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quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT pede direito de resposta à revista Veja


Mas o governo lulista insiste em anunciar pesado na mídia/partidos das oligarquias

O PT e a coligação Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada pelo partido, entraram com pedido de direito de resposta ontem (27) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a revista Veja, da Editora Abril. A ação contesta a reportagem "Indio Acertou o Alvo", veiculada na edição desta semana. A informação é da Agência Brasil.

A matéria repercute as declarações do candidato tucano à Vice-Presidência da República pela coligação liderada pelo PSDB, Indio da Costa (DEM-RJ), que associou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. “O episódio foi uma afobação de iniciante, mas o vice de José Serra está correto em se espantar com a ligação de membros do PT com as Farc e seus narcoterroristas”, diz a reportagem.

Segundo o advogado do PT, Márcio Silva, a revista “requentou” a questão das Farc. “Compraram o palavrório de Indio, tomando como suas algumas palavras dele. Quando se fala jornalisticamente sobre o episódio, tudo bem, mas quando, editorialmente, tomam a posição dele para si, achamos por bem pedir direito de resposta”, afirmou Silva.

A legenda mandou como possível resposta a ser publicada um texto que ocuparia uma página, com foto, mencionando o combate ao narcotráfico no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e citando a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, em agosto de 2007.

A reportagem que, segundo o advogado do PT, foi “requentada” é a de título "Tentáculos das Farc no Brasil", publicada no dia 16 de março de 2005 pela revista Veja. No início da semana passada, o PT chegou a conseguir o direito de resposta de dez dias contra o site Mobiliza PSDB por ter veiculado as declarações de Indio da Costa, mas a decisão foi suspensa até o fim do recesso do tribunal, em agosto.

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Enquanto isso, as páginas da revista Veja (e o resto do PIG) continuam estampando (e faturando) anúncios das estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Federal, Eletrobras, Correios/Sedex (ver fac-símile acima) e outras.

Quando o governo federal - leia-se o lulismo de resultados - irá impor um padrão republicano nas relações com essas empresas midiáticas com desvio de função para partidos políticos não autorizados pela legislação brasileira? Quando?

9 comentários:

Anônimo disse...

Acho que estava na hora do governo tirar destas revistas de fofoca política os milhões de reais que entram na conta dos Civitas, Marinhos e Frias. O que eles prejudicam o BB, a Caixa, Petrobras e outras, com suas matérias infames e a serviço da extrema-direita no Brasil.

Jbmartins-Contra o Golpe disse...

Para o PIG so ha um remedio é a Privatização, minha opinião seria o Governo e Estatais, não fazer publiciade em veiculos de comunicção impressa (Jornais e Revista), estes abriam falencia.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Mercado de mídia, assim como da indústria automobilística ou de aviação é por essência oligopolista. Não se trata, portanto, de mercado de livre concorrência.
Em todo lugar do mundo é assim. Exceção é Cuba, onde existe monopólio.
Não existe outro tipo de mercado para a mídia. Se o mercado é oligopolista, dominado por poucas empresas que tem esse poder, não há como o governo simplesmente fazer publicidade em algumas empresas em detrimento de outras, como pretende o DG, porque o gasto em publicidade é gasto da estatal, que faz o necessário serviço público e que não deveria ter partido político ou ideologia determinando o que é certo ou errado. Até mesmo porque os leitores da Veja, que consomem a revista exatamente por sua linha editorial, também são consumidores dos produtos estatais, sendo que alguns, como a Petrobrás, são monopólios. Um governo não pode direcionar os gastos de publicidade das estatais de acordo com sua simpatia política, se assim fizer, não seria republicano.

Anônimo disse...

Estudo da Unesco condena concentração da mídia

http://rsurgente.opsblog.org/2010/07/28/estudo-da-unesco-condena-concentracao-da-midia/

Tupamaro disse...

Como já comentamos, apesar das hesitações e conciliações do lulismo de resultados, Dilma deve merecer o voto da esmagadora maioria dos eleitores brasileiros.
No entanto, Lula poderia e deveria (afinal, nenhum presidente atingiu a aprovação e popularidade dele) agir com mais severidade com o sujo e golpista PIG brasileiro, limpar os diversos escalões do seu governo dos demo-tucanos e pemedebistas oportunistas ali encastelados. No Banco do Brasil, por exemplo, foi necessário ocorrer a "debacle" neoliberal para que a cúpula peemedebista-tucana que dirigia o Banco fosse defenestrada. Mas, nos escalões inferiores do Banco ainda permanecem muitos oportunistas e tucanos.
Agora chegou a vez da cúpula peemedebista dos Correios. Já deveria ter sido demitida há horas.
Afinal, esta gentinha conseguiu a proeza de produzir prejuízos em série nos Correios.
Qual a necessidade de os Correios gaatarem o que gastam com publicidade nos aleijões midiáticos do nosso PIG?

Anônimo disse...

Na França, o governo não anuncia, ele DOA uma verba fixa para os principais meios de comunicação. Que, por sinal, batem sistematicamente no governo Sarkozy. E nem por isso correm o risco de perder essa verba, que é assegurada por lei. Por que? Porque a república francesa entende que, para haver república, é preciso e é saudável que haja imprensa em cima do governo.

Isso é ser republicano e entender a democracia, Feil. Sei que é de difícil para um esquerdista que acha que o governo deve, ao contrário, asfixiar economicamente os veículos que não o apoiam.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muito bem anônimo das 20:34, foi direto no ponto. O Brasil tem de aprender a trilhar os caminhos já trilhados pelos países socialmente desenvolvidos e que praticam a salutar democracia há muito mais tempo do que nós.

Na mensagem acima quando falei em livre concorrência eu quis dizer mercado de concorrência perfeita.

Juarez disse...

Vai estudar, Maia. Mercado de concorrência perfeita é uma ficção. Nem concorrência existe mais no capitalismo, pelo menos desde o advento dos monopólios e oligopólios.
Vai estudar, seu chutador metido a esperto.
Vai enganar outros.

claudia cardoso disse...

Quando largarem, de vez, a política de maior impressão/circulação/audiência para anúncios governamentais, por acreditarem que, desta forma, mais gente terá acesso às informações ou produtos do governo e das empresas estatais.
Na I CONFECOM, foi aprovada demanda que altera essa lógica de anúncio governamental em plenário [sociedade civil + poder público + empresários = Telebrasil/ABRA. Demanda de SP, se não me falha a memória. Mas é preciso PL a ser enviado pelo Executivo ao Congresso...

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