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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Anatomia de uma obra-prima

Durante a Guerra Civil Espanhola, o ditador fascista Francisco Franco fez um acordo com a Lüftwaffe [aviação] nazista para destruir a cidadezinha basca de Guernica. Num bombardeio de três horas, dois mil civis foram massacrados, milhares foram feridos e a cidade foi arrasada. Tomado de ódio patriótico, o espanhol Pablo Picasso criou um mural de 6,50 metros de largura por 2,80 de altura, que foi pintado em um mês. É considerado a mais forte denúncia dos horrores da guerra. “A pintura não é feita para decorar apartamentos”, dizia Picasso. “É um instrumento de guerra, de ataque e defesa frente ao inimigo.”

Picasso incorporou certos elementos do desenho para criar um efeito de angústia. Usou uma nuance branco-cinza [sem colorido] para enfatizar o desespero e distorceu propositalmente as figuras para transmitir violência. As linhas quebradas e os planos fragmentados do Cubismo denotam terror e confusão, enquanto o formato de pirâmide segura a unidade da composição. Alguns símbolos de Picasso, como o guerreiro morto com a espada quebrada, implicando derrota, não são difíceis de decifrar. A única explicação de Picasso para outros símbolos era: “O touro não é o fascismo, mas a brutalidade e a escuridão... O cavalo representa o povo”.

Ilustração: “Guernica”, Picasso, criado em 1937. O mural está no Centro de Arte Reina Sofia, em Madri. Texto de Carol Strickland.

9 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Por falar em guerra civil espanhola recomendo a leitura de um livro fascinante: A Batalha da Espanha do historiador Antony Beevor, Editado pela Record. É um trabalho de pesquisa monumental que demonstra que a intransigência e o sectarismo estavam presentes nos dois lados: dos nacionalistas fascistas e dos republicanos apoiados por Stalin. E a Espanha superou toda essa tragédia e construiu, a partir de um pacto social, a nova Espanha de Almodóvar e do também grandioso Guillermo del Toro.

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Se você quiser linkar meu blog no seu eu ficaria agradecido, até mais e sucesso.(If you speak English can see the version in English of the Camiseta Personalizada.If he will be possible add my blog in your blogroll I thankful, bye friend).

Anônimo disse...

Taí uma ocupação pra ti, Maia. Te associa com esses aí e vai tirar camiseta "personalizada", com dizeres em inglês.

Anônimo disse...

Adequado, afinal é um depósito.

Leandro Rodrigues disse...

Bah, Cristóvão! Este teu post veio bem a calhar pra uma aula que vou ter na quarta-feira. E o blog tá muito bom, como sempre!

Anônimo disse...

Pois é. Diz a lenda que um oficial alemão teria perguntado quem tinha feito aquilo (a obra), ao que Picasso respondeu: "Vocês".

Entretanto, "Guernicas" estão sendo "pintadas" todos os dias: Afeganistão, Iraque, Haiti (com nossa ajuda),antiga Iuguslávia, vários países da África, Granada, Chile, Vietnã, etc, etc...

Anônimo disse...

Antes de ler qualquer artigo do Mala, leia com atenção:
O princípio da imparcialidade é um princípio adotado pela Wikipédia para lidar com assuntos controversos. Segundo este princípio, os artigos da Wikipédia devem ser imparciais, ou seja, devem ser escritos numa forma com a qual ambos (ou todos) os lados envolvidos possam concordar com ele. Por exemplo, ao lidar com temas religiosos, o artigo deve estar escrito de forma a que seguidores da religião em questão, seguidores de outras religiões, ateus e agnósticos possam aceitá-lo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Bem lembrado, Armando, você TAMBÉM está querendo dizer evidentemente o Iraque do Hussein, o Afeganistão do Taleban, os massacres étnicos contra os muçulmanos feito pelo Milosevic. Pois é, o império também faz suas Guernicas mas também ajuda os povos a derrotarem os governos tiranos. Não é a toa que o imbecil do Bush foi beijado, abraçado e saudado na Albania de Enver Hoxa.

Anônimo disse...

Dizer que a Albânia é do Enver Hoxa é o mesmo que dizer que o Brasil é do Washington Luís ou do Marechal Floriano Peixoto. Quem beijou o Bush foram uns escolares carregados por interessados em negócios entre os EUA e a Albânia.

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