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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

As microondas estão danificando o cérebro de Míriam Leitão


Jornalista de mercado diz que “o governo está cedendo à sua compulsão estatizante de sempre”

Está muito hilária a coluna de Míriam Leitão (foto), de ontem. Ela diz que “o governo deu um tiro no pé hoje com a Medida Provisória que permite aos bancos públicos comprarem bancos”. Bom, se Leitão diz que foi "tiro no pé", desde já fico sereno. A jornalista, das Organizações Globo e “de mercado”, é porta-voz privilegiada do que há de mais financista e predatório no Brasil. Tudo que ela diz e escreve deve ser lido com o sinal trocado.

Mais adiante, Leitão afirma que essa “compulsão estatizante de sempre” do governo Lula resultou no aumento do risco Brasil que foi a 650 pontos, os juros futuros explodiram e a Bovespa teve circuit breaker. E segue o “terrorismo” de Leitão: “rumores circularam de que existem fundos e bancos com problemas”. Esse alerta, certamente é um “furo” na concorrência. Notável.

Vejam a desonestidade intelectual (e moral) desta senhora: ela corta o fio condutor dos fatos, isolando-os da realidade internacional, e daí para a frente passa a examinar a conjuntura solteira e singular, a partir do evento que denomina “compulsão estatizante de sempre”. Imaginem, 650 pontos no risco Brasil. Imaginem, explosão de juros. Imaginem, circuit breaker. Imaginem, (e agora conta um segredo de polichinelo) “rumores circularam de que existem fundos e bancos com problemas”.

Leitão nacionalizou, abrasileirou, lulalizou a crise estrutural do capitalismo, edição 2008.

A hecatombe financeira internacional não conta? Quem produziu a crise e seus efeitos foi o governo Lula, com a sua “compulsão estatizante de sempre”? Aliás, que “compulsão” é essa, Leitão? Lula nunca estatizou um banco de jardim, que fosse. Ao contrário, dá provas continuadas de que não se mete em política bancária, tendo emitido carta branquíssima ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para fazer o que bem entendesse, inclusive manter os juros básicos mais elevados do mundo, mesmo depois da eclosão da crise e mesmo face à tendência internacional dos BC’s de diminuirem juros para aumentar a liquidez e o consumo. Sem falar no estímulo do BC à especulação perigosissíma com moedas futuras, que está quebrando mais de 200 empresas, inclusive a Sadia e as papeleiras guascas. É o reconhecimento desta irresponsabilidade mesmo que está na raiz do motivo da Medida Provisória que permite ao BB e CEF comprarem bancos privados. Lula deu uma de Gordon Brown (dizem que aí tem o dedo de Rousseff): se o mercado não é responsável por seus atos, o Estado o será.

Leitão, finalmente, tem que parar de acreditar nestas agências de classificação, as mesmas que apontam 650 pontos no chamado risco Brasil. Se essas agências fossem idôneas e confiáveis teriam antecipado a tempo o “risco capitalismo mundial”. Mas agora estão completamente desmoralizadas, e levam de roldão para a rua da amargura e do opróbrio as jornalistas “de mercado”.

Leitão, que passa o dia no celular recebendo pitacos furados de operadores temerários e investidores suspeitos, deve cuidar com a exposição prolongada às microondas do telefone móvel. Houve caso em que o usuário de risco – como ela – teve o cérebro cozinhado pelo celular.

Coisas da vida.

27 comentários:

Anônimo disse...

Excelente esta coluna, sobre esta figura, medíocre, que temos na mídia Brasileira! Temos que aturar essa sebosa, é dose !! Isso que chamo de enganação ! Essa figura é patriota? Parabéns Sr. FEIL !

Unknown disse...

Como decifrar as palavras da Lady Latão:

(FÓRMULA)*(-1)

Anônimo disse...

é uma incompetente, apenas isso.
nem sabe o que fala. afora o fato de ser um bagulhão.

Anônimo disse...

Barto, nos bagulhões também bate um coração. E ele bate por você, Barto.
Vai encarar aquilo?

Anônimo disse...

De fato, além da empresas que especularam no mercado internacional e perderam muito dinheiro (e que ainda não apareceram), temos vários bancos "de atacado" (sem agências de rua) que montaram estruturas com base em lucros auferidos da captação de recursos no exterior (aplicados em empréstimos no Brasil). Como esses recursos pararam de entrar esses bancos terão que desmontar suas estruturas e alguns talvez não tenham tempo suficiente para esse período de adaptação, portanto poderão quebrar... Fora isso tem algumas empresas que sobreviviam rolando dívidas com recursos vindos de fora (tem uma dessas que atua no setor de ensino a partir de Canoas - RS) que poderão ter sérios problemas de liquidez.

Anônimo disse...

bah, nem com 3 litro de vodka e uns 5 de uiski dá pra encarar essa coisinha kirida, uauauauauaua.
pode ficar procê, bom proveito.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Miriam Leitão tem certa razão, existe infelizmente por parte de certas viúvas do estatismo um desejo anacrônico de estatizar. Mas existe uma singular diferença, a estatização gerada por essa crise não é para sempre. Os governos americanos e europeus estatitaram para privatizar depois, porque continua sendo inconcebível o estado (que deve apenas fiscalizar e controlar, o que não fez) ficar administrando e gerenciando serviços que devem ser feitos pela iniciativa privada. Será que no Brasil ocorrerá o mesmo?

Anônimo disse...

Maia, vc está confessando o crime, sem se dar conta da gravidade do que está dizendo.
Assim, eu também vou fundar um banco, explorar as maravilhas financeiras, quebrar não sem antes pegar tudo o que posso para mim pessoa física e depois me habilitar a um socorro estatal, até nova espiral especulativa, nova quebradeira.... realimentando o ciclo infinitamente.
Se vc não estiver completamente contaminado pelo cinismo diga que algo está errado nisso aí.

Anônimo disse...

Maia, a ML quer dizer que não pode fumar nesta sala, motivo risco de incêndio.
Só que o prédio, o quarteirão, a cidade, já estão em chamas há mais de ano.

Anônimo disse...

Essa trabalha à soldo.

Anônimo disse...

...a soldo da banca (sem crase).

Anônimo disse...

Na realidade o estado é culpado por liberalizar totalmente e é culpado por não fiscalizar o que não querem que fiscalize, a lógica é absurda. Este é o pensamento de "certa direita" que admite somente a socialização dos prejuizos, sempre em função dos poucos que sempre lucram, projetando a esperança que o cabeça-de-camarão lá em baixo, aquele que vota em Fogaça e Yeda também tenham, os tijolinhos amarelos, o que é uma falácia. É esta a triste realidade! Quando é a matriz que faz, tudo certo, se um satelite macaqueia é o espirito estatizante em ação e se não faz é um governo inépto e incompetente, ou seja não há saída! Como Dizia Lennon: "misunderstanding all you see"!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Antes do Estado socorrer bancos, os maus gestores, os principais acionistas devem ser afastados. Depois é que o Estado adquire esses ativos e repassa ou negocia com outros bancos, como ocorreu com a aquisição do Bamerindus pelo HSBC. É isso o que os EUA e os países europeus estão fazendo.
Panoramix, os cabeças de camarão também votam no PT, não se esqueça disso. Enganam-se aqueles que acham que quem vota no PT são os mais conscientes, os mais cultos e os melhores intelectuais. É exatamente por causa dessa arrogância que o PT não consegue passar do teto de 37% nas principais capitais do centro sul do Brasil nos últimos anos.

Anônimo disse...

O burguês, o pequeno burguês e agora até aqueles que estão recebendo bolsas do Lula - estes são os cabeças de camarão! Os catequizados pela veja e RBS, que moram no menino deus, tem seus cachorrinhos com top que diariamente frequentam cabeleireiro, tem horror a Lula - aquele analfabeto! Gente chique que está vendo o mundo desabar com um projeto egoista e desumano, mas convenientemente viram a cara - Estes são os cabeças-de-camarão! Yeda, Fogaça e suas turmas representam exatamente isto que está desabando no hemisfério norte, ou ninguém tá vendo? Crise, que crise?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Panoramix, baixa a dose do vellocet ele deixa o cérebro cheio de maniqueismos e dualismos simplórios do tipo: Uns são bons e outros malvados.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Panoramix, por falar em individualismos, o Luc Ferry, no seu último livro disse o seguinte sobre esse tema: "O individualismo moderno tem uma grande característica: a preocupação com o outro e a autocrítica. Nunca uma sociedade criticou a colonização e a escravidão como faz a sociedade moderna. Enquanto que a escravidão continua a ser praticada na África e no mundo árabe-muçulmano como nunca foi no século 18 na Europa. Isso ninguém ousa dizer. Então, o indivíduo moderno é autocrítico e também muito aberto aos outros, ele se interessa pela alteridade. Hoje somos muito mais abertos do que jamais fomos no passado. Estamos numa saída de nós mesmos, algo novo, e que paradoxalmente se dá nas relações interindividuais fundadas no amor. Não é o individualismo no sentido do egoísmo. Não há nada mais coletivo do que os problemas individuais.
Temos todos os mesmos problemas, de vida amorosa, de separação, de divórcio, de educação dos filhos, de poder de compra, de escolha de uma profissão que dê prazer. E o político que compreender isso alcançará um enorme sucesso." Resumo da opera, o individualismo tão característico dos nossos dias pode ser também uma grande virtude, mas o maniqueísmo raivoso de certa esquerda não consegue entender essas coisa, né mesmo?

Anônimo disse...

Como eu disse acima Maia, tu tá flutuando numa nuvem cor de rosa! Para com este papo academico, bota o fumo de lado e acorda! Vai ser preciso a casa cair na tua cabeça?!

Anônimo disse...

O Maia hoje tá congestionando o Google com esse garimpo de simplorisses descontextualizadas...

Anônimo disse...

Não precisa, toma de bandeja:
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=a0AZ3ECSkvwc

http://www.rgemonitor.com/roubini-monitor/254130/bloomberg_october_23_2008_roubini_says_panic_may_force_market_shutdown

Anônimo disse...

- MAIA, A QUESTÃO É O "RISCO MORAL", QUE A CATERVA SE UTILIZA. FAZEM "SHIT"E O ESTADO SOCORRE, SABEM QUE SE FIZEREM MAIS 'SHIT"O ESTADO VOLTARÁ A SOCORRER. VEJAM UM EXEMPLO SIMPLÓRIO: DETRAN. DINHEIRO DO CONTRIBUINTE . MERDA PRA TUDO QUE É LADO E ESTAVAM PRESTES A FAZER MAIS MERDA COM A "LICITAÇÃO" FEITA AS PRESSAS. E A TUA (DES)GOVERNADORA?? NÁDEGAS!!!

Anônimo disse...

Suzie, acho que "à soldo" leva crase. Vamos perguntar ao Maia?

Anônimo disse...

Quem dá espaço pra M. Leitão é o mesmo tipo de cara que acredita nas agências de classificação. Só ela e a VEJA serrista.

Anônimo disse...

Impressionante o baixo nível dos comentários desse blog. Por um lado, é divertido até. Mas, analisando com maior acuidade, vejo seres perto da demência se manifestando.

Anônimo disse...

Então seja bem vindo "tonhinho" cavalcanti, os dementes conseguem conviver com autistas, idiotas e mal educados também. Welcome! Bem vindo ao clube, tua recepção será a altura de uma Yeda Crusius"

Anônimo disse...

O leitor Carlos Eduardo da Maia afirma, em seu comentário do dia 23/10, às 11h49m: “Antes do Estado socorrer bancos, os maus gestores, os principais acionistas devem ser afastados. (...) É isso o que os EUA e os países europeus estão fazendo”.
Creio que ele está equivocado.
Pelo que relata Michael Hudson, em seu artigo O CONGRESSO DEVERIA SALVAR-NOS DO SALVAMENTO-RESGATE PARA POUCOS, ESCRAVIDÃO PELA DÍVIDA PARA MUITOS, a coisa não é bem assim. Hudson afirma, entre outras coisas, que:

“Quando se verificou que isso não era suficiente, ele (Henry Paulson, secretário do Tesouro) saiu-se com o "Plano B", de dar dinheiro aos bancos. Mas apesar de a Grã-Bretanha e países europeus falarem em nacionalização de bancos ou pelo menos em tomar uma participação de controle, o sr. Paulson cedeu aos seus compadres da Wall Street e prometeu que as compras de acções pelo governo não seriam reais. Não haveria qualquer diluição dos accionistas existentes, e o investimento do governo seria sem direito a voto.”

“Os vendedores a descoberto (short sellers) fizeram uma das maiores e mais rápidas fortunas de todos os tempos, e a seguir cobriram suas posições comprando de volta as acções que haviam vendido anteriormente.”

“Vamos colocar a dádiva em perspectiva. Enquanto senadores e deputados sujeitos à escolha dos eleitores estavam a debater os US$700 mil milhões para os grandes contribuintes da Wall Street a ambos os partidos (reconhecidamente só para começar, explicou o sr. Paulson), o Federal Reserve já havia dado ainda mais, sem qualquer discussão pública e sem que os media principais noticiassem. Desde que o Bear Stearns fracassou em Março último, o Federal Reserve tem utilizado as letras pequenas do seu estatuto para ir além dos seus clientes normais (os quais são supostos serem bancos comerciais), para dar a bancos de investimento, casas correctoras e agora grandes corporações, quase indiscriminadamente, uns US$875 mil milhões em permutas de "cash por lixo".”

“O presidente do Fed não é eleito democraticamente. Ele tradicionalmente é designado pelo sector financeiro da Wall Street que o Fed é suposto regular, actuando como lobbyista para os interesses dos credores – os 10 por cento da população no topo – contra aqueles dos endividados "90 por cento da base". Esta "independência do banco central" é trombeteada como uma marca distintiva da democracia. Mas ela é não democrática precisamente por estar isolada do controle público.”

Antes que alguém acuse Hudson de esquerdista, socialista, comunista ou memso estatista, aqui vai o currículo dele:
Antigo economista da Wall Street especializado em balança de pagamentos e imobiliário no Chase Manhattan Bank (agora JPMorgan Chase & Co.), Arthur Anderson, e posteriormente no Hudson Institute (nenhum parentesco). Em 1990 ajudou a estabelecer o primeiro fundo de dívida soberana do mundo para a Scudder Stevens & Clark. Foi Conselheiro Económico Chefe de Dennis Kucinich na recente campanha primária presidencial dos democratas, e aconselhou os governos americano, canadiano, mexicano e lituano, bem como o United Nations Institute for Training and Research (UNITAR). Professor Investigador Emérito da Universidade do Missouri – Kansas City (UMKC), autor de muitos livros, incluindo Super Imperialism: The Origin and Fundamentals of U.S. World Dominance. Email: mh@michael-hudson.com

O esclarecedor artigo de Hudson pode ser lido, na íntegra, acessando http://www.resistir.info/crise/hudson_13out08_p.html

Anônimo disse...

Pessoal, que tal comermos a Miriam Leitão? É assim: colocamos uma maça na "boca dela" e... ao forno de micoroondas por 45 minutos. Começo a comilança! Como a boca (ela fala demais!), depois como as orelhas (só ouve o que interessa), extirpo os olhos e... eles no lixo(não prestam para nada - visão seletiva e dolarizada), devoro o narigão (lembra uma batata inglesa - ou um pequi) e, por último, devoro os dez dedinhos (fora as unhas). Pronto! Comi os sentidos da Miriam Leitão! Do resto, abro-mão. Agora é com vocês (ou devolvam ao Sérgio).

Anônimo disse...

PARABÉNS. SÃO ESSAS LEITOAS QUE ACABAM COM O BRASIL. CHEGA DE MIRIAN LEITÃO, BETINGS E OUTROS MAL INTENCIONADOS. TODOS DEVERIAM MORAR NOS ESTADOS UNIDOS.
RONALDO KOTSCHO

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