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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Governo Obama também tem responsabilidade na catástrofe ambiental do golfo



A responsabilidade

A responsabilidade da BP pelo desastroso vazamento de petróleo no golfo do México está clara. Os executivos da empresa aceitaram constituir um fundo de limpeza de US$ 20 bilhões em benefício dos moradores da região afetada.

O presidente Obama, que visitou o golfo do México quatro vezes desde o acidente, vem imputando veemente a culpa pelo pior vazamento de petróleo na história dos Estados Unidos à multinacional britânica.

Mas o governo norte-americano também é responsável pela criação das condições que resultaram na catástrofe, por não ter fiscalizado com firmeza o cumprimento de suas regulamentações. O "Wall Street Journal" e o "New York Times" explicaram separadamente, na terça-feira, como isso veio a acontecer.

No "Wall Street Journal", uma reportagem de Neil King Jr. e Keith Johnson aponta que, quatro meses depois da posse do presidente Obama, um tribunal federal de recursos em Washington decidiu, em um processo aberto por indígenas do Alasca e uma coalizão de grupos ambientalistas, que o governo estava despreparado para um forte vazamento de petróleo no mar, e que havia confiado em uma análise "irracional" quanto aos riscos da prospecção de petróleo no mar.

A despeito da retórica favorável ao ambiente adotada por Obama, seu governo instou o tribunal a revisar a decisão, enfatizando a possível perda de US$ 10 bilhões em royalties devidos ao governo federal.

O tribunal de recursos reconsiderou sua decisão e permitiu que a exploração de petróleo no golfo do México prosseguisse sem alterações, o que inclui o hoje notório poço Macondo, da BP.

O presidente apontado por Obama para a Administração Nacional de Atmosfera e Oceano apresentou um comentário detalhado sobre os planos preparados no governo George W. Bush para a exploração de petróleo no mar e questionou se "as autoridades dos Estados Unidos dispõem dos recursos necessários para responder a um grande vazamento de petróleo".

Leslie Kaufman, no "New York Times", apontou que outra agência do governo federal, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem., encarregado de fiscalizar o cumprimento da lei de proteção a espécies ameaçadas, havia concordado que o risco de um vazamento de petróleo que poluísse habitats críticos era "baixo".

Stacy Small, do Fundo de Defesa do Ambiente, disse que os modelos de avaliação biológica preparados para o Serviço de Gestão Mineral, responsável por aprovar a exploração de petróleo no mar, "não estimavam os riscos para o pior cenário, ou para um cenário grave, de desastre petroleiro".

Artigo do historiador britânico Kenneth Maxwell. Publicado hoje na Folha.


Foto: Queima controlada de óleo da BP vazado na costa da Lousiana, EUA, em junho de 2010. Sean Gardner/Reuters

3 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

A culpa "in vigilando" do Estado americano é quase objetiva. Mas todo mundo sabe que não há como fazer esse tipo de fiscalização completamente vigilante. Esse imenso desastre ambiental pode ter ocorrido por um cochilo de um empregado, por um erro de digitação ou qualquer outro detalhe. O ser humano erra, comete equívocos, essa é tambéu uma das características da nossa natureza.

Outro ponto importante, é que a análise do Maxwell -- que é um cabra bem informado, -- é com base na grande mídia americana que publica sim o que tem de ser publicado doa a quem doer.

Lá, como aqui, não tem essa história de controle social da mídia. Essa idéia completamente imbecil - porque se amanhã o fascismo governar este país essa idéia do controle social da mídia vai ser muito utilizada.

Nelson disse...

Enquanto isso, Feil, já há quem coloque grandes suspeitas sobre se realmente se trata de desastre.

O texto a seguir, eu pesquei do blog http://antimperialista.blogia.com/,que disponibiliza também um vídeo:

"Este vídeo pertenece a un extracto de un programa de Chile Teve, en el que se analiza la posible provocación del derrame de petróleo en el Golfo de México, por parte de la petrolera British Petroleum.

Tres días antes del derrame, BP (British Petroleum) impidió que la empresa encargada de la revisión técnica de la plataforma petrolífera llevara a cabo sus funciones.

UNA SEMANA ANTES, GOLDMAN SACHS, EL BANCO PROPIETARIO DEL 47% DE BP, VENDIÓ EL 100% DE SUS ACCIONES.
DOS SEMANAS ANTES, BP COMPRÓ UNA EMPRESA DE LIMPIEZAS ECOLÓGICAS, QUE ES LA ACTUAL ENCARGADA DE REALIZAR LAS LABORES DE SANEAMIENTO EN EL GOLFO DE MÉXICO.

Es decir, los responsables del terrible desastre ecológico, provocado por el vertido de la plataforma petrolífera de BP, son los mismos que se están enriqueciendo gracias a él."

Teoria da conspiração? Isto não é crível?
Bem, eu também acho difícil de acreditar nessa história, mas, confesso, não duvido. Afinal, nestes tempos neoliberais os princípios éticos já viraram cinzas há horas e o que interessa mesmo é lucrar mais e mais a cada período que passa.
O lema é ganhar o máximo no menor tempo possível e com o menor esforço possível, não interessando de que forma serão conquistados esses ganhos.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Nelson a fonte diz tudo: antiimperialista. Dá para se confiar nessa fonte? Francamente.

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