O relógio dos 500 anos do Brasil
Está fazendo 10 anos que a TV Globo quis se apropriar de parcela do simbolismo da nossa história. A intenção se materializou em um relógio de estética duvidosa.
Esse relógio, em nome de contar os dias e as horas que faltavam para o fechamento dos 500 anos da chegada dos colonizadores portugueses à Bahia, foi espalhado em réplicas por inúmeras cidades brasileiras.
Uma imposição intolerável, uma aberração estética, uma pretensão descabida, uma apropriação desavergonhada, um roubo simbólico sem precedentes.
A reação das pessoas foi de indignação e revolta.
Em Porto Seguro, em Florianópolis, em Curitiba, em Porto Alegre, as manifestações foram no sentido de destruir aquela impostura, construída com o consentimento e entusiasmo subalterno do então governo FHC. Em Brasília o "monumento" foi flechado pelos índios, que também protestavam pelo reconhecimento pleno de seus direitos e em memória do holocausto que sofreram durante cinco séculos de convivência desigual e opressiva com a cultura euro-cristã.
Os fatos aconteceram no dia 22 de abril de 2000, dez anos atrás, uma data que ficará marcada pela revolta popular contra o roubo simbólico de nossos valores autênticos, a apropriação privada de parcela do nosso patrimônio memorialístico e a indignação da cidadania contra as imposturas e falsificações das oligarquias brasileiras - representadas pela TV Globo e o governo predador de FHC.
Em Tempo: É curioso que os portais G1 e Globo.com das Organizações Globo (família Marinho) tenham banido o seu famoso e breguíssimo relógio dos 500 anos. Não há "relógio-dos-500-anos" nos arquivos da TV Globo. Parece que a Globo se envergonha de ter feito o que fez. Caso contrário, por que motivo esconde a materialidade de suas pretensões de apropriação simbólica?
Ouça o punk de Patti Smith:
Patti Smith - Free Money | ||
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6 comentários:
Aqui em São Paulo botaram o tal relógio na Avenida Faria Lima, os companheiros da USP não deram sossego para o Globo um dia sequer, jogaram tinta vermelha, merda, lama, quebraram os ponteiros, até que os caras desistiram e largaram o relógio quebrado e sujo, como bem lhe cabia.
Abs!
o problema também Feil dfoi o de querer transformar uma memória cívica histórica em dinheiro, em espetáculo para que os anunciantes vendam os seus produtos.
o relógio foi um chamariz pra atrair a atenção do público e depois a Globo oferecer a atenção desse público aos anunciantes de mercadorias.
Podendo e querendo, desliguem a rádio Band FM News quando for o horário do Bóris Casoy, Dora Kramer e Demétrio Magnoli. É um circo de horror que ninguém merece.
Ainda são piores que William Waak, William Bonner e Alexandre Garcia.
Sabe o que ó mais curioso desta história?
A globo não poderia colocar este relógio (horroroso, diga-se) no local que foi colocado sem autorização da prefeitura de Porto Alegre. Então, houve o ok do prefeito a instalação deste troço naquele local e, assim, a concordância a tudo aquilo que ele significava.
O prefeito era o Raul Pont, do PT. O governador era o Olívio, do PT.
Questiono: O pessoal que derrubou o relógio foi protestar também contra o prefeito que o autorizou?
Lembrando, o relógio só estava lá pq a administração municipal disse sim.
Entáo, quem é o culpado?
Alguém por acaso (mas só por acaso mesmo) viu o RBS Notícias hoje??
Ligar Tiradentes ao movimento pelo fim dos impostos é piada!! Agora vemos o valor que a oligarquia comunicativa do RS dá à causa republicana.
Este episódio mostra bem como se comportam as minorias participativas, os miquinhos amestrados da intolerância, os alienados, os crentes da ideologia. São medíocres e se acham. A propósito, hoje
a Dilma foi entrevistada pelo chato do Datena. Ela definitivamente não é o Lula... Sem jogo de cintura, super nervosa, atrapalhada, insegura. O marqueteiro João Santana vai ter que fazer uma transformação radical. Tadinhos.
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