
Os crimes do agronegócio
A propósito do tema (repugnante) tratado pela jornalista Miriam Leitão de O Globo (publicado no post abaixo), e conhecendo parte do trabalho do fotógrafo e sociólogo estadunidense Lewis Wickes Hine (1874-1940), eu quero sugerir ao Ministério do Trabalho que faça o mesmo que o Comitê Nacional do Trabalho Infantil dos EUA. Contratar uma empreitada de fotografia antropológica para registrar os crimes do agronégocio no campo, ou seja, trabalho forçado, servidão por dívida, jornada exaustiva (inclusive infantil) e trabalho degradante - que configuram condição análoga à de escravo.
Os registros - em fotografia e vídeo - dariam o testemunho dos horrores que se vêem no campo brasileiro, hoje. A publicação em livros ou mesmo documentários em HD seriam memoriais de dor e sofrimento, mas sobretudo de denúncia para as deformidades que o avanço do capitalismo monopolista - controlado por meia dúzia de corporações mundiais - produziu e produz (agora) no interior do País.
Entre 2003 e 2009, foram encontrados 30 mil trabalhadores em condições análogas às da escravidão nas fazendas inspecionadas pelas delegacias do Trabalho. "Uma minoria é autuada", conforme denuncia a insuspeita Miriam Leitão. Outras são simplesmente advertidas ou orientadas sobre o cumprimento da lei. É nestas inspeções que os fotógrafos, antropólogos e sociólogos deveriam/poderiam participar.
Temo que o Ministério do Trabalho, controlado pelo PDT, nem queira ouvir falar disso (teriam que contratar profissionais de fato e não cupinchas do ministro).
Mas fica a sugestão.
Um comentário:
Ainda que não seja a proposta ousada e necessária do post, recomendo verificar o trabalho da ONG Repórter Brasil. http://www.reporterbrasil.org.br/
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