclusive a intelectual. Talvez para esses falte uma leitura de melhor qualidade.

Anônimo disse...

"Ler... nos ajuda a nos [sic] incorporar no mercado."

Olha, por mais que eu leia nessa vida, jamais vou achar uma frase que provoque tamanho calafrio na minha alma.
Ah, e obrigado por explicar a semiose do cartaz. Não tinha me dado conta que os tijolos são os livros. E, sublime, são os "cimentos do nosso conhecimento". Agora eu entendo por que vc. tem uma legião de fãs aqui e acolá.

Agora dá licença que vou me deprimir por uns cinco anos.

Carlos Eduardo da Maia disse...

A queixa que se faz contra o Pontal do Estaleiro é que o proprietário do imóvel que comprou o bem em leilão por 7 milhões, se fizer o empreendimento que deseja, vai lucrar muito mais. É isso o que importa para os tiranossauros. Não interessa se esse empreendedor vai fazer marina pública, calçadão, bares, restaurantes etc.. O que importa é que ele vai ter muiiiito lucro. E agora o tal do Bacamarte vai se deprimir porque a boa e qualificada leitura pode ajudar a nos incorporar no mercado de trabalho. É assim que pensa a nossa esquerda. Ela é franciscana. Legal é o Olívio - que ganha mais de 20 mil por mês -- e vive num apartamento que custa pouco mais de 20 mil. Francamente, inventem outra.

Anônimo disse...

"Todos deveriam morar numa casa cheia de livros e de conhecimento" (Maia). Eis duas coisas que faltam na residência de Yeda Rorato Casanova.

Anônimo disse...

O Mala, ou pseudônimo, ama o Bigode. O Mala pensa com seus botões: Por que a Yeda não é tão franciscana como o Bigode?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Moral da história: Enriquecer é Burrice.

Anônimo disse...

A Tia segundo o pseudônimo está enriquecendo.

Anônimo disse...

A propaganda da Feira que está em transmissão no rádio também usa uma linguagem do mercado financeiro. Essa é a linguagem dirigida ao consumidor portoalegrense. Aquele que é apenas consumidor, sem cultura, como os atuais representantes, tanto do estado como da prefeitura.
Ana Julia

Carlos Eduardo da Maia disse...

Mais uma frase notável descobri aqui: culto é aquele que acha que enriquecer é burrice. Vivendo e aprendendo.

Anônimo disse...

Maia, ainda se o resultado de leituras pudesse ser transformar em mercadoria, você teria que pagar para alguém levar o resultado das suas.
E eu não sou da esquerda, posso até ser mais conservador do que você. Só não me junto com essa direita chulé daqui. Se é para oprimir, que seja com elegância.

Vá ver se eu estou na Islândia, conversando com um urso polar embaixo de um coqueiro. Tá?

Anônimo disse...

Mais um post do Feil cheio de fantasias. Ele vê em tudo uma conspiração do capitalismo americano. Quanta idiotice!

Anônimo disse...

Ué, eu achei que fosse a mansão da Yeda!

Anônimo disse...

Eu não acho que enriquercer seja burrice, mas pode ser indicio de crime.

Burrice mesmo é defender o direito dos ricos a qualquer custo.

Ser rico pode ser mais sinal de "esperteza" do que inteligência. É mais associada a ganância do que a área de conhecimento.

Todo o criminoso de sucesso gosta de mostrar seu poderio. Seja o Fernandinho Beira Mar, seja o Cacciola.

O que não podemos é que um espertinho compre um terreno, e com ele os compromissos com a lei e por conseguinte com a comunidade, e depois de adquirido o terreno para satisfazer a sua ganância resolve mudar a lei para que caiba na sua ambição. Para mim isto é crime. E premeditado!

Se alguém defende isso com muita veemência, e não tem participação direta neste lucro, não é por ingenuidade com certeza.

Claudio Dode

Minha visão do Mundo disse...

Eu ainda acrescentaria: Colocou a criança assentada nos livros!! Me lembra um historia que uma casa onde os livros serviam para calçar a mesa.

Gilmar Antonio Crestani disse...

É a casa da Yeda, adquirida lendo ZH! Viu como o principal veículo da RBS só apontava defeito na oposição então decidiu, com um Martini numa mão, que tudo seria Fer$t.

Anônimo disse...

Ler enriquece, sem dúvida. E cada um enriquece de acordo com o que pensa ser riqueza. Não ler é que é o problema, e a maior parte das pessoas, vivendo em uma casa com duas lareiras ou nenhuma, não lê. Pensa que lê porque deu uma espiada em algum jornal diário ou em um blog de Internet. Nesses últimos meses, tenho perguntado, por aí, despretensiosamente, quantos livros você leu este ano? Sem comentários... Pergunto a vocês todos, com tantas visões e tão preocupados com os anúncios da feira, quantos livros vocês leram?

Marta Camargo

Anônimo disse...

Marta... a pergunta mais produtiva seria: qual a qualidade dos livros lidos, seus autores,contribuições para a vida...?
Clarice da Luz

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