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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Assembléia Legislativa guasca adota o binômio vigiar e punir - os outros

Observem como são contrastantes certas coisas. Há poucos dias atrás, quando de uma votação importante no plenário da Assembléia Legislativa do RS, votação essa para suprimir direitos, houve um conflito de manifestantes contrários ao projeto do governo Yeda. Um conflito próprio da democracia que buscamos, nada além disso. Ocupar um plenário do poder legislativo não quebra nenhum decoro, ao contrário, consolida esse poder como um ambiente tolerante, plural e que admite o conflito como parte das formalidades democráticas.

Depois daquele episódio do plenário, a direção do legislativo tratou de cercar-se de uma parafernália de aparatos intimidatórios e que visam constranger a cidadania, como: identificação através de fotografia, um pequeno cadastro quase policial do cidadão que queira ou necessite entrar no recinto da AL, detectores de metal, câmeras ocultas a la big brother, acervo de um arquivo permanente dos cidadãos e cidadãs que freqüentam ou freqüentaram o recinto do legislativo estadual, etc. O objetivo das medidas de vigilância visam – segundo os jornais de hoje – punir os responsáveis pelos “atos degradantes”.

Ou seja, um ambiente panóptico no mais puro estilo Bentham, conforme apontou Foucault em “ Vigiar e Punir”. Esses aparatos adotados pela “Casa do povo” são a completa tradução das "tecnologias disciplinares" que visam reprimir ou inibir tudo que se caracterize como desvio, conflito, imperfeição, e abstração. A direção da “Casa” quer cidadãos de corpos dóceis e disciplinados no sentido de neutralizar e prevenir toda forma de rebeldia e subversão – dos Outros.

É como quem diz “vocês podem se manifestar somente no dia das eleições gerais, um dia a cada quatro anos, o resto nós fazemos o que bem entendemos aqui na Casa do povo, e dêem-se por satisfeitos, se quiserem entrar aqui, façam-no depois de se submeterem às nossas disciplinas, às nossas identificações cadastrais que ficarão em um acervo proto-policial, e aos nossos olhos eletrônicos em todos os locais desta Assembléia”.

Ademais esses aparatos tecnológicos tem um custo financeiro, de pessoal e operacional expressivos. A sua adoção de forma intempestiva e súbita (houve processo licitatório?), como testemunha o caso presente, contrasta com a leniência e a morosidade com que são tratados outros assuntos internas da “Casa do povo”. Basta lembrar do caso criminal dos selos postais desviados por um funcionário não-concursado, o chamado “caso Macalão” – um sujeito semi-alfabetizado que ascendeu mágica e misteriosamente a cargos de relevância na burocracia do legislativo.

Cabem, pois, algumas indagações sobre os cuidados e as responsabilidades funcionais do nosso legislativo. Como alguém não-concursado e semi-alfabetizado alcança posições de mando na hierarquia interna da instituição? Quem patrocinou tais promoções? Como são os fluxos internos na instituição e como são seus controles e auditagens de processos? Como são os controles externos da instituição? Os controladores externos detectaram e apontaram as irregularidades agora constatadas?

As investigaçõs caminham para apontar um único responsável (Macalão) e alguns poucos auxiliares seus. Ora, uma operação que se desenvolveu por anos a fio, com uma grau apreciável de complexidade – e que não foi detectada por nenhuma controladoria interna ou externa – ter sido coordenada e operada por um agente singular possibilita-nos classificar esse protagonista solo como um verdadeiro gênio da raça.

Macalão é um gênio! Tolos somos todos nós, povo guasca.

12 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Meu caro Cristovão, você está completamente enganado. Uma meia dúzia não tem o direito e nem o poder de ocupar o plenário de um parlamento que representa (por bem ou por mal) 10 milhões de votos. E a votação não tinha nada a ver com supressão de direitos, mas projeto de racionalizar e injetar recursos nas aposentadorias e pensões do Estado. É exatamente por esse caminho que o totalitarismo é construído, quando a meia dúzia tenta calar a vontade do parlamento. Em qualquer parlamento do mundo, há aparatos de câmeras, vídeos, controles, identidades, retinas, polegar, raio x e o escambau. Fez muito bem a ALRS em fiscalizar quem ingressa em seus recintos.

Anônimo disse...

Acho que a fiscalização deve começar por quem se elege para ocupar o seus recintos, Maia.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Quem se elege, Gustavo, tem e deve ser fiscalizado. O que não se pode conceber são pessoas que não têm mandato invadir plenário apenas porque não concordam com as propostas a serem votadas. Isso não é democracia e nem radicalização da democracia. Isso é retrocesso. É conservadorismo medieval.

Anônimo disse...

Carlos Eduardo, dos Maias o pior...

Anônimo disse...

O Maia defende a "elitização" da Assembléia: só entra lá quem a chefia permite! E de preferência, que concorde com os que lá estão.

E, imagina, discordar de uma proposta que será votada e protestar contra isso é "conservadorismo medieval"! Ou seja, só pode se manifestar se concorda! Se discorda, não tem nada que ir na Assembléia, bando de desordeiros!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Não defendo elitização nenhuma. Defendo o que ocorre em qualquer parlamento decente deste mundo: quem visita se identifica e é revistado. Apenas isso e nada mais do que isso. Todos têm o santo direito de discordar, o que não se pode conceber é pessoas sem mandato discordar e ocupar a Assembléia e impedir a votação. Isso e apenas isso. Simples como água morna.

Anônimo disse...

Pessoal a identidade do maia foi revelada, segundo informação nos comentarios do rsurgente.zip.net,no post sua vida na tv de 21.08.07 a seguir:

[Mario Rangel] [rangel1956@yahoo.com.br] [mariorangelgeografo.blogspot.com]
Pessoal, não dêem conversa para o Maia, eu conheço ele. Ele é CC da Prefeitura pelo PTB, o mesmo PTB que recebeu os selos do Macalão. Ele faz um trabalho articulado entre o Fogaça e o gabinete da Yeda, patrocinado pela Aracruz e Monsanto, para tentar desestabilizar os blogs. è morador da Bela Vista, num apartamento de um milhão de reais, anda de Mercedes, tira férias em Miami, é leitor assíduo da Veja, da ZH, tem todos os livrecos do Olavo de Carvalho (alguns ele quis me emprestar, sem sucesso). Ele também já tentou oferecer o seu "trabalho" de quinta-coluna para o PT, mas foi barrado, por isso ele é assim, coitado, direitozo e anti-tudo. É louco, não diz coisa com coisa.Somente merece pena, ignorem-no, pois ele só que encher o saco do todos nós.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Se eu fosse escolher um partido, jamais, jamais mesmo iria escolher o PTB. Nem na época do tio Briza, nem na época da Ivete, nem na época do Jefferson.

Anônimo disse...

"Se eu fosse escolher um partido, jamais, jamais mesmo iria escolher o PTB"

Mas isso não te impede de preferir o Fogaça ao PT, não é Maia?

Claudinha disse...

A Câmara dos Deputados já possui esse tipo de controle, mas como não fui ao Plenário, não sei se o acesso é livre de foto e demais registros.

Anônimo disse...

O perfil do Maia tá talhado mesmo é pro nacional-socialismo. Anauê!

Anônimo disse...

Curioso, o Maia não contestou a postagem do Paulo com informações do Mário Rangel. Só fez uma ressalva de que não era do PTB - o que, no caso, é irrelevante. O que foi dito talvez explique como é que um cara como ele, que vive sendo contestado e até ridicularizado, ainda insista em se manifestar. Talvez, ele realmente esteja aqui em "missão" e deve estar sendo bem remunerado para isso. Até prova em contrário, estou acreditando nas palavras do Rangel. Ou, quem sabe, ele seja só um masoquista?

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