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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A fotografia da promotora Lúcia


Ela só enxerga com o olho da esquerda

Está lá, na página 37 da edição de hoje do jornal Zero Hora: a promotora pública Lúcia Helena de Lima Callegari só enxerga com o olho da esquerda. É o recado que os editores de ZH querem dar, a brava promotora está fazendo uma leitura "de esquerda" do caso Eliseu Santos. O propósito - ainda que sutil - é o de desqualificar a promotora Callegari, enquadrá-la com sendo uma pessoa de convicções ideológicas não confiáveis, e que procura embaralhar um caso que já foi "solucionado" pela Polícia Civil estadual.

De resto, desde a edição de ontem, o jornal ZH tem procurado reduzir tudo a uma simples disputa entre Polícia Civil estadual versus Ministério Público estadual. A orientação editorial é a de esvaziar o conteúdo fortemente político da morte violenta do ex-secretário do ex-prefeito José Fogaça. Trata-se de desconectar o caso Eliseu do cenário sujo de submundo, de corrupção, propinoduto municipal, desvio de 9 milhões de reais da secretaria municipal de Saúde, caso Sollus, etc.

Agora, para ZH, tudo não passa de rusga profissional e litigioso corporativo entre a Polícia Civil e os promotores públicos estaduais - os mesmos que só enxergam com o olho da esquerda.

Fotografia de Fernando Gomes/ZH

14 comentários:

gustavo disse...

O pessoal de ZH é muito ruim de texto, são horrorosos. Mas vamos combinar que sabem lidar com outros simbolismos.
Essa de hoje está um engrupimento perfeito. Eles apostam que ninguém lê os textos, mas observam as imagens e fixam signos de outras linguagens.

Luís disse...

Exatamente... é muito nítida a nova linha da RBS sobre o assunto: "mas afinal, como podemos saber quem tem razão nesta disputa-de-beleza entre poderes?!"
... p'ra bobos eles não servem.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Lúcia Helena Callegari jogou um balde de água fria para os querem fazer uso político do homicídio ou latrocínio de Eliseu Santos ela disse ontem na ZH:

– Pelo contrário, tudo indica que ele agiu de forma enérgica contra a corrupção. Demitiu o assessor suspeito de cobrar propinas, reteve valores da firma suspeita de pagar suborno e cortou seus contratos – ressaltou a promotora Lúcia Helena Callegari.

Anônimo disse...

CARA ISSO É JORNALISMO DE ESGOTO.
APONTAR uma deficiência física na promotora para defender o seu ponto de vista ZH não tem manual nem ética, e o seu comentário também não denuncia essa exploração de pessoas com deficiência.
Fechem um olho e vejam o que voces enxergam.
Ressaltar essa deficiência só os canalhas fazem.
Chamar esses caras de canalhas é ofender os canalhas.

Cazé disse...

Calma, anônimo, o Feil tem razão, mas o post não fala nada de "deficiência física".
Não pega ao pé da letra, cara.

Cecília disse...

De infantilismo os padres entendem.

André da Rocha disse...

Esta promotora não foi aquela que foi escolhida pela Yeda na lista tírplice em que era das menos votadas.

SBENTENAR disse...

OPA!! OLHA AÍ O MALA MAIA NAS BOCAS !! A PERGUNTA QUE SE FAZ É : "O QUE FALTA ACONTECER NESTE GOVERNICHO INSTALADO NA TERRA GUASCA?"CADÊ O GENERAL/SECRETÁRIO DA SEGURANÇA?? CONCLUO QUE A RAINHA DAS PANTALHAS, NOMEIA DESPREPARADOS PARA LHE ASSESSORAR (SIC) PARA REFORÇAR SEU ESTRELISMO (SIC). É MUITA (DES)COMPETÊNCIA!!

ALEX disse...

AO REPÓRTER CHARLATÃO DO ZERO HORA

07/04/2010 - 15:59

O MST e a ocupação de terras

Por João Pedro Stedile

MENSAGEM DE JOÃO PEDRO STEDILE A LUIS NASSIF

Estimado Luis Nassif,

tenho lido com alguma frequência seus artigos e cumprimento por sua clareza, determinação e coragem. Vi um comentário recente (em http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/28/sobre-manifestacoes-e-estrategias-politicas/ ), que faz referência a declarações que eu teria dado ao Zero Hora, de Porto Alegre, fazendo uma suposta autocrítica sobre as ocupações de terra.

Infelizmente, o jornalista charlatão me fez uma longa entrevista de mais de uma hora, e depois editou de acordo com os interesses de seus patrões. Mas gostaria de esclarecer o sentido das minhas respostas para você e seus leitores.

No atual período histórico, disse e reafirmo, não está mais em disputa apenas os interesses dos pobres sem-terra e dos latifundiários, que se apropriaram de grandes extensões de terras públicas mantidas ociosas como reserva de valor.

Estamos num novo período histórico, determinado pelo avanço do capitalismo internacional e financeiro sobre a agricultura brasileira, que leva a uma disputa entre dois projetos socioeconômicos para organizar a produção agrícola.

De um lado, os latifundiários “modernizados” (em geral, propriedades acima de 500 hectares), que construíram uma aliança com as empresas transnacionais, fornecedoras de insumos, sementes e compradoras da produção. Dessa forma, impõem o preço e controlam o mercado externo, a quem se destinam as chamadas commodities.

Esse modelo se chama de agronegócio, que se caracteriza pela necessidade de concentrar a propriedade da terra para aumentar cada vez mais a sua escala.

Expulsa o povo do interior para as grandes cidades, porque não oferece oportunidades de trabalho suficientes aos trabalhadores rurais.

É agressor do ambiente, pois o monocultivo destrói todas as outras formas de vida vegetal e animal, e só consegue produzir com elevado uso de venenos agrícolas. Daí porque o Brasil se transformou no maior consumidor mundial de agrotóxicos do mundo – que são, aliás, produzidos por empresas transnacionais.

Do outro lado, temos a agricultura familiar, que prioriza o mercado interno, com a produção de alimentos sadios, por meio de práticas agrícolas em equilíbrio com a natureza, com agricultura diversificada e que demanda muita mão-de-obra.

No outro ciclo histórico, a ocupação de terras era a principal forma de luta. Era suficiente para enfrentar o latifúndio e abrir um processo de democratização da propriedade da terra. E foi com essa prática que o MST nasceu.

Agora a ocupação de terras é insuficiente para enfrentar o modelo do agronegócio. Por isso, além das ocupações, o MST deve desenvolver novas formas de luta, que envolvam todos os camponeses e outros setores da sociedade interessados em mudar esse modelo de exploração agrícola, que agride o ambiente e produz alimentos contaminados.

Ou seja, nas regiões do país em que ainda existem muitos latifúndios improdutivos e trabalhadores sem-terra, certamente a ocupação continuará sendo a principal forma de luta – que vem acontecendo, inclusive, independente da existência do MST -, implementada por diversos movimentos sociais ou como reação à pobreza de comunidades rurais.

No geral, além das ocupações, devemos desenvolver novas formas de luta, para conscientizar a sociedade das perversidades do agronegócio e suas conseqüências para o nosso povo e para toda a sociedade.

Certo de sua atenção, receba um forte abraço

Anônimo disse...

Eu acho que é reconhecer muita sutileza naquele bando de toscos que fazem "jornalismo" de ZH. Simplesmente, pegaram a pior foto que conseguiram para ilustrar a matéria, na linha daquela clássica foto da FSP em que a Dilma aparece com os dedos tapando os olhos.

De qualquer forma, foi uma grosseria e isso é ruim, pois dá a medida do desprezo que essa empresa tem dos agentes públicos.

Impressiona, isso sim, a insistência da RBS em querer tornar equivalentes uma investigação séria do MPE e uma versão encomendada pela PC.

Como não "pega bem" atacar o MPE, o baronato midiático da Inpiranga fica usando esses expedientes transversos.

Claudia e Eugênio

Leandro Bierhals disse...

A questão não é incriminar o defunto Eliseu, mas comprovar que a morte é resultante de um esquema mafioso que campeia na prefeitura. Se ele foi morto porque secou algum desvio de dinheiro isso significa que existiu/existe sim um foco de corrupção no governo do ex-prefeito Trapaça. Ou ele secou a fonte de terceios ou então, secou a fonte que ele mesmo abriu. Cabe lembrar que várias irregularidades, DMLU, Pro-jovem, entre outras ocorreram nesse estelionato eleitoral que foi, e continua sendo, o governo Fogaça.

Anônimo disse...

haha, esses maias da vida ficam ali, espreitando em busca de qualquer tabua flutuante pra salvar a cara da Yeda, do Fogaça ou da direita. Nada mais importa, a não ser que a promotora disse alguma coisa que ele acha que não é o que alguém queria ouvir para usa contra seus candidatos. Depois a esquerda que é paranoica e vê consirações em tudo...

leonel santos disse...

Mas olha só o débil mental que usa aqui o nome "da maia". Balde de agua fria? Mas como um caso envolvendo corrupção e assassinato dentro do governo do "bom moço" fogaça não é caso "político"? A promotora não fez nenhuma declaração em contrário. E o fato do executado ter rompido o contrato com a empresa não significa que não tivesse envolvido.Tu deves saber bem que quadrilhas brigam e o resultado é quase sempre a destruição de um dos contendores ou de ambos.Ha que ser investigado e é isso que se pede.Assim como se exige novas investigaçãoe nos "suicídios" de marcelo cavalcante e nestor mahler. Tu és advogado dos quadrilheiros,um imbecil direitista em desespero de causa,um CC assustado com o fim próximo da mamata, ou um simples puxa sacos?

Luís disse...

Até as pedras imaginam que o secretário do (des)governo Fogaça deve ter sido morto por quebra de contrato… verbal.
E que as autoridades estaduais, municipais e privadas continuam fazendo questão de prevarycar em nome de que tem que ganhar as eleições - do jeito que sabem. Se pudessem agir mais, é claro que nem haveria eleições, mas, não podendo (ainda) impedi-las, varrem a sua sujeira para debaixo do tapete, como sempre contando com o imprescindível suporte midiático.
O resto é conversa…

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