Os anarquistas eram divididos. Cada grupo seguindo um líder, e entre esses estavam Kropotkin, Bakunin e Proudhon. Os livros de Proudhon eram muito vendidos em toda a Europa, na segunda metade do século 19. Bakunin pregava o recurso ao assassinato político; e seus correligionários eliminaram Alexandre II da Rússia (1881); o rei Humberto, da Itália (1900); o presidente francês, Carnot (1894); a imperatriz Elisabeth, da Áustria (1898); e o presidente dos EUA, William McKinley (1901). Esse recurso extremo foi defendido por muitos pensadores, não só anarquistas.
Alfieri, um dos protagonistas da unificação italiana, tinha a "teoria do punhal", como método político; compartilhada por Mazzini, um dos ideólogos da unidade da Itália. Já bem antes, Santo Tomás de Aquino considerava um direito, baseado na lei natural, o assassinato de um tirano para o bem comum.
Atualmente esse recurso político é desprezado. Certamente, não por razões morais de incivilidade, selvageria, etc., mas por pura ineficácia de propósitos. O dirigente tirano, déspota, já não reduz-se ao indivíduo que governa ("o Estado sou eu"); hoje, a complexidade do poder de Estado elimina, ou civiliza, esses impulsos voluntariosos. O "punhal de Brutus" como método político é peça de museu.
O sacrifício de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, tem alguns ingredientes desse método, embora de modo invertido. O dirigente imola-se para denunciar um sistema conspiratório anti-nacional. Tudo em vão, o suicídio só empurrou o problema para 1964.
2 comentários:
O nacionalismo, a xenofobia sempre foi um lema da direita e que e a esquerda agora resolveu aderir. É impressionante como os opostos se atraem.
A prevalecer o método dos punhais de Brutus, no Brasil acontecerá o seguinte: faltará punhal, faltará Brutus e faltarão anarquistas para executarem tudo que seria preciso fazer.
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