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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sábado, 29 de maio de 2010

O que leva alguém a ser colunista da Folha?

Fernanda Torres, a atriz global conhecida como filha de Fernanda Montenegro, estreou hoje coluna quinzenal na Folha-ditabranda.

Não acrescenta nada. Escreve um artigo para satisfazer - primeiro a família Frias - e lateralmente a uma certa classe-média-crítica-pero-no-mucho (seja lá o que isso signifique).

Despolitização constrangedora, bem ao gosto da mídia de mercado e para o mercado. Ideologia ficha-limpa, anódina e envernizada. Tenta uma leveza que pesa como chumbo.

Torres costeia o alambrado. Sorri e acena para a nova direita midiática: indivíduos como Nelson Motta, Ferreira Goulart (que mudou para Gullar, com mais charme sonoro), Ali Kamel, Arnaldo Jabur (que mudou para Jabor, menos "palestino"), Lya Fett (que se assina Luft, por matrimônio com o correto e inesquecível professor Celso Pedro Luft), Marcelo Garmatter Barretto (que se assina Madureira), Lucia Hippolito e outras especialidades-especiais que é penoso só de citar.

Critica Dilma por esta ter vacilado ao citar o livro que estaria lendo, segundo a própria neocolunista da família Frias. De fato, é relevantíssimo ficar lembrando na ponta da língua que livro se está lendo. Especialmente para Dilma que - como se sabe - lê dezenas de documentos, relatórios, publicações e livros ao mesmo tempo. E não é de hoje, essa invejável e sadia compulsão de Rousseff pela leitura e pelo conhecimento.

Torres, a rigor, não precisa pular o fio de arame que demarca simbolicamente os campos ideológicos brasucas. A continuar assim, logo logo estará competindo com a autoajudadeira Lya Fett.

9 comentários:

Gilmar da Rosa disse...

Sempre afiadíssimo Cristóvão. E lucido, aliás, justamente o que falta pra estas "colonistas" amestradas.

jader resende disse...

O amor não se encontra
nos livros.
A teoria, neste caso, é falha.
Só com a prática
conseguiremos vencer
esta sensual batalha.

Itárcio Ferreira, poeta pernambucano
Do blogue: http://mundonasminhasmaos.blogspot.com/

No meu entender o amor esta na paixão pela vida e por uma sociedade mais justa, essa pratica da vida não esta nos livros.
Creio que foi uma pergunta triste numa hora desta em que passa a Dilma, sera que não pensam no tempo e envolvimento emocional de um candidato ou acham que foi uma pergunta nova e inteligente?
Nós eleitores não queremos saber o que ela leu, assim como nunca nos interessou o que o presidente Lula e outros grandes nomes da esquerda na América do sul leram e tem mais, grande parte e muito grande mesmo, não tem como comprar um livro que custa o olho da cara.

Anônimo disse...

Jader, já ouviu falar em biblioteca pública? Na minha adolescência, quando mal tinha pra comprar um par de congas, li muita coisa legal. É só ter vontade. A DIlma não citou a obra que estava lendod porque não está lendo nada. Poderia ter dito isso: leio muitos estudos, relatórios etc e não estou lendo nada atualmente.
Reflexo de sua falta de leitura é a fala entrecortada, pensamentos disconexos, articulação falha...

Milton Ribeiro disse...

Assino embaixo e por todos os lados.

Eduardo Martinez disse...

Caro Cristóvão, peço licença para rasurar teu texto. (...) Neo-sou Montaria, Ferrei o Goulart, Aqui Kadela, Anal do Jabá, Lya Fétida, Maucheiro Carreira e Lucia Hipócrita. (...) Com toda a falta de respeito, é claro. Por falar em pó, o Carteiro do Poeta está de volta, não precisa amar correto, digo, armar o coreto. Só o feijão preto me serve. É por aqui: http://bit.ly/dtQymV

Gustavo Amigo disse...

Não é possível, você leu mesmo o texto dela? Não há crítica nenhuma em relação a resposta da Dilma, pelo menos eu entendi dessa forma. Veja - "Qualquer um que cultive o prazer de ler sabe que um ser humano que está em plena campanha presidencial não tem cabeça nem tempo para se dedicar à leitura.". Alias, o texto dela é elogioso para com a Dilma.

Sugiro que releia o texto, reflita um pouco mais já que a crítica despolitizada quem está fazendo é você, ao fazer uma crítica rasa ao texto da Fernanda, e pior, fazendo todo tipo de ilação tentando associa-la ao que existe de pior no jornalismo e a croníca política que existe no Brasil. Francamente, a impressão que fica é que você ou não leu o texto ou não entendeu nada sobre o que ela estava escrevendo.

Coordialmente,
Gustavo Amigo

Anônimo disse...

Gustavo amigo,
(aliás, amigo de quem?)eu não li o texto da Fernanda, nem vou ler, mas ainda assim acho que não há nada que justifique alguém transitar em meio a podridão da Rede Globo e escrever no jornal a Folha de São Paulo, e ainda assim achar que pode emitir qualquer opinião sobre o que a Dilma lê ou não lê. Tenho horror dessa menina, tenho horror de quem escreve qualquer coluna na Folha, na Veja, ou qualquer lugar do PIG.

Anônimo disse...

Se esta serigaita, tivesse lido a orelha dos livros que a Dilma leu, ela não teria tempo para bater coxa a tanto tempo aqui pelo Rio.

Aprendeu a escrever e nem foi com lápis não....

Claudio Dode

nehemias disse...

Eu gosto dos textos dela. Tem alguma lucidez, nesse mar de contemporização e sem personalidade que somos submetidos, principalmente em sites que apoiam o governo federal, por motivos desconhecidos.

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