Os gregos resistem bravamente
Agora são 10h03, horário de Brasília. Em Atenas, Grécia, são 16h03. Hoje se realiza a quinta greve geral do ano na Grécia. A média de uma greve/mês. Cerca de 20 mil pessoas manifestam-se em Atenas - neste momento - e denunciam que o plano de austeridade vai agravar o desemprego, que já está em 12%.
A multidão se manifesta nesta quinta-feira diante do Parlamento grego em Atenas para protestar contra o plano de austeridade do governo.
"Ladrões! Ladrões!", gritavam os manifestantes, segundo a agência de notícias AP. Os transportes públicos, paralisados pela greve, funcionaram para levar os manifestantes ao centro da cidade. A polícia prendeu 36 pessoas.
A greve fechou escolas, paralisou os transportes públicos e os barcos que fazem os trajetos inter-ilhas, e deixou os hospitais apenas com os serviços de urgência. A Acrópole e outros monumentos turísticos também fecharam.
Spyros Papaspyros, líder do sindicato dos funcionários públicos Adedi, disse que os trabalhadores de mais baixos rendimentos são os mais prejudicados pelas medidas do governo.
O governo do Partido Socialista (Pasok) pretende poupar 30 bilhões de euros em três anos, como contrapartida ao empréstimo que recebeu da União Européia e do FMI. Os sindicatos rejeitam as medidas "extremas que afetam os trabalhadores, os aposentados e em especial os jovens" e denunciam que o plano de austeridade vai agravar o desemprego. Informações do portal Esquerda.net.
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O presidente Lula, ontem, na Espanha conversou com o primeiro-ministro grego, eleito pelo velho Pasok, partido social-democrata convertido ao credo neoliberal. Lula disse - equivocadamente - que os erros que a direita fez nos governos europeus, estão sendo pagos pela esquerda. Faltou que Lula explicasse a que esquerda se referia. Ao Partido Trabalhista britânico, de Tony Blair e de Gordon Brown? Ou ao Pasok grego? Ambos, sabidamente, partidos alinhados com a ordem neoliberal, portanto responsáveis, sim, pela condução de políticas (anti) nacionais no rumo da crise, do desemprego, e da deseconomia flu do capitalismo de cassino.
A crise grega está comprometendo o projeto - acalentado há mais de 50 anos - da federação de nações autônomas da Europa. Um projeto elogiável, na origem, mas que se degradou porque é muito mais fundamentado na unidade monetária do euro do que nos valores que a própria Europa soube forjar e repassar ao mundo ocidental, quais sejam, os valores do Iluminismo, da cidadania e do republicanismo.
Como diz o professor Stathis Kouvélakis, no vídeo acima: "querem fazer da Grécia um tubo de ensaio".
E alerta Kouvélakis: "o país é o elo mais fraco da Europa, porque o seu capitalismo é o mais frágil, mas é de destacar que é na Grécia que o nível de resistência social é maior".
É o que está tentando provar a greve geral de hoje.
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