A nobre estirpe dos çábios do marketing eleitoral criou uma categoria nova nas ciências sociais de nossos dias – o eleitor.
O eleitor é um derivativo de consumidor. Portanto, não tem classe social, identidade cultural, expressão étnica e personalidade organizada que o oriente como cidadão/cidadã portador de demandas, direitos e crítica políticas.
O eleitor é tratado como um consumidor de refrigerante ou sabonete. Alguém que age pelo impulso do segundo ou pelo estímulo pavloviano dos cães e dos gatos. Logo, alguém destituído de razão e constituído somente de emoções, receptáculo permanente de meras sensações que devem ser agradáveis, coloridas, imagéticas, simplificadas e de quase ou nenhuma complexidade.
O eleitor é um banana! Está bem, não vamos a tanto, é como um fanático torcedor do Inter (ou do Grêmio), vá lá.
Orientado, então, por esse conceito sociológico de “altíssima relevância científica” – o eleitor – os marqueteiros afirmam que “o consumidor de produtos eleitorais” não gosta de briga, debate ou discussão entre candidatos a cargos públicos.
Em suma, o eleitor não gosta de política, por que a política divide em vez de unir, a política inspira ódios, em vez de estimular o amor e a harmonia entre as criaturas, a política provoca discussões chatas, inúteis e que fazem o consumidor trocar de canal. A política é tudo o que o eleitor/consumidor não quer. E, fantástica coincidência: como também os investidores e especuladores do solo urbano de Porto Alegre.
Disseram-me que Maria sou-uma-vitoriosa do Rosário tem desses marqueteiros çábios como quadros profissionais para enfrentar o segundo turno.
A ver.
5 comentários:
A coisa mais asquerosa que eu vi na TV nos últimos tempos foi uma propaganda da RBS que compara a eleição à contratação de um empregado.
Feil, boa esta análise.
Acredito que, se a Maria não parir para a disputa ideológica, atacando a direita fincada na cidade, loteando o espaço urbano, Ela vai dar com os burros n'água.
Ao contrário, o eleitor quer discussão de idéias e diferenças, por que se não, o eleitor deixa como está...
Se o eleitor vê que TODOS falam igual, prá quê mudar?
Política da não- política, isso é que os marketeiros querem, seguindo o senso comum da grande mídia para quem política e ideologia não combinam com eleições. Maria do Rosário foi para o segundo turno apesar de sua péssima campanha. Foi porque não se joga na lata do lixo 16 anos de transformações que tornaram nossa Porto Alegre referencia mundial da esquerda. Quem votou em MAria votou na esperança da volta do "velho PT" , o que só será possível com uma mudança completa na estratégia de campanha. A começar pela substituição do EU FAÇO, EU QUERO, EU SEI,que caracterizou a candidata. Ou o PT volta a fazer disputa ideológica de projetos, ou vai sofrer uma derrota humilhante para o que existe de pior na direita gaúcha. Que o primeiro turno tenha servido de lição. E vamos a luta.
Çábio editor do blog. Não é de hoje que procuras diminuir a importância da democracia, procurando ridicularizar os eleitores, colocando todos no mesmo saco, como "bananas", fanáticos, lunáticos, só por que não pensam igual a ti. Sei muito bem onde queres chegar. E tu çábio Feil, quem és? És muito melhor que todos os eleitores? Quem te convenceu disso? Criatura arrogante, elitista e presunçosa. Pensas ser melhor que a massa. Não queres a democracia. Teu padrão eu sei qual é: ditadura comunista. Nos teus devaneios, tu e alguns outros imbecis que pensam igual acham-se em condições de ditar a política ao povo. Falsos intelectuais ditando leis sem serem incomodados por reles seres que não podem ter liberdade de escolha, já que são incapazes de pensar. Grande çábio este editor desse blog. Está um século atrasado e não se deu conta.
Bah! O Cavalgandi não entendeu nada!
Bem ele nunca entende nada.
Segue cagando a trote.
Claudio Dode
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