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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 30 de maio de 2008



As relações perigosas do deputado Vieirinha

Os doadores da campanha eleitoral de 2006 do deputado federal Carlos Eduardo Vieira da Cunha (PDT-RS), conhecido como Vieirinha, são empresas poderosas e pessoas físicas influentes. Vejam no fac-símile acima: grupo Gerdau, as papeleiras Aracruz e Stora Enso, a Coca-Cola (grupo Vonpar), a fábrica de munição CBC, a fábrica de armamento Taurus, e o mega advogado de São Paulo, Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho (CPF 046194588), entre outros.

Ricardo Tosto está diariamente nos jornais brasileiros, porque protagoniza, junto com o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), a presença involuntária no caso que a Polícia Federal chama de Operação Santa Teresa, que investiga um suposto desvio de verbas oriundas do BNDES.

A Operação Santa Teresa começou com uma investigação da PF, iniciada em 2007, sobre a casa de prostituição conhecida como WE, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, para apurar denúncias de que os responsáveis pelo estabelecimento, além de explorar a prostituição, estariam também envolvidos com o tráfico de pessoas interno e externo. No curso das interceptações autorizadas judicialmente surgiram entre os investigados - que eram monitorados - conversas sobre financiamentos públicos, reuniões com políticos e pagamentos de comissões. Com isso, a investigação passou a se focar em uma quadrilha que atuava em duas diferentes modalidades de crime: o crime financeiro e a prostituição e tráfico de mulheres e pessoas.

Segunda aponta a Denúncia do Ministério Público Federal, a quadrilha "apresentava nítida divisão de tarefas entre os membros, cumprindo cada qual uma função", que abrangia as seguintes etapas, articuladas pelo dono do WE:

a) liberação dos financiamentos junto ao BNDES por meio da exploração de prestígio político;

b) acompanhamento da liberação dos recursos às beneficiárias;

c) dissimulação dos recursos desviados por meio de expedientes fraudulentos, como a emissão de notas fiscais falsas por serviços jamais realizados e o depósito na conta de outras empresas; e

d) repartição do produto criminoso entre os membros da quadrilha.

Quanto às doações recebidas de papeleiras, chama a atenção a dedicação do deputado federal, atualmente presidente nacional da sigla PDT, para com os interesses de seus doadores. Tramita no Congresso um projeto de lei de autoria do deputado Mateo Chiarelli (DEM-RS) que encolhe a faixa de fronteira no RS para 50 km (atualmente é de 150 km). Uma manobra legal com evidente propósito de regularizar a propriedade de terras no Estado, por parte da empresa transnacional Stora Enso, por exemplo. Mas o deputado Vieirinha, achando que 50 km é muito, ofereceu um substitutivo que encolhe a faixa para dez quilômetros, o que deixa confortável a Stora Enso em terras adquiridas ilegalmente no Rio Grande do Sul para fins de plantio e exploração extensiva da monocultura do eucalipto.

Como Clark Kent, dublê de repórter do Planeta Diário e Superman, Vieirinha é dublê de deputado e paladino da justiça e da moralidade pública. No RS, já foi protagonista principal de jornadas moralistas memoráveis. Nunca deram em nada, mas ele tirou a sua casquinha. Pois, agora, o deputado justiceiro & vingador, como homem público zelador da moral pública e guardião dos bons costumes (do outro) que é, deve explicações de natureza ética aos seus eleitores e à comunidade sul-rio-grandense. Seja sobre o doador Tosto, seja sobre as doadoras papeleiras – beneficiárias diretas de proposições parlamentares suas.

Aliás, sobre o envolvimento direto (ainda como suspeito, é verdade) do deputado pedetista Paulinho da Força na Operação Santa Teresa ainda não ouvimos “niente” do presidente nacional da sigla PDT.

Nossos ouvidos vibram para ouvir o deputado Vieirinha. Aguardaremos atentos.

Leia mais aqui.

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21 comentários:

Anônimo disse...

Vamo lá petezada. Pedi cpi

Anônimo disse...

Vieira da Cunha é o rei do moralismo. E agora, Zozé?

Anônimo disse...

Bah!

Anônimo disse...

Em breve, o Maia fará uma ardorosa defesa do Vieirinha e do Paulinho. Argumentando que é tudo inveja de uma certa esquerda atrasada.

Anônimo disse...

De acordo com Cunha, o licenciamento de Paulinho do mandato ainda não é uma alternativa em questão:

- A direção do partido não tomará essa iniciativa, porque seria como condená-lo antecipadamente. Essa é uma medida que deverá ser de iniciativa dele próprio.

Anônimo disse...

Cristóvão, sem falar nas relações passadas construídas durante a breve gestão do PDT nos Correios. A CPI dos Correios passou ao largo dos interésses do paladino da moral na citada empresa. Mas, como nossa esquerda tem preguiça para investigações, mesmo com dicas preciosas, tudo ficará para sempre enterrado. E pensar que tem gente que se horroriza com a aliança do PT com o PPS e o DEM em Canoas quando quase se aliaram ao PDT aqui em Porto Alegre. A verdadeira rendição incondicional.

Anônimo disse...

pior é quem vota num lixo desses... ô povinho de merda!

Anônimo disse...

Esse é o ome q fez os "bandidões" jurarem sobre a bíblia na CPI da segurança.
...ô povinho de merda!

Eugênio

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu e o Lula (ele disse isso aqui em POrto Alegre) estamos com o Vierinha para revisar uma lei completamente intempestiva e caduca que impede investimento estrangeiro numa área de 50 km. As papeleiras também deram dinheirinho para a campanha do PT ( Olívio recebeu) e de deputados do PT. Agora, eu não vou defender o Paulinho da força, sob hipótese alguma. O sujeito que desvia verba pública para benefício próprio tem que estar no camburão da grande PF e sua foto com algemas deve circular em toda grande mídia, como ocorreu no caso do Detran-RS.

Anônimo disse...

Maia, qualquer deputado pode revisar a lei que bem entenda, desde que não receba dinheiro do interessado na revisão.
É disso que se trata.

Anônimo disse...

Feil, o cara vai se fazer de surdinho. Não é nem com ele. Isso é muçum ensaboado, ninguém pega.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Mas é uma lei completamente anacrônica e sem sentido, Ivan Lopes.

Anônimo disse...

Com legislação anacrônica (quem define tal condição?) o deputado (ou meliante) pode fazer uma lei e receber uma grana de um interesseiro desinteressado, que adora apoiar um deputado.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O Raul Pont, na mesma (excelente) fonte que o Feil tirou os dados do Veira, recebeu dinheiro de grandes empreiteiras e construtoras de Porto Alegre... O que isso significa?

Anônimo disse...

CARA NÃO TINHA NOTADO ISSO!!! O CACHORRÃO TAMBÉM TEVE DINHEIRO DE EMPREESAS EM SUA CAMPANHA!!!

Anônimo disse...

O Raul propôs alguma lei de interesse desse empreiteiro? Fez algum lobby? Receber, em princípio, não significa nada é uma grana na campanha. O moralista não só recebeu grana como fez uma lei.

Anônimo disse...

O sr. da Maia adora se fazer de bobo!
Na verdade, ele é o bobo da corte da iedinha!. Como se ele não soubesse que os plutocratas capitalistas (tipo gerdau, "empreendedores" as custas de incentivos fiscais) seguem a máxima de não colocar os ovos numa cesta só. Eles doam para todo espectro político, logicamente alguns serão mais "receptivos" às doações do que outros...
Numa coisa ele tem razão: O sujeito que desvia verba pública para benefício próprio tem que estar no camburão da grande PF e sua foto com algemas deve circular em toda grande mídia. E diria eu, jogado nos carandirus da vida que existem Brasil afora. Só que para o sr. da Maia isto vale só para os homens públicos de esquerda, e não para todo espectro político do PSTU ao DEM, passando pelo PT de Lula e pelo PSDB de FHC. Haja vista a fervorosa defesa que ele faz da "santa" ieda que não sabia de nada ( assim como o Lula) do que estava acontecendo debaixo de suas "santas " pantalhas.

Unknown disse...

Uma pergunta ingenua, de um pobre ignorante: e possivel uma candidatura sobreviver SEM doacoes duvidosas? Se nao for possivel, entendo a posicao dos que aceitam na boa. Ou seja, sem, "teoricamente", retribuir depois de eleitos. Caso contrario, nao tem cabimento. Nao entendo muito bem, pobre de mim tao burro... Por que as companhias doariam, sem nada esperar? Exliquem-me, eduquem-me.

Anônimo disse...

Mimoso, meu fofo, pra te responder precisamos rebobinar a fita.
Porque não passou a reforma política no Congresso?
Hein, momoso?

É que a reforma pol'tica previa acabar com essas doações individuais e pessoais. Doações só para partidos e coligações ou frentes partidárias.

Hoje, é fácil e barato pra uma Aracruz "comprar" um deputado. Apenas um. É baratinho. Se fossem 15, 50 ou 150 seria mais oneroso e despertaria mais suspeitas.
Além disso pra Justiça Eleitoral controlar 9 mil candidatos e 600 eleitos é quase impossível. Ao passo que se fossem votos em listas ou coligações, e não o voto de fulano, o controle seria infinitamente mais prático e objetivo pra controlar e punir, se fosse o caso.

Então, essas mumunhas de Vieirinhas é propiciado pela pr'ropria legislação que é frouxa. Mas feita por quem? Para quem?
É só perguntar a quem serve esse legislação e os deputados que resultam dela.

Anônimo disse...

Cristovão, não sei se alguém já comentou, mas o CÑPJ do terceiro doador (sem nome) que doou 50 mil é uma empresa baixada em 1997. O CNPJ completo é 18.887.067/0001-55
COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO CADASTRAL DATA DE ABERTURA
03/06/1976




NOME EMPRESARIAL
SELECINA DAMASCENO MARTINS




TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA)
CONFECCOES DAMASCENO




CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL
********




CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS
Não informada




CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
213-5 - EMPRESARIO (INDIVIDUAL)




LOGRADOURO
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NÚMERO
********
COMPLEMENTO
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CEP
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BAIRRO/DISTRITO
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MUNICÍPIO
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UF
**




SITUAÇÃO CADASTRAL
BAIXADA
DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL
31/01/1997




MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL
EXTINCAO P/ ENC LIQ VOLUNTARIA




SITUAÇÃO ESPECIAL
********
DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL
********

Anônimo disse...

Esta empresa é de fachada, esse dinheiro é que não pode provar: dinheiro sem origem definida!

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