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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nova febre privatista do tucanato assola o Rio Grande

É aborrecedor (e emburrecedor) ver os neoliberais criticando o Estado e seu tamanho. Querem serrar o galho onde estão dependurados.

No capitalismo a propriedade só é propriedade privada porque existe um Estado (“detentor do monopólio da violência” como ensinou Weber, com polícia, exército, brigada militar, judiciário classista, etc.) que garante o privilégio de forma legal e consentida. Também se não fôr consentida é à força mesmo (vide o que aconteceu dia desses em Pedro Osório, com a Brigada descendo a clava forte nos sem-terra).

A diversidade e a complexidade dos mercados exige o incremento do peso estatal republicano, são aumentos simétricos e proporcionais.

O tucanato guasca e suas linhas auxiliares no Rio Grande do Sul estão sofrendo novamente da febre neoliberal, querendo privatizar - ainda que sob eufemismos variados - tudo que instituição possível na província de São Pedro. Deveriam ler um dos papas do liberalismo clássico da contemporaneidade que foi Ludwig Von Mises (1881-1973). O professor Von Mises reconhecia que o mercado não funciona sem um Estado que garanta a proteção da propriedade privada, e que sem o Estado não há economia capitalista que funcione.

Os neoliberais guascas tomando ao pé da letra o discurso ideológico dos divulgadores vulgares de sua doutrina anti-social estão embaralhando as bandeiras. Confundem privatização com predação. Confundem diminuição do tamanho do Estado com irresponsabilidade social, descaso educacional e desmonte da saúde pública. Confundem mercado com estado de natureza e luta selvagem de todos contra todos.

É para onde o Rio Grande ruma a galopito no más...
Foto: Carlos Milanesi

21 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Se o tucanato guasca fosse realmente neoliberal estaria fazendo coro com o vice governador. Não está. Yeda é a única governante que se preocupou - MESMO - com a situação econômica do RS. Nem o morno do Rigotto e nem o incompetente do Dutra tiveram essa responsabilidade e perderam a cadeira do Piratini. Que Yeda continue fazendo o que prometeu e não seja refém do discurso de quem perdeu as eleições. Que Yeda vá adiante.

Anônimo disse...

adiante no abismo...

Carlos Eduardo da Maia disse...

O importante, anônimo, é que o EStado do RS ajuste suas finanças e focalize sua gestão no serviço público de qualidade na educação, saúde e segurança. É impossível ter uma educação decente com os professores ganhando piso de R$ 400,00. Impossível. Enquanto isso o pessoal do Judiciário quer piso de R$ 15.000,00 e pressionam a governadora para isso. E sobre este assunto o pessoal do PT fica quietinho, não diz nada, não fala nada, não critica em se omite. Antes de tudo, o RS necessita ajustar suas contas e Yeda está fazendo isso, pelo menos está tendo vontade política.

Anônimo disse...

Que eu lembre, quem tentou segurar os salários altos, com implantação de um teto, foi o "incompetente do Dutra". Nada como um dia depois do outro.

Anônimo disse...

E os incentivos para a Brahma, a Souza Cruz e Schincarial nenhum comentário?

Anônimo disse...

Segundo o Afocefe, sindicatos dos técnicos da Fazenda, as desonerações fiscais representam, na atualiade, aproximadamente, a folha de pagamento? Sobre o dilúvio de incentivos fiscais nenhuma palavra.

Anônimo disse...

Aliás, a bambina yeda segue o modelo do seu associado no partido tucanalha, que é o "presidente" Serra, provisoriamente ancorado no Bandeirantes, que continuou o choque de gestão de Covas e Alckmin, na educação, saúde, obras públicas et caterva, com os resultados que deslumbram o mundo.

Anônimo disse...

Sem falar que no "ajuste de finanças" da Yeda, quem dança primeiro é justamente a educação, saúde e segurança.

Anônimo disse...

Um dos principais resultados dos anos de "choque de gestão" do Geraldinho Alckmin, guia da dona Yeda, foi que o PCC assumiu por algum tempo o governo de SP. No mais, o mundo capitalista ruma para S. Paulo para conhecer o "modelo" de gestão que permitiu a beleza de educação, saúde e segurança que temos...

Anônimo disse...

O PT não fala dos salários dos juízes porque são todos companheiros de partido. O dízimo dos juízes para o PT é uma importante fonte de financiamento, assim é melhor ficar calado. Por que o Britto não fez um PDV no judiciário gaúcho?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Incentivo fiscal é empréstimo concedido para uma empresa se instalar ou aumentar sua produção e gerar empregos. Cada caso é um caso, mas essa é a regra. SE o RS quer a Schincariol, Brahma, GM, Ford, Dell no Estado é obrigada a conceder incentivos fiscais. Não há outra saída. Essa regra se estende a todos os Estados. Mas certos Estados, por serem mais industrializados, como SP, já tem uma certa barganha. O problema do RS não é o incentivo fiscal, mas a existência de diversas e discutíveis fundações, autarquias que atuam por ai e o descompasso que existe em alguns setores (Macalão recebe 15 mil por mês, um absurdo), bem como as aposentadorias integrais com a realidade das finanças. Enquanto isso um professor ganha R$ 400,00 por mês. Uma vergonha. Yeda tem de fazer com que os servidores da educação ganham mais, mas antes de tudo, tem de racionalizar as despesas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Britto não fez um PDV (que acho foi uma boa medida, mas não em setores fundamentais como educação, saúde e segurança) no Judiciário, porque este é um poder autônomo. Quem tem de fazer um PDV no Judiciário é o próprio Judiciário.

Anônimo disse...

A Schincariol é sonegadora conhecida, inclusive teve o dono preso. A Brahma hoje é uma multinacional que ganha rios de dinheiros e a GM nem precisa falar. Por que esses tubarões devem ter isenção fiscal de um Estado falido? A DELL foi embora do Estado em pleno governo Yeda e todo mundo ficou quietinho, como convinha.

Anônimo disse...

O Britto, o ideólogo da Yeda, fez um PDV e mandou para rua em torno de 15 mil funcionários. Um batalhão da Brigada, mais ou menos mil brigadianos, e também da saúde, educação e polícia civil. A Yeda é o Britto de saias.

Anônimo disse...

Se o judiciário é um poder autônomo como o PT mexe nos salários dos juízes?

Anônimo disse...

A Yeda não teria uma enteada para fugir para Espanha só para imitar o Britto?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Olívio era contra a isenção fiscal e foi derrotado. O discurso de ser contra isençao fiscal não venceu as eleições. Isenção fiscal é a moeda de troca para uma empresa se instalar no Brasil. Se o Estado não der isenção ela se instala em outro Estado que concede. Simples como água morna. Cada caso é um caso. Cada contrato é um contrato. A isenção não é por período indeterminado e pode ser parcial. Depende das negociações. É muita burrice simplesmente ir contra isençaõ fiscal, pura e simplesmente. É evidente que o PT não mexe nos salários dos juízes, apenas podia dar apoio a Yeda em não conceder o projeto de subsídio. Não faz, se omite, porque está interessado em enfraquecer o governo Yeda para tentar conseguir a cadeira sentar na cadeira do piratini. Mas o povo do RS não é alienado.

Anônimo disse...

O Estado pobre e falido dar incentivo fiscal para tubarão? Para sonegador como a Schincariol? Produtor de câncer como a Souza Cruz? Tenha dó!!! Se ao menos fosse para os coitados dos sapateiros do vale, ou os moveleiros de Bento,ainda vá lá. E o Olívio quanto tentou implantar o teto salarial no funcionalismo o que fez a oposição, que fora derrota na época? Onde estavam os tucanos nesse episódio?

Anônimo disse...

Eu me divirto com o discurso mão-única do Maia, é engraçado. Vamos lá, pessoal, divirtam-se também!

Anônimo disse...

O Olívio quanto tentou cortar o orçamento do judiciário foi acusado de desrespeitar os poderes. Gerou a maior confusão e os deputados apoiadores do Britto, derrotados na eleição, o que fizeram?

Anônimo disse...

Meu Deus Maia... q mundo tu vive???? vou rir pra não chorar... huahuahauhauhau

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