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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uma enorme sopa de lixo no Oceano Pacífico


A ilha que ninguém quer reclamar

Trata-se de um aglomerado de plásticos, identificada em 1997 no meio do Oceano Pacífico, onde as correntes oceânicas do Pacífico Norte se encontram, e flutuam em constante crescimento. Esta ilha em que não se pode caminhar, ou melhor, esta sopa de plástico, já tem dimensões maiores que o estado do Texas, com uma profundidade de cerca de 10 metros.

Todo o lixo que é abandonado pela classe média nas praias da costa oeste da América do Norte e do Japão é levado pelas correntes para esta ilha suja, onde se estima que 70% da sua composição é de sacos de plástico. É como uma cloaca que nunca descarrega.

Isto tem um enorme impacto nos ecossistemas. A composição da água naquela área já apresenta mais pedacinhos de plástico do que plâncton.

Milhares de albatrozes acabam por morrer de fome mas de estômago cheio: ingerem tampas de garrafa, isqueiros, canetas, palitos de cotonetes, etc.

O principal problema com o plástico é o de não ser biodegradável. Nenhum processo natural pode quebrar suas moléculas. Um isqueiro jogado ao mar se fragmenta em pedaços menores e menores de plástico sem quebrar seus compostos mais simples, por isso se estima que a degradação completa poderia levar centenas de anos.

Além do óbvio que isto afeta tanto a vida marinha (macro e micro), outra questão que se apresenta é: como vamos limpar isto?

Esta questão ainda está para ser respondida. Por enquanto, cientistas dizem que a melhor abordagem que temos não é para limpar tudo, mas como paralisar seu crescimento.

Isso torna uma simples retirada de material algo arriscado – pode-se causar mais danos do que benefícios. É bom lembrar que grande parte da vida marinha encontra-se na escala de tamanho microscópico. Por exemplo, ao coar as águas oceânicas em busca de plástico, o plâncton, que é a base da cadeia alimentar marinha e responsável por 50% da fotossíntese da Terra, seria igualmente capturado, trazendo assim mais prejuízo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Legal saber que ricos e pobres não jogam lixo na praia, só a classe média. Aliás, a culpada por todos os males do mundo, segundo o blogueiro (que, obviamente, é de classe média).

Anônimo disse...

Em princípio não limpar é a melhor opção econômica para os governos, como o é para a Petróleo Britânico.

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